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QUAL É A RELAÇÃO ENTRE PENSAMENTO E COMPORTAMENTO?

Nossos pensamentos e comportamentos em geral estão intimamente relacionados. Por exemplo, temos mais chance
de tentar fazer algo se acreditamos que aquilo é possível. Por muitos anos, os atletas acreditavam que era impossível
correr um quilômetro e meio em quatro minutos. Nas pistas de todo o mundo, os melhores corredores corriam um
quilômetro e meio em pouco mais de quatro minutos. Então um corredor inglês, Roger Bannister, identificou as
mudanças que poderia fazer em seu estilo e sua estratégia de corrida para quebrar a barreira dos quatro minutos. Ele
acreditou que era possível correr mais rápido e dedicou muitos meses de esforço para mudar sua técnica de corrida
para que pudesse atingir esse objetivo.

Em 1954, Roger Bannister se tornou o primeiro homem a correr um quilometro e meio em menos de quatro minutos.
Sua crença de que poderia ter sucesso contribuiu para a mudança de comportamento. Extraordinariamente, depois
que Bannister quebrou o recorde, os melhores corredores por todo o mundo começaram a correr um quilometro e
meio em menos de quatro minutos. Ao contrário de Bannister, esses corredores não haviam mudado
substancialmente suas técnicas de corrida. O que havia mudado eram suas crenças; eles agora pensavam que era
possível correr tão rápido, e seu comportamento acompanhou tal pensamento. É claro que apenas saber que é
possível correr rápido não significa que qualquer um possa fazer isso. Pensar não é o mesmo que fazer. Porém, quanto
mais fortemente acreditamos que algo é possível, mais chance temos de tentar realizar e de, talvez, obter sucesso.

Diariamente, todos nós temos “pensamentos automáticos” que influenciam nosso comportamento. São palavras e
pensamentos que surgem em nossas mentes ao longo do dia. Por exemplo, imagine que você está em uma reunião
de família. A comida acabou de ser servida e alguns de seus familiares vão até o bufê para se servir, enquanto outros
permanecem sentados conversando. Você está conversando com seu primo há 10 minutos. Considere os seguintes
pensamentos e imagine o comportamento que provavelmente teria para cada um deles.

PENSAMENTO COMPORTAMENTO
Se eu não for agora, eles vão acabar com a comida.

É falta de educação correr até o bufê quando


estamos no meio da conversa.
Meu avô está tremendo muito para segurar o
prato.
Meu primo e eu estamos tendo uma conversa
muito agradável – nunca tinha ouvido essas coisas
interessantes antes.

SEU COMPORTAMENTO MUDOU DEPENDENDO DO PENSAMENTO QUE VOCÊ TEVE?

Às vezes, não temos consciência de que nossos pensamentos afetam nosso comportamento. Os pensamentos com
frequência ocorrem de maneia rápida e automatica, sem um controle consciente. Algumas vezes, agimos por hábito,
e os pensamentos originais que ocasionam esses hábitos foram esquecidos. Por exemplo, sempre cedermos quando
alguém discorda de nós. Esse hábito pode ter começado com uma crença como “Se discordarmos, é melhor eu
relevar, porque, de outra forma, nosso relacionamento não irá durar”. Com frequência, não estamos cientes dos
pensamentos que guiam nosso comportamento quando nossas ações se tornaram rotina. Um exemplo na vida de
Paulo ilustra a relação entre pensamento e comportamento.

Paulo: A relação entre pensamento e comportamento.

Após a morte de Luiz, Paulo reduziu a frequência de seus encontros com os amigos para almoçar e outras atividades
costumeiras. Inicialmente, sua família achou que evitar os amigos fazia parte do luto de Paulo pela morte de Luiz. Mas,
conforme passavam os meses e Paulo se recusava a rever os amigos, sua esposa, Sílvia, começou a suspeitar que
pudesse haver outros motivos para ele ficar em casa.

Certa manhã, Sílvia sentou-se para conversar com Paulo e perguntou por que ele não estava respondendo aos
telefonemas dos amigos. Paulo deu de ombros e disse: “Para quê? Estamos em uma idade em que todos nós vamos
morrer mesmo”. Sílvia ficou irritada. “Mas você está vivo agora – faça as coisas que você gosta!” Paulo balançou a
cabeça e pensou “Sílvia não entende”. Ela realmente não entendia por que Paulo não estava ciente dos
pensamentos que guiavam seu comportamento, e ele não podia explicar completamente por que havia parado de
fazer as atividades que costumava apreciar.

Quando aprendeu a identificar seus pensamentos, Paulo percebeu que tinha uma série de pensamentos: “Todos estão
morrendo”, “De que adianta fazer as coisas se vou perder todos de qualquer forma?”, “Se eu não tiver vontade de
fazer alguma coisa, não vou me divertir”. Quando Luiz morreu, Paulo decidiu que havia atingido a idade em que a
morte estava próxima. Essa consciência influenciou seus pensamentos e sua disposição para fazer as coisas que
gostava.
Entretanto, Sílvia, que era apenas um pouco mais moça do que ele, achava que devia fazer todas as atividades
agradáveis que pudesse e aproveitar a vida ao máximo. Ela encontrava-se com frequência com suas amigas e se
mantinha muito ativa. Como você pode ver, os pensamentos distintos de Sílvia e Paulo sobre envelhecer causavam
um impacto diferente em seus comportamentos.

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