SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
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INTRODUÇÃO
Não podemos nos esquecer jamais, de que a bíblia é o Livro dos livros. A verdade de Deus
escrita. O mapa do cristão, rumo aos céus. O maior tesouro de conhecimentos do mundo.
E o principal:
Jesus disse em Mateus 24:35: “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras não
hão de passar”.
A bíblia contém todas as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em cada
estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de Deus que
precisamos para a salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar
e a ele obedecer.
(Andrade, Claudionor de. Teologia Sistemática Pentecostal, página 44, Rio de
Janeiro, CPAD).
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Convido-te então, para mergulhar nesse oceano de conhecimentos, para glória de Deus.
Vamos?!
Bem, em primeiro lugar é necessário analisarmos a origem desse nome tão conhecido e
utilizado por todos nós diariamente, então vejamos:
A etimologia da palavra bíblia é muito interessante, por nos remeter a Fenícia, tendo em vista
que uma de suas cidades mais importantes era chamada exatamente de “biblos” (atual Gebal,
cerca de quarenta quilômetros ao norte de Beirute). Biblos foi uma cidade muito conhecida
na época por ser uma cidade comercial, onde se vendia de tudo um pouco, madeiras,
perfumes, tecidos, couros e papiro. E é pelo fato de o papiro ser um dos produtos mais
procurados no comércio, que aos poucos foi sendo chamada de biblos, em homenagem e
referência a cidade com o mesmo nome.
Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado "biblion" e vários destes eram uma
"bíblia". Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer "coleção de livros pequenos". Com
a invenção do papel, desapareceram os rolos, e a palavra biblos deu origem a "livro", como
se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc.
A Bíblia também é conhecida por Escrituras, que é um termo usado no N.T. para os
livros sagrados do A.T., que eram considerados inspirados por Deus. (2ª Tm. 3.16; Rm. 3.2).
Este termo também é usado no N.T. com referência a outras porções do N.T. (2ª Pe. 3.16). A
Bíblia também é conhecida por Palavra de Deus, este termo é usado em relação a ambos
os testamentos em sua forma escrita (Mt 15.6; Jo. 10.35; Hb. 4.12).
Ora, se a Bíblia é a palavra de Deus escrita, então é de extrema importância para nós
o estudo e o exame de todos os escritos que nela estão contidos.
Nas palavras do teólogo Antonio Gilberto no livro “A Bíblia através dos Séculos”, pág.9:
O Antigo Testamento
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d. PROFECIA. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Estão subdivididos em:
A classificação dos livros do AT, por assunto, vem da versão Septuaginta, através
da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos livros, o que, para o leitor menos
avisado, dá lugar a não pouca confusão, quando procura agrupar os assuntos
cronologicamente. Na Bíblia hebraica (que é o nosso AT), a divisão dos livros é bem
diferente.
O Novo Testamento
Tem 27 livros. Foi escrito em grego; não no grego clássico dos eruditos, mas no do povo
comum, chamado Koiné. Seus 27 livros também estão classificados em 4 grupos, conforme
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o assunto a que pertencem: BIOGRAFIA, HISTÓRIA, EPÍSTOLAS, PROFECIA. O terceiro
grupo é também chamado DOUTRINA.
As últimas sete são também chamadas universais, católicas ou gerais, apesar de duas delas
(2 e 3 João) serem dirigidas a pessoas.
Epístolas
1.
Romanos 12. Tito
2.
1Coríntios 13. Filemom
3.
2Coríntios 14. Hebreus
4.
Gálatas 15. Tiago
5.
Efésios 16. 1Pedro
6.
Filipenses 17. 2Pedro
7.
Colossenses 18. 1João
8.
1Tessalonicenses 19. 2João
9.
2Tessalonicenses 20. 3João
10. 1Timóteo
21. Judas
11. 2Timóteo
Profecia
1. Apocalipse
Os livros do Novo Testamento também não estão situados em ordem cronológica, pelas
mesmas razões expostas ao tratarmos do Antigo Testamento.
(Gilberto, Antonio, páginas 9, 18-23, A Bíblia através dos séculos Rio de Janeiro, CPAD).
A importância da escrita
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Várias alternativas estavam abertas diante de Deus, quando decidiu escolher um meio de
transmitir sua verdade aos homens (Hb 1,1). Ele poderia ter usado um ou mais dos veículos
empregados em várias ocasiões, ao longo dos tempos bíblicos. Por exemplo, Deus usou
anjos nos tempos da Bíblia (v. Gn 18,19; Ap 22.8-21). O lançar sorte, além do Urim e do
Tumim, também foi empregado, a fim de procurar saber a vontade de Deus (Êx 28.30; Pv
16.33), da mesma forma que se ouvia a voz da consciência (Rm 2.15) e da criação (SI 19.1-
6). Além disso, Deus usou vozes audíveis (1Sm 3) e milagres diretos (Jz 6.36-40).
Todos esses veículos sofriam algum tipo de limitação ou deficiência. Enviar um anjo para que
entregasse cada mensagem de Deus, a cada ser humano, em cada situação, ou empregar
vozes audíveis e milagres diretos, tudo isso seria difícil de administrar e repetitivo. Lançar
sorte ou a simples resposta positiva ou negativa advinda do Urim e do Tumim eram limitados
demais, em comparação com outros veículos de comunicação de massa com maior amplitude
e melhores recursos, sendo capazes de prover descrições minuciosas. Outros meios de
comunicação, como visões, sonhos e as vozes da consciência ou da criação, em certas
ocasiões sofriam a influência do subjetivismo, da distorção cultural e até da corrupção. Era o
que se verificava sobretudo ao compará-los com alguns meios mais objetivos de
comunicação, os quais faziam uso da linguagem escrita.
Seria incorreto dizer que todos aqueles meios de comunicação, sem exceção, não eram bons,
uma vez que de fato foram meios que Deus usou para comunicar-se com os profetas. No
entanto, havia um "caminho mais excelente", mediante o qual o Senhor se comunicaria com
os seres humanos de todas as eras por meio dos profetas. Deus decidiu fazer que sua
mensagem se tornasse algo permanente e se imortalizasse por meio de um registro escrito
entregue aos homens. Tal registro seria mais preciso, mais permanente, mais objetivo e mais
facilmente disseminável do que qualquer outro meio.
Precisão
Permanência
Outra vantagem da linguagem escrita é sua permanência. Constitui meio pelo qual se pode
preservar o pensamento ou a expressão, sem que os percamos por lapso da memória, por
vacilação mental ou por intrusão em outras áreas. Além disso, o registro escrito estimula a
memória do leitor e instiga sua imaginação, de modo que passa a incluir inúmeras implicações
latentes nas palavras e nos símbolos do registro. As palavras são maleáveis e permitem o
enriquecimento pessoal do leitor.
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Objetividade
A transmissão de uma mensagem por escrito também tende a torná-la mais objetiva. A
expressão escrita carrega consigo uma marca de irrevocabilidade extrínseca a outras formas
de comunicação. Esse caráter definitivo transcende a subjetividade de cada leitor, o que
complementa a precisão e a permanência da mensagem transmitida. E mais: a palavra escrita
combate a má interpretação e a má transmissão da mensagem.
Disseminação
(Geisler e Nix, Introdução Bíblica, páginas 123-125, São Paulo, Vida Acadêmica).
O hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento, e o grego para o Novo Testamento, são
as línguas originais da Bíblia.
a. O hebraico.
Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, o idioma oficial da nação israelita,
exceto algumas passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que foram escritas em aramaico.
A mais extensa é em Daniel, que vai de 2.4 a 7.28.
O hebraico faz parte das línguas semíticas, que eram faladas na Ásia (mediterrânea), exceto
em bem poucas regiões. As línguas semíticas formavam um ramo dividido em grupos, sendo
o hebraico integrante do grupo cananeu. Este compreendia o litoral oriental do Mediterrâneo,
incluindo a Síria, a Palestina e o território que constitui hoje a Jordânia. Integrava também o
grupo cananeu de línguas, o ugarítico, o fenício e o moabítico. O fenício tem muita
semelhança com o hebraico. O primitivo alfabeto hebraico é oriundo do fenício, segundo a
opinião dos versados na matéria. Tudo leva a crer que Abraão encontrou este idioma em
Canaã, ao chegar ali, em vez de trazê-lo da Caldéia. Em Gênesis 31.47, vê-se que Labão, o
sobrinho de Abraão, vivendo em sua terra, a Caldéia, falava aramaico; ao passo que Jacó,
recém-chegado de Canaã, falava o hebraico.
A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes sem qualquer sinal de
vocalização. Os sons vocálicos eram supridos pelo leitor durante a leitura, o que dava origem
a constantes enganos, uma vez que havia palavras com as mesmas consoantes, mas com
acepções diferentes. Quer dizer, a pronúncia exata dependia da habilidade do leitor, levando
em conta o contexto e a tradição. É por causa disso que se perdeu a pronúncia de muitas
palavras bíblicas.
Após o século VI, os eruditos judeus residentes em Tiberíades, passaram a colocar na escrita
sinais vocálicos, perpetuando, assim, a pronúncia tradicional. Esses sinais são pontos
colocados em cima, em baixo e dentro das consoantes. Os autores desse sistema de
vocalização chamavam-se massoretas - palavra derivada de "Massorah", que quer dizer
tradição, isto porque os massoretas, por meio desse sistema, fixaram a pronúncia tradicional
do hebraico. Qualquer texto bíblico posterior ao século VI é chamado "Massorético", porque
contém sinais vocálicos. Os mais famosos eruditos massoretas foram os judeus Moses ben
Asher; e seus filhos Arão e Naftali, que viveram e trabalharam em Tiberíades, na Galiléia.
b. O Aramaico.
É um idioma semítico falado desde 2.000 a.C, em Arã ou Síria, que é a mesma região. (Arã
é hebreu; Síria é grego.) Nas Escrituras, o território da Síria não é o mesmo de hoje, o que
acontece também com outras terras bíblicas. O primitivo território estendia-se das montanhas
do Líbano até além do Eufrates, incluindo Babilônia, Mesopotâmia Superior (conhecida na
Bíblia por Arã-Naaraim; e Padã-Arã - Gn 25.20), e outros distritos. Era ainda falado numa
grande área da Arábia Pétrea.
O Jeremias 10.11.
No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se a língua popular dos judeus e nações vizinhas;
estas foram influenciadas pelo aramaico devido às transações comerciais dos arameus na
Ásia Menor e litoral do Mediterrâneo. Em 1.000 a.C, o aramaico já era língua internacional do
comércio nas regiões situadas ao longo das rotas comerciais do Oriente. O aramaico é
também chamado "siríaco", no Norte (2 Rs 18.26; Ed 4.7; Dn 2.4 ARC), e também "caldaico",
no Sul (Dn 1.4). Tinha o mesmo alfabeto que o hebraico, diferia nos sons e na estrutura de
certas partes gramaticais. Do mesmo modo que o hebraico, não tinha vogais; a partir de 800
d.C, é que os sinais vocálicos lhe foram introduzidos. É muito parecido com o hebraico.
O aramaico foi a língua do Senhor Jesus, seus discípulos e da igreja primitiva, em Jerusalém.
Em Mateus 5.18, quando Jesus diz que a menor letra é o jota (aramaico iode), Ele tinha em
mente o alfabeto aramaico, pois somente neste é que se verifica isto. (A letra iode originou o
nosso i). Nos dias de Jesus, o aramaico já se modificara um pouco na Palestina, resultando
no "aramaico palestinense", como o chamam os eruditos. Também em Marcos 14.36, o uso
da palavra aramaica "abba", por Jesus, é outra evidência de que Ele falava aquela língua.
Que Ele também falava o hebraico é evidente em Lucas 4.16-20, uma vez que os rolos
sagrados eram escritos em hebraico.
O hebraico foi de fato absorvido pelo aramaico, mas continuou sendo a língua oficial do culto
divino no templo e nas sinagogas, dos rolos sagrados, e dos rabinos e eruditos.
Devido aos hebreus terem adotado o aramaico como uma língua, este passou a chamar-se
hebraico, conforme se vê em Lucas 23.38; João 5.2; 19.13,17,20; Atos 21.40; 26.14; 72
Apocalipse 9.11. Portanto, quando o N.T., menciona o hebraico, trata-se, na realidade, do
aramaico. Marcos, escrevendo para os romanos, põe em aramaico 5.41 e 15.34 do seu livro;
já Mateus, que escreveu para os judeus, escreve a mesma passagem em hebraico (Mt 27.46).
c. O Grego.
Esta é a língua em que foi originalmente escrito o Novo Testamento. A única dúvida paira
sobre o livro de Mateus, que muitos eruditos afirmam ter sido escrito em aramaico. O grego
faz parte do grupo das línguas arianas. Vem da fusão dos dialetos dórico e ático. Os dóricos
e os áticos foram duas das principais tribos que povoaram a Grécia. É língua de expressão
muito precisa, e, das línguas bíblicas, é a que mais se conhece, devido a ser mais próxima
da nossa.
11
O grego do Novo Testamento não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialeto popular do
homem da rua, dos comerciantes, dos estudantes, que todos podiam entender: era o "Koiné".
Este dialeto formou-se a partir das conquistas de Alexandre, em 336 a.C. Nesse ano,
Alexandre subiu ao trono e, no curto espaço de 13 anos, alterou o curso da história do mundo.
A Grécia tornou-se um império mundial, e toda a terra conhecida recebeu influência da língua
grega. Deus preparou, deste modo, um veículo lingüístico para disseminar as novas do
Evangelho até os confins do mundo, no tempo oportuno.
Até no Egito o grego se impôs, pois aí foi a Bíblia traduzida do hebraico para o grego - a
chamada Septuaginta, cerca de 285 a.C. Nos dias de Jesus, os judeus entendiam quase tão
bem o grego como o aramaico, haja vista que a Septuaginta em grego era popular entre os
judeus. Nos primórdios do cristianismo, o Evangelho pregado ou escrito em grego podia ser
compreendido pelo mundo todo. Só Deus podia fazer isso! Ele não enviaria o seu Filho ao
mundo enquanto este não estivesse preparado, e esse preparo incluía uma língua conhecida
por todos. (Ver Marcos 1.15 e Gálatas 4.4.)
A língua grega tem 24 letras; a primeira é alfa e a última ômega. Quando, em Apocalipse 1.8,
Jesus diz que é o Alfa e o ômega, está afirmando que é o primeiro e o último. Os gregos
receberam seu alfabeto através dos fenícios, conforme mostram estudos a respeito.
Ninguém vá supor que por não conhecer essas línguas originais das Escrituras, não
compreenderá a revelação divina. Sim, o conhecimento e a compreensão dos originais
auxiliará muito, mas não é o essencial. Na Bíblia, como já dissemos, vêem-se duas coisas
principais: o texto e a mensagem. O principal é a mensagem contida no texto. É
especialmente a mensagem que o Espírito Santo vitaliza, revela e maneja como sua espada
(Ef 6.17).
(Gilberto, Antonio, páginas 69-74, A Bíblia através dos séculos Rio de Janeiro, CPAD).
Os materiais de escrita
Os autores das Escrituras empregaram os mesmos materiais em uso no mundo antigo. Por
exemplo, as tabuinhas de barro eram usados não só na antiga Suméria, já em 3500 a.C,
como também por Jeremias (17.13) e por Ezequiel (4.1). As pedras também eram usadas
para fazer inscrições na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, para gravação, por exemplo,
do Código de Hamurábi, dos textos da pedra de Roseta e da pedra moabita. Foram
empregadas também na região do rio do Cão, no Líbano, e em Behistun, na Pérsia (Irã), como
também por escritores bíblicos (v. Êx 24.12; 32.15,16; Dt 27.2,3; Js 8.31,32).
O papiro foi usado na antiga Gebal (Biblos) e no Egito por volta de 2100 a.C. Eram folhas de
uma planta, que se prensavam e colavam para formar um rolo. Foi o material que o apóstolo
João usou para escrever o Apocalipse (5.1) e suas cartas (2Jo 12). Velino, pergaminho e
couro são palavras que designam os vários estágios de produção de um material de escrita
feito de peles de animais. O velino era desconhecido até 200 a.C, pelo que Jeremias teria
tido (36.23) em mente o couro. Paulo se refere a pergaminhos em 2Timóteo 4.13. Outros
materiais para escrita eram o metal (Êx 28,36; Jó 19.24; Mt 22.19,20), a cera (Is 8.1; 30.8;
12
Hb 2,2; Lc 1.63), as pedras preciosas (Êx 39.6-14) e os cacos de louça (óstracos), como
mostra Jó 2.8. O Linho era usado no Egito, na Grécia e na Itália, embora não tenhamos
indícios de que tenha sido usado no registro da Bíblia.
Os instrumentos utilizados
Outros instrumentos eram usados pelo escriba para desempenhar as tarefas escriturárias.
Jeremias refere-se a um canivete que alguém usou a fim de destruir um rolo (Jr 36.23). Seu
uso mostra que o rolo teria sido feito de um material mais forte que o papiro, que podia ser
rasgado. O canivete também era usado quando o escritor desejava afiar a pena, quando esta
começasse a ficar rombuda ou gasta pelo uso. A tinta era o material que acompanhava a
pena e ficava no tinteiro. A tinta era usada para escrever em papiro, em couro, em
pergaminho ou em velino. Vê-se, desse modo, que todos os materiais e instrumentos
disponíveis aos escritores no mundo antigo também estavam à disposição dos escritores da
Bíblia. (Geisler e Nix, páginas 128,129).
Os Autógrafos e os Manuscritos
A história da Bíblia e como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos. Manuscritos
são rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e
transmitido mediante os seus manuscritos. Nos tratados sobre a Bíblia, a palavra
manuscritos é sempre indicada pela abreviatura MS, no plural MSS ou MSs.
Os originais saídos das mãos dos escritores (autógrafos), não há nenhum conhecido. É
provável que se houvesse algum, os homens o adorassem mais do que ao seu divino Autor.
Lembremos a adoração da serpente de metal pelos israelitas (2 Rs 18.4) e da cruz de Cristo
e da virgem Maria, pelos católico-romanos; e o caso de João querer adorar o mensageiro
celestial (Ap 22.8,9).
1) O costume dos judeus de enterrar todos os MSS estragados pelo uso ou qualquer outra
coisa; isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.
2) Os reis idolatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos, ou contribuído para isso.
(Veja o episódio de Jeremias 36.20-26.)
3) O monstro Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a.C), dominou sobre a Palestina durante
seu reinado. Foi extremamente cruel, sádico; tinha prazer em aplicar torturas. Decidiu
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exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em 168, profanou o templo e destruiu todas
as cópias que achou das Sagradas Escrituras.
4) Nos dias do feroz imperador Diocleciano (284-305 d.C), os perseguidores dos cristãos
destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante dez anos, Diocleciano mandou
vasculhar o Império para destruir todos os escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse
destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal "vitória".
A literatura judaica diz que a missão da Grande Sinagoga, presidida por Esdras, foi reunir e
preservar os MSS originais do AT, e que os MSS de que se serviram os setenta, foram esses
preservados pela Grande Sinagoga, que encerrou o cânon do AT.
O Texto Massorético
Ainda que haja relativamente poucos manuscritos massoréticos primitivos, a qualidade dos
manuscritos disponíveis é muito boa. Isso também se deve atribuir a vários fatores. Em
primeiro lugar, há pouquíssimas variantes nos textos disponíveis, visto serem todos
descendentes de um tipo de texto estabelecido por volta de 100 d.C. Diferentemente do Novo
Testamento, que baseia sua fidelidade textual na multiplicidade de cópias de manuscritos, o
texto do Antigo Testamento deve sua exatidão à habilidade e à confiabilidade dos escribas
que o transmitiram. Com todo o respeito às Escrituras judaicas, só a exatidão dos escribas,
no entanto, não basta para garantir o produto genuíno. Antes, a reverência quase
supersticiosa que dedicavam às Escrituras é de primordial importância. Segundo o Talmude,
só determinados tipos de peles podiam ser utilizados, o tamanho das colunas era
controlado por regras rigorosas, o mesmo acontecendo com respeito ao ritual que o
escriba deveria seguir ao copiar um manuscrito. Se se descobrisse que determinado
manuscrito continha um único erro, a peça era descartada e destruída. Tão severo
formalismo dos escribas foi responsável, pelo menos em parte, pelo extremo cuidado
aplicado no processo de copiar as Escrituras Sagradas.
15
Cristo, haviam guardado sua biblioteca. Somando tudo, os milhares de fragmentos de
manuscritos constituíam os restos de seiscentos manuscritos.
Vários tipos de evidências tendem a dar apoio às datas dos rolos do mar Morto. Em primeiro
lugar está o processo do carbono 14, que dá a esses documentos a idade de 1917 anos, com
margem de variação de 200 anos (10%). Isso significa que tais documentos datam de 168
a.C. a 233 d.C. A paleografia (estudo da escrita antiga e de seus materiais) e a ortografia
(redação correta das palavras) marcam a data de alguns desses manuscritos anterior a 100
a.C. A arqueologia trouxe mais algumas evidências paralelas, mediante o estudo da cerâmica
encontrada nas grutas: descobriu-se que era da baixa Era Helenística (150-163 a.C.) e da
alta Era Romana (63 a.C-100 d.C). For fim, as descobertas de Murabba'at corroboraram as
descobertas de Qumran.
Os Papiros
Os Unciais
O Códice Vaticano (B
16
O Códice alexandrino (A)
O Códice Beza (D
O Códice washingtoniano(w)
Os minúsculos
As datas dos manuscritos minúsculos (do século IX ao XV) mostram que em geral são de
qualidade inferior, se comparados aos manuscritos em papiros ou unciais. A importância
desses manuscritos está no relevo dispensado às famílias textuais e não à sua quantidade.
Somam 4 643, dos quais 2 646 são manuscritos e 1 997, lecionários (livros antigos que a
igreja usava no culto). Alguns desses manuscritos minúsculos mais importantes estão
identificados abaixo.
Os minúsculos da família alexandrina são representados pelo ms. 33, "rei dos cursivos",
datado do século IX ou X. Contém todo o Novo Testamento, menos o Apocalipse. É
propriedade da Biblioteca Nacional de Paris.
Muitos dos demais manuscritos minúsculos podem ser colocados em uma ou outra das várias
famílias textuais, mas sustentam-se por seus próprios méritos e não por pertencerem a uma
das famílias de manuscritos mencionadas acima. Entretanto, no todo, foram copiados de
manuscritos minúsculos ou manuscritos unciais primitivos, e poucas evidências novas
acrescentam ao Novo Testamento. Proporcionam uma linha contínua de transmissão do texto
bíblico, enquanto os manuscritos de outras obras clássicas apresentam brechas de
novecentos a mil anos entre os autógrafos e suas cópias manuscritas, como se pode ver nos
exemplos das Guerras gálicas, de César, e das Obras, de Tácito. (Geisler e Nix, pags. 135-
145).
17
Capitulo 3- INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Definições:
“Inspiração é o ato de inspirar. A palavra é derivada de duas latinas “in”, e “spiro” que
significam inspirar. Nós encontramos esta palavra em Jó. 32:8 e 2ª Tm. 3:16. A palavra
significa uma influência de fora produzindo ações que estão além de forças naturais. É Deus
respirando. Portanto a palavra é“ Espírito e Vida ”(Jo 6:63, Hb. 4:12)”.
Para nós Inspiração Divina é a influência sobrenatural do Espírito Santo que vinha
como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a
mensagem divina sem nenhuma margem de erro.
Todo estudioso da Bíblia sabe que ela reivindica para si a inspiração de Deus, pois, em suas
páginas temos repetidas vezes à expressão “Assim diz o Senhor”. Como um selo da
autenticidade divina, esta frase ocorre mais de 2600 vezes ao longo de seus 66 livros, além
de outras expressões similares. Não há duvidas de que foi o Espírito de Deus quem falou
através dos escritores da Bíblia. (Ez. 11:5, 2° Cr. 20:14, 24-20).
O termo Inspiração se estende a toda a Escritura, e podemos dividir este assunto em classes:
revelação e fatos conhecidos.
Por Revelação se entende a obra de Deus pela qual Ele transmite fatos e verdades
desconhecidos. Os primeiros capítulos de Gênesis são exemplos de história dada por
revelação. Não se pode precisar quanto da Bíblia chegou até nós por revelação de Deus.
(Gn. 40:8, 41:16, Dn. 2:28,Gl. l: 11; Ef. 3:35; 1° Co. 2:10; Ap. 1:1).
Ao estudarmos a Bíblia devemos ter uma coisa em mente, nem toda a Bíblia foi revelada por
Deus aos escritores, mas, isto não quer dizer que a Bíblia toda não seja inspirada por Deus,
18
pois, toda a Escritura é inspirada por Deus como nos diz o apóstolo Pedro (2° Pe 1:20, 21).
A Bíblia contém revelação de Deus, e ao mesmo tempo ela é inspirada por Deus.
Autoria Dual:
Com este termo indicamos dois fatos: Autoria Divina e Autoria Humana. Vejamos, portanto:
Do lado divino as Escrituras são a Palavra de Deus no sentido de que se originaram nEle e
são as expressões de Sua mente. Paulo faz menção a esta realidade em 2ª Tm. 3:16, onde
encontramos a referência a Deus: “Toda Escritura é divinamente inspirada”(o termo grego
theopneustos - soprada ou expirada por Deus, a referência aqui é ao escrito).
Do lado humano certo homens foram escolhidos por Deus para a responsabilidade de receber
a Palavra e passá-la para a forma escrita. Já, Pedro em 2ª Pe. 1:21, faz referência aos
homens: “Homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”(o termo grego pherô
- movidos ou conduzidos- é uma referência ao escritor).
O Termo “Logos”
Cerca de 200 vezes este termo grego foi utilizado no N.T. referindo-se a Palavra de Deus
Escrita, e as outras 7 vezes referindo-se ao Filho de Deus (Jo 1:1-14; 1ª Jo 1:1; 5:7; Ap 19:13).
Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento, e o que a fala é para a razão,
portanto o Logos de Deus é a expressão de Deus, quer seja na forma escrita ou viva
(Compare Jo. 14:6 com Jo. 17:17). Cristo é a Palavra Viva, é o Logos, ou seja, a fala, a
expressão de Deus.
A Bíblia é a Palavra Escrita, mas também é o Logos de Deus, e da mesma forma como em
Cristo há duas naturezas (divina e humana), da mesma forma na Palavra de Deus estes dois
elementos aparecem unidos sobrenaturalmente.
Os críticos da inspiração da Bíblia nos acusam de tentar provar a inspiração pela Bíblia e de
provar a verdade da Bíblia pela inspiração, e, assim, de argumentar num círculo interminável
e vazio. Mas em uma coisa todos concordam, o processo parte com base na evidência. Esta,
19
por sua vez, primeiro prova a veracidade ou credibilidade da testemunha, e então aceita o
seu testemunho.
(Dt. 4:2,5; 2° Sm. 23:2; Is. 1:10; Jr. 1;2, 9; Ez. 3:1,4; Os. 1:1; Jl.l:1; Am. 1:3;3:1; Ob. l:1; Mq.
1:1).
(Mt. 10:19; Jo. 14:26; 15:26,27; Jo. 16:13; At. 2:33; 15:28; lª Ts. 1:5; l° Co. 2:13; 2° Co. 13:3;
2ª Pe. 3:16; lª Ts. 2:13; l° Co. 14:37);
(Lc. 1:70; At. 4:25; Hb. 1:1, 2ª Tm. 3:16; 1ª Pe. 1:11; 2ª Pe.1:21).
f) Jesus declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Mc 12:35, 36);
O Senhor Jesus aprovou todas as Escrituras do Antigo Testamento, ao referir-se a elas como
“Leis, Salmos e Profetas” que eram as três divisões da Bíblia em sua época.
20
O Testemunho do Espírito Santo dentro do Crente
Jesus nos ensina em Jo7:17, como podemos ter dentro de nós o testemunho do Espírito
Santo quanto à autoria divina da Bíblia. Da mesma forma que o Espírito Santo testifica com
o nosso espírito que somos filhos de Deus, também testifica que a Bíblia é a mensagem de
Deus para nós.
Por exemplo:
Profecias Messiânicas – Gn. 49:10, Is. 7:14; 53; Dn. 9:24-26; Mq. 5:2; Zc. 9:9; Sl. 22.
Profecias sobre Israel – Lv. 26:14, 32,33; Dt. 4:25-27; 28:15, 64; Is. 66:8: Jr. 23:3, 30:3; Ez.
11:17; 36; 37; Is. 60:9, 61:6.
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O que Deus disse sucederá – Jr. 1:12 - Glória a Deus.
Se não fosse pela influência da Bíblia em nós, seríamos iguais aos incrédulos. Não há
filosofia, legislação ou sistema educacional que possa mudar o interior do homem. Somente
a Bíblia tem este poder. Apesar de seus ensinamentos serem tão simples, eles têm uma
profundidade tão imensurável que guia homens e nações a uma vida feliz, produtivas e a
certeza de salvação por Cristo.
Nenhum outro livro subsistiu a tantas tentativas de destruição. Há mais de dois mil anos, o
ódio do homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, incansável e assassino. Mas
nada, nem ninguém poderá afetar a Bíblia. Ela é o livro mais antigo do mundo e ao mesmo
tempo o mais moderno. A Bíblia é mais atual que o jornal que sairá nas bancas amanhã.
Durante um período de mais de 20 séculos o homem vem tentando em vão, melhorar a Bíblia,
e toda a tentativa tem se mostrado frustrada.
O segredo para tal insucesso está na origem da Bíblia. Sua origem é divina e não humana,
pois, se fosse o contrário ela já estaria desatualizada. A Bíblia jamais se tornará um livro
antigo, apesar de estar cheia de antiguidades. Outro fator que faz da Bíblia um livro fantástico
é a diversidade de sua mensagem, pois, a mesma satisfaz à criança, ao jovem e ao velho.
Pode-se lê-la vezes sem conta, sem nunca perder o interesse e sem nunca sondar suas
profundezas.
Todos os livros escritos até aqui, mesmo quando traduzidos para outros idiomas, sempre
estão ligados ao país ou região em que foram escritos, mas isto não acontece com a Bíblia.
Nenhum crente considera a Bíblia um livro estrangeiro, como acontece com os demais livros
traduzidos. O alcance universal da Bíblia é impar, isto se deve ao Fato de que este livro
nasceu do coração de Deus, não para o judeu, mas para cada homem de toda raça, nação e
língua.
A Bíblia é Imparcial.
A imparcialidade da Bíblia está intimamente ligada a sua origem. Se ela fosse originada no
homem, ela não poria a descoberto as faltas e falhas dele. Outra questão digna de nota é
que, os homens jamais produziriam um livro como a Bíblia, que dá toda a glória a Deus, ao
mesmo tempo em que mostra a fraqueza do homem (Jó 27; Sl. 50:21, 22; 51:5; 1° Co. 1:19-
25; Jó. 17:1; 14).
A Bíblia tanto fala que Davi era um homem segundo o coração de Deus, como revela seus
pecados de assassinato, adultério, má criação dos filhos. E também o caso da embriaguez
de Noé, da dissimulação de Abraão, o caso de Ló, a idolatria e luxúria de Salomão. Isto tudo
está escrito para que não cobicemos as coisas más e para demonstrar a imparcialidade da
Bíblia.
Podemos ter revelação sem inspiração (Ap. 10:3, 4), e podemos ter inspiração sem revelação,
como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos e descobriram
pela pesquisa (1ª Jo. 1:1 -4; Lc. 1:1-4). Aqui nós temos a forma e o resultado da inspiração.
A forma é o método que Deus empregou na inspiração, enquanto que o resultado indica a
conseqüência da inspiração. Portanto, as chamadas teorias da intuição, da iluminação, a
dinâmica e a do ditado, todas descrevem a forma de inspiração, enquanto que a teoria verbal
plenária indica o resultado. Vejamos cada uma destas teorias separadamente:
Falsas Teorias:
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que são essenciais à fé e à prática e aquelas que não são. Erasmo, Grotius, Baxter, Palev,
Doellinger e Strong compartilham desta teoria”.
“Os escritores bíblicos foram meros instrumentos (amanuenses), não seres cujas
personalidades foram preservadas. Se Deus tivesse ditado as Escrituras, o seu estilo seria
uniforme. Teria a dicção e o vocabulário do divino Autor, livre das idiossincrasias dos homens
(Rm. 9:1-3; 2ª Pe. 3:15, 16). Na verdade o autor humano recebeu plena liberdade de ação
para a sua autoria, escrevendo com seus próprios sentimentos, estilo e vocabulário, mas
garantiu a exatidão da mensagem suprema com tanta perfeição como se ela tivesse sido
ditada por Deus. Não há nenhuma insinuação de que Deus tenha ditado qualquer mensagem
a um homem além daquela que Moisés transcreveu no monte santo, pois Deus usa e não
anula as suas vontades. Esta teoria, portanto, enfatiza sobremaneira a autoria divina a ponto
de excluir a autoria humana”.
A teoria da Inspiração Natural ou Intuição tem como tese a seguinte afirmação: “a inspiração
é simplesmente um discernimento superior das verdades moral e religiosa por parte do
homem natural. Assim como tem havido artistas, músicos e poetas excepcionais, que
produziram obras de arte que nunca foram superadas, também em relação às Escrituras
houve homens excepcionais, com visão espiritual que, por causa de seus dons naturais,
foram capazes de escrever as Escrituras. Esta é a noção mais baixa de inspiração, pois
enfatiza a autoria humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos
pelagianos eunitarianos”.
Esta teoria afirma que: “inspiração é simplesmente uma intensificação e elevação das
percepções religiosas do crente. Cada crente tem sua iluminação até certo ponto, mas alguns
têm mais do que outros. Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo,
através da energia divina especial, poderia escrever as Escrituras”. Schleiermacher foi quem
disseminou esta teoria. Para ele inspiração é “um despertamento e excitamento da
consciência religiosa, diferente em grau e não em espécie da inspiração piedosa ou
sentimentos intuitivos dos homens santos”. Lutero, Neander, Tholuck, Cremer, F.W.
Robertson, J.F. Clarke e G.T. Ladd defendiam esta teoria, segundo Strong.
Esta teoria pressupõe: “pensamentos à parte das palavras, através da qual Deus teria
transmitido idéias, mas deixou o autor humano livre para expressá-las em sua própria
linguagem. Mas ideias não são transferíveis por nenhum outro modo além das palavras. Esta
teoria ignora a importância das palavras em qualquer mensagem. Muitas passagens bíblicas
dependem de uma das palavras usadas para a sua força e valor. O estudo exegético das
Escrituras nas línguas originais é um estudo de palavras, para que o conceito possa ser
alcançado através das palavras, e não para que palavras sem importância representem um
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conceito. A Bíblia sempre enfatiza suas palavras e não um simples conceito (I° Co. 2:13: Jo
6:63; 17:8; Ex. 20:1; G1. 3:16)”.
6- Graus de Inspiração:
E por últimos os que defendem a teoria de que há graus de Inspiração, afirmam que: “há
inspiração em três graus. Sugestão, direção, elevação, superintendência, orientação e
revelação direta, são palavras usadas para classificar estes graus. Esta teoria alega que
algumas partes da Bíblia são mais inspiradas do que outras. Embora ela reconheça as ditas
autorias, dá margem à especulação fantasiosa”.
Tentar explicar como Deus agiu no homem, não é uma tarefa fácil. Explicar como funciona
no ser humanos os entrosamentos do espírito com o corpo é um mistério de difícil explicação
até para os mais sábios, pensemos como seria explicar o entrosamento do Espírito de Deus
com o espírito do homem.
A única coisa da qual sabemos é, que quando aceitamos a Jesus como Salvador, aceitamos
também a Palavra Escrita como a revelação de Deus. Aceitam-se a Ele, aceitamos também
a sua Palavra. A inspiração plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento.
Depois disto, nem os mesmos escritores, nem qualquer outro servo de Deus pode ser
chamado inspirado no mesmo sentido.
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Autoridade da Bíblia
É digno de nota que, nem tudo aquilo que é inspirado é autorizado, pois a autoridade de um
livro trata de sua procedência, de sua autoria, e, portanto, de sua veracidade. Deus é o Autor
da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está registrado na Bíblia
procedeu da boca de Deus: o que Satanás disse para Eva foi registrado por inspiração, mas
não é a verdade (Gn. 3:4, 5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt. 16:22); as acusações
que Elifaz fez contra Jó (Jó 22:5-11), etc.
Credibilidade/Veracidade
Credibilidade do A.T.
Autenticado por Jesus Cristo: A forma como Cristo recebeu o A.T. é a principal prova de
sua autenticidade. Cristo o recebeu como relato verídico. Ele ratificou grande número de
ensinamentos do A.T., como, por exemplo:
A criação do universo por Deus (Mc. 3:19), a criação do homem (Mt. 19:4, 5), a existência de
Satanás (Jo. 8:44), o dilúvio (Lc. 17:26, 27), a destruição de Sodoma e Gomorra (Lc. 17:28-
30) a revelação de Deus a Moisés na sarça (Mc. 12:26), a dádiva do maná (Jo. 6-32), a
experiência de Jonas dentro do grande peixe (Mt. 12:39, 40).
Como Jesus era Deus manifesto em carne, Ele conhecia os fatos, e não podia se acomodar
a idéias errôneas, e, ao mesmo tempo ser honesto. Seu testemunho deve, portanto, ser aceito
como verdadeiro ou Ele deve ser rejeitado como Mestre religioso.
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a- Histórica: A exatidão das descrições Bíblicas como as temos, são endossadas pelas
provas fornecidas pela história. Sabe-se que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria, mas
o rei da Assíria, que sabemos ter sido Sargom II, carregou o povo para a Assíria (2° Rs. 17:3-
6). A história mostra que ele reinou de 722-705 a.C. Ele é mencionado pelo nome apenas
uma vez na Bíblia (Is. 20:1).
b- Arqueológica: Assim como as provas históricas são de suma importância para provar a
credibilidade do Antigo Testamento, as provas arqueológicas não são menos importante.
“Através da arqueologia, a batalha dos reis registrada em Gn. 14, não pode mais ser posta
em dúvida, já que as inscrições no Vale do Eufrates mostram indiscutivelmente que os quatro
reis mencionados na Bíblia como tendo participado desta expedição não são, como era dito
displicentemente, ‘invenções etnológicas’, mas sim personagens históricos reais. Anrafel é
identificado como o Hamurábi cujo maravilhoso código de leis foi tão recentemente
descoberto por De Morgan em Susa”. (Geo. F. Wright, O Testemunho dos Monumentos a
Verdade das Escrituras).
“As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e Raquel ao darem suas servas aos seus
maridos” (Jack Finegan, Ligth from the Ancient Past - Luz de um Passado Antigo).
“Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de 1.000 anos antes de
Abraão” (James Orr, The Problem of the Old Testament - O Problema do Velho Testamento).
“A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, como escravo, e ter sido
liberto” (Melvin G. Kyle, The Deciding Voice ofthe Monuments - A Voz Decisória dos
Monumentos).
“A data bíblica para o êxodo foi confirmada recentemente pelas pesquisas de John Garstang.
Ele dá a data como 1447 a.C.” “Jonh Garstang (Os Fundamentos da História Bíblica: Josué
e Juízes)”.
Poderíamos citar muitas outras provas da veracidade dos relatos das Escrituras, mas cremos
que os acima citados são suficientes para despertar aos desavisados e descrentes. Quanto
àquelas que não temos ainda confirmação, cremos que tela-e-mos a qualquer momento.
Integridade Cronológica;
Integridade Histórica;
Integridade Canônica.
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As descobertas arqueológicas provam que os Povos, línguas, lugares e os eventos
mencionados nas Escrituras são encontrados justamente onde as Escrituras os localizam, no
local exato e sob as circunstâncias geográficas exatas descritas na Bíblia.
Todas as afirmações bíblicas sobre raças têm sido demonstradas como corretas com os fatos
etnológicos revelados pela arqueologia.
Integridade Cronológica:
Integridade Histórica:
O registro dos nomes e títulos das leis está em harmonia perfeita com os registros seculares,
conforme demonstrado por descobertas arqueológicas.
Integridade Canônica:
A aceitação pela igreja em toda a era cristã dos livros incluídos nas Escrituras que hoje
possuímos representa o endosso de sua integridade.
Credibilidade do N.T.
Eram possuidores das qualificações necessárias para dar testemunho e ensinar as verdades
divinas, isto, através do poder do Espírito Santo. Escreveram não somente guiados pela
memória, apresentações de testemunho oral e escrito e discernimento espiritual, mas como
escritores qualificados pelo Espírito Santo.
“O tom moral de seus escritos, sua preocupação com a verdade, e a circunstância de seus
registros indicam que não eram enganadores intencionais, mais sim homens honestos”.O
testemunho destes homens colocou em risco seus interesses materiais, posição social, além
é claro de suas próprias vidas. Porque razões inventariam uma estória que condena a
hipocrisia e é contrária a suas crenças herdadas, pagando com suas próprias vidas? A única
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resposta possível a esta pergunta é que eles eram pessoas comprometidas com a moral e a
honestidade de seus escritos, pois, uma testemunha falsa jamais agiria assim em defesa de
seus ensinamentos.
Uma prova da harmonia do Novo Testamento são os Evangelhos sinóticos, eles não se
contradizem, mas suplementam um ao Outro. Os detalhes a mais do Evangelho de João
encaixam nos primeiros em um todo harmonioso. Dez das epístolas de Paulo encontram seus
antecedentes históricos no 1ivro de Atos. De maneira que, os vinte e sete livros do N.T.
apresentam um quadro harmonioso de Jesus Cristo e Sua obra.
É difícil pensar que um Deus Santo adicionaria o seu nome a algo que não fosse a expressão
exata da verdade
A história, a arqueologia, a tradição oral, o testemunho dos pais da igreja, e sua harmonia
com os escritos do Antigo Testamento, provam a genuinidade dos escritos do N.T.
Cânon e Canonicidade
Canonicidade é a regra pela qual cada livro deve ser provado antes de ser admitido como
uma parte das Escrituras Sagradas. Quando falamos de canonicidade das Escrituras, nos
referimos aos “padrões” determinados e fixos, nos quais os livros incluídos são considerados
partes integrantes de uma revelação completa e divina, a qual, portanto, é autorizada e
obrigatória em relação a fé e a prática.
O Cânon Sagrado é o nome dado aqueles livros, genuínos, autênticos e inspirados que
tomados juntos formam as Escrituras Sagradas.
Significado do nome:
A palavra kanon vem do grego, e deriva da palavra em hebraico kaneh cujo significado é
junco ou vara de medir (Ap. 21:15); daí tomou o sentido de norma, padrão ou regra (Gl. 6:16;
Fp 3:16), significando uma decisão autorizada de um concílio da Igreja.
Seu significado em relação às Escrituras, são aqueles livros que foram medidos, e foram
declarados satisfatórios e aprovados como sendo inspirados por Deus, sendo admitido como
uma parte das Escrituras Sagradas.
Provas da canonicidade:
Quatro provas eram aplicadas para provar se um livro era canônico ou não, são elas:
Autoria Divina; Autoria Humana; Genuinidade e Veracidade.
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a- Autoria Divina:
Sua fonte de inspiração veio de Deus? Veio do homem ou de Deus através do Espírito Santo?
b- Autoria Humana:
Seu escritor era um profeta ou um arauto de Deus? Foi editado ou endossado por um porta-
voz de Deus?
c- Genuinidade:
É autêntico? Há prova histórica quanto à autoria, origem e data? Ou se o escritor não pode
ser nomeado positivamente, pode-o mostrar que contém o mesmo assunto, como continha
quando foi escrito?
d- Veracidade.
O cânon das Escrituras é necessário para que o povo tenha uma revelação completa de Deus,
para que hoje tivéssemos a Palavra de Deus escrita, para que os manuscritos possam ser
preservados da destruição e corrupção e para que possamos saber quais livros são realmente
inspirados.
A forma do cânon do Antigo Testamento deu-se num espaço de cerca de 1046 anos. Teve
início com Moisés por volta do ano 1451 a.C. (Nm. 33:2, Jo. 5:46-47). Outros escritores
sequenciaram a escrita da Bíblia: Josué em 1445 a.C. escreveu uma obra e a colocou perante
o Senhor (Js. 24:26); Samuel (1095 a.C.) escreveu colocando seus escritos perante o Senhor
(1º Sm. 10:25), isto é, na arca do concerto com os demais livros sagrados (Ex. 25; 21; Hb.
9:4); Isaías (770 a.C.) fala do Livro do Senhor (Is. 34:16) e “Palavras do livro” (Is. 29:18); Em
726 a.C. os salmos já eram cantados (2º Cr. 29:30); Jeremias, chamado para o ministério em
626 a.C. registrou a revelação divina num livro que foi queimado em 607 a.C. Deus o mandou
preparar um novo rolo, o que foi feito (Jr. 36:1, 2, 28, 32; 45:1). No tempo do rei Josias (621
a.C.) Hilquias achou o “Livro da Lei” (2º Rs. 22:8-10); Daniel (553 a.C.) refere-se aos livros
(Dn 9:2); Zacarias declara que os profetas que o antecederam falaram da parte do Espírito
Santo (Zc. 7:12); Neemias (445 a.C.) achou os livros das genealogias dos judeus que haviam
voltado do exílio (Ne. 7:5).
Certamente havia outros livros; Nos dias de Ester, o Livro estava sendo escrito (Et. 9:32);
Esdras, foi hábil escriba e leu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na Palestina,
de regresso do cativeiro babilônico (Ne. 8:1-5). Sob a presidência de Esdras, a Grande
Sinagoga selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando desta maneira o cânon
das Escrituras do Antigo Testamento; Encontramos profeta citando profeta donde se infere
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haver mensagem escrita, por exemplo, Mq. 4:1-3 com Is. 2:2-4. N. Filo, escritor de Alexandria
(30 a.C. a 50 d.C.) possuía todo o cânon do Antigo Testamento. Em seus escritos ele cita
quase todo o Antigo Testamento. O Josefo, o historiador judeu (37-100 d.C.), da mesma
época de Paulo, fala em seus escritos a respeito dos livros aceitos como divinos, relatando
que desde os dias de Artaxerxes ninguém se aventurou a acrescentar, tirar ou alterar uma
única sílaba; Os escritores do Novo Testamento reconhecem como canônicos os livros do
Antigo Testamento, pois este é citado cerca de 300 vezes direta ou indiretamente. O Novo
Testamento refere-se ao Antigo Testamento como sendo oráculos divinos (Rm. 3:2; Hb 5:12;
2ª Tm. 3:16); Em 90 d.C. em Jâmnia, perto da moderna Jafa, na Palestina, os rabinos num
concílio sob a presidência de Johanan Ben Kazai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo
Testamento, ratificando aquilo que já era aceito por todos os judeus através dos séculos.
Existem outros livros mencionados na Bíblia, que se julga que estejam desaparecidos, são
eles: Livro das Guerras do Senhor (Nm. 21:14), Livro dos Justos (Is. 10:13 com 2º Sm. 1:18);
Livro da história de Salomão (lº Rs. 11:4); história do rei Davi (1º Cr. 27:24); Crônicas de
Samuel, Natã e Gade (lº Cr. 29:29); Livros, profecias de Natã, Aías e Ido (2º Cr. 9:29); Livro
de Semaías e registro das genealogias (2º Cr. 12:15, ver também 13:22, 26:22, 33:19).
A formação do cânon do N. T. levou apenas 100 anos, e parece ter sido formado sozinho.
Nenhum concílio discutiu este assunto, e não houve interferência da autoridade da igreja na
sua constituição. O fato da não interferência é notável, pois é uma forte evidência da sua
genuinidade. Não dependeram de qualquer autoridade adventícia, mas sim de seu próprio
peso, que foi mais que suficiente para colocar por terra todos os seus opositores. Pedro
chama as cartas de Paulo de “Escrituras” 2ª Pe. 3:15, 16. Em 1ª Tm. 5:18 Paulo cita Mt. 10:10
e Lc. 10:7 (ver também 1º Co 9:14). Paulo chama os evangelhos de Escritura.
Os livros do Novo Testamento só foram reconhecidos e aceitos como canônicos no III Concílio
de Cartago, no ano 397 d.C. Há muitas evidências históricas da veracidade dos livros do Novo
Testamento. Os manuscritos e referências a eles chegam a centenas oriundos do primeiro
século, conservados em museus.
Como o A.T., o N.T., também faz referência a outros livros que não constam de seu cânon.
Com base nas passagens seguintes, inferimos que haja outros livros: 1º Co. 5:9; Cl. 4:16; At.
20:35.
A Canonização de um livro da Bíblia não significa que a nação judaica ou a igreja tenha dado
a esse livro a sua autoridade canônica; antes significa que sua autoridade, já tendo sido
estabelecida em outras bases suficientes, foi consequentemente reconhecida como
pertencente ao cânon e assim declarado pela nação judaica e pela igreja cristã. Pelo menos
por cinco provas um livro tinha que passar parar constar no cânon do Novo Testamento:
Apostolicidade; Universalidade; Conteúdo; Inspiração e Leitura em Público
a- Apostolicidade:
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Foi o livro escrito por um dos apóstolos ou, senão, tinha o autor do livro um relacionamento
tal com um apóstolo de modo a elevar seu livro ao nível dos livros apostólicos? (imprimatur
apostólico).
b- Universalidade:
c- Conteúdo do Livro:
Era o conteúdo de um determinado livro de tal natureza espiritual que lhe fosse conferido o
direito a esta categoria? O livro deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer ficção que
nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável.
d- Leitura em Público:
O livro possui características para ser lido em público? Nenhum livro seria admitido para
leitura pública na igreja se não possuísse características próprias. Muitos livros eram bons e
agradáveis para leitura particular, mas não podiam ser lidos e comentados publicamente,
como se fazia com a lei e os profetas na sinagoga. É a esta leitura que Paulo exorta Timóteo
a praticar (1ª Tm. 4:13).
e- Inspiração:
Mostrava o livro evidência de ter sido divinamente inspirado? Este era o teste final. Tudo tinha
que cair diante dele. O livro deveria possuir evidências de inspiração.
Sobre a questão da canonicidade dos livros do N.T., é digno de nota que, já no final do
segundo século, todos os livros, com exceção de sete (Hebreus, 2ª e 3ª João, 2ª Pedro,
Judas, Tiago e Apocalipse) os chamados “antilegomena”, eram reconhecidos como
apostólicos, e no final do quarto século, todos os vinte sete livros de nosso cânon atual haviam
sido reconhecidos por todas as igrejas do ocidente, e no oriente a partir do ano 500 d.C.,
apesar de ainda hoje haver indivíduos ou grupos menores que tem questionado o direito de
alguns livros estarem incluídos no cânon do Novo Testamento.
Animação
Quando falamos de animação nos referimos ao poder inerente da Palavra de Deus para
transmitir vitalidade ou vida ao ser humano. Poder este, que não se encontra em nenhum
outro livro. Estes atributos no A.T. encontram-se representados em dois Salmos: Salmo 19,
onde lemos no verso 7: “a lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma...” e no versículo 8 diz
que “os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração...” E no Salmo 119, encontramos
outros sete, são eles: verdadeira (v 86); iluminada (v 96); reta (v 128); admirável (v 129);
puríssima (v 140); eterna (v 160); e justa (v 172). Já no N. T., a Palavra de Deus é apresentada
como: a verdade (Jo. 17. 17); útil (2ª Tm. 3:16); viva e eficaz (Hb. 4.12).
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A Palavra de Deus é o agente pelo qual a fé é gerada. Só algo que tem vida pode transmitir
vida, e isto faz da Bíblia um livro diferente dos demais, pois Ela sendo a Palavra de Deus é
viva: “A Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que espada alguma de dois
gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12).
Isto é evidenciado no poder que somente a Palavra de Deus tem de influenciar tanto os salvos
como os não salvos. E o elemento da vida aqui declarado é muito mais do que aquilo que
agora tem autoridade, em contraste com o que já se tornou letra morta; é mais do que alguma
coisa que fornece nutrição. “Mas as Escrituras são vivas porque é o hálito (espírito) do Deus
Vivo (Jo. 6:63: Jó. 33:4). Assim tanto a Palavra Escrita (Logos) como a Palavra Falada (rêma)
são possuidoras de vida. Não há diferença essencial entre elas, pois são apenas duas formas
diferentes dela existir”.A mesma ideia do escritor aos Hebreus, encontramos em 1ª Pedro,
onde lemos que a Palavra de Deus vive e permanece para sempre (1ª Pe. 1.23).
A palavra grega usada neste trecho é energês de onde temos a palavra energia. Trata-se da
energia que a vida fornece. Por isso a Palavra de Deus e comparada a uma poderosa espada
de dois gumes com poder para cortar, penetrar e discernir. Quando o Espírito Santo empunha
a Sua espada (Ef. 6:17) uma energia é liberada dela para animar e realizar o seu propósito
(Is. 55:10, 11). E com este poder inerente a Palavra de Deus que o Espírito Santo convence
os contradizentes (Jo. 16:8; 1º Co. 2:4) porque a Palavra de Deus é como uma dinamite com
poder (dínamos, Rm. 1:16) para salvar e destruir (2º Co. 10:4, 5; 2º Co. 2:14, 17; 1ª Jo. 2:14;
Jr. 23:24).
Quando falamos da eficácia da Palavra de Deus nos referimos ao seu poder regenerador,
santificador e edificante, sendo assim a Palavra de Deus: é eficaz na regeneração: (Jo. 3:5;
Ef. 5:26; 1ª Pe. 1:23; Tt. 3:5; Jo.15:3; Ez. 36:25-27; Jo.6:63; Tg. 1:18, 21; 1º Co. 4:15; Rm.
1:16); é eficaz na santificação: (Jo. 17:17; Ef. 5:26; Ez 36:25, 27; 2ª Pe. 1:4; Sl. 37:31; 119:11;
At. 15:9 e 26:18; Rm. 10:17); e é eficaz na edificação: (1ª Pe. 2:2; At. 20:32; 2ª Pe. 3:18).
Preservação
Com base na Aliança de Deus, de que a sua Palavra permanecerá para sempre, temos a
garantia da permanência da Palavra Escrita (Sl. 119:89, 152; Mt. 24:35; 1ª Pe. 1:23; Jo.
10:35). Jesus disse que: “Os céus e a terra passarão(Hb. 12:26, 27; 2ª Pe. 3:10),mas a
Palavra de Deus permanecerá(Mt. 24:35; Hb. 12:28; Is. 40:8; 2ª Pe. 1:19)”.
A preservação das Escrituras, como o cuidado divino para a sua criação e formação do cânon,
não foi acidental, nem incidental, mas sim o cumprimento de uma promessa divina. A Bíblia
é eterna, ela permanece porque nenhuma Palavra que Jeová tenha dito pode ser removida
ou abalada; nem uma vírgula ou um ponto do testemunho divino pode passar até que seja
cumprido. “Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto especial de infindável
perseguição, a maravilha da sua sobrevivência se transforma em milagre... Por dois mil anos,
o ódio do homem pela Bíblia tem sido persistentes, determinados, incansáveis e assassinos.
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Todo esforço possível tem sido frito para corroer em fé na inspiração e autoridade da Bíblia,
e inúmeras operações têm sido levadas a efeito para fazê-las desaparecer”.
Decretos imperiais têm sido passados ordenando que todas as cópias existentes da Bíblia
fossem destruídas, e quando essa medida não conseguiu exterminar e aniquilar a Palavra de
Deus, ordens foram dadas para que qualquer pessoa que fosse encontrada com uma cópia
das Escrituras fosse morta
Foi predito que a Bíblia permanecerá para sempre, e se ela permanece até hoje é porque o
próprio Deus tem se empenhado em preservá-la. O compromisso de Deus em preservar sua
Palavra se refere somente a sua Palavra inspirada, ou seja, aquilo que deve ser considerado
como revelação de Deus (1º Cr. 29:29; 2º Cr. 9:29; 12:15; l3: 22; 20:34; 2º Cr. 24:27; 26:22;
33:19). A Bíblia é eterna pelos seus próprios méritos. Nenhuma vírgula ou um ponto do
testemunho divino pode passar até que seja cumprido. Aleluia!
O Termo “apócrifos”
35
Diferenças básicas entre as bíblias Hebraica, Protestante e Católica
1. Bíblia Hebraica
2. Bíblia Protestante
3. Bíblia Católica
b) Inclui na versão Vulgata os livros apócrifos, ou não canônicos, que são: 3Esdras, 4Esdras,
Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez
versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos em Daniel. A seguir a lista dos
livros apócrifos que se encontravam na Septuaginta:
3Esdras (O livro canônico Esdras aparece como 1Esdras; Neemias aparece como 2Esdras)
4Esdras
Tobias
Judite
Sabedoria de Salomão
Eclesiástico
Acréscimos a Daniel (Oração de Azarias; Canto das Três Jovens; Susana; Bel e o Dragão
1Macabeus
2Macabeus
36
romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam
nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram, para eles aprovando-os como canônicos.
Houve prós e contras dentro da própria igreja católica, durante o concílio e também depois.
Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos
motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblista católico John L.
Mackenzie em seu “Dicionário Bíblico”, sob o verbete cânone, comenta que no Concílio de
Trento houve várias “controvérsias notadamente candentes” sobre a aprovação dos
apócrifos.
Mas o cardeal Pallavacini, em sua “História Eclesiástica”, declara mais nitidamente que, em
pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrado às barbas e
batinas uns dos outros. Foi nesse ambiente “ESPIRITUAL” que os apócrifos foram aprovados.
A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com
autorização do papa Clemente VIII.
Depois de aproximadamente 435 a.C. não houve mais acréscimos ao cânon do Antigo
Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos, tais como os livros dos
Macabeus, mas eles não foram considerados dignos de inclusão na coleção das palavras de
Deus que vinham dos anos anteriores.
Quando nos voltamos para a literatura judaica, fora do Antigo Testamento, percebemos que
a crença de que haviam cessado as palavras divinamente autorizadas da parte de Deus é
atestada de modo claro em várias vertentes da literatura extrabíblica.
• 1º Macabeus (cerca de 100 a.C.): O autor escreve sobre o altar: “Demoliram-no, pois, e
depuseram as pedras sobre o monte da Morada conveniente, à espera de que viesse algum
profeta e se pronunciasse a respeito” (1Mac. 4.45-46).
Aparentemente, eles não conheciam ninguém que poderia falar com a autoridade de Deus
como os profetas do Antigo Testamento haviam feito. A lembrança de um profeta credenciado
no meio do povo pertencia ao passado distante, pois o autor podia falar de um grande
37
sofrimento “qual não tinha havido desde o dia em que não mais aparecera um profeta no meio
deles” (1Mac. 9.27; 14.41).
• Josefo explicou: “Desde Artaxerxes até os nossos dias foi escrita uma história completa,
mas não foi julgada digna de crédito igual ao dos registros mais antigos, devido à falta de
sucessão exata dos profetas” (Contra Apião 1:41). Essa declaração do maior historiador judeu
do primeiro século cristão mostra que os escritos que agora fazem parte dos “apócrifos”, mas
que ele (e muitos dos seus contemporâneos) não os consideravam “digno de créditos igual”
ao das obras agora conhecidas por nós como Escrituras do Antigo Testamento. Segundo o
ponto de vista de Josefo, nenhuma “palavra de Deus” foi acrescentada às Escrituras após
cerca de 435 a.C.
• A Comunidade de Qumran (seita judaica que nos legou os Manuscritos do Mar Morto)
também esperava um profeta cujas palavras teriam autoridade para substituir qualquer
regulamento existente e outras declarações semelhantes são encontradas em outros trechos
da literatura judaica antiga (veja 2Baruc 85.3, Oração de Azarias 15). Assim, escritos
posteriores a cerca de 435 a.C. em geral não eram aceitos pelo povo judeu como obras
dotadas de autoridade igual a do restante das Escrituras.
• O Novo Testamento: não temos nenhum registro de alguma controvérsia entre Jesus e os
judeus sobre a extensão do cânon. Ao que parece, Jesus e seus discípulos de um lado, e os
lideres judeus ou o povo judeu de outro, estavam plenamente de acordo em que acréscimos
ao cânon do Antigo Testamento tinham cessado após os dias de Esdras, Neemias, Ester,
Ageu, Zacarias e Malaquias. Esse fato é confirmado pelas citações do Antigo Testamento
feitas por Jesus e pelos autores do Novo Testamento.
Segundo uma contagem, Jesus e os autores do Novo Testamento citam mais de 295 vezes
várias partes das Escrituras do Antigo Testamento como palavras autorizadas por Deus, mas
nem uma vez sequer citam alguma declaração extraída dos livros apócrifos ou qualquer outro
escrito como se tivessem autoridade divina. A ausência completa de referência à outra
literatura como palavra autorizada por Deus e as referências muito frequentes a centenas de
passagens no Antigo Testamento, como dotadas de autoridade divina, confirmam com grande
força o hiato de que os autores do Novo Testamento concordavam em que o cânon
estabelecido do Antigo Testamento, nada mais nada menos, devia ser aceito como a
verdadeira palavra de Deus.
Esta tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta ou Versão dos Setenta (por terem
sido 70, em número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria;
mas, não havendo tanto zelo ali como na Palestina, e devido às tendências helenistas
contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete
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dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao texto grego, como Apêndice do Velho
Testamento. Os estudiosos acham que foram unidos à Bíblia por serem guardados
juntamente com os rolos de livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é, a
escrituração da Bíblia inteira em um só volume, alguns escribas copiaram certos rolos
apócrifos juntamente com os rolos canônicos.
Todos estes livros, com exceção de Judite, Eclesiástico, Baruque e 1Macabeus estavam
escritos em grego, e a maioria deles foi escrita muitíssimos anos depois do profeta Malaquias,
o último dos profetas da dispensação antiga, escrever o livro que leva o seu nome. O que se
pode concluir daí é que, quando a Septuaginta era copiada, alguns livros não canônicos para
os judeus eram também copiados. Isso também poderia ter ocorrido por ignorância quanto
aos livros verdadeiramente canônicos. Pessoas não afeiçoadas ao judaísmo ou mesmo
desinteressadas em distinguir livros canônicos dos não canônicos tinham por igual valor todos
os livros, fossem eles originalmente recebidos como sagrados pelos judeus ou não. Mesmo
aqueles que não tinham os demais livros judaicos como canônicos certamente também
copiavam estes livros, não por considerá-los sagrados, mas apenas para serem lidos. Por
que não copiar livros tão antigos e interessantes? Estes livros, entretanto, têm a importância
de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as
várias épocas que representam, particularmente, a do período chamado intertestamentário
(entre Malaquias e João Batista, de 400 anos); é, talvez, por estas razões, que os tradutores
os juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da Palestina nunca os aceitaram no
cânon de seus livros sagrados.
Traremos agora o depoimento de várias personagens históricas que depõe contra a lista
canônica “Alexandrina”, como consta na Septuaginta, na Vulgata e em todas as versões das
Bíblias católicas existentes. Pelo peso de autoridade que representam esses vultos, são
provas mais do que suficientes e esmagadoras contra a inclusão dos Apócrifos no cânon
bíblico. Vejamos:
Josefo: A referência mais antiga ao cânon hebraico é do historiador judeu Josefo (37-95
a.C.). Em Contra Apion ele escreve: “Não temos dezenas de milhares de livros, em
desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois, contendo o registro de toda a história, os quais,
conforme se crê, com justiça, são divinos”. Depois de referir-se aos cinco livros de Moisés,
aos treze livros dos profetas, e aos demais escritos (os quais “incluem hinos a Deus e
conselhos pelos quais os homens podem pautar suas vidas”), ele continua afirmando: “Desde
Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo tem sido registrado, mas não tem sido
considerado digno de tanto crédito quanto aquilo que precedeu a esta época, visto que a
sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que depositamos em nossos próprios escritos é
percebida através de nossa conduta; pois, apesar de ter-se passado tanto tempo, ninguém
jamais ousou acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar deles coisa alguma, nem alterar
neles qualquer coisa que seja”.
Josefo é suficientemente claro. Como historiador judeu, ele é fonte fidedigna. Eram apenas
vinte e dois os livros do cânon hebraico agrupados nas três divisões do cânon massorético.
E desde a época de Malaquias (Artaxerxes, 464-424) até a sua época nada se lhe havia sido
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acrescentado. Outros livros foram escritos, mas não eram considerados canônicos, com a
autoridade divina dos vinte e dois livros mencionados.
Orígenes: No terceiro século d.C., Orígenes (que morreu em 254) deixou um catálogo de
vinte e dois livros do Antigo Testamento que foi preservado na História Eclesiástica de
Eusébio, VI: 25. Inclui a mesma lista do cânone de vinte e dois livros de Josefo (e do Texto
Massorético) inclusive Ester, mas nenhum dos apócrifos é declarado canônico, e se diz
explicitamente que os livros de Macabeus estão “fora desses [livros canônicos]”.
Atanásio: De modo semelhante, em 367 d.C, o grande líder da igreja, Atanásio, bispo de
Alexandria, escreveu sua Carta Pascal e listou todos os livros do nosso atual cânon do Novo
Testamento e do Antigo Testamento, exceto Ester. Mencionou também alguns livros dos
apócrifos, tais como a Sabedoria de Salomão, a Sabedoria de Sirac, Judite e Tobias, e disse
que esses “não são na realidade incluídos no cânon, mas indicados pelos Pais para serem
lidos por aqueles que recentemente se uniram a nós e que desejam instrução na palavra de
bondade”.
Jerônimo, no seu prefácio aos Livros de Salomão, menciona ter descoberto Eclesiástico em
Hebraico, mas declara em sua convicção que a Sabedoria de Salomão teria sido
originalmente composta em Grego e não em Hebraico, por demonstrar uma eloquência
tipicamente helenística.
Melito: A mais antiga lista cristã dos livros do Antigo Testamento que existe hoje é a de Melito,
bispo de Sardes, que escreveu em cerca de 170 d.C. “Quando cheguei ao Oriente e encontrei-
me no lugar em que essas coisas foram proclamadas e feitas, e conheci com precisão os
livros do Antigo Testamento, avaliei os fatos e os enviei a ti. São estes os seus nomes: cinco
livros de Moisés, Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio; Josué, filho de Num;
Juízes; Rute; quatro livros dos Reis; os dois livros de Crônicas; os Salmos de Davi; os
Provérbios de Salomão e sua Sabedoria; Eclesiastes; o Cântico dos Cânticos; Jó, os profetas
Isaías e Jeremias; os Doze num único livro; Daniel; Ezequiel; Esdras”.
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É digno de nota que Melito não menciona aqui nenhum livro dos apócrifos, mas inclui todos
os nossos atuais livros do Antigo Testamento, exceto Ester. Mas as autoridades católicas
passam por cima de todos esses testemunhos para manter, em sua teimosia, os Apócrifos!
Uma das grandes razões, talvez a principal delas, porque nós evangélicos rejeitamos os
Apócrifos, é devido à grande quantidade de heresias que tais livros apresentam. Fora isso,
existem também lendas absurdas e fictícias e graves erros históricos e geográficos, o que
fazem os Apócrifos serem desqualificados como palavra de Deus. A seguir daremos um
resumo de cada livro e logo a seguir mostraremos seus graves erros.
TOBIAS (200 a.C.) – É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e
alguns milagres preparados pelo anjo Rafael. Apresenta:
• superstições – 6:5,7-9,19;
JUDITE (150 a.C.) - E a história de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade
enganando um general inimigo e decapitando-o. Grande heresia é a própria história onde os
fins justificam os meios.
BARUQUE (100 a.D.) – Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta
Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. Porém, é de data
muito posterior, quando da segunda destruição de Jerusalém, no pós-Cristo. Traz, entre
outras coisas, a intercessão pelos mortos em 3:4.
SABEDORIA DE SALOMÃO (40 a.D.) – Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra
a incredulidade e idolatria do epicurismo (filosofia grega na era Cristã). Apresenta:
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1MACABEUS (100 a.C.) – Descreve a história de três irmãos da família “Macabeus”, que no
chamado período interbíblico (400 a.C. 3 a.D) lutam contra inimigos dos judeus visando a
preservação do seu povo e terra.
2MACABEUS (100 a.C.) – Não é a continuação do 1Macabeus, mas um relato paralelo, cheio
de lendas e prodígios de Judas Macabeu. Apresenta:
ADIÇÕES A DANIEL:
Capítulo 13 “A História de Suzana” – segundo esta lenda Daniel salva Suzana num
julgamento fictício baseado em falsos testemunhos.
Tobias 6.1-4 – “Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao
rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar.
A sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim.
E o anjo disse disse-lhe: Pega-lhe pelas guelras, e puxa-o para ti. Tendo assim feito, puxou-
o para terra, e o começou a palpitar a seus pés”.
Os Apócrifos solapam a doutrina da inerrância das Escrituras, porque esses livros incluem
erros históricos e de outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados parte das
Escrituras, isso identifica erros na Palavra de Deus. Esses livros contêm erros históricos,
geográficos e cronológicos, além de doutrinas obviamente heréticas; eles até aconselham
atos imorais (Judite 9.10,13). Os erros dos Apócrifos são frequentemente apontados em obras
de autoridade reconhecida.
Por exemplo: O erudito bíblico D.L. René Paehe comenta: “Exceto no caso de determinada
informação histórica interessante (especialmente em 1Macabeus) e alguns belos
pensamentos morais (por exemplo Sabedoria de Salomão), Tobias contém certos erros
históricos e geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser
(1.15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomada por Nabucodonosor e por Assuero (14.15)
em vez de Nabopolassar e por Ciaxares. Judite não pode ser histórico, porque contém erros
evidentes. Em 2Macabeus há também numerosas desordens e discrepâncias em assuntos
cronológicos, históricos e numéricos, os quais refletem ignorância ou confusão”.
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3. Ensinam Artes Mágicas ou de Feitiçaria como método de exorcismo
a) Tobias 6.5-9 – “Então disse o anjo: Tira as entranhas a esse peixe, e guarda, porque estas
coisas te serão úteis. Feito isto, assou Tobias parte de sua carne, e levaram-na consigo para
o caminho; salgaram o resto, para que lhes bastassem até chegassem a Ragés, cidade dos
Medos. Então Tobias perguntou ao anjo e disse-lhe: Irmão Azarias, suplico-lhe que me digas
de que remédio servirão estas partes do peixe, que tu me mandaste guardar: E o anjo,
respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas ,
o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte
que não tornam mais a chegar a eles. E o fel é bom para untar os olhos que têm algumas
névoas, e sararão”.
b) Este ensino que o coração de um peixe tem o poder para expulsar toda espécie de
demônios contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio.
c) Deus jamais iria mandar um anjo seu, ensinar a como usar os métodos da macumba e da
bruxaria para expulsar demônios.
d) Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria e bruxaria, e de fato
ele não tem interesse nenhum em expelir demônios (Mt. 12.26).
e) Um dos sinais apostólicos era a expulsão de demônios, e a únicas coisas que tiveram de
usar foi o nome de Jesus (Mc. 16.17; At. 16.18).
a) Tobias 12.8, 9 – “É boa a oração acompanhada do jejum, dar esmola vale mais do que
juntar tesouros de ouro; porque a esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os pecados,
e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna”.
b) Eclesiástico 3.33 – “A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados”.
d) A salvação pelas obras destrói todo o valor da obra vicária de Cristo em favor do pecador.
Se caridade e boas obras limpam nossos pecados, nós não precisamos do sangue de Cristo.
Porém, a Bíblia não deixa dúvidas quanto o valor exclusivo do Seu sangue como um único
meio de remissão e perdão de pecados:
• Hb. 9.11,12,22 – “Mas Cristo… por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo
lugar, havendo obtido uma eterna redenção …sem derramamento de sangue não há
remissão”.
• 1Pe. 1.18,19 – “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas
com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo”.
e) Contradiz Bíblia toda. Ela declara que somente pela graça de Deus e o sangue de Cristo o
homem pode alcançar justificação e completa redenção:
43
• Romanos 3.20, 24 e 29 – “Ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei, sendo
justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. A
quem Deus propôs no seu sangue... Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé,
independentemente das obras da lei”.
a) Eclesiástico 3.4 – “O que ama a Deus implorará o perdão dos seus pecados, e se absterá
de tornar a cair neles, e será ouvido na sua oração de todos os dias”.
b) O perdão dos pecados não está baseado na oração que se faz pedindo o perdão, não é fé
na oração, e sim fé naquele que perdoa o pecado, a oração por si só, é uma boa obra que a
ninguém pode salvar. Somente a oração de confissão e arrependimento baseadas na fé e no
sacrifício vicário de Cristo traz o perdão (Pv. 28.13; IJo. 1.9; IJo. 2.1,2).
a) 2Macabeus 12:43-46 – “e tendo feito uma coleta, mandou 12 mil dracmas de prata a
Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos mortos, sentindo bem e
religiosamente a ressurreição (porque, se ele não esperasse que os que tinham sido mortos,
haviam um dia de ressuscitar, teria por uma coisa supérflua e vã orar pelos defuntos); e
porque ele considerava que aos que tinham falecido na piedade estava reservada uma
grandíssima misericórdia. É, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para
que sejam livres dos seus pecados”. É neste texto falso, de um livro não canônico, que
contradiz toda a Bíblia, que a Igreja Católica Romana baseia sua falta e herege doutrina do
purgatório.
b) Este é novamente um ensino satânico para desviar o homem da redenção exclusiva pelo
sangue de Cristo, e não por orações que livram as almas do fogo de um lugar inventado pela
mente doentia e apóstata dos teólogos católicos romanos.
c) Após a morte o destino de todos os homens é selado, uns para perdição eterna e outros
para a Salvação eterna – não existe meio de mudar o destinos de alguém após a sua morte.
Veja Mt. 7:13,13; Lc. 16.26.
a) Este é o ensino herético e satânico inventado pela Igreja Católica Romana, de que o
homem, mesmo morrendo perdido, pode ter uma segunda chance de Salvação: Sabedoria
3.1-4 “As almas dos justos estão na mão de Deus, e não os tocará o tormento da morte.
Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada
como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz
(no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de
imortalidade”.
b) A Igreja Católica baseia a doutrina do purgatório na ultima parte deste texto, onde diz: “E,
se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade”.
Eles ensinam que o tormento, em que o justo está, é o purgatório que o purifica para entrar
na imortalidade. Isto é uma deturpação do próprio texto do livro apócrifo. De modo que a igreja
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Católica é capaz de qualquer desonestidade textual, para manter suas heresias, até porque,
ganha muito dinheiro com as indulgências e missas rezadas pelos mortos.
b) Um anjo de Deus não poderia mentir sobre a sua identidade, sem violar a própria lei santa
de Deus. Todos os anjos de Deus foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a sua
identidade. Veja Lc. 1.19.
a) Judite 8:5,6 – “e no andar superior de sua casa tinha feito para si um quarto retirado, no
qual se conservava recolhida com as suas criadas, e, trazendo um cilício sobre os seus rins,
jejuava todos os dias de sua vida, exceto nos sábados, e nas neomênias, e nas festas da
casa de Israel”. Este texto legendário tem sido usado pelos católicos romanos relacionado
com a canonização dos “santos” de idolatria. Em nenhuma parte da Bíblia jejuar todos os dias
da vida é sinal de santidade. Cristo jejuou 40 dias e 40 noites e depois não jejuou mais.
b) O livro de Judite é claramente uma produção humana, uma lenda inspirada pelo Diabo,
para escravizar os homens aos ensinos da igreja Católica Romana.
b) Crueldade e Egoísmo – Eclesiástico 12:6. Contraria Pv. 25.21,22; Mt. 6.44-48; Jo 6.5 e
Rm. 12.20.
Diante de tudo isso, perguntamos: Merecem confiança os livros Apócrifos? A resposta obvia
é NÃO. (informações do site CACP- Centro Apologético Cristão de Pesquisas).
45
Capítulo 8- TRADUÇÕES DA BÍBLIA
Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento às palavras do Senhor Jesus após
ressuscitar: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Ora, o
mundo está dividido em nações, tribos e povos, cada qual com suas línguas. Hoje, quando
vemos as Escrituras traduzidas em centenas de línguas, sabemos que aquele que
comissionou os discípulos para tão grande obra, proveria também os meios para a sua
realização.
a. Versões semíticas.
1) O Pentateuco Samaritano.
2) Os Targuns.
b. Versões gregas.
1) A Septuaginta.
1ª O texto hebraico
3ª A versão de Áquila
4ª A versão de Símaco
5ª A Septuaginta
6ª A versão de Teodocião
c. Versões siríacas.
1) A Peshita.
2) A versão Filoxênia.
d. Versões latinas.
2) A ítala.
3) A Revisão de Jerônimo
4) A Vulgata.
46
1) As versões egípcias ou cópticas. São 3 as de primeira ordem. Foram feitas até o ano
500 d.C.
6) A Eslavônica, feita no Século IX. Base: os LXX. É ainda hoje usada pelos eslavos orientais
e meridionais. Ambos os Testamentos. Foi preparada por dois irmãos missionários
tessalonicenses à Bulgária e Morávia: Cirilo e Metódio.
Além destas versões orientais, há ainda as versões árabes, mas, de pouca importância para
a crítica textual.
f. Versões européias.
Das versões européias, vamos destacar apenas três, devido à sua importância, que
são:
1) Versões inglesas
b) A Versão Revisada.
2) Versão alemã.
3) Versões em português.
a) A Versão de Almeida.
47
1637) e a espanhola (de Valera, 1602). Seu Antigo Testamento foi publicado em 1753, em
Amsterdam. A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começou a publicar o texto de
Almeida em 1809, publicando a Bíblia completa pela primeira vez, em 1819. O texto de
Almeida não era muito bom por ele ter deixado Portugal muito cedo e não ter cultura profunda.
O texto de Almeida foi revisado em 1894 e 1925. Em 1951, a Imprensa Bíblica Brasileira
(organização batista independente) publicou a "Edição Revista e Corrigida", abreviadamente
ARC.
1628. Emigrou para a Holanda, e daí seguiu para Java, achando-se aí em 1641. Converteu-
se na Igreja Reformada Holandesa em 1642 por meio de um folheto que tratava sobre a
“Diferença da Cristandade entre a Igreja Reformada e a Igreja Romana". Casou-se em 1651
com a filha de um pastor. Foi ordenado ao santo ministério em 16 de outubro de 1656.
Aprendeu grego e hebraico e começou a traduzir o Novo Testamento, tendo como base o
"Textus Receptus" dos irmãos Elzevirs, segunda edição de 1633. Faleceu em 6 de agosto de
1691. A Igreja Católica, através do tribunal da Inquisição, queimou-o em estátua, em Gôa,
antiga possessão portuguesa na índia. A Igreja Romana, nem mesmo agora, no chamado
Ecumenismo, se desculpou de tais coisas...
b) A Versão de Figueiredo.
c) A Tradução Brasileira.
d) A Versão de Rhoden.
• A Bíblia foi impressa a primeira vez no Brasil, em 1944, pela Imprensa Bíblica Brasileira.
• Entre as Bíblias mais populares do mundo está a em português. As outras são: a Vulgata,
a de Lutero, e a Versão Autorizada (inglesa).
48
• A primeira agência distribuidora de Bíblias no Brasil foi a da SBBE, em 1856; a segunda foi
a da SBA, em 1876, ambas na cidade do Rio de Janeiro. Antes disso, vinham Bíblias para o
Brasil através de comandantes de navios, que as entregavam a casas comerciais para
revenda. A mais antiga Sociedade Bíblica do mundo é a SBBE fundada em 1804; a segunda
é a SBA, fundada em 1816.
3) Datas impressas no texto. Muitas Bíblias antigas, em português, bem como noutras
línguas, trazem datas impressas no texto. São datas da chamada "Cronologia Aceita"
elaborada pelo arcebispo Ussher (anglicano) e inseridas pela primeira vez no texto bíblico em
1701. Depois de Ussher, surgiram outras cronologias como a de Calmet, Hales, etc. As
investigações modernas e descobertas arqueológicas têm alterado em muitos pontos a
cronologia tradicional. A cronologia é terreno movediço, especialmente quanto aos primeiros
milênios da História.
4) O sumário dos capítulos. São preparados pelos editores, e nada tem com a inspiração e
o texto original. As exceções são algumas frases introdutórias de certos salmos, como o 4, 5,
6, 7, 8, 9, 22, 32, 45, 46, 53, 56, 69, 75, etc. Tais sumários nem sempre correspondem aos
capítulos aos quais se referem. Há casos até negativos, como a parábola dos "Dez
Talentos", quando não são dez; a "Parábola do Rico e Lázaro", quando não se trata de
parábola, e assim por diante.
Com a divisão em versículos, acontece a mesma coisa, por exemplo: Efésios 1.5 devia
começar com as duas últimas palavras de 1.4; 1 Coríntios 2.9,10 devia ser um só versículo;
o mesmo devia ocorrer com Jo 5.39,40. Na Epístola aos Romanos, bem como em Efésios,
há diversos casos desses. Também a divisão em versículos não é a mesma em todas as
versões; por exemplo Daniel 3.24-30 da ARC, corresponde a 3.91-97 em Matos Soares;
Lucas 20.30 na ARC, corresponde a Lucas 20.30,31 na "Tradução Brasileira". Marcos 9.49
deve ficar ligado ao versículo 48, e não como está na ARA, tendo a epígrafe entre os dois
versículos. (Gilberto, Antonio, paginas 83-95).
49
Considerações finais
50
Bibliografia Consultada e Citada
Geisler, Norman & Nix, Wilhiam. Introdução bíblica; como a Bíblia chegou até
nós. São Paulo: Vida, 1997.
Sites consultados
http://www.cacp.org.br/
http://www.sbb.org.br/
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