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A Matemática e suas conexões com o Ensino
Fundamental e Médio
Ji-Paraná – RO, 26 a 28 de Outubro de 2021
ANAIS
26 a 28 de outubro de 2021
Ji-Paraná – RO – Brasil
Atividade Responsável
Coordenação geral: Prof. Dr. Reginaldo Tudeia dos Santos
Vice coordenação: Prof. Dr. Ricardo José Souza da Silva
Comissão de Live: Juliana Valin Campos Téc Lab/Informática
Profa. Dra. Márcia Rosa Uliana
Comissão de inscrições no SIGAA:
Prof. Dr. Ricardo José Souza da Silva
Prof. Dr. Marlos Gomes de Albuquerque
Profa. Dra. Eliana Alves Pereira Leite
Coordenação Científica: Profa. Dra. Ana Fanny Benzi de Oliveira Bastos
Prof. Dr. Reginaldo Tudeia dos Santos
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Prof. Dr. Enoque da Silva Reis
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Flavia de Andrade Correa
Coordenação de minicursos: Hemerson Milani Mendes
Luiz Carlos dos Reis
Fabiola Gomes de Souza
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Salas de comunicação oral:
Prof. Ms. Carlos Alberto Almendras Montero
Profa. Dra. Marcia Rosa Uliana
Prof. Dr. Reginaldo Tudeia dos Santos
Comissão das atividades remotas Prof. Carlos Alberto Almendras Montero
(moderador e coordenação de chat): Prof. Dr. Lenilson Sérgio Candido
Juliana Valin Campos – Téc Lab/Informática
Prof. Dr. Emerson da Silva Ribeiro
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Prof. Jhonys Gonçalves Pinto – Egresso do curso
Prof. Dr. Lenilson Sérgio Candido
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Juliana Valin Campos – Téc Lab/Informática
Equipe de divulgação: Prof. Dr. Nério Aparecido Cardoso
Prof. Dr. Ricardo José Souza da Silva
Discente Alice Vieira do Nascimento
Discente Quezia Alves Andrade
Prof. Carlos Alberto Almendras Montero
Coordenação gráfica/visual: Profa. Dra. Lucia de Fatima de M. Brandao Dias
Discente Ingryd Luana Wonczak de Paula
APRESENTAÇÃO
ATIVIDADE/HORÁRIO RESPONSÁVEL
Quarta-feira,
ATIVIDADE/HORÁRIO
19h30m Mesa-redonda
SUMÁRIO
RESUMOS EXPANDIDOS.................................................................................................................. 8
RESUMOS EXPANDIDOS
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo predizer a produção de café com base nas características morfológicas,
utilizando regressão linear múltipla (RLM), em dados simulados. A estimação dos parâmetros foi realizada
através do método dos mínimos quadrados. Os resultados demonstraram que 68,62% da variação da variável
produção é explicada pelas variáveis independentes. Além disso, ao realizar os métodos de seleção Forward,
Backward e Stepwise, o melhor modelo ajustado foi o modelo com todas as variáveis independentes utilizadas.
Entretanto, o modelo de RLM possui alguns pressupostos, os quais devem ser atendidos que são normalidade
dos resíduos, a autocorrelação dos resíduos, a multicolinearidade e a homocedasticidade. A normalidade diz
respeito sobre os dados seguirem uma distribuição normal e a homocedasticidade resulta nas variâncias dos
resíduos serem constantes. Neste estudo os dados não seguem uma distribuição normal e não possuem uma
variância constante sendo assim recomenda-se a utilização de outras metodologias como redes neurais artificiais
ou regressão quantílica.
Palavras-chave: Regressão linear múltipla; simulação; pressupostos do modelo; seleção de variáveis.
1. Introdução
A teoria da regressão teve início com Francis Galton em 1886. Ele resolveu estudar a
relação entre a altura dos pais e a altura dos filhos, ou seja, uma variável dependente (Yi) e
outra variável independente (Xi), querendo saber se a altura do pai influenciava a altura do
filho. Neste estudo, Galton percebeu que independentemente do pai ser alto ou baixo, a altura
do filho teria uma tendência a média. A relação entre uma variável dependente e uma ou mais
variáveis independentes dá-se o nome de regressão (MAROCO, 2003).
Haja visto o que é uma análise de regressão, e sendo possível aplicá-la em qualquer
área que se deseja estudar a relação entre uma variável dependente e duas ou mais variáveis
independentes, este trabalho teve por objetivo ajustar um modelo de regressão linear múltiplo
para a predição de parâmetros em dados simulados com base nas características do café.
2. Materiais e métodos
Como neste trabalho, o conjunto de dados estudado envolve mais de uma variável
independente, a metodologia utilizada foi a regressão linear múltipla. O modelo geral de uma
regressão linear múltipla com k variáveis independentes é dado por (CHARNET et al., 2008):
, i = 1, 2, ..., n
A estimação dos parâmetros foi realizada por meio do método dos mínimos quadrados.
Essa metodologia permite encontrar uma reta que minimiza a distância entre os pontos
observados e a reta ajustada. Quando se trata de k variáveis independentes como é o caso da
RLM se torna inviável ter uma única equação para estimar os parâmetros, porém utiliza-se a
álgebra linear para reescrever o modelo na forma matricial, sendo assim possível aplicar o
método dos mínimos quadrados (MAROCO, 2003). O modelo na forma matricial é dado por
Y = Xβ + ε, em que: Y é um vetor coluna das observações com dimensões n x 1, X é uma
matriz n × (k + 1) das variáveis independentes, β é um vetor coluna dos parâmetros que se
quer estimar com dimensões (k + 1) × 1 e ε é um vetor coluna dos resíduos com dimensões n
× 1. A equação de mínimos quadrados para estimar os parâmetros de um modelo de regressão
linear múltipla é .
A qualidade de ajuste do modelo foi verificada por meio dos valores do coeficiente de
determinação: e coeficiente de determinação ajustado, .
Draper e Smith (1998) definem o R2 como uma medida estatística de ajuste do modelo
estimado. O coeficiente de determinação ajustado, por sua vez, é um coeficiente que penaliza
a inclusão de variáveis poucas explicativas no modelo (MAROCO, 2003). Quanto maior for o
R2 melhor será o modelo estimado.
Para ajustar um modelo de regressão linear múltipla alguns pressupostos devem ser
atendidos. Dentre eles, destacam-se: a normalidade dos resíduos, a autocorrelação dos
resíduos, a multicolinearidade e a homocedasticidade (CORRAR et al., 2012). Caso estes
pressupostos não sejam atendidos, recomenda-se aplicar outra metodologia. Para avaliar a
normalidade dos resíduos, nesse estudo utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk (MAROCO,
2003). A homoscedasticidade no modelo exige que a variância dos resíduos seja igual a σ2 ,
ou seja, que a variância seja constante. Esse pressuposto foi verificado através do teste de
Breusch-Pagan (GUJARATI; PORTER, 2011). Outro pressuposto que deve ser avaliado é a
multicolinearidade. Esta diz respeito sobre o quanto às variáveis do modelo estão
correlacionadas, sendo medida pelo teste do Fator de Variância Inflacionária (FVI) (BERK,
1977): , i = 1, 2, ..., k, em que: k é o número das variáveis independentes; éo
Para verificar a autocorrelação dos resíduos pode-se utilizar o teste de Durbin Watson
(CORRAR et al., 2012), pois ele verifica se as variáveis são independentes. Se o teste der
entre 1 e 3 então as variáveis são independentes e possuem autocorrelação, caso contrário, as
variáveis são dependentes e não há correlação.
3. Resultados e discussões
A variável de maior influência no modelo é a variável V5, pois a cada unidade que
aumenta na variável V5 aumenta, em média, 4,01 no modelo ajustado e variável com menor
influência é a variável V1, pois a cada unidade que aumenta na variável V1 aumenta, em
média, 0,43 no modelo estimado.
Tabela 2. Multicolinearidade
Variáveis Teste FVI
V1 1,93
V2 1,90
V3 1,97
V4 1,19
V5 1,40
Fonte: Elaboração própria.
O teste FVI mostrou que não há presença de multicolinearidade, pois os valores são
menores que 2, ou seja, as variáveis independentes do modelo não estão altamente
correlacionadas entre si.
4. Conclusão
O modelo foi ajustado por regressão linear múltipla que obteve um R2 ajustado bom,
porém o modelo não é indicado, pois não atendeu os pressupostos de normalidade e
homocedasticidade, sendo assim recomenda-se o uso de outras metodologias como redes
neurais artificiais ou regressão quantílica.
5. Referencias
CORRAR, L. J.; PAULO, E.; DIAS FILHO, J. M. Análise multivariada para os cursos
de administração, ciências contábeis e economia.1. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
CRUZ, C.D. Genes Software – extended and integrated with the R, Matlab and Selegen. Acta
Scientiarum. v.38, n.4, p. 547-552, 2016.
DRAPER, N.R.; SMITH, H. Applied regression analysis. 3. ed. New York: John Wiley e
Sons, 1998.
GUJARATI, D. N.; PORTER, D. C. Econometria básica. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
HAIR Jr., J.; ANDERSON, R.; TATHAM, R.; BLACK, W. Multivariate data analysis. 17
ed. Prentice-Hall, 2009.
MAROCO, J. Análise Estatística: Com utilização do SPSS, 2. ed. Lisboa: Sílabo, 2003.
PALLANT, J. SPSS Survival Manual: A Step by Step Guideto Data Analysis using SPSS
for Windows. Open University Press: New York, 2007.
SPINELLI, V.M.; MORAES, M. S.; ALVES, D. S. B.; ROCHA, R. B.; RAMALHO, A. R.;
TEXEIRA, A. L. Contribution of agronomic traits to the coffee yield of Coffeacanéfora Pierre
ex A.Froehner In the western Amazon region. Coffee Science, Lavras, v.13, n.3, p.333-340,
Jul/Set.2018.
Resumo:
O agronegócio é uma atividade de grande importância na economia brasileira e modelos de predição de
produção se tornaram essenciais para este seguimento. Neste estudo apresenta-se uma aplicação da metodologia
de inteligência computacional de Redes Neurais Artificias para fins de ajuste de modelo de predição. A Rede
Neural Artificial consiste em um modelo não linear que pode ser aplicado a diversas áreas de conhecimento,
incluindo estudos de predição, e seu grande diferencial quando comparada a outros modelo é a capacidade de
aprender e generalizar o conhecimento, além da não exigência de pressupostos. Foram simulados 130 genótipos
sob o delineamento de blocos casualizados com 4 repetições e 6 variáveis com base em parâmetros estatísticos
de média e variância da cultura de café canéfora. A Rede Neural Artificial ajustada foi a Perceptron de
multicamadas (MLP) com algoritmo de treinamento de retropropagação dos erros (Rprop+). A melhor rede
obtida apresentou um coeficiente de determinação (R2) de 94,85% na fase de treinamento e R2 de 83,47% na fase
de validação do modelo. A variável V5 exerce maior importância relativa sobre a variável dependente V1. Os
resultados demostraram o bom desempenho das redes MLP para ajuste de modelo de predição da variável
dependente considerando características das variáveis preditoras.
Palavras-chave: Inteligência computacional; Simulação; Modelos de predição; Agronegócio.
1. Introdução
O agronegócio brasileiro tem se destacado pelo seu crescimento nas últimas décadas. Segundo
Abrahan et. al, (2019), este seguimento correspondeu a 44,1% das exportações brasileiras. Com o
aumento da demanda de produtos agrícolas, há necessidade cada vez maior de estudos que
possibilitem previsões futuras, e neste sentido, a estatística é uma ciência que possui ferramentas
capazes de suprir esta necessidade (SILVA et al., 2019). Por meio da modelagem estatística, é possível
estimar a produção de cada cultura levando em consideração características morfológicas e a partir de
então selecionar quais destas características influenciam e auxiliam na maximização do potencial
produtivo de cada cultivar (MAMBRIN et al., 2015).
O modelo de regressão linear é comumente utilizado para descrever a relação estatística entre
uma ou mais variáveis preditoras e a variável resposta (HOFFMANN, 2016). Na agricultura, esse
modelo é utilizado por exemplo para predizer o desenvolvimento de frutos com base em características
como altura, peso, diâmetro do fruto (SILVA et al., 2019). No entanto, o modelo de regressão linear
possui pressuposições como relação linear, normalidade, homoscedasticidade e independência
(HOFFMANN, 2016). Haja visto o não cumprimento das pressuposições do modelo uma solução
tangível é o uso de modelos alternativos não lineares.
Neste sentido, alguns autores têm proposto o uso de metodologias baseadas em Inteligência
Computacional como as Redes Neurais Artificiais (RNA) (CRUZ; NASCIMENTO, 2018). As RNAs
são modelos de inteligência computacional não lineares, capazes de aprender e generalizar o
conhecimento adquirido, sendo assim uma alternativa para ajuste de dados não lineares eficiente
(SOARES et al, 2015).
Diante do exposto supracitado, o objetivo deste trabalho é propor o ajuste de modelo de dados
simulados por meio da RNA, para fins de predição da variável resposta em função das variáveis
preditoras, como forma alternativa aos modelos convencionais.
2. Materiais e métodos
Redes Neurais Artificiais são modelos interativos capazes de aprender. Haykin (2001) define a
Rede Neural Artificial (RNA) como um processador massivo e paralelo constituído de pequenas
unidades denominadas neurônios, capazes de aprender e generalizar o conhecimento. A primeira RNA
proposta foi desenvolvida de forma análoga a rede biológica. As Redes biológicas, comumente
conhecidas como Sistema Nervoso, são compostas de aproximadamente 10 bilhões de neurônios. Cada
neurônio possui uma camada de entrada denominada dendrito, um núcleo celular, um axônio por onde
propaga o sentido do impulso nervoso e as sinapses que são responsáveis pelas comunicações dos
impulsos para outros neurônios (CRUZ; NASCIMENTO, 2018).
A RNA por sua vez, tem as camadas de entrada em analogia aos dendritos, os pesos
associados que representam as sinapses, um combinador linear e por fim uma função de ativação
associada para que uma saída seja produzida (CRUZ; NASCIMENTO, 2018).
Para o ajuste do modelo neural é preciso definir a arquitetura da rede, treinamento e validação
(HAYKIN, 2001). A arquitetura refere-se à quantidade de camadas e quantidade de neurônios por
camada que será utilizada na rede. Neste trabalho foram testados de um a duas camadas ocultas, com
um a cinco neurônios por camada.
A segunda etapa consiste em treinar a RNA. Para esta fase, a literatura sugere que se destine
60% a 80% dos dados para treinamento (SILVA et al., 2010). A rede é então alimentada e o sinal se
propaga para frente (foward) até a saída. Nessa etapa, o algoritmo de aprendizagem relaciona o valor
calculado pela rede com uma saída desejada, de modo que se a diferença entre a saída calculada e a
desejada não estiver dentro do erro pré-estabelecido, o algoritmo realimenta a rede no sentido
contrário (backward) e retorna os valores reajustando os pesos sinápticos associados. Este processo
ocorre até que o erro seja o menor possível ou até que se complete o número de ciclos definido pelo
pesquisador, finalizando assim o treinamento da rede. Os algoritmos de treinamento testados neste
trabalho foram Rprop+, Rprop- (resilient backpropagation com e sem realimentação dos pesos,
respectivamente) e SLR (algoritmo de convergência global modificado). A terceira etapa consiste na
validação da rede. Este processo é realizado com os 40% ou 20% dos dados não utilizados na fase de
treinamento ou com os dados reais, caso o treinamento tenha sido realizado com outro conjunto de
dados. É na etapa de validação que a qualidade do ajuste é avaliada (HAYKIN, 2001).
Para este trabalho utilizou-se dados simulados. Foram simulados 130 genótipos sob o
delineamento de blocos ao acaso com 4 repetições e 6 variáveis com base em parâmetros estatísticos
de média e variância da cultura de café canéfora, segundo Spinelli et al. (2018). A variável V1
caracterizou a variável dependente e as demais (V2 a V6) foram consideradas variáveis independentes.
O conjunto de dados foi subdivido em duas partes, sendo 60% (78 observações) destinado para
treinamento da rede e 40% (52 observações) para validação.
Para o ajuste do modelo utilizou se o pacote neuralnet (FRITSCH et al., 2019) executado no
software R no modo integração com o software GENES (CRUZ, 2016; R Core Team, 2021).
3. Resultados e Discussões
Para a obtenção da melhor rede adotou-se taxa de erro quadrático médio de 0,01 e ciclo de
convergência de 10 mil épocas. A melhor configuração de rede obtida constituiu-se de uma camada
oculta com quatro neurônios. Utilizou-se o algoritmo de aprendizado Rprop+ e a função de ativação
adotada foi a função logistic. A figura 1 demostra a topologia da rede utilizada.
A melhor rede foi avaliada por meio dos valores obtidos para o coeficiente de determinação
(R ) e para a raiz do erro quadrático médio (REQM). O R2 é uma medida estatística utilizada para
2
verificar a qualidade do ajuste do modelo, o REQM por sua vez, indica o quanto o modelo ajustado é
capaz de predizer o valor esperado. Na Tabela 1 estão apresentados os resultados obtidos para a rede
neural ajustada.
Tabela 1- Valores de R2 obtidos pelo modelo de RNA adotado para as etapas de treinamento e validação
Modelo RNA R2 REQM
Treinamento 92,68% 0,429
Validação 85,63% 0,506
Fonte: Próprio autor.
Os resultados obtidos corroboram com os resultados obtidos por outros autores. Mendonça et
al. (2018), estimaram a altura total de Ypê Felpudos utilizando o modelo de regressão e RNA. Os
modelos obtiveram um R2 de 65% para o ajuste de regressão e 72% para o ajuste de RNA. O bom
desempenho das redes neurais artificiais também foi constatado por Lopes et al. (2020), que utilizaram
o modelo ajustado para estimar volume de madeira khaya ivorensis (mogno africano) e obtiveram um
R2 de 99% para a RNA.
O gráfico abaixo (Figura 2) mostra a importância relativa média (IR) que cada variável
independente simulada neste estudo exerce sobre a variável V1.
Pelo gráfico acima, verifica-se que pela RNA obtida neste estudo, a variável V5 é a variável
que exerge maior influência sobre V1, com IR(%) = 23,10, seguida pelas variáveis V6 e V2, com
IR(%) = 22,79 e IR(%) = 22,36 respectivamente.
4. Considerações finais
5. Referências
ABRAHAM, E, R.; et.al.; Estimativa da produção de soja brasileira utilizando redes neurais
artificiais. Revista Agrarian, São Paulo, v.12, n44, p261-271, maio.2019.
CRUZ, C.D. Genes Software – extended and integrated with the R, Matlab and Selegen. Acta
Scientiarum. v.38, n.4, p.547-552, 2016.
HAYKIN, S. Redes neurais: princípios e prática. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
HESS, F, A.; et al. Aplicação dos modelos lineares generalizado para estimativa do crescimento em
altura. Brazilian jornal of Forestry Research, colombo, v.35, n.84, p.427-433, out/Dez., 2015
LOPES, S.S.L.; et al. Uso de regressão e redes neurais artificiais na estimativa do volume de Khaya
ivorensis. Ciência da madeira. V.11, n.2, p74-84, Jul.2021.
MENDONÇA, A.R.; et al. Estimação da altura total de arvores de ipê felpudo utilizando modelos de
regressão e redes neurais artificiais. Revista Brasileira de Biometria. Lavras, v.36, n.1, p.128-139,
2018.
MAMBRIN, R, B.; et al. Seleção de linhagem de feijão (Phaseolus vulgaris L.) baseada em caracteres
morfológicos, fenológicos e de produção. Revista de Agricultura. v.90, n.2, p.141-155, Out.2015.
PALANDRI, A.G.; COGO, F.R. Redes neurais e sua confiabilidade e desempenho em períodos
instáveis –aplicação a ações ordinárias petr3. Journal of Exact Sciences – JES, Maringá, v.3, n.1,
p.09-16, Out/Dez.2014.
R CORE TEAM (2019). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for
Statistical Computing, Vienna, Austria. Disponível em:< https://www.R-project.org/.> último acesso:
25 de Agosto de 2021.
SPINELLI, V.M.; et.al. Contribution of agronomic traits to the coffee yield of Coffea canéfora Pierre
ex A. Froehner In the western Amazon region. Coffee Science, Lavras, v.13, n.3, p.333-340,
Jul/Set.2018
SILVA, I N.; SPATTI, D.H.; FLAUZINO, R. A. Redes neurais artificiais: para engenharia e
ciências aplicadas. 2.ed. São Paulo: Artliber, 2010.
SILVA, R.B.Z.; et al. Previsões da soja no estado de Matogrosso a partir de modelos Baseados em
series temporais. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, p.67-81, Jan/Fev.2019.
TRABALHOS COMPLETOS
Resumo:
Esse artigo apresenta a importância das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no processo
de ensino-aprendizado da matemática. Ainda a pesquisa explicita as quatro fases das Tecnologias Digitais (TD)
organizada por Borba, Silva, Gadanidis (2020). Essas fases ou momentos são divididos de acordo com as
mudanças das TD e seu uso no ensino da matemática. Também apresentamos como a Secretaria de Educação do
Estado de Rondônia (SEDUC/RO) tem se organizado com projetos para o incentivo do uso das tecnologias por
professores. Este trabalho tem como objetivo apontar as fases das TD, na educação matemática, e sua história
cronológica junto a matemática, argumentando com a história das TD no Brasil desde 1980 até os dias atuais.
Para fundamentar o artigo foram usadas citações de Miguel, Miorim (2011); Borba, Penteado (2017), Kenski
(2012); Moran (2012); Bacich, Moran (2018); Bacich, Tanzi Neto, Trevissani (2015); Levy (1993); Borba,
Malheiros, Amaral (2011), entre outros. Com a discussão realizada é possível afirmar a importância das TD nos
processos formativos do ensino-aprendizagem da matemática, na qual os softwares matemáticos e “não-
matemáticos” possibilitam a compreensão da matemática, possibilidades essas que são apontadas por vários
autores em suas obras, incitando os professores a usarem em suas aulas, como está sendo incentivado pela
SEDUC/RO. Além disso, o assunto abordado permite a realização de novas pesquisas, partindo de novas
interrogações, mostrando assim a relevância do tema e compreensão dele no nosso contexto pandêmico.
Palavras-chave: Educação Matemática; Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC);
Tecnologias Digitais (TD).
1. Introdução
Com a estima das TDIC nas influências do cotidiano, buscamos explicitar as quatro
fases e apontar projetos desenvolvidos na Secretaria de Educação de Rondônia, nas
possibilidades do uso no processo de ensino-aprendizagem da matemática.
As tecnologias nos trazem mobilidade, seja para realizar atividades do cotidiano, seja
para nos comunicarmos, realizar entretenimento, entre outras. De modo geral, as TD estão
presentes na realidade das pessoas e são combinadas à história da Educação Matemática e no
processo da criação de tecnologias voltadas para o ensino de matemática.
Mas as tecnologias, de modo geral, não são apenas a internet ou os aparelhos digitais.
Conforme nos aponta Levy (1993), o lápis-e-papel também é considerado como uma
ferramenta da tecnologia que está presente na memória e na oralidade das pessoas,
principalmente quando falamos da educação escolar e do ambiente acadêmico. Ao longo da
carreira profissional, os professores têm se apropriado das TDIC, ao passo que elas também
vão se transformando. Por isso a importância de estarmos atualizados com essas mudanças.
Outra questão muito importante, conforme aponta Borba e Penteado (2017), é que o
conhecimento está associado ao coletivo formado por seres-humanos-com-tecnologias, sendo
uma interação do humano com as tecnologias. Em outras palavras, o professor deve perceber
o impacto das TDIC em sua prática de ensino e estar atento sobre [...] “como a matemática se
constitui quando novos atores se fazem presentes em sua investigação” (BORBA;
PENTEADO, 2017, p. 49).
Observando o nosso contexto atual, Bacich e Moran (2018, p. 11) afirmam que
Borba, Silva e Gadanidis (2020) trazem uma divisão das TD e apresentam quatro fases
usadas para o ensino de matemática no Brasil. Essas fases são divididas de acordo com a
evolução das TD e seu uso no ensino da matemática.
A primeira fase ocorreu a partir dos anos de 1980. É caracterizada pelo uso da
calculadora simples, do termo “tecnologias informáticas” e do software LOGO com a
perspectiva teórica construtivista. Ainda na primeira fase temos a implantação do projeto do
MEC chamado Projeto EDUCOM, que visava o uso do “computador como recurso
pedagógico” (ALMEIDA, 2004 apud BORBA; DA SILVA; GADANIDIS, 2020, p. 29).
A segunda fase ocorreu na metade dos anos de 1990, pela acessibilidade maior do
computador pessoal. Nessa fase é destacada pelo software de geometria dinâmica como Cabri
Géomètre, Geometricks e para os softwares voltados às construções de funções: o Winplot,
Fun, Graphmatica.
Já a terceira fase teve início aproximadamente no ano de 1999 com a internet e cursos
à distância por meio de fóruns, chats, e-mail, entre outros. Com a internet foi possível a
comunicação entre professores e estudantes e obtenção de informações. É nesta fase que surge
o termo TIC, “tecnologias da informação e comunicação”.
E por fim a quarta fase, com início em meados de 2004, é caracterizada pelo uso da
internet rápida; uso de tecnologias digitais; GeoGebra; multimodalida; comunicadores online;
tecnologias móveis e portáteis; performance e a publicação de material digital na rede
(BORBA; SILVA; GADANIDIS, 2020).
também programas e projetos locais que foram introduzidos nas escolas públicas de Rondônia
que ficaram na memória que professores, cujas histórias ainda não foram registradas.
Cabe destacar ainda que o Projeto LOGOS II foi uma iniciativa do MEC no ano de
1971, que tinha como objetivo habilitar professores leigos, ou seja, os professores que
estavam atuando em sala de aula sem habilitação. Com o Projeto LOGOS II foi possível
também o acesso a diferentes tecnologias, assim como aponta Gouveia (2016). O projeto
contou como modelo o sistema tecnológico taylorista e fordista. O projeto foi implantado em
Rondônia, quando ainda era Território Federal.
Mesmo que no passado haja poucos registos de programas ofertados pelas intuições
públicas escolares de Rondônia, as TDIC estão presentes na escola. O seu uso hoje é uma
forma de manter contato entre os alunos, as aulas e os professores. Com isso, em tempos de
pandemia, um capítulo peculiar está sendo escrito para a História da Educação Matemática
(MERLI; NOGUEIRA; POWELL, 2020).
De modo geral, cabe ressaltar que ainda há vários “desafios da era da informática na
educação [...], à aprendizagem, além de envolver uma preparação para o domínio dessa
tecnologia, caberá um espaço mais exigente em termos de criatividade, iniciativa e resolução
de problemas” (PAIS, 2010, p. 99). Levando em consideração a importância das TDIC, os
órgãos governamentais têm se movimentado para implantar a chegada e o uso das TDIC nas
escolas. É possível notar, por meio da história, a relevância do uso dessas tecnologias no
ensino-aprendizagem da matemática (BORBA; PENTEADO, 2017).
5. Considerações finais
As discussões sobre as TD na educação não são recentes, porém o uso dela ainda é um
assunto muito discutido. Os softwares matemáticos e “não-matemáticos”, como YouTube,
Facebook, tem contribuído com a educação matemática, mas ainda existe muito mais a fazer,
como aproveitar mais os recursos disponíveis, explorar novas possibilidades tanto na escola
como nos alunos. Desta forma é possível empregar os valores e expectativas da sociedade
para a educação.
Por meio desta pesquisa surgem novas interrogações: Será que este momento que
estamos vivendo de pandemia e o uso das TDIC é o início de uma nova fase? Todas as
escolas de Rondônia estão na quarta fase das TD? As TDIC são usadas no ensino da
matemática em Rondônia?
6. Referências
BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Editora Penso, 2018.
MORAN, J. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 5. ed. Campinas,
SP: Editora Papirus (Papirus Educação), 2012.
Resumo:
Este trabalho é decorrente de uma atividade realizada na disciplina de Tendências da Educação Matemática do
Mestrado em Educação Matemática da UNIR, Campus de Ji-Paraná, e tem por objetivo elucidar alguns aspectos
sobre a história, significados e características da tendência de Resolução de Problemas Matemáticos. Para isso
foi realizado uma pesquisa bibliográfica quanto aos princípios teóricos dessa tendência da Educação Matemática
a fim de trazer os aspectos mais relevantes e os elementos essenciais para a sua melhor compreensão. Portanto,
são discutidos neste trabalho temas relativos sobre a história, a pesquisa, os significados, as características, e as
abordagens pedagógicas da Resolução de Problemas Matemáticos. Assim, espera-se que este trabalho possa
trazer esclarecimentos e contribuições importantes para o entendimento desta tendência, pois, segundo Polya
(1985), a Resolução de Problemas destaca-se como a espinha dorsal do ensino da Matemática, assumindo um
papel central para a aprendizagem matemática, possibilitando experiências que proporcionam a investigação
matemática.
Palavras-chave: Resolução de Problemas Matemáticos; Educação Matemática; Tendência.
1. Introdução
O papiro Rhind é uma fonte primária rica sobre a matemática egípcia antiga;
descreve os métodos de multiplicação e divisão dos egípcios, o uso que faziam das
frações unitárias, seu emprego da regra de falsa posição, sua solução para o
problema da determinação da área de um círculo e muitas aplicações da matemática
a problemas práticos (EVES, 2011, p.70).
Para Morais; Onuchic; Leal Junior (2017), outro acontecimento que contribuiu para o
desenvolvimento da Resolução de Problemas Matemáticos foi o término da Guerra Civil
Americana, que ficou conhecida também como a Guerra de Secessão, esse marco histórico
ocorreu no século XIX entre os anos de 1861 e 1865. Com o fim dessa guerra os Estados
Unidos começaram a se firmar se tornando uma grande potência econômica e industrial.
Dessa maneira, em uma sociedade em pleno desenvolvimento era necessário aos
trabalhadores dessa época saber matemática para lidar com as demandas diárias de suas
profissões, pois a mão de obra dos trabalhadores precisava ser cada vez mais qualificada.
Sendo assim, começou-se a pensar em maneiras de se ensinar e aprender matemática.
Na primeira metade desse século, Edward Lee Thorndike falou sobre o papel que os
problemas de matemática poderiam desempenhar na formação do estudante
colocando ênfase nos tipos de problemas que deveriam ser trabalhados. Para esse
pesquisador, mais do que falar da importância de voltar a atenção para à resolução
de problemas era preciso considerar os tipos de problemas. E, nessa direção,
desejando colocar em questão teorias psicológicas vigentes, a Teoria da Disciplina
Mental (TDM), por exemplo, esse pesquisador afirmava que como a nova economia
mundial, com a passagem da sociedade agrária para a sociedade industrial, mais
pessoas deveriam saber matemática, aquela usada para a vida (MORAIS;
ONUCHIC; LEAL JUNIOR, 2017, p. 410).
1
Tomando como base Onuchic e Allevatto (2011), neste trabalho é adotada a grafia Resolução de Problemas
com “R e P” maiúsculos quando se tratar da metodologia ou tendência, e resolução de problemas com “r e p”
minúsculos quando se tratar do ato de resolver problemas.
2
National Council of Teachers of Mathematics.
Na visão de Boavida et al. (2008, p.15), uma situação se torna um problema “[...]
quando se está perante uma situação que não pode resolver-se utilizando processos
conhecidos e estandardizados; quando é necessário encontrar um caminho para chegar à
solução e esta procura envolve a utilização do que se designa por estratégias”.
De acordo com Dante (2002, p. 9), o problema “[...] é qualquer situação que exija o
pensar do indivíduo para solucioná-la”. As autoras Smole e Diniz (2016, p. 11), afirmam que
“[...] problema é toda situação que não possui solução evidente e que exige que o resolvedor
combine seus conhecimentos e se decida pela forma de usá-los em busca da solução”.
Com base na visão dos autores citados acima, temos que um problema ganha um
sentido amplo, estando relacionado aos problemas enfrentados diariamente pela sociedade e
em várias ciências.
[...] (i) ser desafiante e interessante a partir de uma perspectiva matemática; (ii) ser
adequado, permitindo relacionar o conhecimento que os alunos já têm de modo que
o novo conhecimento e as capacidades de cada aluno possam ser adaptados e
aplicados para completar as tarefas; (iii) ser problemático, a partir de algo que faz
sentido e onde o caminho para a solução não está completamente visível.
Uma das coisas mais importantes para a resolução de uma situação-problema é que o
resolvedor se ampare primeiramente em seus conhecimentos prévios aprendidos em situações
anteriores. Baseando-se no entendimento de Silva e Siqueira Filho (2011, p. 31):
Então, a partir da contribuição dos autores citados, compreende-se que o problema tem
um sentido amplo e que está relacionado aos problemas diários dos cidadãos e problemas da
comunidade científica, sendo que os problemas de matemática podem ser chamados também
de situações-problemas e necessariamente precisam de um contexto matemático determinado,
podendo envolver situações cotidianas, interdisciplinares ou não. Já um exercício serve
apenas para fixar conteúdos e memorizar regras e fórmulas matemáticas.
O ensinar sobre resolução de problemas repercute na análise das heurísticas, que são
as estratégias e as formas de pensar e raciocinar diante de uma situação-problema. O método
mais utilizado nessa perspectiva é o de Polya (2006), onde o seu foco está em transformar os
alunos em bons resolvedores de problemas e o professor tem o papel de ser o mediador do
ensino, sendo o grande incentivador dos alunos apresentado situações-problemas que façam
sentido para a realidade deles. Nessa abordagem, a Resolução de Problemas é entendida como
se fosse um novo conteúdo de matemática, no qual as heurísticas são o principal elemento a
ser ensinado nesse conteúdo.
O método de Polya é composto por quatro fases que ajudam a organizar o processo de
resolução de problemas, sendo um meio de desenvolver habilidades de análise e interpretação,
ajudando criar estratégias que possibilitem levar a justificações das soluções encontradas.
Assim, as quatro fases de Polya são: Compreensão do problema; Estabelecimento de um
plano; Execução do plano; e Retrospecto.
Isso significa dizer que, quando o professor adota essa metodologia, os alunos
podem aprender tanto sobre resolução de problemas, quanto aprendem Matemática
para resolver novos problemas, enquanto aprendem Matemática através da resolução
de problemas. (ALLEVATO, 2005, p. 61).
Dentro dessa perspectiva teórica, um método de destaque foi criado pela professora
Onuchic, a partir de seu trabalho no Grupo de Trabalho e Estudos em Resolução de
Problemas (GTERP) que também foi criado por ela em 1992 e com o passar dos anos recebeu
a influência de diversos pesquisadores desse grupo de pesquisa. Esse método é composto por
10 etapas e recebeu o nome de Metodologia de Ensino-Aprendizagem-Avaliação de
Matemática através da Resolução de Problemas. Nesse método,
Tal metodologia demanda professores bem preparados para o seu uso, pois precisam
selecionar cuidadosamente os problemas; observar os alunos na busca de soluções
para esses problemas, incentivá-los e ouvi-los, mantendo-os confiantes na própria
capacidade para resolvê-los. Nas salas de aula onde essa metodologia foi adotada, os
alunos se sentiram aptos a dar sentido à matemática que constroem. Professor e
alunos, depois dessa experiência, não querem voltar a trabalhar com o método de
ensino tradicional (ONUCHIC, 2013, p. 103).
5. Considerações finais
cotidianas ou não, e um exercício serve apenas para fixar conteúdos e memorizar fórmulas e
regras. Já o processo de resolução de problemas é a utilização de estratégias e procedimentos
matemáticos usados para resolver problemas.
6. Referências
POLYA, G. Sobre a resolução de problemas de matemática na high school. In: KRULIK, S.;
REYS, R. E. A resolução de problemas na matemática escolar. São Paulo: Atual, 1997. p.
1-3.
SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para
aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2007.
Resumo:
Esta pesquisa trata do desenvolvimento de um projeto em que foi utilizada a metodologia de Resolução de
Problemas Matemáticos, defendida pelo matemático George Polya (1887-1985), com o objetivo de aumentar o
desempenho de interpretação de problemas matemáticos, promover a participação ativa dos alunos, estimular o
raciocínio lógico, melhorar a concentração e o interesse pelas aulas vivenciadas, ressaltando-se a importância de
relacionar os conteúdos matemáticos às atividades diárias dos alunos, proporcionando, assim, um ambiente de
interação e socialização em sala de aula. Para isso, foi implantado o Projeto intitulado de Resolução de
Problemas – Desvendando os Mistérios da Matemática, que foi realizado com cinco turmas do Ensino Médio do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal. As aulas do projeto
ocorreram de modo presencial e também pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. A avaliação do
projeto ocorreu através de um questionário, onde foi utilizado o método misto que combina técnicas
quantitativas e qualitativas para análise dos dados. Notou-se que os alunos se tornaram construtores do seu
próprio conhecimento, compreendendo a matemática de forma dinâmica e instigante através da metodologia de
Resolução de Problemas Matemáticos.
Palavras-chave: Resolução de problemas; Matemática; Metodologia.
1. Introdução
investigativas, além de trazer situações reais do cotidiano, abrir portas para a imaginação e
propiciar a descoberta de novos conhecimentos, possibilitando o desenvolvimento de
capacidades intelectuais.
Com isso, a escolha de situações-problema para o ensino deve estar relacionada com
os problemas estratégicos, desviando-se daqueles exercícios que só servem para memorização
e repetição do conteúdo, uma vez que, ao fazer isso, os alunos aprendem a decorar e não são
realmente incentivados a desenvolverem o raciocínio lógico. De acordo com Santos (2018), a
diferença entre um exercício e um problema pode ser apontada como:
1ª) Entender o problema: significa ler e interpretar: Muitas vezes, os alunos não
conseguem resolver um problema porque não compreenderam ou não interpretaram o que se
pede no enunciado. Então, alguns questionamentos podem ser feitos, como: o que se procura
ou o que se quer resolver no problema.
2ª) Estabelecer um plano: é estabelecer uma ação através da coleta de dados que o
enunciado nos oferece. Desta forma, podemos desenhar, construir gráficos a partir dos dados
e até mesmo resolver o problema por partes.
3ª) Executar o plano estabelecido: nesta fase, devemos pôr em prática o que foi
planejado, devendo-se ter muita paciência e cuidado para resolver o problema para que
possamos alcançar o resultado correto.
4ª) Verificar e interpretar, fazendo uma reflexão sobre o problema: após fazer os
passos anteriores, os alunos devem analisar o resultado obtido na resolução, sendo que, muitas
vezes, o erro acontece neste momento, ou seja, o aluno não faz uma verificação para ter a
certeza do valor encontrado no problema. Desse modo, caso haja falhas, pode-se fazer o
cancelamento do resultado e realizar os cálculos novamente, obtendo o resultado correto.
3. Procedimentos metodológicos
para a sala de aula, para sua construção foram utilizados: cartolina, E.V.A, cola, régua,
tesoura, fita adesiva, papel contact e impressões em folha de sulfite A4.
E, por último, foi aplicado um questionário para avaliar o projeto, que consistia em
saber a opinião dos alunos participantes do projeto, buscando entender se a metodologia de
resolução de problemas contribuiu para melhorar o aprendiza do na disciplina de matemática.
Segundo Mirian Goldenberg, a aplicação de questionário proporciona alguns ganhos como:
A análise dos dados da pesquisa teve uma abordagem mista, ou seja, envolvendo a
coleta de dados quantitativos e qualitativos.
A escolha por essa abordagem mista, deve-se ao fato de que a interação entre a
pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa, possibilita melhores resultados para a análise de
dados, sendo assim ambos os métodos de coleta teve a sua contribuição para a pesquisa.
O projeto teve quatro encontros presenciais em cada uma das turmas participantes,
sendo que cada aula teve a duração de 1 hora. Na primeira aula, foi explicada a história do
matemático George Polya e suas contribuições para a Resolução de Problemas, apresentando
os quatro passos desta metodologia: compreender o problema, estabelecer um plano, executar
o plano e o retrospecto; houve a resolução de um problema de raciocínio lógico juntamente
com os alunos, para que os mesmos entendessem como ocorreriam as próximas aulas do
projeto. Por último, foi entregue aos alunos uma caixa de sugestões, críticas e elogios, com a
finalidade de analisar os comentários e melhorar ainda mais as aulas do projeto.
Na quarta aula o projeto foi finalizado. Esse momento foi marcado pela aplicação de
um questionário com questões mistas, buscando entender se com a metodologia de Resolução
de Problemas Matemáticos seria possível promover mais benefícios à aprendizagem dos
alunos. Foram realizadas várias atividades com esta metodologia durante a realização do
projeto, a seguir mostraremos uma atividade realizada em sala de aula e uma atividade
realizada no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
A bruxa Brunilda deu à sua coruja Sabichuda uma colher de poção mágica achando
que era xarope para a tosse. O resultado foi este:
Solução: após o feitiço, o dragão ficou com três cabeças e três caudas. Então, deve-se
analisar as regras do jogo para montar uma estratégia; logo, percebemos que cortar uma só
cabeça fará nascer outra cabeça, portanto, não muda nada. Se cortar as caudas nascem caudas
ou cabeça, então a estratégia mais certa é cortar duas cabeças. O primeiro passo é cortar duas
cabeças, assim o dragão ficará com uma cabeça e três caudas O segundo passo é cortar uma
ou duas caudas: se cortamos duas caudas, o dragão ficará com duas cabeças e uma cauda. O
terceiro passo é cortar as duas cabeças do dragão, assim não terá mais cabeça e terá uma só
cauda. O quarto passo é cortamos sua cauda e o dragão ficará com duas caudas. Temos, aí,
duas opções: ou cortamos uma cauda ou cortamos as duas caudas. Se cortarmos as duas
caudas, o dragão terá uma cabeça e nenhuma cauda, e nunca poderemos desfazer o feitiço. O
quinto passo é cortar somente uma cauda, assim o dragão ficará com três caudas. O sexto
passo é cortar duas caudas e o dragão passará a ter uma cauda e uma cabeça. O sétimo passo
será cortar a cauda e o dragão terá duas caudas e uma cabeça. O oitavo passo será cortar as
duas caudas, e nasce uma cabeça, e assim o dragão terá duas cabeças. O nono passo é cortar
as duas cabeças, assim o feitiço é desfeito.
Esse problema causou grande entusiasmo nos alunos na busca pela sua solução. Para
facilitar, foi entregue material manuseável, neste caso: o corpo do dragão, as cabeças e as
caudas para que os alunos pudessem manipular as jogadas. Inicialmente, houve uma
competição entre os grupos; porém, no decorrer das aulas esse comportamento foi sendo
deixado para trás e os alunos começaram a interagir mais pela busca da resposta.
aulas de matemática mais atrativas e significativas, uma vez que os alunos já estavam
familiarizados com a utilização da informática.
A família Oliveira tem uma história curiosa: 1) As crianças recebem os nomes dos tios
paternos; 2) Todo irmão tem filhos com os nomes de todos os irmãos; 3) Ninguém recebe os
nomes dos pais; 4) Não há irmãos com nomes repetidos.
A regra foi criada por Abelardo e começou a valer a partir dos seus netos. Hoje o Sr.
Abelardo tem filhos, netos e bisnetos, todos homens. E o mais curioso é que hoje o número
total de descendentes é igual a idade do patriarca. Quantos anos tem o Sr. Abelardo?
Solução:
acertos, mas de compreender a maneira como cada aluno é capaz de aprender. Com o projeto,
notou-se que cada aluno tem seu próprio conhecimento e diversas maneiras de se pensar.
Na quarta questão, os alunos deveriam avaliar como foi a explicação dos problemas.
Dos 85 alunos participantes do projeto, 2 disseram regular, 25 disseram que foram boas, 32
disseram que foram ótimas e 26 disseram que foram excelentes.
A quinta questão perguntava se algo precisaria ser mudado nas aulas do projeto.
Um aluno sugeriu gravar videoaulas com as soluções dos problemas e utilizar o fórum
de discussões, uma vez que, assim, os alunos poderiam debater sobre o assunto, caso
existissem dúvidas nas resoluções. Ainda, 72 alunos disseram que não deveria haver
mudanças e apenas 13 disseram que deveria haver algumas mudanças no projeto relacionadas
ao AVA.
A sétima questão pedia que os alunos descrevessem a experiência deles com o Projeto
de Resolução de Problemas – Desvendando os Mistérios da Matemática.
5. Considerações finais
Espera-se que a metodologia utilizada neste projeto possa contribuir com professores
de matemática da Educação Básica que pretendem usar a Resolução de Problemas
Matemáticos como aliada no processo de ensino-aprendizagem, motivando-os a utilizar, em
suas práticas docentes, esta estratégia didática que pode promover vários benefícios para a
melhoria da aprendizagem dos alunos.
6. Referências
1. Introdução
Devido sua amplitude, tornou-se uma proposta de teoria do conhecimento, tendo como
essência as distintas formas de conhecer. Assim, a tendência etnomatemática no campo de
pesquisa e proposta educacional busca respeito e diálogo entre epistemologias distintas para
construções de novos conhecimentos, sem hierarquização e imposições dos conhecimentos
por parte da cultura dominante.
Etnomatemática, apesar de não ter utilizado esse termo, com enfoque na crítica sociocultural
da Matemática Ocidental (D’AMBROSIO, 1997).
Rosa e Orey (2018) apresentam outras organizações e grupos de estudos, por exemplo,
o Grupo de Trabalho sobre o papel da etnomatemática na Educação Matemática (TSG35), o
Congresso Internacional de Educação Matemática (ICME), a Red Latinoamericana de
Etnomatemática e o Grupo de Estudos e Pesquisas em Etnomatemática (GEPEm), da
Faculdade da Educação, da Universidade de São Paulo.
3. Definições de etnomatemática
[...] uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua história para
explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível e
perceptível, e com o seu imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural e
cultural. Isso se dá também com as técnicas, as artes, as religiões e as ciências em
geral. Trata-se essencialmente da construção de corpos de conhecimento em total
simbiose, dentro de um contexto temporal e espacial, que obviamente tem variado
de acordo com a geografia e a história dos indivíduos e dos vários grupos culturais a
que eles pertencem famílias, tribos, sociedades, civilizações. A finalidade maior
desses corpos de conhecimento tem sido à vontade, que é efetivamente uma
necessidade, desses grupos culturais de sobreviver no seu ambiente e de transcender,
espacial e temporalmente, esse ambiente.
Contudo, devido sua amplitude, pesquisadores dessa área, como Gelsa Knijnik e
Sebastiani Ferreira, compartilham da opinião de que há uma impossibilidade de se dar uma
definição que se encerre o significado de etnomatemática. Entretanto, entre a comunidade de
etnomatemáticos (pelo menos na comunidade brasileira) é reconhecida sua definição
etimológica:
Para Passos (2004, p. 26), segundo os autores estudados em sua pesquisa, “alguns
desses termos foram criados antes das ideias de D’Ambrósio, e, depois foram feitas relações
com a etnomatemática” d’ambrosiana.
Já na análise dos trabalhos publicados nos anais dos cinco anos do CBEM (2000 –
2016), realizada por Rosa e Orey (2018), nos aponta que as pesquisas em etnomatemática tem
acontecido mais na dimensão educacional (38,5) que nas demais dimensões: epistemológica
(17,9%), cognitiva (18,1%), conceitual (14,7%), histórica (5,8%) e política (5,0%).
Além disso, baseado nas leituras sobre etnomatemática para elaboração deste trabalho,
foi possível perceber abordagens analíticas mais frequentes em análise documental e análise
discursiva, tendo como sujeitos alunos e professores, e ambientes escolares como textos da
pesquisa (urbana, rural e indígena), além do uso de técnicas de coleta de dados como
entrevistas, questionários e gravações (áudio e/ou imagem) e observação participante. Sendo
estas as mais frequentes entre um universo bem diversificado de abordagens.
[...] tem como ponto de partida a cultura local, ou seja, cada grupo cultural tem sua
identidade própria ao pensar e no agir, logo, terá seu próprio modo de desenvolver o
conhecimento matemático [...]. Portanto, a busca da matemática na cultura do
estudante, no seu dia-a-dia, presente na etnomatemática, pode ser um importante
aliado do professor, não só como elemento motivador, mas também como
metodologia de ensino.
Portanto, a escola não pode ser um espaço separado, isolado, que não se relaciona com
a comunidade a qual está inserida, tendo discursos “estranhos” aos seus alunos. A concepção
etnomatemática de dinâmica cultural, onde conhecimentos diferentes geram novas
aprendizagem, exigem uma escola “aberta” e acolhedora aos anseios e representações
culturais importantes da sua comunidade, e um processo de ensino-aprendizagem baseado em
Tal concepção etnomatemática lança o professor para além daquele que se coloca
como o detentor único do conhecimento abordado, que não leva em consideração os
conhecimentos empíricos das vivências culturais dos seus alunos, e por isso, assume um papel
de “doador” do saber e tem em seus alunos apenas ouvintes passivos e receptores de seus
saberes. Nesse sentido, é importante estarem presentes nos currículos as concepções
etnomatemáticas.
A esse respeito, Corrêa (1992, p. 17-18) faz uma análise de algumas mudanças
conceituais nos componentes básicos do currículo propostos por D’Ambrósio:
Chamo a atenção para o ano da análise realizada por Corrêa (1992), e que nos parece
bem atual, questões como, por exemplo, o “terrorismo intelectual” ou “medo” da matemática,
a “quebra de resistências”, a construção da cidadania para manutenção do processo
democrático, a insistência de uso de teorias de aprendizagem já superadas, o relacionamento
da escola com a comunidade em que está inserida e o sistema de avaliação, são questões ainda
presentes nas discussões da educação do século XXI.
7. Considerações finais
Além disso, é possível afirmar, mesmo que baseado em experiência profissional, que
apesar de a tendência etnomatemática ter forte implicações pedagógicas, ainda, atualmente,
encontra “resistências”, não apenas em constar nos currículos (teoria), mas ser uma realidade
de práticas pedagógicas nas escolas brasileiras.
8. Referências
Resumo:
O presente artigo é um recorte da fundamentação teórica de uma pesquisa em andamento no curso de Mestrado
em Educação Matemática, do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática – PPGEM, ofertado pela
Universidade Federal de Rondônia no Campus de Ji-Paraná. Tem por objetivo analisar os pressupostos da
etnomatemática, da decolonialidade e da interculturalidade crítica e suas possíveis convergências no âmbito da
educação escolar indígena. Para fundamentar a pesquisa, o aporte teórico sobre etnomatemática é representado
pelo autor Ubiratan D’Ambrosio; sobre decolonialidade a fundamentação se baseia nos autores Anibal Quijano,
Walter Mignolo e Boaventura de Sousa Santos; por sua vez, a interculturalidade crítica é analisada na
perspectiva da autora Catherine Walsh. A abordagem metodológica é qualitativa, com pesquisa bibliográfica.
Como resultado, verificou-se que entre os três temas abordados há convergências entre seus pressupostos e que
tais pressupostos podem ser utilizados, isolados ou juntos, nas construções de novas pedagogias, novas práticas
de ensino e aprendizagem no âmbito da educação escolar indígena.
Palavras-chave: Etnomatemática; Educação Escolar Indígena; Decolonialidade; Interculturalidade Crítica.
1. Introdução
3 Neste trabalho aparecem, ou podem aparecer, tanto o termo decolonialidade e decolonial como o termo
descolonialidade e descolonial. Foi Catherine Wash quem optou por excluir o “s” na procura de fazer uma
distinção com o significado em Castelhano “des” que pode ser entendido como um simples desarmar, desfazer
ou reverter o colonial. Ou seja, passar de um momento colonial a um não colonial, como se fosse possível que
seus padrões e traços deixassem de existir. Com este jogo linguístico, Walsh, tenta mostrar que não existe um
estado nulo de colonialidade, mas posições, horizontes e projetos a resistir, transgredir, intervir, emergir, criar e
[...] uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua história para
explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível e
perceptível, e com o seu imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural e
cultural. Isso se dá também com as técnicas, as artes, as religiões e as ciências em
geral. Trata-se essencialmente da construção de corpos de conhecimento em total
simbiose, dentro de um contexto temporal e espacial, que obviamente tem variado
de acordo com a geografia e a história dos indivíduos e dos vários grupos culturais a
que eles pertecem famílias, tribos, sociedades, civilizações. A finalidade maior
desses corpos de conhecimento tem sido à vontade, que é efetivamente uma
necessidade, desses grupos culturais de sobreviver no seu ambiente e de transcender,
espacial e temporalmente, esse ambiente (D’AMBROSIO, 2005, p. 102).
Devido a sua amplitude, tentar definir “o que é etnomatemática” parece não fazer mais
sentido entre pesquisadores desta área, pois compreendem não ser possível elaborar uma
definição que comporte/encerre todo o seu significado. Entretanto, é amplamente
reconhecida/aceita pela comunidade de etnomatemáticos (pelo menos na comunidade
brasileira) a seguinte definição etimológica de etnomatemática:
influenciar (WALSH, 2009). Portanto, ambos os termos devem ter o mesmo significado quando está se tratando
da colonialidade do poder.
Nesse caso, o Programa Etnomatemática diz respeito a mais que uma matemática
acadêmica imposta de maneira universal, é mais ampla, holística, uma teoria do conhecimento
que abarca várias áreas. Entre os campos de pesquisas da Educação Matemática, a
Etnomatemática transcende do plano da interdisciplinaridade para o plano da
transdiciplinaridade, investigando sobre os saberes e fazeres matemáticos, não apenas em
escolas ou salas de aula, mas nos mais diversos ambientes e grupos culturais distintos. Para
D´Ambrosio (2009, p. 79-80), a transdisciplinaridade favorece uma
Desse modo, nós entendemos, neste trabalho, que essa outra formação discursiva
que emerge desse campo apresenta-se como uma resistência aos modos de
governamento (im) posto pelo campo da matemática formal, uma resistência que
não nega a matemática, tão pouco pretende instituir uma revolução nesse campo do
saber, mas busca novas formas de pensar esse saber, novas condutas e normas de
constituição desse saber, por isso estamos aqui entendendo como um movimento de
contra-conduta (MONTEIRO, MENDES, 2015, p. 05).
Vale ressaltar que, na busca por novas formas de pensar os saberes, a etnomatemática
dialoga com vários campos – história, filosofia, sociologia, antropologia e educação, entre
outros, que a conduzem para um espaço transdisciplinar de múltiplas possibilidades. Segundo
Ribeiro e Ferreira, a etnomatemática,
que os varões probos, inteligentes, virtuosos e humanos dominem sobre todos os que não
possuem estas qualidades” (SEPÚLVEDA, apud DUSSEL, 2010, p. 355).
Santos diz que o pensamento abissal eurocêntrico criou uma linha divisória entre as
realidades sociais, onde um dos lados (norte) detêm o poder, enquanto o outro inexiste (sul).
Para Síveres e Santos (2013), a ideia não é desconsiderar tudo que é conhecimento
ocidental, mas apenas a defesa do direito de emergir conhecimentos não ocidentais,
dialogando mais, pensando muito mais, acolhendo muito mais conhecimentos que ao longo da
história vêm sendo excluídos, e questionar a negação de todo conhecimento que não seja do
pensamento moderno ocidental. É a defesa de que é preciso abrir mão de toda epistemologia
geral, de qualquer caminho universal.
Afinal, quando há apenas um caminho como opção, não é uma opção. Nesse sentido, o
descolonizar na educação escolar indígena seria/será uma prática de construção de novas
pedagogias além da hegemônica, uma práxis, articulando etnomatemática e pedagogias
decoloniais.
Assim, a interculturalidade também se faz funcional para o poder, que, segundo Walsh
(2016), cooptaram o termo, tornando-o um adjetivo de políticas e legislações, sempre com
enfoque étnico e por uma questão de reconhecimento e inclusão. Neste sentido, a perspectiva
intercultural (funcional) na educação escolar indígena representa mais um mecanismo de
controle, pois, ao mesmo tempo em que reconhece a diversidade cultural e a importância da
reciprocidade entre seus saberes e fazeres, “não questiona as regras do jogo e é perfeitamente
compatível com a lógica do modelo neoliberal existente” (WALSH, 2009, p. 21).
Por fim, uma educação intercultural crítica e decolonial tem que ser desejada como um
direito de todos os povos do “sul” (lugares e povos marginalizados, excluídos e oprimidos) e
alcançar todas as instâncias sociais, políticas, culturais, econômicas, educacionais e
epistêmicas na busca de um sistema-mundo diferente do atual, melhor, mais justo e mais
humanitário.
5. Considerações finais
Os pressupostos presentes em cada uma delas podem ser utilizados de forma isolada
ou juntos, ou seja, há possibilidades de se utilizar pressupostos dos três temas abordados na
construção de novas pedagogias, novas formas de ensinar e aprender. É claro que as três
teorias são amplas e todas elas não têm em suas origens a finalidade de tornarem-se
disciplinas acadêmicas, ao contrário, devem estar presentes em âmbitos diversos da
6. Referências
Resumo:
O presente trabalho é um recorte de uma investigação biobibliográfica desenvolvidas na área de Educação
Matemática que utilizou como fundamentação teórica o Modelo dos Campos Semânticos. Iremos destacar
algumas considerações que o MCS (Modelo dos Campos Semânticos) faz e mostrar a análise das pesquisas
desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Unesp (Universidade Estadual
“Júlio de Mesquita Filho”). O período de referência é de 1998 a 2017, do qual selecionamos as pesquisas sob a
orientação do Professor Dr. Romulo Campos Lins, professor Livre Docente da Unesp Rio Claro. A partir da
análise a respeito das pesquisas realizadas e tomando como referencial teórico-metodológico o Modelo dos
Campos Semânticos (Lins, 1999), construímos considerações e esboço a respeito da investigação. De acordo
com as leituras realizadas até o momento, observamos que o Modelo dos Campos Semânticos é um potente
referencial teórico-metodológico para pesquisas na área da educação matemática e formação de professores.
Com isso consideramos que o MCS pode dar uma importante contribuição a pesquisas futuras.
Palavras-chave: Modelo dos Campos Semânticos; Educação matemática; Teses.
1. Introdução
Este trabalho é direcionado aos leitores que objetivam conhecer e/ou trabalhar no viés
do Modelo dos Campos Semânticos (MCS), mobilizados pelo esforço de compreender o
conceito do Modelo dos Campos Semânticos apontados por Lins (1993, 1994, 1999, 1997,
2004, 2012), conceito principal desta pesquisa.
incentivo de Lins para a Educação Matemática. Embora tenhamos recente contato com o
MCS, já é o suficiente para compreendermos que essa teorização sinaliza uma aliança muito
forte com a Educação Matemática.
Por fim, as análises realizadas, nos deram suporte para perceber que essas pesquisas
que analisam produção de significados sobre sujeitos diretamente ligados a Educação
Matemática são importantes para o campo da pesquisa acadêmica. Portanto, a seguir, a partir
das leituras realizadas, pretendemos apresentar brevemente o que é o MCS, e, também, como
se dá a sua aplicação nas pesquisas acadêmicas.
O Modelo dos Campos Semânticos (MCS) se constitui, entre outras coisas, como uma
possibilidade de leituras de processos de produção de significados na escola, nas salas de aula,
nas salas de aula de matemática, como também na rua, em práticas e contextos do dia a dia.
Trata-se de um quadro teórico, uma teorização sempre contingente e emergente (LINS, 2012).
Para o professor de matemática, esse movimento de teorização, como preferimos caracterizar,
oferece estratégias político-pedagógicas para ler o que acontece em sala de aula em tentativas
de se afastar da caracterização dos alunos pela falta (nos aprofundaremos neste tema mais
adiante) e, com isso, tomar decisões, interagir e intervir em processos de produção de
significados de seus alunos, a partir do que estes produzem.
Entretanto, outra possibilidade para o professor, é lidar com o que acontece em sala de
aula, com aquilo que os alunos falam e produzem. Nessa direção, em meio a uma estratégia
político-pedagógica, o professor pode por em marcha um processo de leituras plausíveis com
os alunos, a partir do que eles produzem. Segundo Lins (1999, p.93), “/.../ Toda tentativa de
se entender um autor deve passar pelo esforço de olhar o mundo com os olhos do autor, de
usar os termos que ele usa de uma forma que torne o todo de seu texto plausível”. Ou seja, ao
realizar uma leitura do outro, desejando lê-lo e produzir com, o professor precisa olhar, em
detalhes, com atenção para os significados e objetos constituídos por seus alunos. Este
processo é complexo, pois passa pelo esforço de tentar se desvencilhar de amarras profundas
em nossos modos de interagir com os outros, de se deslocar do nosso modo de compreender
um determinado conteúdo e, muitas vezes, nossa maneira de ler e constituir mundos.
O que queremos ressaltar é que noções como significados, objeto, interlocutor e leitura
plausível oferecem uma possibilidade para ler e produzir em salas de aula com nossos alunos.
Oferece uma possibilidade de pensar salas de aula de matemática como espaço de produções
com demandas, problemas e realizações que lá acontecem.
Nem sempre é fácil, nem mesmo possível. Muitas vezes o que nos resta é o silêncio
em relação a uma fala ou um gesto de um aluno. Muitas vezes para o professor trabalhar, ler
seu aluno pela falta é a única possibilidade. Nossas considerações, com isso, não são na
direção de doutrinar um modo correto do que deve acontecer em salas de aula, mas sim,
oferecer outras possibilidades. Ler e produzir o que acontece em sala de aula, em termos de
processos de produção de significados, pode se constituir como um projeto político-
pedagógico de professores de matemática, um projeto que pode ser partilhado com os alunos e
colocado em marcha aos poucos.
Ler e produzir com alunos a partir do que produzem em detrimento ao que a eles
faltam se constitui como uma prática de lutar contra os processos classificatórios e de
exclusão que estão na escola. Lutar contra desigualdades sociais, econômicas e culturais que
já instituem alunos fracassados antes mesmo destes terem alguma possibilidade de sobreviver
em meio ao nosso sistema capitalista contemporâneo.
3. Teses analisadas
O Professor Dr. Romulo Campos Lins, foi professor Livre Docente da Unesp - Rio
Claro, onde atuou por 25 anos juntos aos programas de mestrado e doutorado (Espaço
Romulo Lins, SIGMA-t, 2021). Autor do Modelo dos Campos Semânticos orientou diversas
pesquisas na área da Educação Matemática nesses 25 anos de dedicação e empenho, sendo
elas 15 teses de doutorado. A seguir, elencamos a relação das teses mais detalhadamente,
encontradas no catálogo de teses e dissertações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior) e no repositório virtual institucional da Unesp.
Claudia Laus Angelo Uma leitura das falas de alunos do Ensino Fundamental 2012
sobre a aula de Matemática
O trabalho investigativo do Prof. Dr. Lenilson Sérgio Candido nos faz compreender
como se dá a utilização do Modelo dos Campos Semânticos e, simultaneamente,
compreendermos a história do curso de Licenciatura em Matemática no campus da UNIR em
Ji-Paraná.
As noções de leitura plausível/leitura positiva têm sido, por vezes, usadas como
equivalentes, mas eu prefiro fazer uma distinção. A leitura plausível se aplica de
modo geral aos processos de produção de conhecimento e significado; ela indica um
processo no qual o todo do que eu acredito que foi dito faz sentido. Outra maneira
de dizer que faz sentido em seu todo, é dizer que o todo é coerente (LINS, 2012,
p.23).
Tentar realizar uma leitura plausível do que o outro produz como enunciação, como
conhecimento, colocando-o como interlocutor, exige a busca por uma interação produtiva. Se
desejo ter uma interação produtiva com o outro, ou simplesmente entendê-lo, necessito me
esforçar para realizar uma leitura plausível. Este processo reforça a necessidade de que meu
interlocutor promova uma justificação do que está produzindo, fazendo sentido estas idas e
vindas com indagações pontuais a partir do que o meu interlocutor diz.
A pesquisa foi escrita em forma de documentário, ideia que surgiu da observação que
Lins fez ao assistir ao programa Globo Repórter. A partir de então, Candido (2015) em sua
tese, explica todo o cenário da pesquisa, os caminhos escolhidos e se apresenta como fonte
junto com os demais colegas de trabalho, dentre eles, o professor Eudes Barroso, professora
Maria das Graças de Souza Viana Diogo, professor Marlos Gomes de Albuquerque, professor
Ariveltom Cosme da Silva, professora Aparecida Augusta da Silva, professor Fernando Luiz
Cardoso e o professor Osmar Siena. Os dois primeiros, iniciaram as discussões narrando o
período da década de oitenta e noventa sobre a criação do curso de Licenciatura em
Matemática na UNIR campus Ji-Paraná.
Sou o professor Marlos Gomes de Albuquerque, licenciado em Matemática pela Universidade de Pernambuco.
Eu fiz a licenciatura no período de 1984 até 1988. No ano de 91, fui convidado para trabalhar na UNIR como
professor colaborador. Eu conciliava meu trabalho do Estado e da Universidade em Cacoal. Em 92, surgiu o
concurso de Matemática para a cidade de Ji Paraná. Fiz o concurso, fui aprovado, o primeiro professor efetivo da
área de Matemática. Tomei posse em 27 de outubro de 1992. Fiz a especialização já sendo professor da UNIR,
no ano de 96, pela Universidade Federal de Pernambuco em Matemática Pura. Foi aí que eu vi que, não era bem
a linha que eu queria seguir. No ano de 99 a 2000, eu fiz o mestrado pela Universidade Federal de Santa
Catarina. Foi um MINTER que houve aqui em Rondônia O doutorado, estou fazendo agora, 10 anos depois do
mestrado, no caso, no curso da REAMEC, a Rede Amazônica de Educação e Ensino de Ciências e Matemática.
Quadro 1: Depoimento do Professor Dr. Marlos Gomes de Albuquerque
Fonte: Candido (2015, p. 18)
Após as realizações das entrevistas, o autor partiu para os procedimentos das análises,
primeiro ele transcreveu as entrevistas, na fase seguinte realizou a conferência junto aos
depoentes, em seguida realizou o exercício de leitura plausível, proposta por Lins (1999) e
apoiado na teoria do Modelo dos Campos Semânticos de Lins (2012), “Produzimos um
documentário escrito, sob os seguintes fios: as decisões pedagógicas e as decisões
administrativas” (CANDIDO, 2015, p. 30).
Compreendemos que o Modelo dos Campos Semânticos foi usado como base teórico-
metodológico para analisar as entrevistas e os documentos. Sendo assim, Candido (2015)
salientou que a experiência de tratar da apresentação do seu estudo na forma de documentário,
foi uma grande empreitada e animou-o para continuar investindo na questão de encontrar
meios relevantes de compartilhar experiências com os profissionais da comunidade e
pesquisadores da Educação Matemática.
5. Considerações finais
Por intermédio deste trabalho e a partir das leituras que realizamos percebemos que o
Modelo dos Campos Semânticos esta presente na tese analisada, é um robusto referencial
teórico para pesquisas que discutem sobre educação matemática.
Os resultados ainda são parciais para esta pesquisa, que visa futuramente analisar
todas as teses e na perspectiva de apresentar uma primeira leitura e posteriormente uma leitura
mais consistente da pesquisa completa.
6. Referências
Resumo:
Apresenta-se aqui uma discussão a respeito do distanciamento da mulher negra da educação matemática, devido
às relações de gênero e raça presentes na sociedade brasileira. Trata-se da educação matemática não somente
como uma matéria do currículo escolar, mas como um instrumento de poder e status que durante séculos foi
negado a determinados grupos.
1. Introdução
Pensando na organização social na qual vivemos, observamos que desde muito tempo
nossa sociedade se constitui de privilégios, a educação é um deles. A história nos mostra
períodos em que a educação de ricos e pobres, homens e mulheres, negros e brancos, se dava
de uma forma diferente, em que cada “classe” aprendia aquilo que lhe era considerado
adequado. A população negra sempre esteve à margem dos processos educacionais. Por ser
“entregue a própria sorte”, não tinham oportunidade de se escolarizar, seja no acesso ao
ensino das primeiras letras e ou na continuação dos estudos (MIRANDA, 2010).
exemplo o magistério, em 1920, por conta da preferência pelas mulheres brancas nos espaços
escolares, uma série de procedimentos foi criada a fim de dificultar o acesso de mulheres
negras a esse cargo (FONSECA, 2007), de formas semelhantes ocorria em outras posições, ao
constar como exigência “boa aparência” por exemplo. A mulher negra é pertencente a dois
grupos que historicamente foram isolados da camada privilegiada: as mulheres e os negros.
As discriminações e estereótipos impostos a esses grupos atingem a mulher negra
simultaneamente, o que a manteve distante da educação no geral, e mais especificamente da
matemática por muito tempo.
Para compreender de que forma esse distanciamento ocorre veremos qual a relevância
de ser pertencente a determinado gênero e raça para a educação matemática. À priori
discutiremos a respeito das relações entre gênero e educação matemática, sendo esta a
primeira esfera a qual nosso foco de estudo pertence. Posteriormente trataremos das questões
raciais as quais a mulher negra também se encontra condicionada.
Estão imbricadas no imaginário social, ideais a respeito do que é ser uma mulher ou
um homem, estruturados a partir de relações de poder entre os sexos, “os gêneros se
produzem, portanto, nas e pelas relações de poder” (LOURO,1997). Compreendida a
definição de gênero, introduziremos agora essa discussão no ambiente educacional.
Comecemos pontuando que ao longo da história foram levantadas teorias e pesquisas para
“provar” distinções psíquicas e comportamentais de cada gênero e diferenciar suas
habilidades e aptidões, a fim de definir e justificar seus lugares próprios na organização social
(LOURO, 1997).
Durante o século XIX a “natureza humana” se tornou objeto de estudo da ciência, com
fundamentos profundamente patriarcais. Foram feitas diversas afirmações a respeito da mente
feminina a fim de “comprovar” sua inferioridade intelectual de alguma forma. Era portanto,
muito comum excluir mulheres dos ambientes acadêmicos com a justificativa de que essas se
deixavam levar facilmente pelas emoções e não eram capazes de realizar julgamentos
completamente racionais.
A mulher como objeto da ciência do século XIX era delicada, não profunda; a
detentora da ordem moral via maternidade. Típicas eram as fracas e desfalecentes mulheres
vitorianas da classe média, cujas mentes, como borboletas, eram incapazes de se concentrar,
movimentando-se de um pequeno bordado a um pequeno isso, um pequeno aquilo; delicado,
completo, mas superficial. (WALKERDINE, 2006. p. 14)
Esse pensamento nos leva ao senso comum atual, que qualifica mulheres como
irracionais ou frágeis devido às suas emoções e logo, inaptas para as ciências exatas, bem
como para outras ciências que exigem tal racionalidade. Naturalizou-se com o tempo a que os
homens teriam mais êxito nessas funções. Segundo Walkerdine (2007, p. 06) “O sucesso na
Matemática é tomado como uma indicação do sucesso em raciocinar. A Matemática é vista
como o desenvolvimento da mente lógica e racional.”
Uma das afirmações usadas para “comprovar” que mulheres não têm a mesma aptidão
para as exatas é de que estas não são capazes de quebrar as regras, de inovar, de serem de fato
geniais e autônomas. Mas na verdade, as que demonstram possuir essas características são
[...] esta explicação tem sido infligida às mulheres (assim como a designação de
"esforçada" foi infligida a mim) e acabamos aceitando isso, acreditando que nós podemos ser
boas operárias, boas secretárias, assistentes de pesquisa, mas nunca grandes pensadoras ou
gênios. (WALKERDINE, 1995. p.215)
4. Considerações finais
Diante de tudo que foi aqui apresentado, observamos que a educação matemática
enquanto fonte de prestígio social e símbolo de capacidade cognitiva, foi afastada das
mulheres negras por ocasião de seu gênero e raça, os quais historicamente se tenta de diversas
formas inferiorizar e desmerecer. Contudo, a mulher negra tem resistido e ocupado espaços
que nunca foram pensados ou destinados a ela, se tornando prova de que qualquer um que
queira pôr em prova sua capacidade racional, não será bem sucedido.
Apesar de toda a dificuldade que é imposta a mulher negra pela sociedade, temos
contado com grandes cientistas, líderes e pensadoras que vêm fazendo história e inspirando
outras mulheres a lutar por esse espaço que durante tanto tempo nos foi negado. É importante
que se reconheça os abismos criados para afastar a educação matemática desse grupo para que
eles possam ser superados. Pois só assim teremos cada vez mais mulheres negras ocupando
essas posições e construindo uma sociedade mais justa e igualitária.
5. Referências
FONSECA, M. V. Pretos, pardos, crioulos e cabras nas escolas mineiras do século XIX.
Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
GONZALEZ, L. Lélia Gonzalez: primavera para as rosas negras. São Paulo: UCPA Editora,
2018.
IBGE. PNAD Educação 2019: Mais da metade das pessoas de 25 anos ou mais não
completaram o ensino médio. Estatísticas sociais: 2020. Disponível
em:<genciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/28285-pnad-educacao-2019-mais-da-metade-das-pessoas-de-25-anos-ou-
mais-nao-completaram-o-ensino-medi0> Acesso em: 25 nov. 2020.
Resumo:
O presente trabalho foi desenvolvido a partir de discussões sobre Formação de professores que atuam no ensino
de matemática, vivenciadas por acadêmicos do curso de Mestrado em Educação Matemática, da Fundação
Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus de Ji-Paraná. Este trabalho tem como objetivo retratar
alguns aspectos históricos relativos ao campo da Formação de Professores que ensinam matemática nas
dimensões da formação inicial e continuada. Desse modo, adotou-se uma abordagem qualitativa, de cunho
bibliográfico. Com base em autores como Ferreira (2003), Fiorentini et al,. (2003) e Gatti (2009) que discutem a
formação de professores, e também a formação de professores que ensinam matemática. Ao refletir sobre a
temática evidenciou-se diversos aspectos históricos que contribuíram para a consolidação desse campo de
pesquisa como a ampliação dos temas investigados, mudanças que ocorreram na formação de professores em
diversos países que possibilitaram grandes reformas educacionais e propiciaram novas reflexões sobre o que se
entende por formação de professores. Logo, espera-se que este trabalho possa contribuir para a compreensão
acerca dos aspectos históricos no âmbito da formação inicial e continuada do professor e do futuro professor que
ensina matemática.
Palavras-chave: Aspectos históricos; Formação inicial; Formação continuada.
1. Introdução
objetivo deste trabalho é retratar alguns aspectos históricos relativos ao campo da formação de
professores que ensinam matemática nas dimensões da formação inicial e continuada.
Nesse sentido, adotou-se uma abordagem qualitativa que “apesar de ter sido
regularmente utilizada pelos antropólogos e sociólogos, só nos últimos trinta anos começou a
ganhar um espaço reconhecido em outras áreas, como a psicologia, a educação e a
administração de empresas”(GODOY, 1995, p.58), de cunho bibliográfico fundamentado em
autores como Ferreira (2003), Gatti (2009) para discutir a formação de professores, e também
a formação de professores que ensinam matemática, e também Fiorentini et al,. (2003).
Além disso, são os professores que exercem um papel de renovação diária no contexto
da sua realidade escolar. Desse modo, suas crenças, conhecimentos, valores, identidade e
demais situações também são aspectos importantes e que devem ser considerados no universo
de sua formação.
Deste modo, a partir da década de 90, destacam-se pesquisas abordando não somente o
processo de ensino-aprendizagem como também, as crenças, concepções e valores dos
professores como objetos de pesquisas em um âmbito mais global. Nessa perspectiva o
professor, de objeto passivo de estudo e formação passou a ser considerado como sujeito do
estudo com participação ativa e colaborativa em muitos casos (FERREIRA, 2003).
Esses estudos foram organizados de acordo com o tema abordado, sendo constatado
vinte e quatro pesquisas sobre cursos e programas de formação de professores, entre elas
destacam-se os trabalhos de Araújo (1979); Melo (1982); Oliveira (1983); Araújo (1990);
Gonçalves (1992); Zaida (1993); Passos (1995); Faria (1996); Costa (1999); Pinotti (1999);
Viel (1999); Bezerra (2000); Freitas (2001). Doze dessas pesquisas abordam aspectos do
estágio supervisionado e da prática de ensino, entre os autores estão: Araújo (1979); Ferreira
(1980); Tavares (1982); Cunha (1999); Freitas (2000); Castro (2002). Seis pesquisas versaram
sobre o estudo de outros conhecimentos, entre o quais menciona-se Santos (1993) e Darsie
(1998). Cinco investigações tratam das atividades extras curriculares e experiências, sendo
apontados autores como Silva (1982); Azevedo (1998) e Barbosa (2001). A prática dos
formadores de professores, o pensamento e a formação específica desse profissional são
abordados nos trabalhos de Garnica (1995); Gonçalves (2000); Brasil (2001); Silva (2001).
Outros autores como Cyrino (1997); Miotto (1997); Gomes (1999) e Ribeiro (1999)
enfatizam outros aspectos da formação inicial de professores (FIORENTINI et al., 2002).
Sabe-se que a formação continuada que assim como em outros aspectos da formação
profissional docente passou por várias transformações, seja nas suas dimensões ou
nomenclaturas.
Sobre isso Zanon (2011, p. 52) destaca alguns termos que foram utilizados para
representar essa temática “[...] reciclagem, treinamento, aperfeiçoamento, atualização,
educação permanente, educação continuada e, mais recentemente, formação
continuada/formação contínua”. Mas cada termo apresentava objetivos distintos, por
exemplo, a reciclagem era algo mais amplo que poderia até mudar a área de formação, sendo
que o treinamento era algo voltado para cursos de atualização profissional. Essas
terminologias tinham o formato de atender os interesses de cada época.
de professores nesse período. Nisso fica difícil perceber como era pensada a formação
continuada, porém, por volta da década de 70 a maioria das pesquisas apontam para a
concepção de formação continuada como treinamento, em que buscava-se compreender o
comportamento do professor.
Até meados da década de 80 essa visão de treinamento perdurou, ela só começou a ser
superada nos anos finais desse período, quando as concepções dos professores passaram a ser
o foco de pesquisas. A formação continuada passava por uma reconfiguração e na década de
90 o professor adquire mais espaço e questões como crenças e valores também são situações
de discussão. A partir daí a formação continuada direciona o olhar para o professor e o torna
como principal nesse espaço (FIORENTINI et. al., 2003).
Outro ponto que merece destaque é que a formação de professores, sendo no formato
inicial ou continuado foi uma das primeiras temáticas de estudo no Campo da Educação
Matemática. No primeiro Congresso Internacional de Educação Matemática (ICME) de 1969
na França, já havia discussões a respeito dessa temática.
Paulino e Pereira (2006) apresentam que nesse contexto o foco das formações
continuadas era direcionado para a formação tecnicista imposta pelos militares. Percebe-se
um formato parecido com aquele vivenciado pelos professores no âmbito internacional, eles
não ocupavam espaço de importância e eram apenas executores.
Porém, Fiorentini et al,. (2003, p. 33) apresenta que mesmo nesse período a formação
continuada passou por mudanças significativas, em que “a formação continuada de
professores de matemática sofre grandes transformações ao longo das décadas de 1970, 1980
e 1990”. Para os autores, a formação continuada vai desde a concepção de treinamento até aos
projetos de parceria entre formadores de professores.
Outro aspecto a ser destacado é com relação aos primeiros trabalhos acadêmicos sobre
formação de professores de matemática. Fiorentini, em 1994, fez um inventário do que se
tinha produzido no contexto acadêmico no período de 1960 até início da década de 1990 na
área da Educação Matemática. Ele identificou que as primeiras pesquisas sobre formação de
professores de matemática surgiram a partir da segunda metade da década de 70. E um dos
temas abordado consistia na eficácia da formação continuada para o treinamento dos
professores.
Nota-se que nesse período o professor continuava como mero executor de conteúdos,
sem participação ativa, sem se perceber nessa formação que é inerente a ele. De acordo com
Fiorentini et al., (2003, p. 28) “praticamente nenhuma pesquisa dessa época parece evidenciar
qualquer preocupação sobre o que o professor teria a dizer sobre o processo de ensino-
aprendizagem de matemática ou ainda sobre suas crenças, suas concepções e seus valores. ”
Situação semelhante era vivenciada por professores em outros países.
Um marco relevante que contribuiu para as mudanças nesse período foi a consolidação
do primeiro mestrado em Educação Matemática no Brasil. Criado pelo Instituto de
Matemática da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), espaço esse que é um
exemplo de formação continuada e propiciou a ampliação das discussões referente a temática.
4 Considerações finais
Cabe destacar-se que essas temáticas vêm passando por transformações ao longo dos
anos. Tanto na formação inicial quanto na formação continuada, ocorreram diversas
mudanças como: alterações de nomenclatura, compreensão de outras dimensões além
daquelas no formato de cursos, preocupações com as concepções dos professores, tem
também ganhado espaço nas pesquisas o entendimento de que a formação do professor se
efetiva de maneira contínua e continuada.
Espera-se que este trabalho possa contribuir para reflexões acerca dos aspectos
históricos que possibilitaram o desenvolvimento desse campo de pesquisa, no intuito de
compreender o âmbito da formação inicial e continuada do professor e também do futuro
professor que ensina matemática.
5 Referências
6 Agradecimentos
Resumo:
Este trabalho apresenta algumas informações históricas e conceituais da tendência da Educação Matemática
conhecida por formação de professores que ensinam Matemática, em especial por uma de suas dimensões que é
a formação continuada. Nesse sentido, tem como objetivo fomentar algumas considerações gerais sobre a
formação continuada de professores que ensinam Matemática, de forma a abordar um breve histórico sobre essa
tendência, seus principais teóricos (internacional/nacional) e objetos de estudo. Para isso, optou-se por um estudo
de cunho bibliográfico, com apoio em autores que discutem sobre formação docente e formação de professores
que ensinam matemática. Fez-se uma síntese da evolução histórica da tendência formação de professores que
ensinam Matemática, tendo como base situações que ocorreram entre a década de 1960 até os anos 2000.
Discute-se também sobre aspectos conceituais e como foi sendo abordada a formação continuada de professores
que ensinam Matemática nesse período. Alguns autores recebem destaque nessas temáticas como Antônio
Sampaio Nóvoa (contexto internacional) e Dario Fiorentini (contexto nacional). Essa temática foi uma das
primeiras tendências a ser consolidada no cenário da Educação Matemática e até então continua sendo uma das
mais estudadas, porém tendo passado por várias renovações.
Palavras-chave: Formação Docente; Tendência da Educação Matemática; Formação Continuada de Professores
que Ensinam Matemática.
1. Introdução
Desta forma, em linhas gerais, e sem a pretensão de esgotar o assunto, este trabalho se
propõe como uma tentativa de servir de suporte a outras pesquisas, pois há inúmeras situações
a serem estudadas sobre a formação de professores no cenário da Educação Matemática, bem
como, de poder contribuir com professores e pesquisadores que desejam conhecer alguns
aspectos da tendência formação (continuada) de professores que ensinam Matemática.
Assim como as demais tendências da Educação Matemática, essa tem como alguns de
seus pressupostos não só contribuir com a formação do professor, mas com o ensino e a
aprendizagem da Matemática, além de ampliar a concepção de que essa área é uma prática
social e que está a serviço da educação.
Paulo (UNIVESP), é no ICME 5 que os grupos de pesquisas, voltados para áreas específicas,
começam a se compor. E nesse cenário, do ICME 1 (final da década de 1960) até o ICME 5
(década de 1980), é possível perceber algumas das primeiras tendências da Educação
Matemática: Formação de professores; ensino e aprendizagem em todas as etapas escolares;
modelagem matemática e resolução de problemas.
Entre os períodos das décadas de 1960 a 1990, autores e autoras como Fiorentini
(1994), Fiorentini et al. (2003), Paulino e Pereira (2006), Araújo e Silva (2009) e Alferes e
Mainardes (2011), descrevem que até meados da década de 1980 os estudos que havia sobre
formação de professores de Matemática eram poucos e estavam voltados para as estratégias
de treinamento. Também não se notava qualquer preocupação em inserir o professor como
agente principal do processo de formação.
Na década de 1990 essa perspectiva começa a mudar e não faz mais sentido pensar em
formação de professores sem que os próprios docentes pudessem participar ativamente na
elaboração das propostas de formação. Assim, concepções sobre suas vivencias no processo
de ensino-aprendizagem, seus valores e crenças, não poderiam mais passar despercebidas.
Nesse período há a consolidação dessa temática como tendência da Educação Matemática
(FIORENTINI et al., 2003).
Outra situação observada, decorrente de estudos sobre essa tendência, trata-se de sua
nomenclatura “formação de professores de Matemática”, pois esses estudos não estavam mais
voltados apenas para os professores de Matemática, ou seja, com graduação em Matemática,
mas contemplavam os professores que ensinam Matemática, incluindo as formações que
preparavam seus docentes para atuar no ensino de Matemática, a exemplo dos cursos de
Fiorentini et al. (2016, p. 24) escrevem que “a literatura geral do campo de estudo do
professor já apontava que as pesquisas, a partir do ano 2000, passaram a deslocar seu foco de
estudo, da formação do professor, para a pessoa do professor”. O que faz todo sentido, pois é
o professor que conhece as necessidades de seus alunos, da sua sala de aula. Ele tem papel
fundamental na formação dos sujeitos.
Mas o que vem sendo entendido por formação de professores? Segundo André (2002,
p. 308), a concepção de formação de professores adotada pelos pesquisadores “identifica-se,
cada vez mais, com o processo de desenvolvimento contínuo do professor, acentuando-se a
unidade desse processo na diversidade de suas fases: formação pré-serviço (inicial) e
formação em serviço (continuada)”. A autora acrescenta que a formação inicial e a formação
continuada fazem parte de um mesmo processo de desenvolvimento profissional.
história evidenciam várias mudanças no que atualmente tem sido compreendido como
formação continuada de professores que ensinam Matemática.
Cecco, Bernardi e Delizoicov (2017, p. 1104) fazem uma breve comparação acerca
dos estudos desenvolvidos por Fiorentini (1994) e Melo (2006) e constatam algumas
transformações em relação a essa tendência. Dentre elas:
Diante de tais mudanças, Candau (2003 p. 57) faz apontamentos sobre isso e escreve
que a escola passa a ser o local da formação continuada, pois “nesse cotidiano, ele/a aprende,
desaprende, reestrutura o aprendido, faz descobertas e, portanto, é nesse lócus que muitas
vezes vai aprimorando a sua formação”. Isso implica reconhecer que a formação continuada
vai acontecendo ao longo da prática docente e a escola é o local central nesse quesito.
Além disso, pode-se citar: Bernadete Angelina Gatti; Cármen Lúcia Brancaglion; Vera
Maria Ferrão Candau; Marcia Aparecida Alferes; José Carlos Libâneo; Marli Eliza Dalmazo
Afonso de André. Esses autores têm fomentado relevantes discussões sobre a formação
continuada de professores no geral e em específico quanto aos conhecimentos matemáticos.
No que diz respeito aos temas de interesse e objetos de estudo e pesquisa dentro da
formação continuada de professores que ensinam Matemática pode-se destacar: o interesse em
saber como acontece a aprendizagem do professor e o seu desenvolvimento profissional; o
que suas atitudes, crenças, concepções e representações influenciam no profissional que ele
está sendo ou nas suas práticas docentes; quais os saberes e competências necessárias à
formação docente; sua identidade e profissionalidade docente; e como é feita a avaliação deste
profissional (FIORENTINI et al., 2016).
Neste caso, se observa que dentre os pontos de estudo, o professor que ensina
Matemática é o que fundamenta todas as discussões, sendo que ele passa a ser objeto central
de discussões nessa tendência, ao contrário do que acontecia até os anos de 1990, em que o
professor não era reconhecido como agente principal do processo formativo.
5. Algumas considerações
Com este trabalho foi possível ampliar a compreensão no que diz respeito à tendência
da formação de professores que ensinam Matemática, especialmente sobre suas principais
abordagens na sua evolução histórica, principais teóricos e seus objetos de estudo.
6. Referências
FIORENTINI, D. et al. O professor que ensina matemática como campo de estudo: concepção
do projeto de pesquisa. In: FIORENTINI, D.; PASSOS, C. L. B.; LIMA, R. C. R. (Org.).
Mapeamento da pesquisa acadêmica brasileira sobre o professor que ensina
matemática: período 2001 - 2012. Campinas, SP: FE/UNICAMP, 2016. p. 17-42. Disponível
em: <https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/pagina_basica/58/e-book-mapeamento-pesquisa-
pem.pdf>. Acesso em: jul. 2020.
Resumo
Este artigo procura resgatar a história do Cálculo Diferencial e Integral conteúdo considerado de difícil
compreensão entre os alunos de cursos superiores. Esta reconstrução histórica pretende auxiliar a tornar mais
clara a sua relevância na formação acadêmica. É apresentado o contexto atual do ensino-aprendizado do Cálculo
com foco nas Tecnologias Digitais, Informação e Comunicação – TDICs - em específico na utilização do
software Maple como instrumento de ensino-aprendizagem. Para tanto, é empregado como exemplo histórico o
Método da Exaustão utilizado por Arquimedes para estimar o valor de π preenchendo o círculo com polígonos de
um número cada vez maior de lados.
Palavras-chave: Educação Matemática; História da Matemática; Cálculo Diferencial e Integral.
1. Introdução
Considera-se que o Cálculo tenha seu desenvolvimento inicial a partir das pesquisas de
Isaac Newton e Gottfried Leibniz. No entanto, diversos matemáticos contribuíram para a sua
estruturação, pesquisadores como: Euler, D´Alembert, L´Hôpital, Cavalieri, Borrow, Fermat e
Kepler utilizavam conceitos de Cálculo para resolução de problemas. Contudo, suas raízes
históricas são mais antigas, segundo Domingues (2013), um dos primeiros estudos com
registros é de Antifon. A manifestação atribuída a Antifon, um contemporâneo de Sócrates,
propunha sucessivas duplicações do número de lados de um polígono regular inscrito num
círculo a diferença entre a área do círculo e a dos polígonos seria “ao fim” exaurida, e como
sempre é possível construir um quadrado equivalente a qualquer polígono, a quadratura do
círculo seria possível.
Se de uma grandeza subtrai-se uma parte não menor que sua metade, do restante
outra parte não menor que sua metade, e assim por diante, numa determinada etapa
do processo chega-se a uma grandeza menor que qualquer outra da mesma espécie
fixada a priori (Domingues. 2013. p. 52).
também inferiu que a área de um círculo é igual a π multiplicado pelo quadrado do raio do
círculo. Esta aplicação atualmente é representada na figura 1.
Boyer (1974) assevera outras fontes históricas como o Papiro Egípcio de Moscou e o
Papiro de Rhind ambos dedicados a solucionar problemas práticos como a estimativa da área
de superfície de uma curva e volume de uma pirâmide, estes importantes documentos
históricos são datados de aproximadamente 2000 a.C.
O termo “Cálculo Integral” foi cunhado por Johann Bernoulli (Torres e Giraffa. 2009)
seu conteúdo caracteriza-se basicamente como o conhecimento avançado de Álgebra e
Geometria utilizados na resolução de ´problemas de diversos campos de estudo como: a
Economia, as Engenharias, Química, Física, Astronomia, etc.
Para Lima (2012) o estudo de referência do Cálculo nas universidades brasileiras pode
ser dividido em cinco momentos principais:
e. O predomínio das técnicas e/ou conflitos pedagógicos entre o que se faz e o que se
pede.
Para Alvarenga et al. (2017) o Cálculo Diferencial e Integral possui seu conteúdo
sistematizado nas universidades da seguinte forma:
como afirma Imbernón (2010, p. 94) “[...] somente quando o professor consegue resolver sua
situação problemática, produz mudança na prática educacional. [...]”.
6 Maple é um sistema algébrico computacional comercial de uso genérico. É composto por um ambiente
informático para computação de expressões algébricas, simbólicas, permitindo o desenho de gráficos a duas ou
três dimensões. Possui quatro aspectos gerais: Algébricos, Numéricos, Gráficos e Programação (Portugal, 2002.
p. 3). Estas características são integradas para formar um único sistema integrado formando uma linguagem de
programação simbólica. É desenvolvido e comercializado pela empresa canadense Maplesoft
Neste exemplo foi utilizado o Maple versão 11.0, o pacote Geometry que define e
manipula pontos, retas, triângulos e círculos em duas dimensões. Os comandos: eval, evalf,
circle e polygons. A constante π é representada pela palavra Pi com inicial maiúscula.
5. Considerações finais
6. Referências
Resumo:
A mecânica newtoniana, formulada por Isaac Newton, era, até meados do século XVIII, a melhor ferramenta que
se tinha para estudar problemas da dinâmica. No entanto, esta exigia mais coordenadas para se trabalhar do que
o necessário. O estudo feito por Lagrange, ao final do século XVIII, tinha como objetivo tornar mais simples e
elegante o método de se obter as equações de movimento dos fenômenos naturais estabelecidos do âmbito social
e científico. Isso foi feito através do Princípio de d’Alembert e da introdução das coordenadas generalizadas na
mecânica analítica. Ao contrário da mecânica newtoniana, a mecânica lagrangiana elimina qualquer referência
às forças de vínculo, o que estabelece grande vantagem, pois na maioria dos casos não sabemos de imediato as
expressões que definem as forças de vínculo. O objetivo deste texto é apresentar, de maneira simples e concisa, a
mecânica lagrangiana e exibir as equações do movimento do pêndulo esférico.
Palavras-chave: Mecânica lagrangiana; Equações do movimento; Pêndulo esférico.
1. Introdução
para alguns sistemas, soluções mais simples e imediatas do que aquelas conseguidas com o
formalismo usual da mecânica newtoniana.
2. A mecânica lagrangiana
Devemos destacar que tais restrições, isto é, os vínculos, devem ser levadas em conta,
antes mesmo da formulação das equações do movimento do sistema.
Anais da XX
ISBN 978-85-
n = km − p.
ri = ri (q1 , q2 , . . . , qn ,t), i = 1, 2, . . . , m,
L : Rn × Rn × R −→ R
(q, q̇,t) 7−→ L(q, q̇,t) = T −V,
onde q = (q1 , q2 , . . . , qn ) é o vetor coordenada generalizada, q̇ = (q̇1 , q̇2 , . . . , q̇n ) o vetor veloci-
dade generalizada, T e V são as energias cinética e potencial, respectivamente.
Z t2
S= L(q, q̇,t)dt
t1
é mínima (mais geralmente, estacionária) para a trajetória real, mantidos fixos os pontos inicial
e final da trajetória no espaço de configuração.
Nosso objetivo agora é responder à seguinte pergunta: Qual a condição que devemos ter
para que a ação S seja mínima?
onde os δq’s são independentes entre si e arbitrários, satisfazendo a condição δqi (t1 ) = δqi (t2 ) =
0, para todos i = 1, . . . , n. A variação da ação S é dada por
n Z t2
∂L ∂L
δS = ∑ δqi + δq̇i dt (1)
i=1 t1 ∂qi ∂q̇i
A seguir, usaremos a teoria exposta nesta seção para encontrar as equações do movi-
mento do pêndulo esférico.
Considere uma haste de massa desprezível, de comprimento l e com uma das suas ex-
tremidades presa à origem do espaço euclidiano R3 . Suponha uma massa m presa à extremi-
dade livre da haste, realizando um movimento esférico no espaço, conforme ilustrado na figura
abaixo.
Note que este problema possui um vínculo, que é justamente o comprimento l da haste
do pêndulo. Desta maneira, a quantidade de graus de liberdade e, consequentemente, de coor-
denadas generalizadas do sistema é
n = 3 · 1 − 1 = 2.
1
m ẋ2 + ẏ2 + ż2
T =
2
1
= m[(l cos(θ) cos(ϕ)θ̇ − l sen(θ) sen(ϕ)ϕ̇)2
2
+(l cos(θ) sen(ϕ)θ̇ + l sen(θ) cos(ϕ)ϕ̇)2 + (l sen(θ)θ̇)2 ]
1 2 2 2 2 2
= m[l θ̇ + l ϕ̇ sen (θ)].
2
V = mgz,
1
L(ϕ, θ,t) = T −V = m[l 2 θ̇2 + l 2 ϕ̇2 sen2 (θ)] + mgl cos(θ). (4)
2
Como temos duas coordenadas generalizadas, teremos então duas equações de Lagrange.
Calculemos primeiro a equação de Lagrange referente a θ. Calculando as respectivas derivadas,
encontramos
∂L 1 2
= ml 2θ̇ = ml 2 θ̇,
∂θ̇ 2
enquanto que
d ∂L d
ml 2 θ̇ = ml 2 θ̈.
= (5)
dt ∂θ̇ dt
Por fim,
∂L 1 2 2
= ml ϕ̇ 2 sen(θ) cos(θ) − mgl sen(θ)
∂θ 2 (6)
= ml 2 ϕ̇2 sen(θ) cos(θ) − mgl sen(θ).
ou equivalentemente,
g
θ̈ + − ϕ̇2 cos(θ) sen(θ) = 0. (8)
l
Agora, encontremos a equação de Lagrange referente a ϕ. Note que
∂L
= 0, (9)
∂ϕ
∂L 1 2
= ml 2ϕ̇ sen2 (θ) = ml 2 ϕ̇ sen2 (θ). (10)
∂ϕ̇ 2
Veja que em (11) não derivamos o seno, pois neste caso o ângulo θ é constante. Logo, por (9) e
(11), a equação de Lagrange referente a ϕ é
d ∂L ∂L
0= − = ml 2 ϕ̈ sen2 (θ). (12)
dt ∂ϕ̇ ∂ϕ
Anais da XXI Semana de Matemática 132
ISBN 978-85-7764-034-8
A Matemática e suas conexões com o Ensino
Fundamental e Médio
Ji-Paraná – RO, 26 a 28 de Outubro de 2021
ANAIS
4. Considerações finais
Devemos também esclarecer que, apesar de ter uma importância significativa à mecânica
clássica, a mecânica lagrangiana possui também limitações e dificuldades. Por exemplo, as
equações obtidas na formulação lagrangiana são equações diferenciais de segunda ordem, que
são mais difíceis de obter suas soluções. Para suprir essa deficiência, no século XIX surge a
mecânica hamiltoniana, onde as equações obtidas são de primeira ordem e mais simples de
resolver.
5. Referências
LEMOS, N. Mecânica analítica. 2.e.d. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2007.
Resumo:
O presente artigo acadêmico têm por objetivo estudar uma das configurações existentes para o Problema Restrito
de Três Corpos(PRTC). O problema Restrito dos Três Corpos consiste em descrever o movimento de um corpo de
massa infinitesimal, sujeito apenas a força gravitacional Newtoniana de outros dois corpos maciços. Na configu-
ração que estudaremos, os corpos maciços estão orbitando circularmente o centro de massa do sistema e o corpo
de massa infinitesimal está no mesmo plano orbital dos outros dois corpos. Esta configuração ainda estabelece que
os corpos maçiços estão com mesma velocidade angular ao orbitar o corpo de massa infinitesimal. Este problema
está relacionado à área de sistemas dinâmicos, mais precisamente está vinculado a mecânica celeste e a sistemas
hamiltonianos. Este problema é uma configuração de uma das restrições do problema de n corpos. Neste artigo
formularemos o PRTC, encontraremos as equações do movimento do corpo de massa infinitesimal, seus respecti-
vos pontos de equilíbrio e encontraremos também o sistema hamiltoniano relacionado as equações do movimento.
Palavras-chave: Problema Restrito dos Três Corpos; Pontos de Equilíbrio; Sistemas Hamiltonianos.
1 Introdução
A Mecânica Celeste é uma das mais antigas áreas da matemática, e também uma das
mais relevantes. Por seu aspecto genuíno e sua teoria sofisticada que pode ser aplicada su-
mariamente em fenômenos naturais, a Mecânica Celeste sempre foi alvo de muito estudo por
matemáticos. Hoje o estudo nesta área é tão amplo que abrange praticamente todos os ramos
da matemática, aceitando quaisquer dos enfoques matemáticos tanto em matemática pura como
em matemática aplicada. Alguns problemas específicos da Mecânica Celeste, por proporciona-
rem aos estudiosos do tema uma fartura teórica considerável, se eternizaram na área e recebem
o nome de problemas clássicos. Por exemplo, o problema de N corpos e suas restrições, mesmo
sendo um problema antigo, ainda hoje é objeto de muitos estudos.
Até o início do século XX, as equações diferenciais ordinárias que apareciam nos pro-
blemas da Mecânica Celeste eram tratadas de forma quantitativa. Foi somente no início do
século XX com a publicação do livro Mèthodes Nouvelle dela Mécanique Céleste de Poincaré,
que foram introduzidos métodos qualitativos com o objetivo de descrever as órbitas no plano de
fase do problema. Após este ensaio, começou-se a estudar mais a fundo o problema, focando-se
mais no estudo de existência, estabilidade e bifurcação para soluções periódicas do problema
(Grande parte dos sistemas que se desejam estudar, são periódicos, como por exemplo órbitas
de planetas).
O estudo do problema será feito tendo como base a teoria das equações diferenciais or-
dinárias, e nosso objetivo será formular todo o problema, e estudar principalmente os pontos de
equilíbrio das equações do movimento em sua forma reduzida. Através do sistema equações do
movimento, estudaremos um caso particular de sistemas de EDO’s, que é o sistema hamiltoni-
ano do problema, mais precisamente estudaremos o sistema correspondente linearizado.
2 Formulação do Problema
e P3 respectivamente, onde a única força atuante sobre os três corpos é a força gravitacional
Newtoniana que os corpos exercem entre si. As restrições que dão o nome ao problema são:
I A massa do terceiro corpo é considerada nula para o problema. Mas em suma tomamos
que m3 ≪ m1 e m3 ≪ m2 .
Uma consequência imediata da restrição (III) é que o problema se torna planar, ou seja, saímos
de R3 para R2 . Uma consequência da restrição (I) é que o corpo m3 não exerce nenhuma força
gravitacional sobre os corpos m1 e m2 , uma vez que sua massa é muito pequena comparada
aos dois, logo o corpo não tem força para que sua gravidade exerça força aos outros corpos,
alterando assim os seus movimentos. A consequência que a restrição (II) nos oferece é que,
como as órbitas são circulares, teremos que a velocidade angular dos corpos é constante, pelo
fato do raio ser constante e a massa também.
Figura 1: Representação do problema de três corpos, tomando os corpos como sendo o sol, terra
e um asteróide
Fonte: Ilustração retirada de [4]
d 2 r1 (r1 − r2 )
2
= −K 2 m2 (1)
dt |r1 − r2 |3
Anais da XXI Semana de Matemática 137
ISBN 978-85-7764-034-8
A Matemática e suas conexões com o Ensino
Fundamental e Médio
Ji-Paraná – RO, 26 a 28 de Outubro de 2021
ANAIS
d 2 r2 (r2 − r1 )
2
= −K 2 m1 (2)
dt |r2 − r1 |3
d 2 r3 (r3 − r1 ) (r3 − r2 )
2
= −K 2 m1 3
− K 2 m2 . (3)
dt |r3 − r1 | |r3 − r1 |3
Agora vamos fazer a formulação matemática do problema, para que possamos encontrar
as soluções do problema. Suponha que os raios das órbitas circulares dos corpos de massa
m1 e m2 são respectivmente α1 e α2 , e que a origem do sitema fique no centro de gravidade
do problema. O sistema atual é chamado sistema inercial, pois nele os eixos estão parados.
Estamos nomeando o sistema, pois logo mais consideraremos um sistema referencial sinoidal,
onde os eixos giram junto com os corpos m1 e m2 . Ainda no referencial inercial considere
r1 = (X1 ,Y1 ), r2 = (X2 ,Y2 ) e r3 = (X,Y ) as coordenadas dos corpos m1 , m2 e m3 , no sistema
inercial, definindo os pontos materiais P1 , P2 e P3 respectivamente.
d2X 2 X − α1 cos(ωt) 2 m X + α2 cos(ωt)
2 = −K m1 − K
3 2 3
dt r13 r23
2
d Y Y − α1 sen(ωt) Y + α2 sen(ωt)
2 − K 2 m2
dt 2 = −K m1 ,
3 3
r13 r23
onde r13 = ||r1 − r3 || e r23 = ||r2 − r3 || são as distâncias de m3 aos corpos m1 e m2 respectiva-
mente.
A partir de agora vamos introduzir o sistema sinoidal. Neste sistema faremos com que
os eixos cartesianos girem com mesma velocidade angular que os corpos m1 e m2 . Para isso
basta fazer uma rotação continuada nos eixos e este método é feito colocando os elementos da
matriz de rotação dependendo do tempo também. Seja (→ −
q ,→
−r ) as coordenadas do corpo m no
3
X = qcos(ωt) − rsen(ωt)
(4)
Y = qsen(ωt) + rcos(ωt).
z = q + ir
1. m = m1 + m2 = 1.
2. µ = µ2 = K 2 m2 e K 2 m1 = µ1 = 1 − µ.
no qual
x2 + y2 1 − µ µ
φ(x, y) = + + . (7)
2 r13 r23
4 Pontos de Equilíbrio
Prova:
Perante as condições
µ1 + µ2 = 1,
2 = (x + µ )2 + y2 ,
r13
2
2
r = (x − µ1 )2 + y2 ,
23
e rearranjo, temos
x2 + y2 = µ1 r13
2 2
+ µ2 r23 − µ1 µ2 . (8)
1 2 2
µ1 µ2
φ(x, y) = µ1 r13 + µ2 r23 − µ1 µ2 + 2 + . (9)
2 r13 r23
Vamos substituir o novo valor de φ no sistema que tínhamos, ou seja, basta que encon-
tremos φx e φy para φ(x, y) descrita em (9) . Nosso propósito agora será encontrar os pares de
pontos (x, y) tais que:
−1 −1
µ1 2 + r13 r13 + µ2 2 + r23 x−µ
x+µ2 1
r23 = 0
r13 r 23
−1 y −1 y
µ1 2 + r13 r13 + µ2 2 + r23 r23 = 0.
r13 r23
−1 −1
Note que se tivermos 2
+ r13 = 2
+ r13 = 0 as equações serão satisfeitas. Por sua
r13 r13
vez,
−1
+ r = 0
13 (x + µ2 )2 + y2 = 1
r 2
r13 = 1
13
⇔ ⇔
−1
(x − µ1 )2 + y2 = 1.
+ r = 0 r = 1
2 23 23
r23
Por sua vez, podemos encontrar outros pontos tomando y = 0. Neste caso teremos que:
−1 ∂r13 −1 ∂r23
µ1 2
+ r13 + µ2 2 + r23 =0 (10)
r13 ∂x r23 ∂x
∂r13 ∂r23 x+µ2 x−µ1
Como y = 0, então ∂x = ±1 e ∂x = ±1, equivalentemente, |x+µ2 | = ±1 e |x−µ1 | = ±1. Su-
pondo −µ2 < x < µ1 , então r13 = x + µ2 e r23 = µ1 − x. Destas igualdades tira-se que r13 + r23 =
1. Isolando r13 nesta igualdade e substituindo em 10, ficamos com o seguinte polinômio:
5 4 3 2
P(r23 ) = r23 − (3 − µ2 )r23 + (3 − 2µ2 )r23 − µ2 r23 + 2µ2 r23 − µ2 .
Como este polinômio é estritamente crescente e P(0)P(1) < 0 (nos diz que um dos dois é menor
que 0 e o outro maior que 0), então existe uma única raíz tal que P(r23 ) = 0 em (0, 1). Logo
esta raiz será ponto de equilíbrio.
Um segundo caso é fazer x > −µ2 e x > µ1 . Deste fato, da mesma forma que no primeiro
caso, encontraremos que r13 − r23 = 1. Isolando r13 e substituindo em (10), chegaremos no
seguinte polinômio
5 4 3 2
P(r23 ) = r23 + (3 − µ2 )r23 + (3 − 2µ2 )r23 − µ2 r23 − 2µ2 r23 − µ2 ,
onde temos que P(0) < 0 e P(+∞) > 0 (basta fazer o limite). Deste modo temos que o polinô-
mio adimite uma única raíz no intervalo (0, +∞).
5 Sistema Hamiltoniano
ẋ = u
ẏ = v
u̇ = φx + 2v
v̇ = φ − 2u.
y
Note que o que fizemos faz parte da formulação hamiltoniana. Transformamos um sistema
com duas EDO’s de segunda ordem, em um sistema com quatro EDO’s de primeira ordem. O
u2 v2
H(x, y, u, v) = −φ(x, y) + + . (17)
2 2
Ż = JD2 HZ
onde D2 H(Li ) é uma matriz simétrica e J é a matriz canônica simplética e ainda temos que
1
H = Z T D2 HZ
2
6 Considerações finais
O foco principal deste trabalho foi descrever o problema restrito dos três corpos de
forma simplificada, trazendo resultados principais e curiosidades sobre o tema. Os resultados
encontrados, principalmente os pontos de equilíbrio, são de grande valia no nosso dia a dia,
pois como citamos, colocar satélites em órbita, que hoje é essencial para o desenvolvimento da
humanidade, requer muitas vezes este estudo dos pontos de equilíbrio.
O proceder do trabalho foi feito usando a teoria qualitativa das equações diferenciais
ordinárias, juntamente com resultados de álgebra linear e variáveis complexas. No trabalho,
fizemos uma rotação contínua dos eixos, que passaram a girar junto com as massas pontuais,
e isto foi de grande importância. Temos que entender então que os pontos de equilíbrio que
encontramos, estão fixos com respeito ao sistema sinoidal, porém para o sistema original, os
pontos de equilíbrio estão girando, ou seja, orbitando o centro de massa.
Referências
[7] ARNOLD, A. I. Small divisor problems in classical and celestial mecanics. Russ.
Math. Surv. [S.1] v18. pág 193, 1963.
[8] MARANHÃO, D. L Estudi del flux d’un problema restringit de quatre cossos. Tese de
Doutorado- Universitat Autònoma de Barcelona. Barcelona. 1995.