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SIMULADO 7 - ALFA

COMENTÁRIOS
DIREITO DO TRABALHO

No que diz respeito ao Direito do Trabalho e suas fontes, analise o que segue.
1. A reivindicação dos homens, maridos e companheiros de gestantes, para que eles
adquiram o direito à estabilidade durante o período de gestação é considerada uma
fonte material do direito do trabalho, ante a capacidade de influenciar diretamente no
surgimento de lei para tal fim.

CERTO. As fontes materiais do direito do trabalho poder ser conceituadas como fatores
ou acontecimento sociais, políticos, econômicos e filosóficos que inspiram o legislador
na elaboração das leis. Como dito, esses movimentos influenciam diretamente o surgi-
mento ou modificação das leis.
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2. Por constituir manifestação rotineira no plano social, o costume é considerado uma


fonte material do direito do trabalho.

ERRADO. As fontes formais são a exteriorização das normas jurídicas, ou seja, consti-
tuem normas de observância obrigatória pela sociedade. Essa categoria divide-se em
fontes formais heterônomas e autônomas, enquadrando-se o costume nesta última
classificação. Costume é prática reiterada de uma conduta numa dada região ou em-
presa.
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3. Ainda diante da ausência de normas legais ou contratuais, as autoridades administra-


tivas, por estarem vinculadas ao princípio da legalidade, não poderão decidir por analo-
gia ou por equidade.

ERRADO. O item está equivocado, visto que o art. 8º da CLT possibilita às autoridades
administrativas e à Justiça do Trabalho decidir por analogia ou equidade.
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4. De acordo com a teoria do conglobamento, o intérprete deverá aplicar apenas uma
fonte em sua totalidade, afastando, dessa forma, a utilização de normas oriundas de
fontes distintas favoráveis ao trabalhador.

CERTO. A assertiva espelha, com perfeição, o conceito da teoria enfocada. Assim sendo,
o intérprete deverá analisar a norma em conjunto. Se o acordo coletivo for mais favorá-
vel ao trabalhador, por exemplo, ele será aplicado como um todo, segundo essa teoria.
Ressalte-se que essa tese é majoritária na jurisprudência e na doutrina.
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Considerando os postulados que orientam o Direito do Trabalho, averigue as asserti-


vas que seguem.
5. Em razão da possibilidade de negociação dos termos do contrato de trabalho entre as
partes, o empregador pode reduzir o salário de seus empregados, desde que 85% deles
concordem com tal redução, independentemente de negociação com a entidade sindi-
cal da categoria.

ERRADO. O princípio da irredutibilidade veda a redução salarial e está previsto no art.


468 da CLT, ao determinar a inalterabilidade do salário, proibindo a alteração prejudicial,
ainda que haja concordância do empregado. Desse modo, qualquer alteração nesse sen-
tido é nula. Esse princípio também encontra fundamento no art. 7º, VI, da CF, no en-
tanto, o constituinte previu uma flexibilização ao enunciar que o salário é irredutível,
salvo por convenção ou acordo coletivo. Veja que, mesmo diante dessa exceção, a pro-
posição está errada, pois não se enquadra na ressalva trazida na norma constitucional.
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6. Considere que uma representante comercial ajuizou reclamação trabalhista, objeti-


vando o reconhecimento do vínculo de emprego e das verbas daí decorrentes, embora
a prestação de serviços tenha ocorrido mediante a celebração de contrato de represen-
tação autônoma. À luz do princípio da primazia da realidade, o vínculo de emprego será
sempre reconhecido, uma vez que os atos que visam anular, fraudar ou desvirtuar direi-
tos trabalhistas são nulos de pleno direito, conforme reza o art. 9º da CLT.
ERRADO. Segundo o princípio da primazia da realidade, a realidade dos fatos deve pre-
valecer sobre a realidade documental. No caso apresentado, o vínculo de emprego so-
mente será reconhecido caso sejam configurados os requisitos necessários para tanto,
não se sustentando a alegação de que o vínculo será sempre reconhecido, sobretudo
quando se trata de contrato de representação, que possui, em regra, feição de contrato
de trabalho. Como não se menciona a existência dos elementos da relação de emprego
(trabalho prestado por pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, onerosidade, su-
bordinação jurídica e alteridade), a assertiva se põe como incorreta.
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7. Segundo o TST, diante da existência de dois regulamentos da empresa, o empregado


pode se beneficiar das regras constantes de ambos, ainda que tenha feito opção por um
deles. Tal situação prevalece desde que as normas daquele, que originariamente não se
lhe aplicam em razão da opção, sejam mais favoráveis.

ERRADO. Nos termos da Súmula 51 do TST, havendo a coexistência de dois regulamen-


tos da empresa, a opção do trabalhador por um deles tem efeito jurídico de renúncia às
regras do sistema do outro.
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8. O princípio da imperatividade das normas trabalhistas propõe limitação à autonomia


da vontade, como instrumento assecuratório eficaz de garantias fundamentais ao tra-
balhador, tendo em vista a desigualdade de forças presentes no contrato de emprego.

CERTO. No Direito do Trabalho prevalecem as regras cogentes, obrigatória. Diante desse


princípio, há restrição da autonomia da vontade das partes em modificar as cláusulas
contratuais previstas no contrato de trabalho. Portanto, correta a assertiva.

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FAZENDA PÚBLICA

A respeito dos valores exigidos da Fazenda Pública no curso do processo, julgue:


9. Pode o juiz impor à Fazenda Pública o ônus pelo recolhimento antecipado dos hono-
rários periciais quando se tratar de feito em que a parte contrária for beneficiária da
justiça gratuita, no caso de necessidade de produção de prova pericial requerida por
esta última.

CERTO. A antecipação do pagamento dos honorários periciais pode ser imputada à Fa-
zenda Pública, mesmo que esta não tenha requerido a produção de prova pericial, se-
gundo a disciplina estabelecida nos §§ 3º e 4º do art. 95 do NCPC.
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10. É possível a imposição do ônus de recolhimento antecipado dos honorários advoca-


tícios à Fazenda Pública, quando esta figure como autora em ação de indenização, na
qual a parte ré foi citada por edital, sendo que o juiz nomeou curador à lide.

ERRADO. Os honorários advocatícios, ainda que relativos ao curador à lide, não se inse-
rem dentro da expressão “despesas processuais”, previstas no art. 82 do NCPC. De rigor,
tais honorários somente serão devidos ao final da demanda e segundo a disciplina pre-
vista no art. 82, §2º, do NCPC.
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11. Em conformidade com entendimento do STJ, as custas de locomoção do oficial de


justiça devem ser pagas de maneira antecipada pela Fazenda Pública, quando autora de
Ação Civil Pública.

ERRADO. A Fazenda Pública, juntamente com os demais legitimados para propositura


da ação, goza de isenção legal, por força do disposto no art. 18 da Lei 7.347/85 (LACP),
que dispõe textualmente: “Nas ações de que trata esta Lei, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas...”.
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12. Na execução fiscal, a Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e
emolumentos, motivo por que a prática dos atos judiciais de seu interesse independe
de preparo ou de prévio depósito.

CERTO. A assertiva espelha o conteúdo do art. 39 da Lei n. 6.830/1980. Acrescente-se a


informação contida no parágrafo único do mesmo dispositivo legal: vencida que seja na
execução do seu crédito, seja pela extinção anômala da execução, seja pelo acolhimento
dos embargos do devedor, a Fazenda deverá ressarcir o valor das despesas feitas pela
parte contrária.
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13. Na execução fiscal perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o
numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.

CERTO, isto porque retrata fielmente os termos da Súmula 190 STJ.

Súmula 190 STJ: Na execução fiscal, processada perante a


Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o nu-
merário destinado ao custeio das despesas com o trans-
porte dos oficiais de justiça.
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14. Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, caso o exequente, após a propo-
situra da execução, tenha renunciado ao valor excedente e pleiteado apenas o teto da
dívida de pequeno valor, a Fazenda Pública não será condenada a pagar honorários.

CERTO. O item está de acordo com a orientação perfilhada pelo STJ (em sede de recurso
repetitivo) e pelo STF sobre o assunto. Confiram-se os julgados abaixo:
(...) No presente caso, a renúncia ao valor excedente àquele previsto
no artigo 87 do ADCT para a expedição da requisição de pequeno valor
ocorreu com o ajuizamento da execução.
5. O Poder Público não deu causa ao ajuizamento da execução, não
podendo, por conseguinte, ser condenado ao pagamento de honorá-
rios advocatícios. (...). STF. 1ª Turma. RE 679164 AgR, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 11/12/2012.

(...) A renúncia ao valor excedente ao previsto no art. 87 do ADCT,


manifestada após a propositura da demanda executiva, não autoriza o
arbitramento dos honorários, porquanto, à luz do princípio da causali-
dade, a Fazenda Pública não provocou a instauração da Execução, uma
vez que se revelava inicialmente impositiva a observância do art. 730
CPC, segundo a sistemática do pagamento de precatórios. Como não
foram opostos Embargos à Execução, tem, portanto, plena aplicação o
art. 1°-D da Lei 9.494/1997. (...). STJ. 1ª Seção. REsp 1406296/RS, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 26/02/2014.
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15. A Fundação Nacional do Índio, assim como as demais fundações e autarquias fede-
rais, está dispensada do depósito de 5% sobre o valor da causa para o ajuizamento de
ação rescisória.

CERTO. Segundo o § 1º do art. 968 do NCPC, “não se aplica o disposto no inciso II à


União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias
e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que
tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça”. A exigência do inciso II consiste no
depósito do valor de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa
caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
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16. Imagine a seguinte situação. O Instituto Nacional de Seguro Social – INSS interpôs
agravo em face de decisão monocrática do relator que inadmitiu recurso extraordinário.
O órgão colegiado, por decisão unânime, tomou o recurso como manifestamente inad-
missível, multando a autarquia federal no importe de 1% sobre o valor corrigido da
causa. Nessa situação, a interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao
depósito do respectivo valor.

ERRADO. A última exigência elencada na assertiva não é imposta à Fazenda Pública. O


próprio § 5º do art. 1.021 do CPC estabelece a dispensa do depósito, ainda que o Poder
Público não seja isento da condenação por multa. Do mesmo modo, o § 3º do art. 1.026,
que trata da condenação no caso de interposição de embargos de declaração conside-
rados protelatórios, a Fazenda Pública não fica condicionada ao depósito prévio, de-
vendo pagar a multa ao final. Tais dispositivos reforçam a regra contida no art. 1º-A da
Lei n. 9.494/97, de cujo teor se extrai a seguinte dicção:
Art. 1º-A. Estão dispensadas de depósito prévio, para interposi-
ção de recurso, as pessoas jurídicas de direito público federais,
estaduais, distritais e municipais.

Desse modo, para recorrer, não deve a Fazenda Pública efetuar o depósito prévio da
multa citada na assertiva em julgamento.
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17. A isenção de pagamento de custas na Justiça Federal estende-se aos Conselhos de


Fiscalização Profissional.

ERRADO. Inicialmente, vale dizer que a União não poderá criar isenção de tributos esta-
duais (art. 151, III, CF/88) e, por essa razão, não pode editar lei isentando o pagamento
de custas devidas em razão de processo que tramita perante a Justiça Estadual, pois os
valores ali exigidos a esse título constituem tributo devido ao respectivo Estado. Pode,
entretanto, a União instituir isenção de custas para processos que tramitem na Justiça
Federal, e assim o fez ao estabelecer no art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96 que estão isentos
de pagamento de custas na Justiça Comum Federal a União, os Estados, os Municípios,
os Territórios Federais, o Distrito Federal e as respectivas autarquias e fundações.
No entanto, o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que a isenção não alcança as
entidades fiscalizadoras do exercício profissional. Além disso, o STJ, em recurso especial
submetido ao regime dos recursos repetitivos, firmou entendimento de que tal isenção
não se aplica aos Conselhos de Fiscalização Profissional.

DIREITO CONSTITUCIONAL

No que tange ao Poder Constituinte, julgue as assertivas abaixo:


18. O Poder Constituinte Originário é tido como temporário, pois se esgota com a
elaboração da Constituição.

ERRADO. Segundo a doutrina, o Poder Constituinte não se esgota com a elaboração da


Constituição. O próprio Emmanuel Sieyès, idealizador do Poder Constituinte, escreveu
“o poder constituinte não desaparece com a obra realizada. Ele permanece depois dela.
É o que se chama de permanência do Poder Constituinte”.
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19. O poder constituinte de reforma apenas é visualizado em constituições rígidas, já


que constituições flexíveis podem ser alteradas tal qual se alteram as leis ordinárias.

CERTO: Segundo Paulo Gonet Branco e Gilmar Mendes, a distinção entre poder consti-
tuinte originário e reformador apenas faz sentido em estados com constituições rígidas,
pois se não houver distinção entre a reforma de uma lei ordinária e da própria consti-
tuição não há, a bem da verdade, um poder constituinte reformador, mas mera atuação
legislativa comum.
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20. Segundo o STF, as normas constitucionais editadas pelo poder constituinte originário
têm, regra geral, retroatividade máxima, alcançando fatos que venham a acontecer após
a sua promulgação, mas referentes a negócios passados.
ERRADO: Como regra, as normas constitucionais editadas pelo PCO possuem retroativi-
dade MÍNIMA, e não máxima, como aduz a questão. Afora isso, a questão encontra-se
correta, pois o predicado refere-se, de fato, à retroatividade mínima. Recomenda-se re-
visar o Lenza nessa parte.
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21. A titularidade do Poder Constituinte é do povo, razão pela qual as constituições


outorgadas não são tidas como emanadas de um Poder Constituinte Originário.

ERRADO. Quanto à origem, as Constituições se classificam em promulgada (popular ou


democrática) e outorgada (sem participação popular). A despeito da falta da
participação popular, as constituições outorgadas são emanadas do Poder Constituinte.
O fenômeno é conhecido como usurpação do poder constituinte.
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22. O Poder Constituinte Originário, embora seja ilimitado, não pode conter previsão
expressa de retroatividade máxima das normas por ele produzidas. Isso porque os
efeitos do seu caráter ilimitado são ex nunc.

ERRADO. A regra é a retroatividade mínima. Todavia, o STF entende que, como o Poder
Constituinte Originário é ilimitado e incondicionado juridicamente, ele pode determinar
a retroatividade média ou máxima de suas normas, desde que o faça expressamente.
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23. É possível que o poder constituinte reformador altere a forma de governo de


república para monarquia, pois aquela não se insere dentre o catálogo de cláusulas
pétreas.

ERRADO. Conquanto a forma de governo República não esteja inserida no rol de cláu-
sulas pétreas, foi decidida por meio de plebiscito no ano de 1993. Dessa forma, emenda
constitucional tendente a aboli-la violaria o princípio da soberania popular, manifestado
por meio do referido elemento de decisão política. Afirma-se que tal expediente so-
mente seria possível se houvesse novo plebiscito.
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24. Pela teoria da dupla revisão, não é possível que o poder constituinte de reforma
altere a titularidade do poder constituinte originário, mas é possível que modifique a
sua própria titularidade.

ERRADO. A teoria da dupla revisão não é admitida no Brasil, exatamente porque existem
limitações implícitas à reforma constitucional, sendo elas a impossibilidade de alteração
da titularidade do poder constituinte originário, do poder constituinte derivado e das
regras que compõem o procedimento de reforma, dentre as quais o rol de cláusulas
pétreas.
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25. É possível que o poder constituinte de reforma amplie o rol de direitos fundamen-
tais, mas estes novos direitos não serão considerados cláusulas pétreas.

CERTO: De acordo com Gilmar Mendes, a impossibilidade de se ampliar o rol de cláusu-


las pétreas justifica-se na exclusividade do poder constituinte originário para fazê-lo.
Segundo o autor, embora seja possível consagrar-se novos direitos fundamentais, tais
direitos não poderiam ser considerados eternos, sob pena de se violar a vontade do
constituinte originário.
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Acerca das Constituições Estaduais, julgue os seguintes itens:


26. O Poder Constituinte Derivado Decorrente é aquele atribuído aos Estados Federados
para elaborarem suas próprias Constituições. Com fundamento neste Poder, a
Constituição Estadual pode dispor sobre gratificações de servidores públicos.

ERRADO. Apesar de emanar de um Poder Constituinte, a Constituição Estadual se


submete a princípios estabelecidos pela Constituição Federal. Dentre eles a iniciativa
privativa do Chefe do Poder Executivo para dispor sobre a Administração Pública, sobre
os servidores públicos, dentre outras matérias. Precedentes: ADI 3848; ADI 821; ADI
3777.
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27. É constitucional norma de Constituição Estadual que crie foro por prerrogativa de
função para Procuradores do Estado.

CERTO. No julgamento da ADI 2587/GO, o STF entendeu legítima a atribuição de foro


por prerrogativa de função para Defensores e Procuradores de Estado ao declarar
inconstitucional apenas a expressão “e os Delegados de Polícia”. Entretanto, o candidato
deve ficar atento se a Constituição Estadual segue o modelo estabelecido pela
Constituição Federal. Assim, havendo similaridade entre cargos federais dotados de
prerrogativa, deve entender pela viabilidade de prerrogativa na Constituição Estadual.
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Julgue os itens que se seguem:


28. Dentre as limitações impostas ao Poder Constituinte Derivado está a impossibilidade
de se criar novas limitações.

CERTO. A doutrina classifica como limitações materiais implícitas (outros como limita-
ções lógicas) a impossibilidade de o Poder Constituinte Derivado alterar seus próprios
limites, como a titularidade, o procedimento do poder de reforma e até as matérias
subtraídas do poder de reforma.
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29. A Constituição de 1824 trouxe disposição que proibiu reformas no período de quatro
anos. Esta espécie de limitação – classificada como temporal – não está presente na
Constituição Federal de 1988.

CERTO. Não há na Constituição Federal de 1988 limitação temporal ao poder de


reforma.
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30. Dentre as limitações formais ao Poder Constituinte Reformador estão a iniciativa


especial e o quórum qualificado de 2/3 dos votos em dois turnos de votação.

ERRADO. O quórum qualificado para emendas constitucionais é de 3/5. O candidato


deve ficar atento, pois esse quórum especial não é exigido em outros temas, mas apenas
para emendas constitucionais.
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31. No processo de desconstitucionalização, a antiga norma constitucional perde o sta-


tus anterior em virtude da superveniência do exercício do poder constituinte originário,
ao instaurar uma nova ordem constitucional, exigindo-se, somente, sua compatibilidade
material com a constituição promulgada.

ERRADO. A utilização da palavra "somente" torna a assertiva incorreta, uma vez que é
exigida, além da compatibilidade material com a nova ordem constitucional, a expressa
previsão da recepção daquelas normas com status infraconstitucional, como bem foi
destacado nos comentários atinentes à questão. Em complemento, vale dizer que não
é necessária a compatibilidade formal.
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Sobre recepção e desconstitucionalização, julgue os itens abaixo:


32. Não é possível modulação de efeitos em juízo de recepção de norma pré-constituci-
onal, mas é em controle difuso de constitucionalidade.

ERRADO. A posição tradicional do STF não admitia a modulação temporal dos efeitos de
suas decisões que implicassem a não recepção de norma pré-constitucional (STF, AI
589.281, AgR, julgado em 2006, Relator Celso de Mello). Todavia, mais recentemente,
no RE n.º 600885, julgado pelo Pleno, a Suprema Corte admitiu a utilização da técnica
da modulação de efeitos, em juízo de não recepção, prestigiando expressamente o
princípio da segurança jurídica:
5. O princípio da segurança jurídica impõe que, mais de vinte e dois
anos de vigência da Constituição, nos quais dezenas de concursos fo-
ram realizados se observando aquela regra legal, modulem-se os efei-
tos da não-recepção: manutenção da validade dos limites de idade fi-
xados em editais e regulamentos fundados no art. 10 da Lei n.
6.880/1980 até 31 de dezembro de 2011.
A parte final da assertiva encontra-se correta, pois é possível a modulação no controle
difuso também.
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33. Ocorre o fenômeno da desconstitucionalização quando há compatibilidade material


da norma pré-constitucional com a nova ordem constitucional, mas não há sua recep-
ção, em vista de sua incompatibilidade – material ou formal – com a Constituição vigente
à época da sua edição.

ERRADO. A assertiva não descreve o fenômeno da desconstitucionalização, que consiste


na recepção de norma, cuja natureza sob a égide da Constituição anterior era constitu-
cional, com status infraconstitucional. Ou seja, a norma permanece vigente, pois com-
patível com a nova Constituição, mas com hierarquia rebaixada ou desconstitucionali-
zada.

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