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Atualizado em 25/02/2018
Sumário
1. DESPESAS PROCESSUAIS............................................................................................................. 2
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1. Despesas processuais
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c) Despesas em sentido estrito: estas despesas remuneram serviços prestados
por terceiros, acionados durante o processo judicial. Trata-se, por exemplo,
de honorários de perito, transporte para oficial de Justiça, entre outros.
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1.2. PAGAMENTO DE DESPESAS PROCESSUAIS PELO ENTE PÚBLICO
O art. 91, CPC determina que “as despesas dos atos processuais praticados a
requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão
pagas ao final pelo vencido”.
Portanto, figurando o Poder Público como parte processual, não será exigido o
pagamento de custas e emolumentos. Caso a Fazenda seja vencida, ressarcirá as despesas
realizadas pela parte adversária, já que, como reconheceu o STJ, não se trata de isenção,
mas de adiamento da cobrança para o final do processo, exigindo-se as quantias devidas
da parte vencida na demanda. Veja-se o disposto pelo art. 39, da Lei nº 6.830/1980:
Art. 39 - A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e
emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu interesse independerá
de preparo ou de prévio depósito.
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órgão público conveniado; ou paga com recursos alocados no orçamento da União, do
Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o
valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do
Conselho Nacional de Justiça.
Acerca de outras despesas em sentido estrito para a realização de atos
processuais, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento sumulado no sentido de
que a Fazenda Pública deve adiantar o pagamento. A contrario sensu, se o próprio Estado
provê o serviço, a remuneração não será devida (ex. disponibilização de veículo para o
transporte de oficial de justiça no cumprimento de mandados judiciais).
Quando o ente público litiga em Justiça mantida por si (ex. Estado que litiga em
sua Justiça Estadual), não responde pelo pagamento de despesas processuais. Neste
caso, há confusão entre credor e devedor, já que é o Estado quem custeia sua própria
atividade jurisdicional.
Se, todavia, o ente público litiga em Justiça mantida por Fazenda Pública diversa,
em regra, não há dispensa de pagamento das despesas processuais (ex. União litiga na
Justiça Estadual). Frisa-se, ademais, a impossibilidade de aplicação da imunidade
tributária recíproca prevista pelo art. 150, VI, “a”, CF. A norma constitucional incide
apenas para afastar a cobrança de impostos, não abrangendo as taxas.
No âmbito da União, o art. 24-A, da Lei nº 9.028/95 estabelece que a União, suas
autarquias e fundações são isentas do pagamento de custas, emolumentos e demais
taxas judiciárias em quaisquer foros e instâncias. De acordo com a doutrina, a regra deve
ser interpretada restritivamente, para alcançar apenas a Justiça Federal. Isso se justifica
porque é vedada a instituição de isenção heterônoma, ou seja, é inviável que a União
estabeleça isenção incidente sobre tributos estaduais.
Desta forma, via de regra, o pagamento de custas e emolumentos é devido
quando um ente público litiga em Justiça mantida por outro. Para que a responsabilidade
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seja afastada, é necessário que o ente competente pelo tributo edite lei concessiva de
isenção ou que os entes políticos celebrem convênio neste sentido.
Diante disto, continua válido entendimento do STJ segundo o qual o INSS, pessoa
jurídica de direito público federal, não goza de isenção nas demandas propostas na
Justiça Estadual.
2. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
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Atenção! Observe-se que o advogado é o titular da verba honorária e, como tal, pode
ceder seu direito. No caso específico de condenação a ser satisfeita pelo regime
precatório, para que a cessão seja válida, é necessário que o crédito cedido esteja
expressamente consignado no precatório. Veja-se o seguinte julgado do STJ:
Para que a cessão do precatório seja válida, é necessário que o crédito cedido esteja
expressamente consignado no precatório. O cessionário de honorários advocatícios tem
legitimidade para se habilitar no crédito consignado em precatório desde que
comprovada a validade do ato de cessão por escritura pública e seja discriminado o
valor devido a título de verba honorária no próprio requisitório, não preenchendo esse
último requisito a simples apresentação de planilha de cálculo final elaborada pelo
Tribunal de Justiça. STJ. Corte Especial. EREsp 1127228-RS, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 21/6/2017 (Info 607).
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* NÃO. Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em
litisconsórcio ativo facultativo simples em execução contra a Fazenda Pública por
frustrar o regime do precatório (STF. 2ª Turma. RE 949383 AgR/RS, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 17/5/2016. Info 826). É a corrente que prevalece. STF.
1ª Turma. RE 919269 AgR/RS, RE 913544 AgR/RS e RE 913568 AgR/RS, Rel. Min.
Edson Fachin, julgados em 15/12/2015 (Info 812).
STF. 2ª Turma. RE 949383 AgR/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/5/2016 (Info
826)1.
1
Disponível em <https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/06/info-826-stf.pdf>
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de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. STF.
Plenário. RE 249003 ED/RS, RE 249277 ED/RS e RE 284729 AgR/MG, Rel. Min. Edson
Fachin, julgados em 9/12/2015 (Info 811).
2
CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 2018, pp. 134/134.
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suporte os encargos relativos aos honorários advocatícios e às custas processuais,
rateando o quantum estabelecido pela sentença. (Informativo n. 600)
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do pedido, os honorários advocatícios devem ser fixados, em regra, sobre o proveito
econômico obtido pelo vencedor.
Enunciado n. 3 do FNPP: Nos processos em que a Fazenda Pública for parte, em caso
de improcedência do pedido, os honorários advocatícios devem ser fixados, em regra,
sobre o proveito econômico obtido pelo vencedor.
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procuradores da Fazenda Nacional, Federal e do Banco Central. De acordo com a parte
autora, os advogados públicos já são remunerados pelo ente que representam, sendo a
percepção de honorários incompatível com o regime de subsídios e o regime estatutário
a que os advogados públicos estão sujeitos pela Constituição da República e ofende os
princípios republicano, da impessoalidade e da supremacia do interesse público. A
demanda é importante para as carreiras de advocacia pública e merece ser
acompanhada.
Importante!
Observe-se que os honorários advocatícios tratados pelo art. 85, CPC, são aqueles
decorrentes da condenação no processo judicial e não se confundem com os
honorários contratuais, acordados entre o cliente e seu causídico. Esta última verba
representa a remuneração paga pela prestação dos serviços advocatícios, e se
estabelece previamente entre o contratante e o advogado contratado, nos termos do
art. 22, da Lei nº 8.0906/94.
Sobre o pagamento dos honorários contratuais, vejam-se os julgados do STJ:
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dos autos, o Município proceda a negociação com a União a fim de quitar seus débitos
tributários, para só então chegar a base de cálculo da verba honorária. Nessa linha de
compreensão, citam-se: AgRg no REsp 1.221.726-MA, Segunda Turma, DJe 2/5/2013;
REsp 1.335.366-RS, Primeira Turma, DJe 12/12/2012; REsp 1.102.473-RS, Corte
Especial, DJe 27/8/2012. (Informativo n. 597)
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No Código de 1973, o valor da verba honorária era determinado por apreciação
equitativa do juízo. O Código de 2015 inovou a disciplina da matéria, estabelecendo
diretrizes objetivas para a fixação dos montantes devidos. Agora, devem ser obedecidos
os seguintes percentuais, de acordo com as faixas de valores delineadas:
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Os limites percentuais delineados pelo CPC aplicam-se independentemente de
qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença
sem resolução de mérito.
Excepcionalmente, nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos
honorários por apreciação equitativa (art. 85, § 8º, CPC).
Marco temporal para a aplicação do art. 85, § 11, CPC: interposição de recurso (e não
seu julgamento) após o início da vigência do CPC/15. Enunciado administrativo nº 7 do
Superior Tribunal de Justiça: “Somente nos recursos interpostos contra decisão
publicada a partir de 18 de março de 2016, será possível o arbitramento de honorários
sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do novo CPC”.
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O novo montante, que se soma aos honorários anteriormente fixados,
entretanto, deve observar os limites percentuais determinados pelo CPC. Assim, a
condenação total em honorários não poderá ultrapassar 20% (vinte por cento) do valor da
condenação, do proveito econômico obtido ou do valor atualizado da causa.
Exemplo: Antônia moveu ação indenizatória contra o Estado do Piauí. A sentença julgou
inteiramente procedentes os pedidos autorais, condenando o Poder Público ao
pagamento de 100 salários mínimos a Antônia, fixando a verba honorária em 15%
(quinze por cento) do valor da condenação. O ente público interpôs apelação contra a
sentença. O Tribunal de Justiça rejeitou o recurso, majorando a verba honorária para
20% (vinte por cento) do valor da condenação. Se o Estado for vencido em posterior
recurso de natureza extraordinária, o Tribunal competente não poderá aumentar o
valor dos honorários, pois já se atingiu o limite máximo estabelecido pelo CPC.
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Também em virtude do princípio da causalidade, a majoração dos honorários
em virtude do julgamento de um recurso não depende de pedido. Assim, não tendo os
honorários alcançado o limite máximo, o tribunal, ao inadmitir ou desprover o recurso,
deve aumentar o seu valor.
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85, § 11, CPC: a existência de condenação em honorários advocatícios na primeira
instância. Leonardo Carneiro da Cunha3 traz exemplos esclarecedores:
3
CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 2018, p. 139.
18
948578 AgR/RS, ARE 951589 AgR/PR e ARE 952384 AgR/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados
em 21/6/2016 (Info 831).
4
CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 2018, p. 139.
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superior, ocorrendo sucumbência recursal. Logo, por simetria, não há que se falar em
aumento dos valores no caso de embargos de declaração contra sentença, decisão
interlocutória, decisão isolada de relator ou acórdão.
A 1ª Turma do STF, contudo, entendeu de modo diverso. Para o órgão julgador,
“após 18 de março de 2016, data do início da vigência do Novo Código de Processo
Civil, é possível condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na hipótese de
o recurso de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os
requisitos previstos no art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações excepcionais
que autorizem a concessão de efeitos infringentes” (STF. 1ª Turma.RE 929925 AgR-
ED/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/6/2016 (Info 829).
No caso de agravo interno, o desprovimento não enseja a majoração de
honorários advocatícios, conforme a doutrina5. Isto é, quando decide pela inadmissão ou
negativa de provimento a recurso, o relator antecipa o entendimento do colegiado,
aplicando a norma do art. 85, § 11, CPC. Se o colegiado rejeita o agravo interno, apenas
confirma a decisão do relator, inclusive quanto aos honorários de sucumbência recursal,
sem novo aumento destes. Se não fosse assim, haveria dupla majoração de honorários
na mesma instância, no mesmo recurso.
5
CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 2018, p. 139.
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indeferidos liminarmente pelo relator ou se o colegiado deles não
conhecer ou negar-lhes provimento”. (STJ, 1ª Seção, AgInt nos EmbDiv
em REsp 1.539.725/DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, j. 09.08.2017,
DJe 19.10.2017).
Por fim, destaca-se outro ponto de grande relevância para a atuação do Poder
Público em juízo. No julgamento da remessa necessária não haverá aumento dos
honorários advocatícios. Para grande parte da doutrina, o instrumento de proteção do
interesse público não se trata de recurso, pois não há voluntariedade no seu manejo. Esta
característica afasta a incidência do art. 85, § 11, CPC. De outra banda, mesmo para
aqueles que defendem a natureza de recurso da remessa necessária, também não cabe
a incidência de honorários de sucumbência recursal, pois não existe causalidade neste
caso.
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o ente público não se opõe à execução, não haverá pretensão resistida, sendo indevida
condenação em honorários.
O quadro é diferente quando se tem condenação sujeita ao regime de
Requisição de Pequeno Valor (RPV). Nesta hipótese, a obrigação pode ser
voluntariamente cumprida pela Fazenda, pois não se exige observância de ordem
cronológica no pagamento de créditos desta natureza. Assim, se o Poder Público deixa
de cumprir a condenação, causando o ajuizamento do cumprimento de sentença, a verba
honorária será devida.
Mesmo nos casos em que o valor da condenação supera o limite de obrigação
de pequeno valor, o demandante pode renunciar ao excedente, para adequar-se ao
regime de RPV, evitando a expedição de precatório. Nesta situação, o cumprimento de
sentença será iniciado desde logo via RPV e serão devidos honorários advocatícios
mesmo quando a Fazenda não apresente impugnação (STJ, 2ª Turma, AgRg no REsp
1.328.643/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 23.10.2012, DJe 30.10.2012). Por outro lado, se
o exequente inicia a execução pela via do precatório e, no curso do cumprimento de
sentença, renuncia ao excedente, a Fazenda não será condenada em verba honorária se
não apresentou impugnação (STF. 1ª Turma. RE 679164 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 11/12/2012; STJ. 1ª Seção. REsp 1406296/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
26/02/2014).
Sobre o tema, vejam-se os seguintes quadros:
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Exequente inicia o cumprimento de
sentença via RPV, renunciando desde logo
ao montante excedente: Devida a
condenação em honorários advocatícios,
mesmo que não haja impugnação.
Condenação sujeita ao regime de Exequente inicia o cumprimento de
precatórios sentença via precatório, renunciando ao
montante excedente no curso da ação:
Não serão devidos honorários
advocatícios se não tiver sido impugnada
a demanda.
É necessário frisar: a dispensa do art. 85, § 7º, CPC, só vale para condenações da
Fazenda Pública em obrigação de pagar quantia certa. As obrigações de fazer, não fazer e
de entregar coisa podem ser cumpridas livremente pelo ente público, sem necessidade
de observância do regime constitucional de precatórios. Assim, nestes casos, será
plenamente possível a fixar honorários advocatícios. A definição observará os percentuais
e faixas do art. 85, § 3º, CPC, e não o percentual fixo estabelecido pelo art. 523, § 1º, CPC.
De igual maneira, também não haverá dispensa se a execução contra a Fazenda
se fundar em título extrajudicial, ainda que seja o caso de expedição de precatório. O art.
85, § 7º, CPC refere-se expressamente a cumprimento de sentença.
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De acordo com Leonardo Carneiro da Cunha6, o enunciado acima fica
prejudicado pela norma do art. 85, § 7º, CPC:
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CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. 2018, p. 143.
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interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
Súmula n. 483 do STJ: O INSS não está obrigado a efetuar depósito prévio do preparo
por gozar das prerrogativas e privilégios da Fazenda Pública.
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deve determinar, de ofício ou a requerimento, o pagamento à parte prejudicada de multa
fixada ente 1% (um por cento) de 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, além
de arcar com indenização pelos prejuízos causados, honorários advocatícios e outras
despesas.
A multa por litigância de má-fé pode ser imposta a Poder Público, pois não há
dispositivo legal que afaste a responsabilidade neste caso.
Para a aplicação da multa por litigância de má-fé não se exige a comprovação de dano.
O dano processual não é pressuposto para a aplicação da multa por litigância de má-
fé prevista no art. 18 do CPC/1973 (art. 81 do CPC/2015). Trata-se de mera sanção
processual, aplicável inclusive de ofício, e que não tem por finalidade indenizar a parte
adversa. STJ. 3ª Turma. REsp 1628065-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. p/acórdão
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 21/2/2017 (Info 601).
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§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração,
o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por
cento sobre o valor atualizado da causa.
Embora cabível a aplicação das multas, deve-se recordar que vigora a dispensa
de exigência de depósito prévio para interposição de recurso, nos termos do art. 1º-A, da
Lei nº 9.494/1997. Assim, condenada nas multas do art. 1.026, § 3º e art. 1.021, § 4º, a
Fazenda não necessita depositar os valores respectivos para interpor outros recursos,
devendo a penalidade ser paga ao final, quando encerrado todo o processo.
Outra espécie de multa a ser analisada é aquela de natureza coercitiva
(astreintes) como medida de apoio para efetivar a tutela jurisdicional:
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atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força
policial.
(...)
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A multa coercitiva pode ser imposta ao Poder Público no caso de obrigação de
fazer ou de não fazer (STJ. 2ª Turma. REsp 1654994/SE, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 06/04/2017). Entretanto, é necessário observar que o cumprimento de
obrigações pelo ente público depende da atuação de seus agentes e servidores. Ademais,
a cobrança de astreintes pode se mostrar prejudicial ao interesse público e à coletividade,
diante do desfalque de recursos que deveriam ser utilizados para fazer frente a
necessidades dos administrados.
Em vista deste quadro, a jurisprudência admite a imposição de multa
diretamente ao agente público responsável pelo descumprimento da obrigação de fazer,
desde que tenha participado da ação. Nesse sentido, vejam-se os julgados abaixo
colacionados:
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Também é possível que o juiz, observando a proporcionalidade e a
razoabilidade, limite o valor da multa cominatória, para evitar enriquecimento ilícito da
parte contrária, conforme prevê o art. 537, § 1º, CPC. Assim, a decisão que fixa as
astreintes não está sujeita à preclusão à coisa julgada, de modo que poderá ser cominada,
alterada ou suprimida posteriormente:
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cotejo com o valor da obrigação principal. Com efeito, a redução do
montante total a título de astreinte, quando superior ao valor da
obrigação principal, acaba por prestigiar a conduta de recalcitrância do
devedor em cumprir as decisões judiciais, bem como estimula a
interposição de recursos com esse fim, em total desprestígio da
atividade jurisdicional das instâncias ordinárias. Em suma, deve-se ter
em conta o valor da multa diária inicialmente fixada e não o montante
total alcançado em razão da demora no cumprimento da decisão.
Portanto, a fim de desestimular a conduta recalcitrante do devedor em
cumprir decisão judicial, é possível se exigir valor de multa cominatória
superior ao montante da obrigação principal. REsp 1.352.426-GO, Rel.
Min. Moura Ribeiro, julgado em 5/5/2015, DJe 18/5/2015.
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termos, se o apelo não foi conhecido, é mister concluir que tampouco
se abriu a jurisdição recursal, razão pela qual impossível a emissão de
qualquer pronunciamento de mérito, ainda que de ofício. Dizer que
determinada questão pode ser conhecida de ofício significa reconhecer
que o juiz pode decidi-la independentemente de pedido, mas há de
haver um momento processual adequado para tanto. Admitindo-se que
o momento adequado para a entrega de uma prestação jurisdicional de
mérito só se inaugura, no caso dos recursos, quando ultrapassada sua
admissibilidade, tem-se de concluir que, no âmbito recursal cível, não
cabe pronunciamento meritório de ofício sem que o recurso tenha sido
previamente admitido. (Informativo n. 600)
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