Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
RESUMO
ABSTRACT
*
Mestra em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Email: aninha71@hotmail.com
concerning the reproduction of the communicative function of comicality
through the exploration of sexuality. Therefore the analysis of the
translators’ treatment of polysemy will also allow us to know its effects in
the production of texts of the target language and to reflect on the best way
of reproducing them in order to propose strategies to solve this kind of
translation problem considering the necessity of an adjustment towards the
social and cultural context in which they are inserted.
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
Dessa forma, delimitamos como objetivo geral desse
trabalho o estudo da ocorrência da ambigüidade dos jogos de
linguagem de conotação obscena no texto. Como objetivo
específico, delimitamos a comparação e a análise das
estratégias ou escolhas tradutórias nas traduções selecionadas
desses jogos de linguagem.
3 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
3.4.1 Obra
3
O mito de Píramo e Tisbe é um conto da mitologia romana que narra a história de amor proibido entre dois
jovens, cujas famílias eram rivais. Proibidos de se casar, os jovens decidem fugir, mas por um mal entendido
acabam mortos.
A história se inicia em um domingo pela manhã com a
disputa entre servidores dos Montéquios e dos Capuletos,
acompanhados de Teobaldo, sobrinho dos Capuletos. A briga é
interrompida pela chegada de oficiais da cidade e do Príncipe
Escalo, autoridade máxima da cidade de Verona, Itália, onde se
passa a história. À noite ocorre o baile de máscaras na
residência dos Capuletos. Romeu, até então apaixonado por
Rosalina, prima de Julieta, vai ao baile acompanhado de seu
primo Benvólio e de seu amigo Mercúcio, na esperança de
encontrar sua amada. Entretanto, lá conhece Julieta e os dois
se apaixonam. Após o baile, os jovens se encontram e decidem
se casar no dia seguinte com a ajuda de Frei Lourenço, amigo
de Romeu. Em seguida ocorrem os seguintes fatos: o duelo
entre Mercúcio e Teobaldo, primo de Julieta, que culmina na
morte do primeiro; o consequente duelo entre Romeu e
Teobaldo, que culmina na morte de Teobaldo e na condenação
de Romeu ao banimento de Verona; os preparativos para o
casamento de Julieta e do conde Páris, do qual Mercúcio era
parente, por decisão dos pais da jovem; a falsa morte de
Julieta, que em uma tentativa desesperada de evitar esse
casamento toma uma poção que lhe deixaria em uma espécie
de estado de catalepsia por um período de quarenta e duas
horas, tempo suficiente para que Romeu voltasse a Verona com
a ajuda de Frei Lourenço; a volta de Romeu a Verona que, por
ignorar a “falsa” morte de Julieta, acaba suicidando-se com
veneno ao encontrá-la no mausoléu dos Capuleto; havendo
antes duelado com Páris, que é mortalmente ferido; o suicídio
de Julieta ao encontrar Romeu morto a seu lado quando a
mesma se desperta de seu “sono” profundo.
A peça acaba com o encontro do Príncipe Escalo, de Frei
Lourenço, dos Capuletos e dos Montéquios que, pesarosos e
conscientes de sua responsabilidade pelas mortes de seus
amigos e filhos queridos, decidem reconciliar-se e evitar, dessa
forma, futuras tragédias. Destacamos aqui o personagem
Mercúcio, cuja linguagem ambígua e obscena é objeto de
análise desse trabalho. O personagem, que tem a função
dramática de contrastar com seu inseparável amigo Romeu
ganha destaque na peça de Shakespeare. Enquanto Romeu se
encontra introspectivo, Mercúcio se caracteriza por seu humor
espirituoso e inteligente, do qual se utiliza para tentar animar
seu amigo, convencendo-o de que deve ir ao baile dos Capuletos
e conhecer outras moças em vez de sofrer pelo amor não
correspondido de Rosalina. Por outro lado, utiliza seu humor e
seus trocadilhos, em determinados momentos, com sarcasmo,
para chocar as pessoas. Mercúcio também se caracteriza por
sua impetuosidade no que se refere a defender sua honra e a de
seus amigos. Quando é instigado por Teobaldo, primo de Julieta
e, portanto, seu inimigo, a duelar, aceita o desafio. E, mesmo na
hora de sua morte, ocasionada por um grave ferimento
resultante do duelo, tenta manter seu característico humor, ao
fazer um jogo de palavras com a expressão grave man, que
significa tanto sério quanto túmulo. O jogo de linguagem se perde
na tradução para o português: “Perguntem por mim amanhã e
verão que fiquei um homem sério”, em Funck (2011, p. 139).
11
No original: “But this is to him a great disservice”.
4 METODOLOGIA
A metodologia consiste no levantamento e na análise das
ocorrências de polissemia na obra Romeu e Julieta, de William
Shakespeare, nas passagens de falas de Mercúcio, bem como
da comparação de diferentes soluções encontradas pelos
tradutores Viégas-Farias (1998), Heliodora (2044) e Funck
(2011). A escolha dessas traduções se justifica pelas
estratégias tradutórias diferenciadas, porém eficientes nos três
casos, dadas aos jogos de linguagem. A tradução interlinear de
Funck, que foi nossa fonte do texto original a partir da edição
de G. Blackmore Evans (2003) do First Folio de 1623, é de cunho
didático, voltada a estudantes e profissionais das áreas de
literatura e tradução, com uma linguagem mais próxima a
original, complementada por notas de rodapé, especialmente
naqueles casos em que as metáforas são construídas a partir de
expressões arcaicas do inglês ou fatos históricos e culturais. É
escrita em prosa, ao contrário do original, escrito
predominantemente em verso.
As traduções de Viégas-Faria (em prosa), e a de Bárbara
Heliodora (em prosa e verso) têm uma linguagem mais
domesticada e coloquial, adaptada ao público geral ao qual
estão destinadas, e reproduzem os jogos de linguagem no
próprio texto. No entanto, existe uma sutil diferença em sua
linguagem, pois a tradução de Bárbara Heliodora soa, em
determinados momentos, menos coloquial. Percebemos,
portanto, que essa sutileza é o que ora as aproxima, ora as
distancia.
Em seguida identificamos os jogos de linguagem obscenos
no original e nas traduções em todas as falas do personagem
Mercúcio, personagem de destaque que impulsiona os
acontecimentos da peça cuja linguagem sarcástica é
impregnada desses jogos. Os analisamos com base nos
dicionários especializados de Eric Partridge (1968), Frankie
Rubenstein (1989), Michael Macrone (1998) e Pauline Kiernan
(2014), além da tradução interlinear de Romeu e Julieta de Elvio
Funck (2011); comparamos o texto original e as traduções para
identificar as soluções dadas e observamos, especialmente, que
soluções alternativas foram dadas naqueles casos de
inequivalência a fim de que a comicidade dos jogos de liguagem
obscenos do original fosse mantida; comparamos as três
traduções entre si e identificamos as distintas estratégias e/ou
recursos empregados no processo tradutório.
E, finalmente, observamos que os tradutores analisados
são unânimes em reconhecer a relevância de se observar
aspectos não só lingüísticos como também culturais e
históricos que constituem os jogos de linguagem obscenos a
fim de reproduzir o tom sarcástico e cômico dos mesmos no
texto original.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATE, Jonathan. Soul of the Age. 1st ed. London: Penguim Books,
2008.