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A industrialização no Brasil pode ser dividida em oito períodos principais: o primeiro período, de 1500 a 1808, chamado de
"Proibição"; o segundo período, de 1808 a 1930, chamado de "Implantação"; o terceiro período, de 1930 a 1956, conhecido como
fase da Revolução Industrial Brasileira, o quarto período, de 1956 a 1963, chamado de fase da internacionalização da economia
brasileira. Pode-se dizer que a 4ª fase ocorre até hoje, contudo, para fins didáticos, será dividida um pouco mais. Assim, temos uma
5ª fase, de 1964 a 1985, o período militar. O sexto período, de 1985 a 1994, chamar-se-á década perdida; o sétimo período, de 1994
a 2002, é o da recuperação e, por fim, o 8º período, de 2002 a 2012, caracterizado pela expansão/crescimento da economia e da
produção industrial. De 2013 em diante, temos a economia contemporânea, marcada por diversas crises econômicas, especialmente
de origem política.
Os capitais que eram aplicados na compra de escravos ficaram disponíveis e parte deles foram aplicados no setor
industrial.
A cafeicultura, que estava em pleno desenvolvimento, necessitava de mão de obra. Isso estimulou a entrada de um número
considerável de imigrantes, que trouxeram novas técnicas de produção de manufaturados e foi a primeira mão de obra
assalariada no Brasil. Assim constituíram um mercado consumidor indispensável ao desenvolvimento industrial, bem como
força de trabalho especializada.
O setor que mais cresceu foi o têxtil, favorecido em parte pelo crescimento da cultura do algodão em razão da Guerra de Secessão
dos Estados Unidos, entre 1861 e 1865. Na década de 1880 ocorreu o primeiro surto industrial quando a quantidade de
estabelecimentos passou de duzentos, em 1881, para seiscentos, em 1889. Esse primeiro momento de crescimento industrial
inaugurou o processo de substituição de importações.
Entre julho de 1914 e novembro 1918 ocorreu a Primeira Guerra Mundial e, a partir daí, vamos constatar que os períodos de crise
foram favoráveis ao nosso crescimento industrial.
Com a dificuldade em se importar os bens industrializados, a exportação do café foi prejudicada, estimulando dessa forma os
investimentos e a produção interna, basicamente indústria de bens de consumo. Foi nesse cenário que a acumulação de capital
advindo da economia cafeeira começou a ser invertido em investimentos industriais. O café começava a não ter mais o rendimento
FASES DA INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA – PROFESSOR BRUNO RANGEL 26/05/2018
de outrora, e a proibição do aumento da lavoura, fez com que alguns barões do café começassem a diversificar seus investimentos.
Contudo, as primeiras indústrias foram surgindo de maneira paulatina, no final do século XIX e início do XX, elas representavam
ainda uma baixa participação na economia nacional.
Em 1907 foi realizado o 1° censo industrial do Brasil, indicando a existência de pouco mais de 3.000 empresas. O 2° censo, em
1920, mostrava a existência de mais de 13.000 empresas, caracterizando um novo grande crescimento industrial nesse período,
principalmente durante a 1ª Guerra Mundial quando surgiram quase 6.000 empresas.
Predominava a indústria de bens de consumo não-duráveis, que já abastecia boa parte do mercado interno.
O setor alimentício cresceu bastante, principalmente a exportação de carne, ultrapassando o setor têxtil. A economia do país
continuava, no entanto, dependente do setor agroexportador, especialmente o café, que respondia por aproximadamente 70% das
exportações brasileiras.
o grande êxodo rural, devido a crise do café, com o aumento da população urbana que foi constituído um mercado
consumidor e mão de obra.
a redução das importações em função da crise mundial e da 2ª Guerra Mundial, que favoreceu o desenvolvimento
industrial, livre de concorrência estrangeira.
Aumento das exportações devido à 2ª Guerra Mundial.
Esse desenvolvimento ocorreu principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, definindo a grande concentração
espacial da indústria, que permanece até hoje.
Uma característica das indústrias que foram criadas desde a 1ª Guerra Mundial é que muitas delas fazem apenas a montagem de
peças produzidas e importadas do exterior. São subsidiárias das matrizes estrangeiras.
No início da 2ª Guerra Mundial o crescimento diminuiu porque o Brasil não conseguia importar os equipamentos e máquinas que
precisava. Isso ressalta a importância de possuir uma Indústria de Bens de Capital.
Apesar disso, as exportações brasileiras continuaram a se manter acarretando um acúmulo de divisas. A matéria-prima nacional
substituiu a importada.
Ao final da guerra já existiam indústrias com capital e tecnologia nacionais, como a indústria de autopeças.
Ao final da Segunda Guerra Mundial o Brasil dispunha de grandes reservas de moeda estrangeira, divisas, fruto de ter exportado
mais do que importado e houve um crescimento de 8,9% de 1946 a 1978.
Enquanto nas décadas anteriores houve predominância da indústria de bens de consumo, na década de 40 outros tipos de atividade
industrial começam a se desenvolver como no setor de minerais, metalurgia, siderurgia, ou seja, setores mais sofisticados
tecnologicamente.
Em 1946 teve início a produção de aço da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Volta Redonda, que abriu perspectivas para o
desenvolvimento industrial do pais, já que o aço constitui a base ou a "matriz" para vários ramos ou tipos de indústria. [1]
Em 1950 alguns problemas de grande importância dificultaram o desenvolvimento industrial:
abundante crédito externo, possibilitando o endividamento e criando espaço para a diversificação e o crescimento das exportações
brasileiras.
Como forma de legitimar o seu poder autoritário, os governos ditatoriais investiram fortemente em obras de impacto, em áreas como
transporte e energia. Dentre essas obras podemos destacar a Usina Hidrelétrica de Itaipu, binacional (Brasil-Paraguai), responsável
por produzir 17% da energia nacional e, até 2008, a maior hidrelétrica do mundo.
A implantação da usina nuclear de Angra é outra marca do investimento em energia do período. Também podemos citar a ponte Rio-
Niterói, expressão da modernidade e de grande complexidade, tendo o maior vão em viga reta construído pelo homem. É a 13ª no
mundo em extensão.
Além disso, ocorreu a construção de rodovias com a ampliação da malha viária de 3 mil para 45 mil quilômetros, sem falar nos
estádios de futebol, como o Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Minas Gerais, que serviram como forma de expressão e
propaganda da ditadura.
O saldo do período registrou um percentual anual de crescimento industrial de 12,7%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu entre
1968 e 1973, 11,3%, superando com grande margem o período anterior, quando o crescimento médio anual havia sido de 3,2%.
Contudo, verificou-se que ao mesmo tempo em que foram realizados grandes projetos, o endividamento público crescia em
proporções astronômicas. Ou seja, aproveitando a centralização do poder político que o autoritarismo permitia, o que possibilitou a
atração de grandes remessas de empréstimos internacionais e posteriormente o crescimento industrial permitiu que, no período da
ditadura, o país apresentasse números expressivos de crescimento econômico, que teve um custo alto a ser pago posteriormente.
Nesse contexto, o fim do milagre viria com a primeira crise do petróleo, em 1973, causada pela guerra do Yom Kippur fez com que a
concessão de empréstimos diminuísse e os juros aumentassem no mercado global, levando o Brasil para o período que ficou
conhecido como Marcha Forçada.
A marcha forçada (1974-1984): é importante destacar que o crescimento apresentado no período do milagre econômico foi baseado
também em um grande arrocho salarial, em um contexto mundial no qual as empresas multinacionais perceberam que poderiam
reduzir custos instalando-se em países que possibilitassem mão-de-obra barata, legislação ambiental frágil, grande quantitativo de
recursos naturais e infraestrutura básica. Esse movimento estrangeiro permitiu que as empresas nacionais, que disputavam o
mercado em condições de extrema desigualdade, fossem sendo absorvidas pelas multinacionais, o que provocou uma intensa
concentração de capital nas mãos destas grandes e poucas empresas.
O mesmo fenômeno de concentração pôde ser percebido no campo onde a tecnologia expulsou milhares de trabalhadores, que
migraram para as áreas urbanas em busca de sobrevivência. Isso tudo caracterizou uma sociedade fortemente desigual, com a
renda concentrada na mão de poucos. Com o aumento do endividamento e as crises internacionais do petróleo, nos anos de 1973 e
1979, os juros sobre a dívida aumentaram significativamente, e a medida de emitir papel-moeda no mercado só serviu para explodir
a inflação, de forma que isso tudo trouxe uma grande retração econômica e da produção industrial, proporcionando o fim do período
militar e a entrada na democracia com um país em grave crise econômica.
– Plano Bresser: Foi implementado no dia 16 de junho de 1987. Esse plano consistiu em medidas como atrasar grandes obras
(construção do trem-bala e polo petroquímico no Rio de Janeiro), desativação do gatilho salarial e a eliminação do subsídio do trigo.
– Plano Verão: Veio a ser lançado no dia 16 de janeiro de 1989. Entre as principais medidas se destacaram a redução dos gastos
públicos, mais congelamento de preços, reforma tributária (corte de três zeros na moeda), aumento dos juros, entre outras medidas.
Em um curto período que abrangeu a segunda metade da década de 80, a situação financeira se apresentava tão instável que
a população brasileira teve no bolso moedas como o Cruzeiro, Cruzado e Cruzado Novo.
Apesar de tais planos e alternativas para salvar a oscilante economia brasileira daquele período, a inflação e a desigualdade
social ainda perduraram, fatos esses que ajudaram a década de 1980 a ser conhecida pejorativamente como a década perdida.
Após Sarney, o povo brasileiro volta às urnas e elege o “caçador de marajás”, Fernando Collor de Mello. Os planos Collor I e II
ficaram marcados principalmente pelo confisco da caderneta de poupanças – a mais drástica entre as tentativas de combate aos
altos índices de inflação que vigoravam à época no país, e pela hiperinflação. Entre dezembro de 1989 e março de 1990, a inflação
saiu de uma taxa em torno de 50% ao mês para a faixa de aproximadamente 100% ao mês.
O resultado foi a redução do número de pobres (brasileiros com renda per capital mensal inferior a R$ 140), que caiu de 50 milhões
para 29,9 milhões desde 2003.
Neste cenário, aumenta a produção industrial e o número de empresas no país, especialmente no Nordeste, no Centro-oeste e no
Norte. Surge um conceito que, embora polêmico, é muito utilizado em provas de vestibular, a nova classe média. O saldo político do
período retrata-se no alcance de um índice de popularidade de mais de 80% de aprovação de Lula.
A lamentar a sobrecarga que o período impôs aos cofres públicos, elevando de modo exacerbado as despesas do Estado,
paralelamente a não realização de reformas que se tornaram necessárias a manutenção do crescimento econômico, como a
tributária e a da previdência. O desequilíbrio das contas públicas, com o altíssimo custo da máquina pública, limitaria futuramente a
viabilidade dos programas sociais e de intervenção econômica.
Em síntese, manutenção dos principais aspectos do Plano real, crescimento da economia, via aumento do consumo, com ampliação
da produção industrial e do consumo. Aumento excessivo dos gastos e aumento da ação direta do Estado.