Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
Os fenômenos biológicos sendo estudados pela medicina são tidos como eventos
recorrentes que têm uma constância sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e
reproduzido seguindo padrões de controles dentro de um laboratório, esses fatores
propiciam de certa forma a condição de objetividade, no entanto, para a ciências sociais
os mesmos fenômenos serão vistos como eventos com determinações complexas e
havendo sempre a possibilidade de adquirir diferentes significados a depender do
ambiente em que irá ocorrer e quais agentes estarão envolvidos. Segundo Damatta
(2010) antropologia social trabalha com as organizações onde o todo predomina sobre
as partes, com formas de vida fundadas em fatores lhes acompanham de seu nascimento
até sua morte.
Para tal, o documento descreve que toda mulher deve ser atendida de forma
digna e com qualidade durante toda a gestação, parto e puerpério, devendo o cuidado ser
prestado de forma humanizada e segura. De forma geral, a garantia do direito à
maternidade segura, se destaca pelo atendimento humanizado, que para Davis-Floyd
(2001) é caracterizado por buscar resgatar a importância de ver o parto como um evento
que mais do que apenas fisiológico, é social e afetivo e para isso acontecer é necessário
reconhecer alguns importantes aspectos que precisam ser cultivados e mantidos, como a
possibilidade de ter um acompanhante de sua escolha durante todo o processo, a
liberdade de movimentação, sobretudo na escolha da posição de parir, o respeito a
privacidade, a presença constante de um profissional qualificado para acompanhar todo
o processo, a utilização de métodos não farmacológicos que possa aliviar as dores, o
contato pele a pele após o nascimento e que seus medos, dores e inseguranças possam
ser respeitados e percebidos como legítimos e integrantes do momento sem haver
julgamentos, mas ajuda e apoio.
A PESQUISA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando acontece uma melhora no atendimento médico que não tenha como
intenção de “patologizar” as dores do momento do parto é possível haver um
acolhimento que proporciona cuidados e segurança para a mãe e o bebê sem tomar deles
o espaço que lhe diz respeito além de valorizar à vontade sem tomar medidas
intervencionistas e eletivas em um processo que faz parte do fisiológico de uma gestante
quando não há intercorrências inesperadas. A grande questão da discussão a respeito da
humanização do parto não é dizer que todas as mulheres terão que ter o filho através do
parto natural, mas sim conscientizá-las sobre os direitos que possuem sobre seus corpos
para que possa ser assegurado que caso seja isso que elas queiram, terão espaço para
acontecer sem indução a outros procedimentos para comodidade do médico.
Foi percebido que trazer à tona as discussões sobre violência obstétrica e direitos
das mulheres, relações de gênero que de maneira geral desqualificam a figura da mulher
e caracteriza como incapaz diante de seu próprio corpo é um debate que se faz
importante para a sociedade em geral, com o intuito de contribuir positivamente para
ações que deem espaço para as mulheres terem condição de serem junto com seu filho
os protagonistas de um evento que está totalmente ligado a sua sexualidade, para que
assim possam escolher e planejar de forma segura o melhor modo de conduzirem este
evento.
Além disso entende-se que há diversas políticas públicas que tem por objetivo
garantir um atendimento de qualidade, porém ainda há muito o que precisa ser feito para
que essas políticas não apenas existam, mas se tornem efetivas, sejam respeitadas,
divulgadas e aplicadas diariamente nos hospitais para que as mulheres possam se sentir
importantes no momento do parto e não só mais um objeto de lucro para médicos.
AYRES, José Ricardo de C.M. Organização das Ações de Atenção à Saúde: modelos e
práticas. Saúde e Sociedade, 2009.
DINIZ, C.S.G. et al. Abuse and disrespect in childbirth care as a public health issue in
brazil: origins, definitions, impacts on maternal health, and proposals for its prevention.
Journal of Human Growth and Development, [S.l.], v. 25, n. 3, p. 377-382, Out. 2015.
DINIZ, C.S.G. Gênero, saúde materna e o paradoxo perinatal. Rev. bras. crescimento
desenvolv. hum., São Paulo, v. 19, n. 2, p. 313-326, ago. 2009.
DINIZ, C. S. G. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de
um movimento. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, 2005.