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Caracterização

Os seres classificados no Reino Protista são unicelulares, microscópicos e suas células


são eucarióticas, portanto com núcleo verdadeiro. Eles podem ser autótrofos (grego
autos = por si mesmo; trophé = nutrição) ou heterótrofos.

Podemos dividir o Reino Protista em dois grupos:

1. Algas
2. Protozoários

1 - Algas
Os protistas autótrofos, organismos microscópicos, constituem a maior parte do
plâncton marinho e dulcícula. São de fato os mais importantes produtores desses
ecossistemas, isto é, pela fotossíntese, produzem os alimentos que direta ou
indiretamente garantem a vida de todos os demais seres. Eles também são chamados de
algas unicelulares.

As algas unicelulares pertencentes ao Reino Protista distribuem-se por três


divisões:

 Chrysophyta (diatomácias e crisofítas)


 Euglenophyta (euglenóides)
 Pyrrophyta (dinoflagelados)

Pode-se referir às algas como crisofíceas ou crisófitas, por exemplo, valendo esta
nomenclatura para as outras classes:

Crisófitas (grego chrysos = ouro; grego phykia = alga)

São as algas douradas, representadas principalmente pelas diatomáceas

Euglenófitas (grego eu = bem; grego glene = encaixe)

São algas esverdeadas que possuem um ou dois flagelos, vivem principalmente em água
doce. O principal representante é a Euglena

Pirrófitas (grego pyrrhos = avermelhado, cor de fogo)

São as "algas de fogo", assim chamadas por causa da cor avermelhada que possuem.
Algumas vivem em água doce mas a maioria é marinha. Um exemplo interessante de
pirrófita é a Noctiluca, que possui luminescência, sendo responsável, em grande parte,
pela luminosidade do mar e da areia molhada, que se pode observar facilmente à noite.

2 - Protozoários
Antigamente referia-se ao Filo dos Protozoários. Atualmente o termo protozoário tem
sido empregado como uma designação coletiva, sem valor taxonômico. Os antigos
Subfilos passaram a ser os atuais Filos.

A classificação dos protozoários é feita com base nas estruturas de locomoção que
apresentam.

Os principais Filos de protozoários são:

Sarcodina (sarcodíneos)
Locomovem-se através de pseudópodos.

Exemplo.: as amebas

Mastigophora (mastigóforos)
Locomovem-se através de flagelos. Também conhecidos como flagelados.

Exemplo.: tripanossomo

Ciliophora (ciliados)
Locomovem-se através de cílios.

Exemplo.: paramécio

Sporozoa (esporozoários)
Não possuem estruturas de locomoção.

Exemplo.: plasmódio.

Os protozoários (grego protos = primeiro; grego zoon = animal) formam um grupo


numeroso, com uma grande variedade de formas, adaptadas aos mais diferentes modos
de vida. Eles ocorrem em praticamente em todos os ambientes aquáticos e terrestres.
Existem espécies de vida livre e parasitas.

As células dos protozoários são chamadas de “células-organismo”, pois são capazes de


executar todas as funções que os seres pluricelulares são feitas por células ou órgãos
especializados.

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Os protozoários podem se locomover por pseudópodos, cílios e flagelos, embora haja


também espécies sem locomoção.
Os pseudópodos (grego pseudo = falso; grego podos = pé) são expansões de citoplasma
que permitem um lento deslizamento do organismo. Esses pseudópodos se alongam e
alargam, e assim mudam constantemente a forma da célula durante o deslocamento.

Os cílios são filamentos curtos que ocorrem em grande número por célula, enquanto os
flagelos são longos e cada célula apresenta apenas um ou alguns poucos. Nos dois casos
eles batem coordenadamente e possibilitam a natação do organismo numa determinada
direção.

Muitos protozoários são parasitas do homem causando diversas doenças. Veja no


quadro a seguir as principais:

Espécie Classe Doença Sintomas Transmi


ssão
Entamœ Rizópod Amebías Ulcerações Ingestão
ba o e intestinais, de cistos
histolyti diarréia, eliminad
ca enfraqueci os com
mento as fezes
humanas
.
Trypano Flagelad Doença Problemas Fezes do
soma o de no inseto
Cruzi Chagas coração, barbeiro
inchaço do (Triatom
baço e a sp.)
fígado, mal
estar
Leishma Flagelad Úlcera Ulcerações Picada
nia o de Bauru (feridas do
brasilien que não mosquito
sis cicatrizam) palha
no rosto, (Phlebot
braços e omus
pernas sp.)
Trichom Flagelo Tricomo Vaginite, Relação
onas níase uretrite, sexual
vaginali corrimento ou
s toalhas e
objetos
úmidos
contamin
ados
Giardia Flagelad Giardías Dores Ingestão
lamblia o e abdominai de cistos
s, diarréia eliminad
os com
fezes
humanas
Plasmod Esporoz Malária Febres, Picada
ium oário anemia, de
vivax lesões no mosquito
baço e no -prego
fígado (Anophel
es sp.).

Fonte: educar.sc.usp.br
Reino Protista

Os organismos unicelulares eucariontes, representados pelos protozoários - como


amebas e paramécios - e certas algas unicelulares - como euglenafíceas, pirrofíceas e
crisofíceas -, constituem o reino Protista.

Sendo eucarionte, os protista são portados de núcleo individualizado - delimitado por


membrana nuclear denominada carioteca e de organelas citoplasmáticas bem definidas.
Essas características permitem a distinção entre protista e moneras.

Protozoários (filo Protozoa)


Os protozoários são eucariontes unicelular desprovidos de clorofila, que vivem isolados
ou formando colônias, nos mais variados tipos de hábitat. Podem ser aeróbicos ou
anaeróbicos e exibir vida livre ou associar-se a outros organismos. Neste último caso,
alguns se comportam como simples comensais, isto é, sem causar danos se alojam no
organismo hospedeiro, nutrindo-se de seus restos alimentares. É o caso da Entamoeba
coli, protozoário comensal que pode ser encontrado no intestino humano. Outros se
comportam como mutualísticos, isto é, estabelecem com o hospedeiro uma relação de
benefícios mútuos; é o caso do Trichonympha collaris, que vive no intestino de cupins,
onde promove a digestão da celulose, auxiliando assim a nutrição desses animais; em
troca, o protozoário encontra no inseto alimento e hábitat adequado para sua
sobrevivência. Alguns atuam como parasitas do homem e de outros seres vivos.

Os protozoários são microscópicos, mas existem exceções que podem ser visualizadas a
olho nu, como o Spirostomum, que mede cerca de 5 milímetros de comprimento.

Classificação dos protozoários


Os protozoários podem ser fixos ou se deslocar através de cílios, flagelos ou
pseudopodes.

De acordo com o tipo e a presença ou não dessas organelas locomotoras, os


protozoários classificam-se em:

Rizópodes ou sarcodíneos - locomovem-se através de pseudópodes


Flagelados ou mastigóforos - locomovem-se de flagelos
Ciliados - locomovem-se através de cílios
Esporozoários - desprovidos de organelas locomotoras.

Rizópodes ou sarcodíneos
As amebas são os principais representantes dos rizópodes, protozoários que se deslocam
e se alimentam através de pseudópodes. A maioria é de vida livre, podendo ser marinhas
ou dulcícolas (de água doce, como rios, represas, poças, tanques, lodo e mesmo terra
úmida).

A emissão de pseudópodes permite a locomoção e a captura de alimento por parte das


amebas. Ao detectarem a presença de um alimento qualquer, como algas ou
protozoários menores, as amebas deslocam-se até ele englobando-o com seus
pseudópodes, fenômeno conhecido por fagocitose.

Nas amebas dulcícolas, além das organelas comuns de uma célula típica, constata-se a
presença de um vacúolo denominado contrátil ou pulsátil. Considerando a Amoeba
proteus, uma ameba comum de água doce, verifica-se que seu fluído citoplasmático é
hipertônico em relação ao meio onde viva. Isso determina um fluxo de água, por
osmose, do meio ambiente para p interior da célula. Esse fluxo, sem dúvida, acabaria
por promover a ruptura celular, não fosse a atividade reguladora do vacúolo pulsátil. De
fato, esse vacúolo recolhe o excesso de água que penetrou na célula e, através de
movimentos de pulsação, elimina essa água para o meio externo. Nas amebas marinhas
- cujo habitat não apresenta esse tipo de problema, já que a concentração salina da água
é semelhante à concentração do fluído citoplasmático desses protozoários - o vacúolo
pulsátil seria funcionalmente inativo, o que justifica a ausência dessa organela em tais
protozoários.

A Entamoeba histolytica vive no intestino humano, onde atua como parasita. Essa
ameba pode ser adquirida através da ingestão de cistos, formas resistentes que surgem
condições ambientais inadequadas, presentes em água e alimentos contaminados. No
intestino grosso, o cisto é dissolvido através de enzimas, e a Entamoeba histolytica
prende-se então à parede intestinal atingindo capilares sangüíneos, fagocitando glóbulos
vermelhos (hemácias) para nutrir-se. Surgem ulcerações intestinais e diarréias, quadro
clinica básico da disenteria amebiana. Caso a ameba consiga atravessar a parede
intestinal, pode, através da corrente sangüínea, alojar-se em órgãos como pulmões,
fígado e cérebro, provocando graves lesões que identificam o quadro clínico da
amebíase.

A profilaxia da amebíase é de difícil execução, pois não depende apenas do tratamento


da matéria fecal e do lixo, mas também da proteção da água potável e dos alimentos, da
higiene pessoal e principalmente da educação sanitária. Mesmo em países ricos e de
higiene pública adequada, como os Estados Unidos, aparece grande número de pessoas
contaminadas.Portanto em países do Terceiro Mundo, como o Brasil, Peru e Colômbia,
as dificuldades para uma profilaxia são ainda maiores. Nos grandes centros urbanos , a
amebíase, um grave problema sanitário, agrava-se e deve ser combatida principalmente
com a distribuição da rede de esgoto para toda a cidade e com o tratamento do lixo. É
sempre fundamental o uso de instalações sanitárias adequados, tratamento de água,
higiene pessoal e lavagem cuidadosa dos alimentos, sobretudo frutas e verduras, e uma
grande campanha de educação sanitária que atinja toda a população.
Ciliados
São protozoários portadores de cílios que se prestam à locomoção e captura de
alimentos. Os ciliados são considerados os protozoários mais especializados pois
apresentam muitas organelas, que garantem a realização dos mais diversos vitais.
Abundantes em água doce e salgada, exibem vida ou associada a outros seres vivos.

Os ciliados são muito utilizados em experimentos diversos, uma vez que apresentam
porte relativamente grande e sua criação é fácil. Os mais conhecidos pertencem ao
gênero Paramecium, em que se destacam as espécies Paramecium aurelia e Paramecium
caudatum.

Para descrição do grupo, utilizaremos os ciliados do gênero Paramecium. Enquanto as


amebas obtêm seu alimento por fagocitose, através de qualquer parte da superfície
celular, os ciliados alimentam-se por meio de uma depressão da superfície, denominada
sulco oral. No final do sulco oral existe uma estrutura chamada citóstoma ("boca" da
célula). O movimento dos cujos provoca turbilhonamento na água, que facilita a
penetração de uma eventual partícula alimentar no sulco oral; o alimento atravessa então
o citóstoma e penetra numa região denominada citofaringe. No final da citofaringe o
alimento é definitivamente adquirido pelo paramécio formando um vacúolo digestivo.
Após a digestão e absorção do nutrientes, os digestivos são eliminados para o através de
um poro denominado citopígeo ou citoprocto. Há ainda um vacúolo pulsátil, que
elimina o excesso de água.

O Balantidium coli, outro tipo de ciliado, é o maior protozoário que parasita o homem,
sendo causador de disenteria. Embora não ocasione lesões graves no organismo
hospedeiro, muitos casos podem apresentar sintomas tão semelhantes ao da disenteria
amebiana que o diagnostico apenas se torna claro pela identificação do balantídio nas
fezes do indivíduo infectado. Seus hospedeiro naturais são o porco, o cavalo, o macaco
e o rato selvagem, sendo que no porco não aparecem o sintomas de infecção. Pois com
este animal o balantídio desenvolve exclusivamente uma relação de comensalismo,
alimentado-se apenas do conteúdo intestinal, rico em substâncias amiláceas (que contem
amido) . A transmissão ao homem se dá principalmente pela ingestão de cistos do
protozoário, através de alimento ou água contaminada tanto por portadores da infecção
como por fezes de animais com balantídio. A prevenção é basicamente a mesma
indicada para a Entamoeba histolytica.

Esporozoários
Os esporozoários são protozoários parasitas desprovidos de organelas de locomoção e
vacúolos pulsáteis. Entre as doenças causadas por esses microorganismos, citamos a
malária humana e a coccidiose em aves e coelhos.

A malária é causada por esporozoários do gênero Plasmodium, que são inoculados no


homem através da picada das fêmeas do gênero Anopheles, infectadas. Quando o
mosquito (transmissor ou vetor) pica um indivíduo, injeta-lhe um pouco de saliva que
contem substâncias anticoagulares. Caso o mosquito esteja infectado, juntamente com a
saliva são injetados esporos infestantes dos plasmódios. Esses esporos alcançam a
corrente sangüínea do homem e se instalam em órgãos diversos, como o fígado e o
baço, onde ficam inoculados por vários dias. Após o período de incubação, os esporos
retornam à corrente sangüínea e penetram nas hemácias, onde se reproduzem
assexuadamente. As hemácias então se rompem e liberam para o sangue novos
plasmódios, que passam a infectar novas hemácias sadias, repetindo-se o processo. O
ataque de frio e febre observado nas pessoas doentes coincide com a liberação dos
plasmódios infestantes e parece da ação de substâncias tóxicas no sangue, liberadas por
ocasião da ruptura das hemácias infestadas.

Depois de algumas gerações, certos plasmódios transformaram-se em formas sexuadas


denominadas gametócitos. Essas formas poderão ser adquiridas pelo mosquito, ao sugar
o sangue de um novo indivíduo doente. No interior do tubo digestivo do inseto, os
gametócitos completam seu desenvolvimento e se transformam em gametas, que
originam zigotos. Cada zigoto produz muitos plasmódios, que acabam se instalando nas
glândulas salivares do Anopheles e podem ser transmitidos a outras pessoas sadias,
recomeçando o ciclo.

O ciclo evolutivo do Plasmodium compreende, portanto, duas fases:

Fase assexuada

Ocorre no interior das hemácias; por alojar a fase assexuada, o homem é considerado
hospedeiro intermediário

Fase sexuada

Ocorre no tubo digestivo do mosquito, que é então considerado hospedeiro definitivo.

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