Foi pelas 3 horas da manhã do dia 24 de abril, que o Capitão Alberto Ferreira se
deslocou à Aldeia da Serra, onde recebeu a Ordem de Operações (documento que
contém o detalhe considerado necessário para que os Comandantes subordinados
possam emitir as suas próprias ordens, abrangendo todos os aspetos necessários à
coordenação da operação em si mesmo, como sejam os ligados às comunicações e
cadeia de comando). Foi também nesse momento que o referido militar obteve um
rádio, das mãos do «contacto» do Movimento das Forças Armadas, rádio esse que foi
utilizado para as comunicações que foram realizadas pelo Capitão Andrade de Moura
no seu deslocamento e nas coordenações já em Lisboa. Sucintamente a missão era
marchar para Lisboa, instalando o Esquadrão na saída Sul da Ponte Oliveira Salazar e
aí estabelecer contacto com o Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas,
sedeado na Pontinha.
Com a retirada das forças que estavam a cercar o Carmo, ficou aliviada a
pressão sobre o Esquadrão da EPC, que em consequência acabou por receber a
rendição do Presidente do Conselho Professor Marcelo Caetano. A partir daí, o
Esquadrão do RC3 apertou o cerco ao Quartel do Carmo, descendo das posições do
Largo da Trindade e ocupando novas posições no Largo do Carmo e nas suas
imediações.