COMENTÁRIOS
DIREITO DO TRABALHO
No que diz respeito ao Direito do Trabalho e suas fontes, analise o que segue.
1. A reivindicação dos homens, maridos e companheiros de gestantes, para que eles
adquiram o direito à estabilidade durante o período de gestação é considerada uma
fonte material do direito do trabalho, ante a capacidade de influenciar diretamente no
surgimento de lei para tal fim.
CERTO. As fontes materiais do direito do trabalho poder ser conceituadas como fatores
ou acontecimento sociais, políticos, econômicos e filosóficos que inspiram o legislador
na elaboração das leis. Como dito, esses movimentos influenciam diretamente o surgi-
mento ou modificação das leis.
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ERRADO. As fontes formais são a exteriorização das normas jurídicas, ou seja, consti-
tuem normas de observância obrigatória pela sociedade. Essa categoria divide-se em
fontes formais heterônomas e autônomas, enquadrando-se o costume nesta última
classificação. Costume é prática reiterada de uma conduta numa dada região ou em-
presa.
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ERRADO. O item está equivocado, visto que o art. 8º da CLT possibilita às autoridades
administrativas e à Justiça do Trabalho decidir por analogia ou equidade.
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4. De acordo com a teoria do conglobamento, o intérprete deverá aplicar apenas uma
fonte em sua totalidade, afastando, dessa forma, a utilização de normas oriundas de
fontes distintas favoráveis ao trabalhador.
CERTO. A assertiva espelha, com perfeição, o conceito da teoria enfocada. Assim sendo,
o intérprete deverá analisar a norma em conjunto. Se o acordo coletivo for mais favorá-
vel ao trabalhador, por exemplo, ele será aplicado como um todo, segundo essa teoria.
Ressalte-se que essa tese é majoritária na jurisprudência e na doutrina.
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FAZENDA PÚBLICA
CERTO. A antecipação do pagamento dos honorários periciais pode ser imputada à Fa-
zenda Pública, mesmo que esta não tenha requerido a produção de prova pericial, se-
gundo a disciplina estabelecida nos §§ 3º e 4º do art. 95 do NCPC.
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ERRADO. Os honorários advocatícios, ainda que relativos ao curador à lide, não se inse-
rem dentro da expressão “despesas processuais”, previstas no art. 82 do NCPC. De rigor,
tais honorários somente serão devidos ao final da demanda e segundo a disciplina pre-
vista no art. 82, §2º, do NCPC.
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13. Na execução fiscal perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o
numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.
14. Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, caso o exequente, após a propo-
situra da execução, tenha renunciado ao valor excedente e pleiteado apenas o teto da
dívida de pequeno valor, a Fazenda Pública não será condenada a pagar honorários.
CERTO. O item está de acordo com a orientação perfilhada pelo STJ (em sede de recurso
repetitivo) e pelo STF sobre o assunto. Confiram-se os julgados abaixo:
(...) No presente caso, a renúncia ao valor excedente àquele previsto
no artigo 87 do ADCT para a expedição da requisição de pequeno valor
ocorreu com o ajuizamento da execução.
5. O Poder Público não deu causa ao ajuizamento da execução, não
podendo, por conseguinte, ser condenado ao pagamento de honorá-
rios advocatícios. (...). STF. 1ª Turma. RE 679164 AgR, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 11/12/2012.
15. A Fundação Nacional do Índio, assim como as demais fundações e autarquias fede-
rais, está dispensada do depósito de 5% sobre o valor da causa para o ajuizamento de
ação rescisória.
Desse modo, para recorrer, não deve a Fazenda Pública efetuar o depósito prévio da
multa citada na assertiva em julgamento.
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ERRADO. Inicialmente, vale dizer que a União não poderá criar isenção de tributos esta-
duais (art. 151, III, CF/88) e, por essa razão, não pode editar lei isentando o pagamento
de custas devidas em razão de processo que tramita perante a Justiça Estadual, pois os
valores ali exigidos a esse título constituem tributo devido ao respectivo Estado. Pode,
entretanto, a União instituir isenção de custas para processos que tramitem na Justiça
Federal, e assim o fez ao estabelecer no art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96 que estão isentos
de pagamento de custas na Justiça Comum Federal a União, os Estados, os Municípios,
os Territórios Federais, o Distrito Federal e as respectivas autarquias e fundações.
No entanto, o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que a isenção não alcança as
entidades fiscalizadoras do exercício profissional. Além disso, o STJ, em recurso especial
submetido ao regime dos recursos repetitivos, firmou entendimento de que tal isenção
não se aplica aos Conselhos de Fiscalização Profissional.
DIREITO CONSTITUCIONAL
CERTO: Segundo Paulo Gonet Branco e Gilmar Mendes, a distinção entre poder consti-
tuinte originário e reformador apenas faz sentido em estados com constituições rígidas,
pois se não houver distinção entre a reforma de uma lei ordinária e da própria consti-
tuição não há, a bem da verdade, um poder constituinte reformador, mas mera atuação
legislativa comum.
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20. Segundo o STF, as normas constitucionais editadas pelo poder constituinte originário
têm, regra geral, retroatividade máxima, alcançando fatos que venham a acontecer após
a sua promulgação, mas referentes a negócios passados.
ERRADO: Como regra, as normas constitucionais editadas pelo PCO possuem retroativi-
dade MÍNIMA, e não máxima, como aduz a questão. Afora isso, a questão encontra-se
correta, pois o predicado refere-se, de fato, à retroatividade mínima. Recomenda-se re-
visar o Lenza nessa parte.
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22. O Poder Constituinte Originário, embora seja ilimitado, não pode conter previsão
expressa de retroatividade máxima das normas por ele produzidas. Isso porque os
efeitos do seu caráter ilimitado são ex nunc.
ERRADO. A regra é a retroatividade mínima. Todavia, o STF entende que, como o Poder
Constituinte Originário é ilimitado e incondicionado juridicamente, ele pode determinar
a retroatividade média ou máxima de suas normas, desde que o faça expressamente.
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ERRADO. Conquanto a forma de governo República não esteja inserida no rol de cláu-
sulas pétreas, foi decidida por meio de plebiscito no ano de 1993. Dessa forma, emenda
constitucional tendente a aboli-la violaria o princípio da soberania popular, manifestado
por meio do referido elemento de decisão política. Afirma-se que tal expediente so-
mente seria possível se houvesse novo plebiscito.
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24. Pela teoria da dupla revisão, não é possível que o poder constituinte de reforma
altere a titularidade do poder constituinte originário, mas é possível que modifique a
sua própria titularidade.
ERRADO. A teoria da dupla revisão não é admitida no Brasil, exatamente porque existem
limitações implícitas à reforma constitucional, sendo elas a impossibilidade de alteração
da titularidade do poder constituinte originário, do poder constituinte derivado e das
regras que compõem o procedimento de reforma, dentre as quais o rol de cláusulas
pétreas.
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25. É possível que o poder constituinte de reforma amplie o rol de direitos fundamen-
tais, mas estes novos direitos não serão considerados cláusulas pétreas.
27. É constitucional norma de Constituição Estadual que crie foro por prerrogativa de
função para Procuradores do Estado.
CERTO. A doutrina classifica como limitações materiais implícitas (outros como limita-
ções lógicas) a impossibilidade de o Poder Constituinte Derivado alterar seus próprios
limites, como a titularidade, o procedimento do poder de reforma e até as matérias
subtraídas do poder de reforma.
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29. A Constituição de 1824 trouxe disposição que proibiu reformas no período de quatro
anos. Esta espécie de limitação – classificada como temporal – não está presente na
Constituição Federal de 1988.
ERRADO. A utilização da palavra "somente" torna a assertiva incorreta, uma vez que é
exigida, além da compatibilidade material com a nova ordem constitucional, a expressa
previsão da recepção daquelas normas com status infraconstitucional, como bem foi
destacado nos comentários atinentes à questão. Em complemento, vale dizer que não
é necessária a compatibilidade formal.
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ERRADO. A posição tradicional do STF não admitia a modulação temporal dos efeitos de
suas decisões que implicassem a não recepção de norma pré-constitucional (STF, AI
589.281, AgR, julgado em 2006, Relator Celso de Mello). Todavia, mais recentemente,
no RE n.º 600885, julgado pelo Pleno, a Suprema Corte admitiu a utilização da técnica
da modulação de efeitos, em juízo de não recepção, prestigiando expressamente o
princípio da segurança jurídica:
5. O princípio da segurança jurídica impõe que, mais de vinte e dois
anos de vigência da Constituição, nos quais dezenas de concursos fo-
ram realizados se observando aquela regra legal, modulem-se os efei-
tos da não-recepção: manutenção da validade dos limites de idade fi-
xados em editais e regulamentos fundados no art. 10 da Lei n.
6.880/1980 até 31 de dezembro de 2011.
A parte final da assertiva encontra-se correta, pois é possível a modulação no controle
difuso também.
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