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CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA

PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017

MATERIAL DIDÁTICO

CONTRATOS E LICITAÇÕES

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SUMÁRIO
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 4
UNIDADE 2 – CONTRATOS ADMINISTRATIVOS .................................................... 7
2.1 CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................ 7
2.2 CLÁUSULAS ESSENCIAIS DOS CONTRATOS .............................................................. 9
2.3 EXECUÇÃO DOS CONTRATOS ................................................................................. 9
2.4 ALTERAÇÕES NOS CONTRATOS ............................................................................ 10
2.4.1.Tipos de alteração de contratos ................................................................ 10
2.5 PRINCIPAIS MODALIDADE DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ................................... 14
2.5.1 Contrato de colaboração ........................................................................... 14
2.5.2 Contrato de atribuição ............................................................................... 15
2.5.3 Contrato de Fornecimento ......................................................................... 15
2.5.4 Contrato de serviço ................................................................................... 16
2.5.5 Contrato de gerenciamento ....................................................................... 17
2.5.6 Contrato de obra pública ........................................................................... 17
2.5.7 Contrato de gestão .................................................................................... 18
2.5.8 Contrato de concessão ............................................................................. 18
2.6 DIFERENÇAS ENTRE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS ... 20
UNIDADE 3 – LICITAÇÕES PÚBLICAS .................................................................. 22
3.1 FASES DA LICITAÇÃO ........................................................................................... 23
3.1.1Edital .......................................................................................................... 23
3.1.2 Habilitação ................................................................................................ 24
3.1.3 Classificação ............................................................................................. 25
3.1.4 Homologação ............................................................................................ 26
3.1.5 Adjudicação ............................................................................................... 26
3.2 O PROCEDIMENTO LICITATÓRIO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
............................................................................................................................... 26
3.3 TIPOS E MODALIDADES DE LICITAÇÃO ................................................................... 27
3.3.1 A concorrência .......................................................................................... 29
3.3.2 A tomada de preços .................................................................................. 30
3.3.3 O convite ................................................................................................... 31
3.3.4 O concurso ................................................................................................ 32
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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3.3.5 O leilão ...................................................................................................... 33


3.3.6 O pregão ................................................................................................... 34
3.4 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO ........................................................... 37
UNIDADE 4 – LEI 8.666/93 E ALTERAÇÕES.......................................................... 46
UNIDADE 5 – LEI 101/00.......................................................................................... 57
UNIDADE 6 – LEI 11.079/04..................................................................................... 60
6.1 REQUISITOS ....................................................................................................... 61
6.2 ESPÉCIES DE PPP’S ........................................................................................... 61
6.2.1 Patrocinada ............................................................................................... 61
6.2.2 Administrativa ............................................................................................ 62
6.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................................ 63
6.4 PONTOS COMUNS REFERENTES À CONCESSÃO PATROCINADA E À CONCESSÃO

ADMINISTRATIVA ....................................................................................................... 65

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 67
ANEXOS ................................................................................................................... 71

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Até o ano de 1967, não tínhamos no Brasil uma legislação que regulasse
detalhadamente as licitações. Até então elas eram regidas pelo Código de
Contabilidade Pública da União (Decreto-Legislativo nº 4.356, de 21 de janeiro de
1922) e seu regulamento (Decreto nº 15.783, de 22 de novembro de 1922).
A primeira legislação que tivemos no país, tratando as licitações e os
contratos administrativos de forma pormenorizada, foi o Decreto-Lei nº 200, de 27 de
janeiro de 1967.
Em 09 de novembro de 1973, foi publicado o Decreto-Lei nº 73.140/73, que
regulamentava as licitações e os contratos, relativos às obras e serviços de
engenharia. Depois de uma série de diplomas federais e estaduais que legislavam
sobre licitações, foi promulgado, em 21 de novembro de 1986, o Decreto-Lei nº
2.360, de 16 de setembro de 1987, que regeu até 1993 as licitações e os contratos
administrativos no âmbito do Governo Federal, e também naquelas administrações
que não possuíam legislação específica.
Durante a vigência do Decreto-Lei nº 2.300/86, dois outros decretos foram
editados, tentando buscar a necessária moralidade administrativa: o Decreto nº 30,
de 7 de fevereiro de 1991, e o Decreto nº 449, de 17 de fevereiro de 1992. No
entanto, as suas aplicações ficaram reduzidas a algumas poucas entidades da
esfera federal.
A legislação federal que substituiu o Decreto-Lei nº 2.300/86, a Lei nº
8.666/93, depois de longo trâmite, foi sancionada pelo Presidente da República em
21 de junho de 1993, e publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte. Essa lei
foi substancialmente alterada por medidas provisórias, que tinham por objetivo retirar
algumas dificuldades e entraves impostos pela lei ao processo licitatório, tornando
mais fácil a sua aplicabilidade por parte da Administração Pública. Todas essas
medidas provisórias foram transformadas na Lei nº 8.883, de 8 de junho de 1994,
que altera dispositivos da Lei nº 8.666/93.
Como se observa pela breve história evolutiva da nossa legislação no tocante
a Atos da Administração Pública, contratos, licitações e leis afins serão nossos
temas da vez.

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A licitação e o contrato administrativo são atos decisórios definidores do


exercício da gestão pública. Por conseguinte, quando a Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) – Lei nº 101/00 menciona em seu artigo 1º a “responsabilidade na
gestão fiscal”, é precisamente a conformidade desses procedimentos – a licitação e
a contratação administrativa – com o planejamento institucional fortalecidos pela
mencionada lei.
Neste esteio, a Lei Complementar nº 101/00, veio acrescentar uma série de
comandos, condicionamentos e cautelas à estrutura jurídica das licitações e
contratos administrativos.
Segundo os ensinamentos do Professor CARLOS PINTO COELHO MOTTA
(2005), a LC nº 101/00 veio, concretamente, mudar alguma coisa nas licitações
públicas. É verdade que a Lei nº 8.666/93 contemplava já, de alguma forma, o
necessário liame entre a geração de despesa em obras, serviços e fornecimentos, e
o equilíbrio das contas públicas. (...) A LRF veio corporificar, entretanto, maior rigor
na fidedignidade e integração dos planos orçamentários, e na fiscalização no
atingimento de metas.
Alguns comandos da LC nº 101/00, que influenciam diretamente a fase
interna da licitação, ainda não ganharam a corporificação necessária que sua
importância merece. Decisões recentes dos Tribunais de Contas do país ainda
recomendam aos gestores públicos o cumprimento das exigências ora descritas no
estudo, quando na verdade deveriam impor tais medidas.
Fica evidente que toda a complexidade imposta pela Lei de Responsabilidade
Fiscal na fase interna da licitação não é mera burocratização do procedimento, mas
sim atos necessários para a busca da transparência, responsabilidade e eficiência
na gestão pública (CARVALHO, 2009).
Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao
final da apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venham surgir ao longo
dos estudos.
Ressaltamos que, embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser
científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às
regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem
de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,

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deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original.

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UNIDADE 2 – CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

2.1 Conceitos básicos


Segundo TOSHIO MUKAI (2009, p. 141), contrato é uma noção categorial
geral, tendo como característica fundamental, a pressuposição de um acordo de
vontades opostas que se combinam para produzir determinado efeito jurídico
somente entre as partes envolvidas.
No entendimento de HELY LOPES MEIRELLES (2010, p. 245), em princípio,
todo contrato é um negócio jurídico bilateral e comutativo, isto é, realizado entre,
pelo menos, duas pessoas que se obrigam a prestações mútuas e equivalentes em
encargos e vantagens.
Contratos administrativos são todos aqueles ajustes celebrados pela
Administração Pública por meio de regras previamente estipuladas por ela, sob um
regime de direito público, visando à preservação dos interesses da coletividade
(CARVALHO, 2008; DI PIETRO, 2009; MUKAI, 2009; MEIRELLES, 2010).
As regras são estabelecidas de modo unilateral pelo Poder Público, sem que
os particulares que com ele contratem possam estabelecer qualquer tipo de
interferência.
Como regra geral, os contratos administrativos são precedidos de licitação,
cuja face externa é inaugurada pela publicação do edital que traz as regras que
deverão ser seguidas durante todo o procedimento. Com essas regras, vários
documentos instruem o edital, entre os quais encontraremos a minuto do futuro
contrato, sabendo o particular vencedor, desde logo, que o contrato a ser assinado
deverá refleti-lo integralmente.
Em relação aos contratos administrativos, a participação da Administração faz
com que a ela sejam atribuídas prerrogativas, vantagens que não se estendem aos
particulares, que a colocam em uma posição de superioridade em relação a eles.
Essa posição de superioridade decorre dos interesses representados por ela, quais
sejam, os da coletividade.
A possibilidade de alteração unilateral das cláusulas existe, mas sendo tão
somente franqueada para a Administração Pública, i.e., somente o Poder Público
dispõe de prerrogativas da rescisão unilateral desses contratos, invocando a

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“exceção de contrato não cumprido”, regra essa que não se estende ao particular
contratado (NEVES; LOYOLA, 2011).
Também é atribuída somente à Administração a possibilidade de aplicação
unilateral de sanções e penalidades ao particular contratado, em vista do
descumprimento de suas obrigações. A esse conjunto de prerrogativas conferidas à
Administração Pública quando da celebração de contratos administrativos, por força
dos interesses que representa, dá-se o nome de “cláusulas exorbitantes”.
Se se tratasse de um contrato privado, essas cláusulas não seriam lícitas,
porque desigualariam as partes na execução do avençado (MEIRELLES, 2010, p.
257).
O Poder Público possui a faculdade de exigir, do contratado, garantia nos
contratos de obras, serviços e compras (NEVES; LOYOLA, 2011). Constata-se
também a faculdade do Poder Público de revogar, unilateralmente, os contratos
diante da caracterização de interesse público. A previsão dessas prerrogativas para
a Administração não pode deixar ao desamparo o contratado, que também deve ter
seus direitos relativos à parte econômica que ditaram sua participação no ajuste
preservado.
Importante registrar também a aplicação em caráter subsidiário, nos contratos
administrativos, da “teoria geral dos contratos” e das disposições de direito privado.
Quanto à formalização dos contratos administrativos, o instrumento do
contrato é obrigatório, vislumbrando-se a possibilidade de sua substituição por
outros instrumentos, como: carta-contrato, nota de empenho de despesa,
autorização de compra ou ordem de execução de serviços. A possibilidade de
substituição do termo contratual só ocorrerá nas hipóteses de compra com entrega
imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras.
A publicação resumida dos contratos surge como condição indispensável para
a sua eficácia.

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2.2 Cláusulas essenciais dos contratos


A Lei de Licitações1 e Contratos Administrativos (Art. 55 da Lei n. 8.666/1993)
estabelece uma lista de cláusulas consideradas essenciais.
Entre as cláusulas relacionadas no dispositivo legal, encontramos a que
determina a inclusão do objeto com seus elementos característicos, o regime de
execução ou a forma de fornecimento, os prazos de início de etapas de execução,
de conclusão, de entrega, e o crédito pelo qual correrá a despesa. É vedado o
contrato com prazo de vigência indeterminado. A duração dos contratos
administrativos está diretamente relacionada à vigência dos créditos orçamentários.
Por conclusão, a duração desses ajustes não poderá ultrapassar o prazo de
um ano, exatamente aquele de duração dos créditos integrantes do orçamento
(NEVES; LOYOLA, 2011).
Não obstante, o próprio legislador estabeleceu exceções, permitindo a
duração dos contratos administrativos por um prazo maior, desde que sobre eles
recaiam uma das hipóteses relacionadas nos incisos do art. 57.
O legislador permite o prolongamento do prazo para aqueles serviços a serem
executados de maneira contínua, que poderão ser prorrogados por até 60 meses,
admitindo-se, em caráter excepcional e desde que devidamente justificado, o seu
prolongamento por mais 12 meses.
Permite também, a utilização de um prazo mais elástico tratando-se do
aluguel de equipamentos e da utilização de programas de informática, quando,
então, esses ajustes poderão se prolongar pelo prazo de até 48 meses (NEVES;
LOYOLA, 2011).

2.3 Execução dos contratos


Na execução dos contratos, incide a regra denominada pacta suni setvanda,
segundo a qual, os contratos deverão ser executados fielmente pelas partes em
respeito às regras inicialmente pactuadas. Essas regras, contudo, admite exceções,
cumpridos os requisitos mencionados, vale dizer: o surgimento de situações
posteriores à sua celebração, a sua imprevisibilidade e a necessidade de
recomposição do equilíbrio inicial da equação econômico-financeira.

1Essa lei será mencionada e discutida ao longo de toda a apostila, devido sua importância para a
Administração Pública.
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O legislador prescreve a necessidade de a execução dos contratos


administrativos vir acompanhada e fiscalizada por um representante do Poder
Público. Da mesma forma, deverá o contratado manter preposto seu, desde que
devidamente aceito pela Administração para acompanhar a execução do ajuste.
A responsabilidade pelos danos causados ao Poder Público ou a terceiros,
por culpa ou dolo do contratado, é inteiramente deste, tendência também verificada
quanto aos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais. Há a
possibilidade aberta pelo legislador para a subcontratação de partes da obra, serviço
ou fornecimento, desde que aprovada a operação pelo Poder Público.

2.4 Alterações nos contratos


HELY LOPES MEIRELLES (2010) assevera que a doutrina é uniforme ao
admitir que o poder de alteração e rescisão unilateral do contrato administrativo é
inerente à Administração e pode ser exercido, mesmo que nenhuma cláusula
expressa o consigne.
As modificações serão produzidas mediante um termo de aditamento, que
deverá vir acompanhado de sua respectiva publicação. As hipóteses de modificação
dos ajustes estão disciplinadas no art. 65 da Lei de Licitações e Contratos
Administrativos. Qualquer alteração a ser promovida nos ajustes deverá vir,
obrigatoriamente, acompanhada das razões dos fundamentos que lhe deram
origem.
O princípio básico do poder de alteração unilateral do contrato pela
Administração é o de que toda modificação que agrave os encargos do contratado
obriga a mesma Administração a compensar economicamente os novos encargos, a
fim de restabelecer o equilíbrio financeiro inicial (TÁCITO, 1960 apud MEIRELLES,
2010).

2.4.1.Tipos de alteração de contratos


Unilaterais
São as alterações que podem ser promovidas unilateralmente pelo Poder
Público, materializando as denominadas “cláusulas exorbitantes”. Poderão as

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alterações ocorrer na hipótese de modificação do projeto ou das especificações para


melhor adequação técnica aos seus objetivos.
Permite o legislador a alteração unilateral dos ajustes quando necessária a
modificação do valor inicialmente pactuado como resultado de acréscimo ou
diminuição quantitativa do seu objeto.
Essas hipóteses, acima descritas, deverão se submeter aos limites permitidos
em lei.
Frisa-se que o aumento das quantidades, além dos limites estabelecidos pela
lei, não se admite nem mesmo com a concordância do contratado (NEVES;
LOYOLA, 2011).
Já as hipóteses de supressão poderão exceder o limite, se as partes entrarem
em acordo.

Bilaterais
As modificações também poderão ser realizadas de modo bilateral, de acordo
com as regras estipuladas no art. 65, lI. Vamos tomar como exemplo a conhecida
alínea d, denominada “teoria da imprevisão”.
Por essa teoria, autoriza-se a modificação das cláusulas contratuais
inicialmente pactuadas em vista do surgimento de fatos supervenientes e
imprevisíveis capazes de impedir ou dificultar o cumprimento do ajuste nos termos
inicialmente fixados.
Seu objetivo é a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato.
A necessidade de manutenção do equilíbrio inicial da equação econômico-
financeira não se apresenta somente nas alterações bilaterais, se impondo também
para as alterações unilaterais produzidas pela Administração (Ex.: nas hipóteses em
que a alteração unilateral do contrato aumente os encargos do contratado). Assim, a
Administração pode modificá-Ias, unilateralmente, desde que respeitados os direitos
do contratado.
A teoria da imprevisão representa o ressurgimento da cláusula rebus sic
stantibus (a convenção não permanece em vigor se as coisas não permanecerem),

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flexibilizando a regra geral denominada pacta stutt setvanda, localizada no art. 66 da


Lei nº 8.666/93.
A aplicação dessa teoria só se justifica em vista de acontecimentos
posteriores à celebração do contrato, que não poderiam ter sido previstos pelas
partes e que tornem impossível ou dificultem ao extremo a sua execução nos termos
inicialmente previstos.
Desse modo, a aplicação dessa teoria só terá lugar diante da caracterização
do que se convencionou chamar de álea extraordinária. Oportuno registrar que o
termo “álea” representa os riscos que o particular enfrenta por ocasião de suas
contratações com o Poder Público.
Surgem como hipóteses de aplicação da teoria nos contratos administrativos
àquelas resultantes de: força maior, caso fortuito, fato do príncipe e fato da
administração.
• Força maior – Retrata as situações criadas pelo homem. Exemplo: bloqueio,
impedindo a circulação do veículo e, consequentemente, da entrega do bem
no prazo estipulado.
• Caso fortuito – Eventos da natureza que impedem ou dificultam a execução
do ajuste. Exemplo: chuvas torrenciais, que trazem problemas quanto ao
fornecimento de energia elétrica.
• Fato do príncipe – Refere-se a uma situação imprevisível e posterior à
celebração do contrato, impedindo ou dificultando, sobremaneira, a sua
execução, criada pelo Poder Público, que incide sobre todos os contratos por
ele celebrados. Exemplo: a criação de um novo tributo, porque representa um
aumento de encargos para todos os contratados.
• Fato da administração – Segundo HELY LOPES MEIRELLES (2010), “fato da
administração é toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta
e especificadamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execução”. Aqui
os reflexos são diretos, incidindo especificadamente sobre o contrato e
somente sobre ele. Exemplo: a não realização das desapropriações
necessárias para que uma obra possa ser executada.
HELY LOPES MEIRELLES (2010), ainda convencionou as chamadas
“interferências imprevistas”, que são aqueles eventos que antecedem ao contrato,

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mas se mantêm desconhecidos, até serem revelados por meio das obras e serviços
em andamento. Não são impeditivas da execução do contrato, mas sim criadoras de
maiores dificuldades e onerosidades para a conclusão dos trabalhos, o que enseja a
adequação dos preços e dos prazos à nova realidade encontrada in loco.
Formas de extinção:
• Rescisão administrativa – Prevista no art. 79, I, dispõe que a rescisão
administrativa poderá ser determinada por ato unilateral e escrito da
Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo
anterior.
• Rescisão convencional (contratual) – É aquela que se verifica de forma
amigável, por acordo entre as partes, e desde que, por óbvio, exista a sua
conveniência para o interesse público. É necessário que venha acompanhada
da competente justificativa.
• Rescisão judicial – É aquela proposta pelo particular contratado em razão do
descumprimento de obrigações contratuais pelo Poder Público.
Essa hipótese de rescisão não pode ser decretada unilateralmente pelo
particular, dependendo da análise e concordância do Poder Judiciário. Exemplos:
suspensão da execução do contrato por prazo superior a 120 dias; o atraso superior
a 90 dias dos pagamentos devidos pela Administração Pública.
O legislador oferece a possibilidade de o particular contratado optar pela
rescisão do ajuste ou pela sua suspensão até que seja normalizada a situação
(NEVES; LOYOLA, 2011). Nos contratos, os interesses das partes envolvidas são
divergentes. Os Consórcios são ajustes celebrados entre pessoas da mesma esfera
de governo, visando a atingir objetivos comuns. Só poderão ser celebrados por
pessoas integrantes da mesma esfera de governo. Exemplo: duplicação de uma
estrada que liga dois municípios ou que interessa a dois estados limítrofes.
Obs: Aplicam-se, no que couberem, aos convênios e consórcios, as regras
estabelecidas na Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
A Lei nº 11.107/05, que traz os delineamentos do instituto do consórcio
público, nasce com a finalidade de ser o marco regulatório do art. 241 da
Constituição de 1988. Referido artigo constitucional ficou durante esses 20 anos
sem regulamentação, em um limbo jurídico, o que trouxe consequências danosas

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para consecução de finalidades públicas que demandam atuação cooperativa entre


as entidades federação (BARDSOLI, 2008).
A doutrina administrativa mais tradicionalista, que tem como precursor Hely
Lopes Meirelles, sempre entendeu que a diferença entre consórcios e convênios
residia em seus participantes. O Convênio seria um pacto em que os partícipes
poderiam ser pessoas de natureza diversa. Já o Consórcio teria que,
necessariamente, envolver pessoas jurídicas de uma mesma natureza. Conforme
Meirelles (2004, p. 389) “O que caracteriza o consórcio e o distingue do convênio é
que este é celebrado entre pessoas jurídicas de espécies diferentes e aquele só o é
entre entidades da mesma espécie”.
Com a EC nº 19/1998 que alterou a redação do art. 241 da Constituição de
1988, a nova redação estabeleceu a possibilidade de se realizar tanto convênios de
cooperação quanto consórcios entre os entes federados.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de
serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços
transferidos (Redação dada pela Emenda Constitucional 19, de 1998).

2.5 Principais modalidade de contratos administrativos


Destacam-se na doutrina dominante e pelo uso, dentre outros, os principais
contratos administrativos abaixo explicados, e mais uma vez quem nos orienta
nestas anotações são HELY LOPES MEIRELLES (2010) e MARIA SYLVIA
ZANELLA DE PIETRO (2011).

2.5.1 Contrato de colaboração


Trata-se do contrato que atribui ao particular, sem a contra partida de
qualquer vantagem, a obrigação de executar algo em favor do Poder Público, o qual
possui interesse prevalente no ajuste. Por exemplo: no contrato de colaboração, o
particular contratado pela Administração obriga-se a prestar determinado serviço ou
a realizar uma obra.

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Ou seja, o contrato de colaboração é um instrumento do qual se vale a


Administração Pública para contratação, com o particular, de obras, serviços ou
fornecimento.
A teoria desses chamados contratos de colaboração é fruto de construção
doutrinária moderna desenvolvida no Direito Administrativo, segundo a qual a
colaboração entre o particular e a Administração decorre da necessidade de ser
dada ao contrato administrativo maior flexibilidade, sem o que a Administração não
realizaria os seus fins.

2.5.2 Contrato de atribuição


Cuida-se de expressão utilizada para designar o ajuste no qual é deferida ao
particular determinada vantagem pessoal, haja vista que é dele o interesse que
prevalece.
No contrato de atribuição, a Administração confere ao particular determinadas
vantagens ou direitos, como, por exemplo, o uso especial de bem público.

2.5.3 Contrato de Fornecimento


Trata-se de um contrato de compra e venda que prevê a aquisição de coisas
móveis, como por exemplo: material hospitalar, material escolar, equipamentos,
gêneros alimentícios, entre outros, necessários à realização e à manutenção dos
serviços da Administração Pública. O contrato de fornecimento é classificado como
ajuste de colaboração.
O contrato de fornecimento é denominado pela Lei nº 8.666/93, em seu art.
6º, III, de “contrato de compra”, como toda aquisição remunerada de bens para
fornecimento de uma só vez ou parceladamente.
Quando se trata de compras para entrega imediata e pagamento à vista, não
há que se falar, realmente, em contrato de fornecimento como contrato
administrativo. Ele em nada difere da compra e venda, a não ser pelo procedimento
prévio da licitação, quando for o caso, e demais normas previstas nos artigos 15 e
16 (DI PIETRO, 2011, p. 339).
São espécies de contrato de Fornecimento:

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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
16

1. Fornecimento integral – é aquele em que o ajuste exaure-se com a entrega do


que foi pactuado.
2. Fornecimento parcelado – é aquele que se faz por partes, aquele em que a
avença exaure-se com a entrega final do bem. Exemplo: quando a
Administração adquire quantidade de bens como veículos, máquinas, mesas,
e a entrega é feita parceladamente.
3. Fornecimento contínuo – é aquele que se faz por tempo determinado, para
entrega de bens de consumo habitual ou permanente, como, por exemplo,
papel, graxa, tinta, combustível. Trata-se de materiais necessários à
realização de obras públicas ou à execução de serviços públicos, de modo
que a continuidade destes fica dependendo do fornecimento.

2.5.4 Contrato de serviço


Contrato de serviço é o ajuste que tem por finalidade a prestação, pelo
contratado, de uma determinada atividade ao Poder Público. Tendo em vista que, in
casu, o interesse prevalente é o da Administração, diz-se que tal ajuste é um
contrato de colaboração e são classificados como:
a) comuns – aqueles que não dependem de habilitação especial de seu
executor, de modo que não são privativos de uma determinada categoria
profissional;
b) profissionais – aqueles que demandam de seu executor habilitação
específica, traduzida na necessidade de registro profissional ou conclusão de curso
técnico ou universitário.
São modalidades de serviços profissionais:
a) generalizados – aqueles que muito embora demandem habilitação
específica de seu executor, não exigem para o seu exercício conhecimentos
técnicos incomuns aos demais profissionais da área;
b) especializados – aqueles que exigem a utilização de conhecimentos
técnicos e científicos incomuns, como por exemplo, os serviços constantes do rol do
art. 13 da Lei nº 8.666/93.
Destaca-se que a Lei nº 8.666/93, considera como de notória especialização o
profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente

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de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,


aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas
atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
adequado à plena satisfação do objeto do contrato (art. 25, § 1º).

2.5.5 Contrato de gerenciamento


É o ajuste através do qual a Administração transfere ao contratado o controle,
a condução, o gerenciamento de um dado empreendimento, resguardando, no
entanto, para si, o poder de decisão. Cuida-se, assim, da atividade de mediação, a
qual representa um serviço técnico profissional especializado, comum em obras de
grande porte como, por exemplo, nas hidroelétricas.

2.5.6 Contrato de obra pública


Trata-se do contrato no qual figura como objeto a construção, reforma ou
ampliação de uma determinada obra pública. Sua celebração, em regra, requer a
realização de prévio procedimento licitatório. O contrato de obra pública não
necessita de autorização legislativa.
Os contratos de obra pública no que concerne ao seu regime de execução,
podem ser de empreitada ou tarefa.

São espécies de regime de execução da empreitada:


aquela em que a contra prestação é fixada por
preço
preço certo de unidades determinadas.
unitário

aquela em que a contra prestação é determinada


Preço de antemão por preço certo, ainda que haja
global qualquer reajuste.

Aquele em que se estabelece preço certo, sendo


Preço
que o seu pagamento somente se verificará
integral
quando da entrega da obra.

O regime de execução da tarefa, por conseguinte, é aquele em que a


remuneração pela execução do ajustado é devida na medida em que a obra é
realizada, ou seja, após medição feita pelo Poder Público.
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2.5.7 Contrato de gestão


Por contrato de gestão deve se entender o ajuste celebrado pelo Poder
Público em parceria com o contratado, que pode ser uma dada entidade privada ou
mesmo um ente da própria Administração indireta, constituindo desse modo um
verdadeiro acordo operacional, por meio do qual o contratante torna-se destinatário
de uma série de benefícios previstos em lei.
A Constituição Federal prevê a existência do contrato de gestão conforme o
disposto no art. 37, § 8º, definindo que a autonomia gerencial, orçamentária e
financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
Os efeitos decorrentes da celebração de contrato de gestão com entidade
privada e com a administração indireta são diferentes no seguinte:
a) no contrato de gestão celebrado com entidade privada incumbirá ao Poder
Público o dever de fixar metas a serem alcançadas pela contratada, diante da
concessão de benefícios;
b) no contrato de gestão celebrado com a Administração Indireta haverá
subordinação às metas estipuladas e liberação do controle da entidade estatal que a
instituiu.
Destaca-se que as organizações sociais vinculam-se contratualmente à
Administração por meio de contratos de gestão (Lei nº 9.637/98).

2.5.8 Contrato de concessão


Na visão de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2011), o contrato de
concessão dentro do Direito Administrativo é o contrato administrativo por
excelência.

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O nosso ordenamento jurídico prevê as seguintes espécies de concessão,


mediante contrato:
a) concessão de obra pública;
b) concessão de serviço público;
c) concessão de uso de bem público.

Não existe uniformidade de pensamento entre os doutrinadores na definição


do instituto de concessão e Di Pietro (2011, p. 290), para fins de sistematização,
separá-los em três grupos:
✓ Os que seguindo a doutrina italiana, atribuem acepção muito ampla ao
vocábulo concessão de modo a abranger qualquer tipo de ato, unilateral ou
bilateral, pelo qual a administração outorga direitos ou poderes ao particular;
não tem muita aceitação no direito brasileiro que, em matéria de contrato, se
influenciou mais pelo direito francês;
✓ Os que lhe dão acepção menos ampla, distinguindo a concessão translativa
de constitutiva, e admitindo três tipos de concessão: a de serviços públicos,
obra pública e de uso de bem público;
✓ Os que lhe dão acepção restrita, só considerando como concessão a
delegação de poderes para prestação de serviços públicos, ou seja, a
concessão de serviços públicos.
Em outras palavras, a questão sobre a natureza jurídica dos contratos de
concessão admite controvérsias, uma vez que as correntes doutrinárias divergem ao
entender que pode ser um ato unilateral do Poder Público; ou dois atos unilaterais;
ou ainda, um emanado do Poder Público e outro do particular. Como também um
contrato regulado pelo direito privado, pelo direito público ou por ambos. Atualmente
prevalece o entendimento de que as concessões possuem natureza jurídica de
contratos administrativos regidos pelo direito público.
A concessão de obra pública, dentro do contexto, cuida do ajuste por meio do
qual o Poder Público transfere ao particular, através de remuneração indireta e por
um prazo determinado, a execução de uma determinada obra pública, objetivando
que esta seja realizada por conta e risco do contratado. Assim, a remuneração
indireta significa a contra prestação paga pelos beneficiários ou usuários da obra em

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razão dos serviços dela advindos, tal como se verifica nas praças de pedágio
instaladas em determinadas rodovias.
A celebração do contrato de concessão de obra pública, por imposição legal
deve ser precedida da realização de procedimento licitatório, na modalidade de
concorrência e de prévia autorização legislativa.
Já a concessão de serviço público trata-se do contrato através do qual o
Poder Público transfere ao particular a execução de serviços a ela atribuídos.
Objetiva-se, assim, que o particular preste tal serviço em seu nome, assumindo os
riscos inerentes ao negócio. Para tanto, receberá remuneração paga pelo usuário.

2.6 Diferenças entre contratos administrativos – convênios e consórcios


No estudo do Direito Administrativo e na sua aplicabilidade operacional, é
comum se deparar com dúvidas sobre qual instrumento jurídico se aplica a
determinado caso. Para tanto, deve-se ter em foco que no contrato administrativo os
interesses das partes contratantes são divergentes. Já, nos convênios e consórcios,
esses interesses são convergentes (NEVES; LOYOLA, 2011).
Os consórcios são ajustes celebrados por pessoas da mesma esfera de
governo, isto é, entre Municípios ou entre Estados-membros, objetivando alcançar-
metas comuns. Ex.: obras de duplicação de estrada que liga dois Municípios.
A responsabilização no que tange a esses acordos, está na premissa de que
a instituição de um consórcio não implica na criação de uma nova pessoa jurídica,
portanto, a responsabilidade pelos atos cometidos recairá sobre todos os partícipes
do acordo.
Por outro lado, os convênios são ajustes através dos quais o Poder Público
estabelece com pessoas de diferentes esferas de governo ou com entidades
privadas, associação para o alcance de objetivos comuns.
Nos convênios os interesses não são antagônicos, mas comuns. Há,
outrossim, mútua colaboração entre aqueles que fazem parte do acordo, além do
que os pagamentos figuram não como contraprestação remuneratória, sendo
voltados para a consecução do fim estabelecido no respectivo instrumento.
É importante destacar que a Lei nº 8.666/93 estabelece em seu art. 116, que
se aplicam, no couber, as suas regras para a celebração de convênios, acordos,

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ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da


Administração Pública.

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UNIDADE 3 – LICITAÇÕES PÚBLICAS

Licitação pública trata-se de um procedimento administrativo por meio do qual


o Poder Público procura selecionar a proposta mais vantajosa para os interesses da
coletividade nos termos expressamente previstos no edital.
A licitação é constituída por diversas fases, diversas etapas, que surgem em
ordem cronológica que não pode ser alterada, sob pena de anulação de todo o
procedimento.
A licitação tem seu início com a publicação do edital, surgindo em seguida as
fases de habilitação, de classificação, a homologação e, por último, a adjudicação
(art. 43).
Em matéria de legislação, quem tem competência para legislar (de acordo
com CF, art. 22, XXVII) são: União, Estados, Municípios e Distrito Federal, cada qual
no seu campo específico de atuação. Além da competência para legislar, possuem
competência para a abertura de procedimentos licitatórios, cada qual em seu campo
de atuação. Assim, a União tem competência para a edição de normas gerais.
Estados, Municípios, Distrito Federal têm competência para normas específicas,
dentro do seu território.
Além dos princípios relacionados no art. 37, caput, da CF de 1988,
destacaremos as inovações legislativas no art. 3º da Lei nº 8.666/1993, trazidas pela
recente Lei nº 12.349/2010, senão vejamos:
Art. 3º - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos.
De acordo com o art. 41 da Lei nº 8666/93, em relação à vinculação ao
instrumento convocatório, a administração não pode descumprir as normas e
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
O edital surge como lei interna das licitações, não podendo dela se afastar
tanto a Administração quanto os licitantes.
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Em relação ao julgamento objetivo das propostas, o administrador tem a


obrigação de fixar entre os critérios previstos na lei aquele de natureza objetiva que
melhor se adapte à situação em concreto.
A escolha do administrador deve se restringir a um dos critérios
expressamente previstos no § 1º do art. 45 da mesma lei.

(...)
I - a de menor preço (...);
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço;
IV - a de maior lance ou oferta
Nos casos de alienação de bens ou de concessão de direito real de uso (...).

Sobre a Adjudicação compulsória, a Administração Pública deve entregar o


objeto da licitação à proposta considerada vencedora, nos termos previstos no
edital. Este princípio impede que a Administração Pública venha a contratar com
terceiros que não aquele que tenha saído vencedor da licitação.
É importante observar que o Poder Público não está obrigado a celebrar
contrato com o licitante vencedor (pode ser inviável no momento, por razões de
interesse público). Assim, o licitante vencedor não tem direito adquirido à futura
contratação. Entretanto, se o Poder Público pretende contratar, só poderá fazê-lo
com o licitante vencedor.
A obrigação do licitante vencedor de manter os termos da proposta
inicialmente formulada perdura somente durante o prazo de 60 dias, contados de
sua entrega. Após esse prazo, não havendo convocação para a contratação, ficam
os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

3.1 Fases da licitação


3.1.1Edital
A primeira fase é a do edital, que pode ser definido como lei interna das
licitações, tendo em vista que traz em si todas as regras que serão desenvolvidas
durante todo o procedimento. Exemplos: o edital deverá conter o local, o dia e a hora
para recebimento da documentação e das propostas e para a abertura dos
envelopes; contemplar o objeto da licitação, em descrição sucinta e clara.

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Uma vez publicado o edital, tanto a Administração Pública quanto os licitantes


que se mostrarem interessados estarão vinculados às regras ali previstas, não
podendo delas se afastar.
Embora a regra geral aponte para a impossibilidade de modificação das
cláusulas do edital depois de sua publicação, o § 4º do art. 21 traz uma exceção,
possibilitando a modificação das cláusulas inicialmente fixadas no edital, desde que
as alterações sejam cercadas de ampla divulgação, e desde que se reabra o prazo
para a formulação das novas propostas, caso isso se revele necessário.

Impugnação das cláusulas contidas no edital


✓ Por qualquer cidadão – desde que o faça até cinco dias úteis antes da data
fixada para abertura dos envelopes de habilitação;
✓ Pelos licitantes – desde que o façam até o segundo dia útil que antecede a
abertura dos envelopes.
Há também a possibilidade, de qualquer cidadão - licitante ou não:
a) representar ao Tribunal de Contas contra irregularidades na aplicação
dessa lei, incluindo impugnação ao edital;
b) provocar a iniciativa do Ministério Público em relação a situações que
caracterizem descumprimento da lei na forma do seu art. 101.

3.1.2 Habilitação
É a fase em que o Poder Público procura averiguar as condições pessoais de
cada licitante de modo a concluir pela possibilidade ou não de ele arcar com as
responsabilidades resultantes do futuro contrato caso saia vencedor.
Nessa fase da licitação, o Poder Público somente poderá exigir o
indispensável para o cumprimento das obrigações resultantes do futuro contrato,
devendo justificar a sua pertinência em vista do objeto da licitação.
Para essa fase de procedimento exigir-se-á dos interessados,
exclusivamente, documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica,
qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal.

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É preciso atentar para o fato de que a Constituição Federal proíbe ao


administrador a contratação de qualquer pessoa jurídica em débito com o sistema de
seguridade social.
É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com
limitação de tempo ou de época ou, ainda, em locais específicos, salvo possa isso
se justificar em razão do objeto da licitação.
Com o intuito de simplificar a entrega de todos os documentos necessários à
cada licitação, a lei previu a possibilidade de edição de registros cadastrais para
efeito de habilitação prévia, tendo validade por um ano (art. 34). Todavia, não
excluiu a possibilidade de exigência de novos documentos não abrangidos por esse
registro.

3.1.3 Classificação
A fase de classificação tem por objetivo apreciar, comparar as propostas
comerciais dos habilitados na fase anterior para se proceder ao julgamento,
conforme critério anteriormente previsto expressamente no edital, sendo estes os
documentos iniciais: CPF ou CNPJ, prova de inscrição no Cadastro de
Contribuintes, prova de regularidade para com a Fazenda Pública, prova de
regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS.
Hipóteses em que as propostas apresentadas deverão ser imediatamente
desclassificadas pelo Poder Público:
a) propostas que não atendam às exigências do edital;
b) propostas consideradas manifestadamente inexequíveis, ainda que
elaboradas dentro dos limites previstos no edital.
Quando houver empate entre duas ou mais propostas, há preferência para
bens e serviços produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital
nacional, produzidos no País, produzidos ou prestados por empresas brasileiras,
entretanto, não se verificando a presença de empresas ou produtos com esse perfil,
será realizado um sorteio.

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3.1.4 Homologação
É a fase em que o Poder Público trata de ratificar, de confirmar, ou não, a
legalidade de todos os atos até então praticados, o que será feito por autoridade
superior àquela que comandou todo o procedimento até o presente momento.

3.1.5 Adjudicação
É a fase que encerra o procedimento de licitação, por meio do qual o Poder
Público entrega para a proposta vencedora o objeto da licitação.
Dentre os efeitos da adjudicação temos:
a) liberação dos licitantes vencidos em relação às propostas apresentadas;
b) obrigação da Administração Pública, se pretender contratar, que o faça
apenas com o licitante vencedor;
c) necessidade de o licitante vencedor manter os termos da proposta por ele
apresentada durante 60 dias, a contar da data da sua entrega, sob pena de sofrer
sanções.

3.2 O procedimento licitatório e sua importância para a Administração Pública


O Direito Administrativo, enquanto ramo do Direito Público, fundamenta-se em
dois preceitos básicos, quais sejam a supremacia do interesse público sobre o
privado e a indisponibilidade, por parte da Administração, dos interesses públicos.
Pode-se resumir o regime jurídico administrativo em duas palavras:
prerrogativas e sujeições. Possui a Administração Pública diversas prerrogativas ou
privilégios, desconhecidos no Direito Privado, mas por outro lado, está sujeita a
inúmeras restrições, as quais limitam sua atividade a determinados princípios e fins
que não podem ser ignorados.
A licitação, no entender do eminente doutrinador CELSO ANTÔNIO
BANDEIRA DE MELLO (1999, p. 373), é o procedimento administrativo pelo qual
uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar
obras ou serviços, outorgar concessões, permissões de obra, serviço ou de uso
exclusivo de bem público, segundo condições por ela estipuladas previamente,
convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se

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revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e


divulgados.
Sujeita-se, de sorte, o procedimento licitatório a determinados princípios,
dentre os quais, de acordo com a orientação do conceituado HELY LOPES
MEIRELLES (1999, p. 247), podem ser destacados o procedimento formal, a
publicidade de seus atos, a igualdade entre os licitantes, o sigilo na apresentação de
propostas, a vinculação ao edital ou convite, o julgamento objetivo e a adjudicação
compulsória ao vencedor, além da probidade administrativa.
Vê-se, para tanto, que a licitação tem por objetivo uma dupla perspectiva: de
um lado, pretende-se que os entes governamentais realizem a contratação mais
vantajosa, e de outro, garante aos administrados a possibilidade de participarem dos
negócios que a Administração deseja realizar com os particulares.

3.3 Tipos e Modalidades de licitação


Muitas pessoas confundem, ao tratar de licitação, os termos modalidade e
tipo de licitação. Segundo Cheniski (2008), podemos entender por modalidade de
licitação as formas em que o procedimento de seleção se apresenta. Para que se
obtenha o melhor julgamento, para que saibamos como será escolhido o licitante
vencedor, definimos o tipo de licitação, que pode ser melhor técnica, técnica e preço
ou menor preço.
Na fase interna da licitação, o órgão público efetua a pesquisa de preços de
mercado, para prever o custo do objeto. Esta pesquisa é de fundamental importância
para o processo, pois o valor apurado será o teto que a Administração Pública
poderá gastar e isso é o que definirá a modalidade da licitação.
A Lei nº 8.666/93 prescreve, em seu art. 22, cinco modalidades de licitação,
que são a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão. As
modalidades de licitação têm características próprias, destinando-se a determinados
tipos de contratação.
A licitação é o gênero, do qual as modalidades são as espécies (MEIRELLES,
1999). Desta forma, é possível aplicar a essas espécies os preceitos genéricos da
licitação, enquanto os específicos regem cada modalidade em particular.

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Segundo CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO (1999, p. 394), as três


primeiras espécies previstas (concorrência, tomada de preços e convite) são, sem
dúvida, as mais importantes. Dependem, em regra geral, do valor que a
Administração irá presumivelmente despender com a relação jurídica sucedânea, ou
seja, a partir dos patamares de valor estabelecidos em lei, corresponderão as
distintas modalidades.
Vale lembrar:
✓ Obriga-se a utilização da concorrência para o caso de valores mais elevados;
✓ A tomada de preços e o leilão são previstos para negócios de vulto médio;
✓ O convite se destina a negócios de modesta significação econômica.
A lei prevê que a Administração pode optar pela modalidade de valor mais
elevado, ao invés da correspondente ao respectivo patamar de valor, sendo vedada,
contudo, a utilização de modalidade correspondente a valor inferior.
Essas espécies licitatórias, com exceção do convite, dependem de publicação
de aviso, contendo um resumo do edital com indicação do local onde os
interessados podem obter o texto completo, bem como todas as informações acerca
do certame. No caso do convite, a divulgação é feita por carta, seguida de afixação
de cópia do instrumento convocatório em local apropriado.
Transcorrem prazos mínimos, fixados na Lei de Licitações e Contratos
Públicos, entre a divulgação e a apresentação das propostas ou a realização do
evento. Esses prazos variam dependendo da modalidade adotada para o certame.
Contam-se a partir da data da última publicação do edital resumido ou da expedição
do convite. Caso sejam feitas alterações no edital, haverá nova divulgação e, se
afetarem a formulação de propostas, recomeça-se a contar o prazo (PEIXOTO,
2001).
Esses prazos previstos em lei representam o mínimo a ser respeitado, nada
obstando que a Administração, verificando a complexidade do objeto da licitação ou
outros fatores, dilate esses prazos mínimos, possibilitando uma efetiva participação
dos interessados.
A Medida Provisória nº 2.026, editada em 04 de maio de 2000 e
regulamentada pelo Decreto nº 3.555, de 08 de agosto de 2000, instituiu, no âmbito
da Administração Federal, uma nova modalidade de licitação, o pregão, destinado à

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aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor da contratação, em


que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances, em sessão
pública.

3.3.1 A concorrência
A concorrência é a modalidade de licitação que se realiza, com ampla
publicidade, para assegurar a participação de quaisquer interessados que
preencham os requisitos previstos no edital convocatório.
Configura-se como a espécie apropriada para os contratos de grande vulto,
grande valor, não se exigindo registro prévio ou cadastro dos interessados,
cumprindo que satisfaçam as condições prescritas em edital, que deve ser publicado
com, no mínimo, trinta dias de intervalo entre a publicação e o recebimento das
propostas. Caso seja adotado um certame de acordo com os tipos, como os de
menor preço, técnica e preço e melhor técnica, esse intervalo mínimo é dilatado para
quarenta e cinco dias.
Estimando-se o valor do contrato posterior, a concorrência é a modalidade
obrigatória em razão de determinados limites, que por sua vez se sujeitam a
revisões periódicas. Contudo, independentemente do valor, a lei prevê que a
modalidade concorrência deve ser adotada nos seguintes casos:
a) compra de bens imóveis;
b) alienações de bens imóveis para as quais não tenha sido adotada a modalidade
leilão;
c) concessões de direito real de uso, serviço ou obra pública;
d) licitações internacionais.
Além desses casos específicos previstos, versa o Estatuto das Licitações e
Contratos Públicos que a concorrência é obrigatória quando, em havendo
parcelamento, o valor das licitações das parcelas, em conjunto, correspondam ao
montante igual ou superior ao previsto para a modalidade concorrência.
Há algumas ressalvas que devem ser feitas em relação aos ditames da lei:
admite-se a tomada de preços nas licitações internacionais, quando o órgão ou
entidade licitante possuir cadastro internacional de fornecedores, ou até convite,
caso inexista fornecedor no país. Além disso, permite-se que seja realizado o leilão

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para a alienação de bens imóveis, quando tenha sido adquirido por dação em
pagamento ou procedimentos judiciais.
Deve-se, portanto, caracterizar a concorrência como uma espécie do gênero
licitação. Conforme se constata, está adstrita aos mais diversos princípios,
características e requisitos do gênero mais amplo (PEIXOTO, 2001).

3.3.2 A tomada de preços


Conforme prevê o Estatuto das Licitações e Contratações Públicas, a tomada
de preços é a modalidade de licitação realizada entre interessados previamente
cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
É a licitação para contratos de valor estimado imediatamente inferior ao estabelecido
para a concorrência (PEIXOTO, 2001).
De modo sensível, a lei alterou a configuração da tomada de preços. Sob o
Decreto-Lei nº 2.300/1986, somente podiam participar aqueles regularmente
inscritos no cadastro do órgão licitante. A nova lei determinou a possibilidade de
participação também dos interessados que atendam às condições até três dias
antes do recebimento das propostas, o que tem dado margem a controvérsias e
disputas infindáveis e, mesmo, insolúveis, no que entende o considerado
administrativista MARÇAL JUSTEN FILHO (1999).
A Tomada de Preços tem por finalidade tornar a licitação mais sumária e
rápida. O objeto evidente da alteração que a nova lei introduziu foi o de abrir as
portas para um maior número de licitantes. Entretanto, não resta dúvida que o
procedimento da tomada de preços acaba por se tornar tão complexo quanto o da
concorrência (DI PIETRO, 1994). A vantagem que havia na legislação anterior é que
a comissão limitava-se a examinar os certificados de registro cadastral, o que já não
pode ocorrer sob a nova lei, pois, havendo licitantes fora do cadastro, a comissão de
licitação terá que examinar toda a documentação para a qualificação.
A tomada de preços é admissível nas contratações de obras, serviços e
compras dentro dos limites de valor estabelecidos em lei e corrigidos por ato
administrativo competente. A grande característica dessa modalidade, que a
distingue da concorrência é a existência de habilitação prévia dos licitantes, através

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dos registros cadastrais. Esses cadastros são registros dos fornecedores de bens,
executores de obras e serviços que ali se inscreveram, mantidos por órgãos e
entidades administrativas que frequentemente realizam licitações.
Deverá correr, na tomada de preços, um prazo de quinze dias, no mínimo,
entre a publicação e a data fixada para o recebimento das propostas. Contudo, caso
o certame seja julgado na conformidade dos “tipos”, ou seja, pelos critérios de
“melhor técnica” ou de “técnica e preço”, o prazo será de, pelo menos, trinta dias,
sendo a contagem feita da mesma forma que na concorrência. (PEIXOTO, 2001).

3.3.3 O convite
O convite é a modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do
ramo pertinente a seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela
unidade administrativa. Podem também participar aqueles que, mesmo não sendo
convidados, estiverem cadastrados na correspondente especialidade e
manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das
propostas.
O convite é, dentre todas as modalidades de licitação, a mais simples, sendo
adequada a pequenas contratações, cujo objeto não contenha maiores
complexidades, ou seja de pequeno valor (DROMI, 1977). É a única modalidade de
licitação que não exige publicação de edital, já que a convocação é feita por escrito,
obedecendo a uma antecedência legal de cinco dias úteis, por meio da carta-
convite.
A Lei nº 8.666/93 inovou ao garantir a participação de outros interessados,
desde que cadastrados e havendo manifestação nesse sentido, formalizada em até
24 horas antes da apresentação das propostas. Tal medida visou a aumentar o
número de licitantes, mas da mesma forma que ocorreu com a tomada de preços,
tornou mais complexo o procedimento. Permitindo, pois, essa participação aos “não-
convidados”, deve a unidade administrativa afixar cópia da convocação em local
apropriado.
Em princípio, o convite deverá contar com, no mínimo, três licitantes
qualificados, ou seja, em condições de contratar. O Tribunal de Contas da União já
decidiu inclusive que, não se obtendo esse número legal de propostas, impõe-se a

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repetição do ato, convocando-se outros possíveis interessados, a fim de garantir a


legitimidade do certame (JUSTEN FILHO, 1999).
A abertura de envelopes é feita em ato público, no dia, hora e local
especificados na carta-convite. O julgamento é feito por uma comissão ou servidor
designado pela autoridade administrativa.
MARCO AURÉLIO VENTURA PEIXOTO (2001) ressalta que a lei veda que
se utilize o convite ou a tomada de preços para parcelas de uma mesma obra ou
serviço, ou para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local, que
possam ser realizados conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de
seus valores caracterizar o caso de tomada de preços ou concorrência,
respectivamente.

3.3.4 O concurso
O concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio
ou remuneração aos vencedores, segundo critérios constantes de edital publicado
na imprensa oficial. É comumente utilizado na seleção de projetos, onde se busca a
melhor técnica, e não o menor preço.
No entender de HELY LOPES MEIRELLES (1999), o concurso é uma
modalidade de licitação de natureza especial, porque, apesar de se reger pelos
princípios da publicidade e da igualdade entre os participantes, objetivando a
escolha do melhor trabalho e dispensa as formalidades específicas da concorrência.
O concurso deve ser anunciado com ampla divulgação pela imprensa oficial e
particular, através de edital, publicado com uma antecedência mínima legal de 45
dias para a realização do evento. A qualificação exigida aos participantes será
estabelecida por um regulamento próprio do concurso, que conterá também as
diretrizes e a forma de apresentação do trabalho, bem como as condições de
realização e os prêmios a serem concedidos.
O julgamento é feito por uma comissão especial, integrada por pessoas de
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, sejam ou não servidores
públicos. Esse julgamento será realizado com base nos critérios fixados pelo
regulamento do concurso.

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O pagamento do prêmio ou da remuneração é condicionado à cessão, por


parte do autor do projeto, dos direitos a ele relativos, a fim de que a Administração
possa utilizá-lo de acordo com o prescrito no regulamento ou no ajuste para sua
elaboração.
Finaliza-se, portanto, o concurso com a classificação dos trabalhos e o
pagamento do prêmio ou da remuneração, não sendo conferido qualquer direito a
contrato com a Administração. Já a execução do projeto escolhido será, de outra
forma, objeto de outra licitação, revestida de outra modalidade (concorrência,
tomada de preços ou convite), vedada a participação do autor como licitante.

3.3.5 O leilão
O leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a
venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou ainda para a alienação de bens imóveis cuja
aquisição haja derivado de procedimento judicial ou de dação em pagamento.
Pode-se verificar a ocorrência de dois tipos de leilão, que são o comum e o
administrativo. O leilão comum, que é privativo do leiloeiro oficial, é regido pela
legislação federal pertinente, podendo a Administração estabelecer as condições
específicas. Já o leilão administrativo é feito por servidor público.
Antes do leilão, devem os bens ser previamente avaliados, constando no
edital o preço mínimo a ser ofertado. Indispensável se faz ainda que o edital
descreva os bens, possibilitando sua perfeita identificação. Deve, além disso, indicar
o local onde se encontram, possibilitando o exame por parte dos interessados. O
dia, horário e local do pregão são especificados também pelo instrumento
convocatório.
Para o leilão, não se exige qualquer tipo de habilitação prévia dos licitantes,
tendo em vista que a venda é feita à vista ou em curto prazo. Admite-se, entretanto,
a exigência, quando o pagamento não for todo à vista, de um depósito percentual do
preço, servindo como garantia.
Os lances no leilão deverão ser verbais, configurando uma disputa pública
entre os ofertantes, enquanto durar o pregão. Aquele que, ao final, oferecer maior

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lance, de valor igual ou superior ao avaliado previamente, arremata o objeto da


licitação (PEIXOTO, 2001).

3.3.6 O pregão
Constitui-se o pregão em uma nova modalidade de licitação, criada através da
Medida Provisória nº 2.026, de 04 de maio de 2000, e regulamentada pelo Decreto
nº 3.555, de 08 de agosto de 2000.
Em sentido literal, a palavra pregão corresponde ao ato de apregoar,
significando proclamação pública. Antes dessa medida provisória, associava-se o
pregão, no âmbito do Direito Administrativo, ao modo pelo qual se realiza o leilão,
modalidade destinada à venda de bens móveis inservíveis para a Administração, ou
legalmente apreendidos ou penhorados e até mesmo à alienação de bens móveis
que venham a integrar o patrimônio de ente público em função de penhora ou dação
em pagamento.
Tal nova modalidade de licitação, instituída através da referida Medida
Provisória, destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, promovida
exclusivamente no âmbito da União, qualquer que seja o valor estimado da
contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e
lances em sessão pública.
Essa nova modalidade de certame licitatório vem se juntar às formas já
conhecidas e disciplinadas na Lei de Licitações e Contratos Públicos (Lei nº
8.666/93), quais sejam a concorrência (contratos de grande vultos), a tomada de
preços (aquisições de vulto médio), convite (pequeno vulto), concurso e leilão.
Inserido neste contexto, vê-se que o pregão é utilizado para qualquer valor estimado
de contratação, diferenciando-se também das outras modalidades pelo fato de
somente poder ser promovido no âmbito da Administração Pública Federal.
Pretendeu-se, com a instituição do pregão, uma maior concentração,
flexibilização e desburocratização do procedimento licitatório convencional (MUKAI,
2011). Ocorre em uma sessão pública, configurando uma disputa entre os licitantes
através de propostas e lances.
No pregão, a licitação desenvolve-se em duas etapas, compreendendo uma
fase interna de preparação e outra externa. Na primeira, que em quase nada difere

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das outras modalidades, deve-se justificar a necessidade da contratação, definindo o


objeto do certame e estabelecendo as exigências de habilitação, critérios de
aceitação de propostas, cláusulas gerais do contrato, sanções pelo inadimplemento,
dentre outras. Ainda nessa fase introdutória, a autoridade competente designa o
pregoeiro, que tem por competência a condução da licitação, recebendo propostas e
lances, analisando a aceitabilidade e procedendo a classificação.
A fase externa da licitação na modalidade pregão compreende, inicialmente, a
divulgação, mediante publicação de avisos no Diário Oficial da União e em jornais de
grande circulação, sendo ainda facultado a veiculação de informação por meio
eletrônico. Nesse instrumento de aviso, fixa-se uma data para a realização de
sessão pública, na qual deverão comparecer todos os interessados, munidos dos
envelopes de propostas e documentos relativos à habilitação.
Em um primeiro momento, exige-se uma habilitação prévia, a priori, na qual
cada licitante se declara habilitado, afirmando estar em regularidade perante à
seguridade social, Fazenda Nacional e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-
FGTS, bem como que atende às exigências editalícias no tocante à habilitação
jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira. Fica previsto que quem fizer
declaração falsa, nesta pré-habilitacão, ficará impedido de contratar com a União,
pelo prazo de até cinco anos.
Declarando, pois, sua habilitação, o licitante participa da sessão de abertura
dos envelopes de proposta. Vê-se, nesse caso, que se produziu, na modalidade
pregão, uma importante modificação no procedimento, tão desejada por boa parte
da doutrina e defendida pelos eminentes mestres JESSÉ TORRES PEREIRA
JUNIOR (1997) e MARÇAL JUSTEN FILHO (1999). Tal modificação consiste na
inversão do procedimento licitatório: ao invés de serem abertos primeiramente os
envelopes de habilitação, como nas demais modalidades, dá-se primeiramente a
abertura dos envelopes contendo as propostas. A partir daí, procede-se a lances
verbais sucessivos a serem feitos pelo licitante que apresentou o menor preço e
pelos demais que tenham apresentado preços até 10% acima, até que se classifique
a proposta mais vantajosa para a Administração.
Essa inversão do procedimento foi, talvez, a modificação mais importante
introduzida pela medida provisória, tendo em vista que a fase de habilitação, sendo

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prévia em relação à fase de classificação, como ocorre nas outras modalidades, vem
se constituindo no maior gargalo para o andamento dos certames, em prejuízo do
princípio constitucional da eficiência. É a fase predileta para o direcionamento das
licitações por maus administradores, cumulando-as de exigências burocráticas e
desnecessariamente detalhadas, resultando no campo de batalha mais acirrado
entre os licitantes e na seara predileta das famigeradas liminares (NÓBREGA,
2000).
Logo, seguindo essa inversão de procedimento, após a fase de classificação,
realizada na sessão pública de pregão, procede-se, pelo pregoeiro, à abertura do
envelope contendo a documentação para habilitação do licitante que apresentou a
melhor proposta, para a verificação do atendimento das exigências, condições e
especificações contidas no edital, bem como da documentação de regularidade
exigida. Trata-se, de sorte, de uma habilitação a posteriori. Em havendo inabilitação
do proponente melhor posicionado, analisam-se os documentos do licitante com a
proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, caso necessário.
No entanto, embora reconhecendo a importante modificação e a boa intenção
na edição da citada Medida Provisória, possibilitando maior celeridade e
economicidade ao procedimento licitatório, não se pode deixar de ressaltar que há
aspectos que ensejam reflexão e preocupação (PEIXOTO, 2001).
Tal Medida Provisória cria uma nova modalidade licitatória, que praticamente
anula outras, contidas na Lei nº 8.666/93. A Lei de Licitações e Contratos Públicos,
que estabelece normas gerais, define, como já se disse, cinco modalidades de
licitação(concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão), como sendo
numerus clausus, pois veda expressamente a criação de outras modalidades de
licitação ou a combinação de modalidades. E aí vê-se que, além de a medida
provisória criar uma nova modalidade, ainda estabelece que será adotada qualquer
que seja o valor da contratação, excluindo-se, por conseguinte, outras três
modalidades, que são a concorrência, tomada de preços e convite.
Entende-se que a medida provisória procedeu a uma inversão da hierarquia
das normas, verdadeira subversão do ordenamento constitucional, já que, além de
estatuir, somente para a Administração Federal, normas diversificadas das normas
gerais de âmbito nacional, opera verdadeira delegação legislativa, ao estatuir que

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caberá ao regulamento (Decreto nº 3.555/00) a disposição sobre tais bens e serviços


comuns. E mais, apesar de estatuir normas de abrangência apenas federal, prevê
que as normas gerais da Lei nº 8.666/93 terão aplicação subsidiária.
Há ainda três outros aspectos criados pela nova modalidade, que têm ainda
preocupado os estudiosos e aplicadores do Direito Administrativo. O primeiro diz
respeito ao pregoeiro, porque tal medida provisória excluiu a necessidade das
comissões de licitação, determinando que apenas um servidor, o pregoeiro,
monopolizará a condução do procedimento, deixando-o bastante vulnerável e
ameaçando a moralidade das licitações.
Preocupa também a questão da previsão, contida no texto da medida
provisória, que se não for desde logo anunciado, na sessão pública do pregão, que
se pretende usar de recurso, precluirá o direito ao recurso na via administrativa. Isso
ofende, claramente, os princípios do devido processo legal, do contraditório, da
ampla defesa e do uso de recursos pertinentes. Outra cláusula que causa
estranheza diz respeito à diminuição dos prazos recursais, de cinco dias úteis para
três dias corridos, o que pode não apenas dificultar, mas também, o que é pior,
inviabilizar o direito aos recursos (PEIXOTO, 2001).
Por tudo isso, entende-se que a nova modalidade criada, apesar do louvável
intuito de flexibilizar e dinamizar o procedimento licitatório, deve ensejar uma maior
reflexão por parte dos detentores do poder, para que sejam efetuados os ajustes
necessários, a fim de que não se percam as mudanças exigidas no seio social
A licitação é regra para a Administração Pública, quando contrata obras, bens
e serviços. No entanto, a lei apresenta exceções a essa regra. São os casos em que
a licitação é legalmente dispensada, dispensável ou inexigível.

3.4 Dispensa e inexigibilidade de licitação


Além da obrigatoriedade de procedimento licitatório nas contratações de
serviços e aquisições de bens feitos pela Administração, a Lei nº 8.666/93 prevê a
exceção de não licitar, abrangendo a licitação dispensada, licitação dispensável e a
inexigibilidade de licitação.
A CF no art. 37 reflete essa possibilidade ao explicitar no seu inciso XXI a
obrigatoriedade de licitação, ao tempo em que a excepciona desde que as hipóteses

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sejam previstas em legislação, hipótese da Lei nº 8.666/93, que, ao traçar normas


gerais para as licitações e contratos da Administração Pública, aperfeiçoa o princípio
da competência privativa da União estabelecida no inciso XXVII, art. 22 combinado
com o já mencionado art. 37, ambos da Carta Magna.
A dispensa de licitação está prevista no art. 24 Lei Federal 8.666/93, que tem
nos seus vinte e quatro incisos exauridas as hipóteses de aplicabilidade da exceção.
Essas hipóteses são originadas na Lei nº 8.666/93 e Lei nº 9.648/98 que a alterou.
Para que a situação possa implicar dispensa de licitação, deve o fato
concreto enquadrar-se no dispositivo legal, preenchendo todos os requisitos. Não é
permitido qualquer exercício de criatividade ao administrador, encontrando-se as
hipóteses de licitação dispensável previstas expressamente na lei, numerus clausus,
no jargão jurídico, querendo significar que são aquelas hipóteses que o legislador
expressamente indicou que comportam dispensa de licitação (FERNANDES,
A opção pela dispensa de licitação deve ser justificada pela Administração.
Justificativa essa que comprove indiscutivelmente a sua conveniência, resguardando
o interesse social público. Isso equivale a dizer que o administrador, ao seu alvedrio,
sem comprovado bônus ao erário público e ao interesse precípuo da Administração,
não pode optar pela dispensa de licitação. Ela precisa ser oportuna, sob todos os
aspectos, para o Poder Público.
A formalização do processo de dispensa de licitação está submetida ao art.
26 da Lei nº 8.666/93 que determina:

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e nos incisos III a


XXIV do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do
parágrafo único do art. 8º, deverão ser comunicado dentro de três dias a
autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no
prazo de cinco dias, como condição para eficácia dos atos.

O parágrafo único do mesmo artigo dispõe que o processo de dispensa de


licitação, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído,
no que couber, com os seguintes elementos:
I – caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a
dispensa, quando for o caso;
II- razão da escolha do fornecedor ou executante;

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III- justificativa do preço;


IV- documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados.
Como pode ser verificado, a dispensa de licitação repousa sobre critérios
básicos, aqui se destacando, a seguir:
1- a razão da opção pela aplicabilidade da exceção. Quais as vantagens
auferidas pela Administração que superam a competitividade ou a efetiva execução
do objeto pretendido;
2- o critério da escolha de determinada pessoa física ou jurídica, nisso se
observando a sua capacitação e, prioritariamente, a harmonia entre o que deseja a
Administração e o objeto social da empresa ou a especialidade do contratado;
3- A justificativa do preço é indispensável, devendo ser verificado se é
compatível com o praticado no mercado e quais os ganhos efetivos para a
Administração;
Enfim, dispensável é a licitação que pode deixar de ser promovida pelo
agente administrativo em função do que melhor atender ao interesse público.
Direcionando o foco da exceção de não licitação para os incisos I e II do art.
24 da Lei nº 8.666/93 e alterações, que tratam da dispensa por limite de preços,
temos a considerar que a Lei determina o limite de aquisição da contratação direta,
porém, impõe um sistema de freios que proíbe o fracionamento de despesas, ou
seja: contratar obras e serviços e adquirir bens que se refiram a parcelas de um
mesmo serviço ou compra que possa ser realizado de uma só vez não é permitido,
salvo se houver impossibilidade orçamentário-financeira ou situação emergencial
absolutamente caracterizada. Abstraindo a situação emergencial, para que isso não
ocorra é necessário o planejamento das necessidades dos órgãos para todo o
exercício.
Por oportuno é bom lembrar o que aponta o art. 89 da Lei retromencionada:
Art. 89. Dispensar ou inexigir fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de
observar as formalidades pertinentes à dispensa ou inexigibilidade de licitação:
Pena – detenção, de 3 (três) a cinco anos, e multa.
Apoiando o art. 24, dispõem os parágrafos 1º e 2º art. 23, da Lei nº 8.666/93:

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§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão


divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente
viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos
recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da
economia de escala.
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens parceladas nos
termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço
ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade
pertinente para a execução do objeto licitado.
Como pode ser observado, a Lei cerca a proibição de fracionamento de
despesas por todos os seus ângulos, nele incorrendo aquele que gasta, durante o
exercício, se por elemento de despesa, extrapolando o limite de contratação direta
ou, se por modalidade de licitação, desviando a adoção da modalidade apropriada à
hipótese, considerando o seu custo global, dividido-a em etapas, v.g., vários
convites quando o custo anual totalize o valor aplicável à Tomada de Preços ou a
sua utilização quando cabível a Concorrência.
Concluindo, o administrador deve ter como roteiro básico dos seus gastos a
Lei de Diretrizes Orçamentárias associada ao Quadro de Detalhamento de
Despesas – QDD pertinente ao seu órgão.
No QDD estão estabelecidos os limites de gastos por natureza de despesa.
Em havendo discriminação explícita da despesa, na dotação por categoria
econômica, aplica-se a ela, em quaisquer aquisição ou contratação direta, a
modalidade licitatória apropriada ao montante autorizado.

Valor, situação e traço comum da dispensa


Levando-se em consideração o critério de valor, o legislador admite
contratações diretas para obras e serviços de engenharia até os limites fixados no
art. 23.
O art. 24, I e lI, autoriza a contratação direta, por dispensa de licitação, para
obras e serviços de engenharia e para serviços e compras, com valor até 10% do
limite previsto para o convite. O que justifica a contratação direta é a caracterização
de uma situação excepcional, anormal. Assim, o legislador autoriza contratações

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diretas nos casos de guerra, grave perturbação da ordem ou mesmo em situações


emergenciais. Ex: se o País estiver em guerra e houver necessidades de compra de
armamentos.
Em tese, demandaria a abertura de licitação, visto que é viável a competição.
Em vista da natureza excepcional, poderá ser autorizada a contratação direta
independentemente do valor a ser pago, desde que, por óbvio, seja um valor médio
praticado pelo mercado.
Há também a possibilidade de contratação direta nas situações chamadas
emergenciais, que possam ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens públicos ou particulares.
A caracterização de uma situação emergencial, de modo a justificar
contratações diretas, só terá lugar diante da demonstração da sua imprevisibilidade.
Enfim, a possibilidade de contratação direta, por dispensa de licitação, por força de
situação emergencial, legitima- se após a interrupção do contrato até então em vigor
se o serviço assim o exigir, em razão do seu caráter contínuo e desde que não se
figure prejuízo para o interesse público.
O traço comum nas hipóteses de dispensa de licitação (art. 24) prende-se ao
fato de que a competição, em tese, revela-se possível, sendo, como consequência,
também possível abertura de licitação.
Assim, tratando-se de dispensa de licitação, fica a critério do administrador a
escolha pela abertura ou não do certame competitivo. Logo, trata-se de uma
faculdade, e não de uma obrigação para o administrador. Estudaremos agora as
hipóteses.

Características do contratado
Nessa modalidade, o que se leva em consideração são as características da
pessoa a ser contratada. Ex.: Situação em que o legislador autoriza contratações
diretas para a impressão de diários oficiais a pessoa jurídica de direito público
interno.
O aspecto considerado pelo legislador no exemplo é o fato de a pessoa
integrar a estrutura da Administração Pública para a realização dos serviços ali
previstos e, por óbvio, com preços praticados pelo mercado.

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Da mesma forma, o legislador prevê a possibilidade de contratação de


associação de portadores de deficiência física sem fins lucrativos, desde que o
preço seja compatível com o praticado no mercado.
Os exemplos acima demonstram a possibilidade, em tese, de abertura de
licitação, por força da presença de diversos fornecedores no mercado, o que, no
entanto, torna-se dispensável para privilegiar uma das pessoas ali relacionadas, vale
dizer, entidades assistenciais ou que integram a estrutura da Administração Pública.

Características do objeto
Temos como exemplo, a contratação de remanescentes de obra, serviço ou
fornecimento em consequência de rescisão contratual; a compra ou locação de
imóvel destinado ao atendimento das finalidades da administração, cujas
necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha e desde que o
preço seja compatível com o valor do mercado.
A abertura ou não da licitação fica a critério do administrador, desde que
recaia em uma das hipóteses relacionadas pelo legislador, que não poderão ser por
ele ampliadas.
Outras hipóteses de dispensa de licitação pela característica do objeto:
alienação de bens públicos móveis ou imóveis; doação para outro órgão ou entidade
da Administração, a permuta por outro imóvel.

Inexigibilidade de licitação
As hipóteses de contratação direta, por inexigibilidade de licitação (art. 25) só
serão possíveis quando caracterizada a inviabilidade de competição.
São situações em que, não obstante poder o administrador pretender abrir
uma licitação, ainda assim a tentativa seria inócua por força da impossibilidade de
instauração de competição. Aqui se incluem o fornecedor exclusivo, a notória
especialização e o setor artístico.

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43

Fornecedor exclusivo
Esta modalidade se refere à aquisição de materiais, equipamentos ou
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca.
Exige-se que essa exclusividade seja comprovada por meio de atestado
fornecido pelo órgão de registro do comércio, pelo sindicato, federação ou
confederação patronal, para evitar fraudes.
O legislador proibiu a preferência de marca, o que deve ser compreendido
não de maneira absoluta, mas dentro dos limites pela própria lei. Assim, se somente
um produto de determinada marca tem condições de suprir as necessidades da
Administração, e estas, por seu turno, estão plenamente justificadas, não se vê por
que não possa a contratação ser realizada diretamente com base no dispositivo
legal sob comento.

Notória especialização
Outra modalidade prevista é a da contratação de profissionais notoriamente
especializados para o exercício de atividades singulares.
Para a justificação da contratação direta, exige-se o cumprimento de dois
requisitos distintos:
a) a caracterização de um serviço de natureza singular;
b) a contratação de um profissional notoriamente especializado.
O profissional notoriamente especializado é aquele que, no setor em que
atua, conseguiu reconhecimento dos demais profissionais em decorrência de
desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,
aparelhamento ou equipe técnica.
Essa modalidade só se justifica se for para a realização não de serviços
comuns, mas daqueles que exijam a condição de notoriedade relacionada pelo
legislador.
Hipóteses caracterizadoras de serviços de natureza singular: I – estudos
técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e
avaliações em geral; III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias
financeiras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou

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serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI –


treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens
de valor histórico (art. 13, Lei nº 8.666/1993).
Mesmo quanto às atividades relacionadas pelo legislador, só poderão ser
justificadas quando o serviço requeira esse grau de especialização.
Importante observar que o legislador deixou claro seu entendimento quanto à
impossibilidade de contratações diretas, por inexigibilidade, para serviços de
publicidade e divulgação.
Essa regra, entretanto, admite flexibilização naquelas hipóteses em que restar
comprovada a inviabilidade de competição.

Setor artístico
Por fim, há a possibilidade da contratação de profissional de qualquer setor
artístico, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. O
valor da contratação deverá refletir aquele que o profissional do setor artístico
normalmente cobra pela realização dos seus espetáculos.
O legislador estabeleceu que os processos de dispensa e de inexigibilidade
deverão ser instruídos com a caracterização da situação emergencial ou calamitosa,
a razão da escolha do fornecedor ou do executante e a justificativa de preço, para
evitar desvios de finalidade pelo administrador.

Critério de preferência
É vedado aos agentes públicos:
Art. 3º da Lei nº 12.349/2010( ... )
§ 1º (...)
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo,
inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de
qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do
contrato, ressalvado o disposto nos §§ 52 a 12 deste artigo e no art. 32 da Lei nº
8.248, de 23 de outubro de 1991;

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45

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,


trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de
pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais,
ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 32 da Lei nº 8.248, de 23 de
outubro de 1991.
Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada
preferência sucessivamente aos bens e serviços:
✓ produzidos no País;
✓ produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
✓ produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País.

Nos processos de licitação previstos no art. 3º poderá ser estabelecida


margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que
atendam a normas técnicas brasileiras. Esta preferência será estabelecida com base
em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que
levem em consideração a geração de emprego e renda, efeito na arrecadação de
tributos federais, estaduais e municipais, desenvolvimento e inovação tecnológica
realizados no País custo adicional dos produtos e serviços.

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UNIDADE 4 – LEI 8.666/93 E ALTERAÇÕES

Embora o título da unidade se reporte inicialmente à lei nº 8.666/93 nosso


objetivo nesta unidade é discorrer tanto sobre digamos, a primeira lei de licitações,
quanto de suas várias alterações, assim os devidos comentários cabíveis a esta lei
estarão inseridos contextualmente na medida que formos caminhando, no entanto,
vamos começar praticamente de trás para frente, ou seja, lançando alguns
comentários sobre a Lei nº 12.349/2010 que foi criada a partir da Medida Provisória
nº 495 que alterava a Lei nº 8.666/19932 e dá preferência, nas licitações públicas,
para produtos e serviços produzidos no país com desenvolvimento de tecnologia.
Isso quer dizer que os governos poderão pagar até 25% a mais nas compras de
tecnologia nacional.
A prioridade terá que ser justificada em estudos que levem em consideração a
geração de emprego e renda, a arrecadação de tributos, o desenvolvimento e a
inovação tecnológica realizados no Brasil, o custo adicional dos produtos e serviços,
e a análise retrospectiva dos resultados.
Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao
aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,
considerados estratégicos, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo
básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001. A cada exercício
financeiro, será divulgada na internet, a relação de empresas favorecidas com
indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas.
A lei também altera a Lei nº 8.958/1994, que rege o relacionamento entre
agências de fomento e fundações de apoio à pesquisa, ensino e extensão das
instituições científico-tecnológicas (ICTs).
As instituições federais de ensino superior (IFES) e as demais ICTs poderão
celebrar convênios e contratos, nos termos do inciso XIII do art. 24 da Lei nº
8.666. Os acordos poderão ser feitos por prazo determinado, com fundações
instituídas com a finalidade de dar apoio a projetos de ensino, pesquisa e
extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, inclusive

2 Outros três diplomas legais foram alterados: a Lei nº 8.958/94, a Lei nº 10.973/04 e a Lei nº
11.273/06.
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na gestão administrativa e financeira estritamente necessária à execução


desses projetos.
A legislação também autoriza a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP),
o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as
agências oficiais de fomento a realizarem convênios e contratos, nos termos do
inciso XIII do art. 24 da Lei nº 8.666, por prazo determinado, com as fundações de
apoio, com o intuito de dar apoio às IFES e às ICTs, inclusive na gestão
administrativa e financeira dos projetos.
Na verdade, se a pretensão era estimular o desenvolvimento nacional, o
governo deveria ter incentivado os estrangeiros a trazerem recursos e investirem no
Brasil para aqui gerar emprego, renda e tecnologia, inclusive, com incentivos fiscais
e outros, para a instalação de unidades produtivas.
Nesse ponto, tem-se um registro a fazer. Em paralelo às ações judiciais, que
certamente serão movidas, as empresas estrangeiras estão se antecipando como
podem: várias já compraram cotas de capital em empresas brasileiras para obter
dividendos dos contratos governamentais e outras estão buscando joint ventures
com brasileiras e enviando partes de componentes do exterior para produtos a
serem “nacionalizados” no Brasil, para fins de vendas aos órgãos públicos
(Disponível em: https://www.planalto.gov.br/).
Segundo comentários de alguns especialistas como JONAS LIMA (2011), a
Lei 12.349 (decorrente de uma MP) já nasceu inconstitucional a começar por não
atender ao requisito básico da urgência. No mérito das normas de preferências
nacionais (de até 25%), o governo trilhou caminho errado, quebrando pressupostos
constitucionais, entre outros, o de “igualdade de condições a todos os concorrentes”.
E não adianta comparar de forma genérica o texto com o do “American Buy Act”,
que é bastante diferente e decorre de motivos diferentes.
No âmbito externo, a norma declara guerra comercial e instiga retaliações, a
recaírem sobre empresas brasileiras que participem de licitações em outros países,
especialmente na Europa e nos Estados Unidos. No âmbito interno, abre a porta da
desigualdade e incentiva a falta de competitividade (menos concorrentes), o atraso
tecnológico (reserva de mercado) e o sobrepreço (pagando-se mais caro), relegando
ainda os princípios da eficiência e da economicidade.

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48

Devido a pertinência com que o autor tratou o tema, o ensaio que se segue
está na sua íntegra e pertence a RICARDO ALEXANDRE SAMPAIO (2011).
A este rápido ensaio, interessam, especialmente, as alterações que afetam o
processamento dos certames licitatórios e a gestão dos contratos administrativos;
nesse sentido, a primeira medida prevista pela Lei nº 12.349/10 altera justamente a
finalidade da licitação.
De acordo com a nova redação dada ao caput do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a
licitação, além de se destinar a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia e a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, agora
também objetiva a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.
A atribuição de mais essa finalidade legal ao procedimento licitatório permitirá
a edição de atos voltados à implementação de ações correlatas ao processo de
contratação, principalmente medidas voltadas à celebração de contratações
sustentáveis. Será esse o fundamento legal que legitimará a edição de atos
infralegais com o objetivo de fazer constar nos editais exigências voltadas à
sustentabilidade das contratações públicas.
Ao inserir a promoção do desenvolvimento nacional sustentável como uma
das finalidades legais da licitação, legitima-se, também, o uso do poder de compra
do Estado como ferramenta voltada à difusão de políticas públicas. Com isso, mais
do que apenas satisfazer as necessidades da Administração, o contrato
administrativo também servirá como indutor de políticas públicas, em especial
aquelas voltadas ao fomento e ao desenvolvimento de segmentos econômicos
reputados estratégicos.
Prova disso extrai-se da própria Lei nº 12.349/10, que, ao inserir o § 5º ao art.
3º da Lei nº 8.666/93, passa a admitir a concessão de margem de preferência para
produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas
brasileiras.
Essa medida afasta por completo a cogitação equivocada do dever de tratar
igualmente todos os licitantes nos procedimentos licitatórios. Isonomia não significa,
necessariamente, esse tratamento igual. Segundo a inteligência talhada com base
no pensamento de Rui Barbosa de que a regra da igualdade consiste em considerar
desigualmente os desiguais, na medida em que se desigualam. A violação à

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isonomia é justamente tratar desigualmente os iguais ou tratar os desiguais com


igualdade. Logo, a isonomia não reside no tratamento igualitário absoluto, mas em
saber reconhecer quando se está diante de desiguais que exigem tratamento
diferenciado.
Antes, a Lei nº 8.666/93 somente admitia a inclusão de cláusulas ou
condições que conferissem tratamento desigual aos licitantes em vista de
circunstâncias pertinentes ou relevantes para assegurar a perfeita execução do
objeto do contrato. Dito de outro modo, o estabelecimento de condições restritivas à
competição ou que estabelecessem preferências ou distinções entre os licitantes
deveria obrigatoriamente se relacionar com aspectos atinentes à execução do
objeto.
Com a nova disciplina, o § 5º do art. 3º da Lei nº 8.666/93 passa a admitir a
previsão de cláusula que diferencie os licitantes em função da nacionalidade dos
produtos e serviços cotados. Admite-se, assim, privilegiar, por meio da concessão de
margem de preferências, licitantes que ofertem produtos ou serviços nacionais e que
atendam a normas técnicas brasileiras.
Ora, se a finalidade da licitação passa a ser também promover o
desenvolvimento nacional sustentável, a concessão de benefícios que permitem o
desenvolvimento do mercado interno se alinha a esse propósito. Trata-se, portanto,
de reconhecer que os licitantes que ofertam produtos e serviços nacionais, por força
de lei, não são iguais aos demais licitantes. Daí porque o fundamento para tratá-los
desigualmente, na proporção da desigualdade criada pela Lei.
E, na forma do § 8º acrescentado ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, essa
desigualdade criada pela Lei confere preferência aos produtos manufaturados e
serviços nacionais, desde que não ultrapassem o montante de 25% sobre o preço
dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
Por ser medida que cria distinção entre licitantes nos procedimentos
licitatórios, sua interpretação deve ser restritiva, ou seja, sua aplicação deve limitar-
se ao exato alcance da Lei que a estabeleceu. A regra é que todos sejam iguais na
forma da Lei (art. 5º da CF/88). Logo, somente ela pode conferir ou reconhecer a
desigualdade. Daí porque a desigualdade criada pela Lei não pode ser ampliada
pelo administrador para além dos seus efetivos limites, sob pena de ilegalidade.

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Nesse contexto, a Lei nº 12.349/10 estabeleceu que, além do montante


máximo de 25% sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros,
as preferências por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços serão
definidas pelo Poder Executivo federal.
A Lei nº 12.349/10, ao inserir essa disposição na Lei de Licitações, não
remeteu, ao menos textualmente, à expedição de decreto. Mencionou somente a
necessidade de ato do Poder Executivo federal para definir o montante a ser
observado para efeito de concessão de preferência aos produtos manufaturados e
serviços nacionais. Não obstante, considerando a competência exclusiva do
Presidente da República para expedir decretos e regulamentos objetivando a fiel
execução das leis (art. 84, inc. IV, da CF/88), não se vislumbra outro ato para tanto.
Trata-se, portanto, de medida condicionada à expedição de decreto pelo Chefe do
Poder Executivo federal.
Também foram inseridos os incisos XVII e XVIII ao art. 6º da Lei nº 8.666/93,
com o claro intuito de delimitar as hipóteses de incidência da concessão da margem
de preferência para “produtos manufaturados nacionais” e “serviços nacionais”,
pressupostos para a preferência. Segundo a nova disciplina, entende-se por:
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados,
produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com
as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições
estabelecidas pelo Poder Executivo federal.
Outro aspecto importante a se ressaltar é o prazo de validade para as
preferências estabelecidas por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de
serviços. Conforme o novo § 6º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a margem de
preferência será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em
prazo não superior a cinco anos. A rigor, a cada cinco anos vence a margem de
preferência concedida, devendo-se fixar, com fundamento nos estudos realizados, a
sua prorrogação por igual período, no máximo.
Assim, a cada intervalo de não mais do que cinco anos, caberá ao Poder
Executivo federal rever a concessão das preferências em vigor para verificar se elas

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51

ainda cumprem o objetivo de promover o desenvolvimento nacional sustentável ou


se, em vista de critérios e fatores objetivos, não se justificam mais.
Foram eleitos como critérios a serem empregados nessa análise os seguintes
indicadores:
i. geração de emprego e renda;
ii. efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
iii. desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;
iv. custo adicional dos produtos e serviços; e,
v. em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.
Além da preferência concedida aos produtos manufaturados e serviços
nacionais, também foi introduzido o § 7º ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, de acordo com
o qual, “para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido
margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º”.
Atente-se que a concessão de margem de preferência adicional não poderá
representar a superação do montante máximo de 25% sobre o preço dos produtos
manufaturados e serviços estrangeiros. Trata-se de um limite intransponível.
Ainda sobre a concessão de margem de preferência adicional, a Lei não
estabeleceu o que se deve entender por “produtos manufaturados e serviços
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no
País”. Mais uma vez, caberá ao regulamento a ser expedido pelo Chefe do Poder
Executivo federal conferir limites precisos e claros para a aplicação dessa medida.
Mesmo provenientes de outros países, produtos manufaturados e serviços
originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) poderão
receber, total ou parcialmente, as mesmas preferências concedidas aos produtos e
serviços nacionais. Essa previsão está contida no § 10 inserido ao art. 3º da Lei nº
8.666/93 e, ainda que esse dispositivo não tenha feito previsão específica sobre o
instrumento que estenderá o benefício aos produtos e serviços do MERCOSUL, tudo
leva a crer pela aplicabilidade de decreto federal.
Além das espécies e dos limites legais indicados para a aplicação das
preferências instituídas pelas modificações promovidas na Lei nº 8.666/93, há
também o condicionamento da aplicação desses benefícios a outro fator. Conforme

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52

disciplina o § 9º acrescido ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, as preferências aos produtos


manufaturados e aos serviços nacionais não se aplicam aos bens e aos serviços
cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior “à quantidade a ser
adquirida ou contratada”. Representaria verdadeira incongruência conceder
preferência em uma hipótese em que o beneficiário não é capaz materialmente de
se valer desse benefício.
O inciso II do § 9º do art. 3º da Lei nº 8.666/93 também foi inserido para
prever hipótese de vedação à aplicação das preferências concedidas a produtos e
serviços nacionais, com idêntica finalidade à anterior. De acordo com essa
disposição, não será possível conceder o benefício da preferência quando a
capacidade de produção ou prestação no País seja inferior “ao quantitativo fixado
com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei, (...)”. Não se admite a concessão de
preferência quando a capacidade produtiva instalada no País for inferior ao
quantitativo mínimo previsto no edital para efeito de cotação parcial do quantitativo
em disputa.
Outra hipótese de preferência criada pela Lei nº 12.349/10 foi inserida no § 12
do art. 3º da Lei nº 8.666/93 e diz respeito exclusivamente às contratações
destinadas à implantação, à manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do
Poder Executivo federal.
Compreendem sistemas de tecnologia de informação e comunicação
estratégicos, segundo o novo conceito inaugurado pelo inc. XIX do art. 6º da Lei nº
8.666/93, os bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja
descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que
envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações
críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade.
Nessas situações, a disciplina legal instituída permite a realização de licitação
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de
acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei nº 10.176/01, desde que
assim previsto em ato do Poder Executivo.
Mais uma vez, a Lei nº 12.349/10 não remeteu a disciplina a ser fixada à
expedição de um decreto, mencionando apenas a necessidade de ato do Poder

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53

Executivo federal. Não obstante, dadas as mesmas razões acima indicadas, não se
vislumbra ato mais apropriado para tanto.
Verifica-se na disciplina ora inserida à Lei nº 8.666/93 uma preocupação com
a transparência e a justificação dos resultados obtidos. Tanto é assim que, mais do
que simplesmente estabelecer critérios de preferência, a Lei nº 12.349/10 também
tratou de condicionar a aplicação desse regime diferenciado a uma revisão periódica
de sua conveniência e oportunidade, obviamente, em vista de indicadores relevantes
para a satisfação de políticas públicas em curso e que o justificam. A par dessa
obrigação legal, o § 13 do art. 3º da Lei nº 8.666/93 exige ainda a divulgação, na
internet, a cada exercício financeiro, da relação de empresas favorecidas em
decorrência desses benefícios, com indicação do volume de recursos destinados a
cada uma delas.
Outra novidade promovida pela Lei nº 12.349/10 diz respeito à adoção de
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições
vantajosas de financiamento em favor de órgão ou entidade integrante da
Administração Pública. Mais uma vez, para que essa medida possa surtir efeitos
práticos e passe a ser aplicada no curso das contratações, será preciso expedir
decreto tratando do tema, bem como, a partir disso, a previsão nos editais de
licitação, mediante prévia justificativa da autoridade competente.
As novidades em exame também alcançam duas hipóteses de dispensa de
licitação. A primeira modificação alterou o inc. XXI do art. 24 da Lei nº 8.666/93,
passando a admitir a contratação direta de insumos destinados exclusivamente à
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos por instituições de
fomento à pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim. Antes, essa previsão de
dispensa de licitação permitia apenas a contratação de bens para essa finalidade.
Como a Lei nº 8.666/93 não define o que se deve entender por insumos, essa
alteração tende a produzir efeito discreto.
A segunda novidade é o inc. XXXI do art. 24 da Lei nº 8.666/93, que autoriza
a dispensa de licitação “nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos
arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os
princípios gerais de contratação dela constantes”.

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54

A Lei nº 10.973/04 versa sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e


tecnológica no ambiente produtivo e, nos dispositivos mencionados, dispõe sobre a
celebração de ajustes associativos com o objetivo de estimular e apoiar a
constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de projetos de
cooperação voltados para atividades de pesquisa e desenvolvimento que objetivem
a geração de produtos e processos inovadores, bem como a realização de
atividades de pesquisa e desenvolvimento que envolvam risco tecnológico para a
solução de problema técnico específico ou a obtenção de produto ou processo
inovador.
No tocante à gestão dos contratos administrativos, a Lei nº 12.349/10 ainda
alterou a Lei nº 8.666/93 para prever nova hipótese de prorrogação contratual.
Segundo o inc. V inserido ao art. 57 da Lei de Licitações, os contratos firmados a
partir das hipóteses de dispensa de licitação previstas nos incs. IX, XIX, XXVIII e
XXXI do art. 24 poderão ter vigência prorrogada por até 120 meses, caso haja
interesse da Administração.
As situações de dispensa de licitação previstas nos incs. IX, XIX e XXVIII do
art. 24 da Lei nº 8.666/93 envolvem diretamente os aspectos da segurança e da
defesa nacional. A previsão contida no inc. XXXI alcança os contratos cujos objetos
se relacionem com a concessão de incentivos à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica no ambiente produtivo. São, portanto, situações bastante específicas e
que não serão aplicadas pela larga maioria de órgãos e entidades públicas.
Contudo, para aqueles órgãos e entidades aptos a se valerem desse novo prazo,
não basta a simples conveniência administrativa para prorrogação desses ajustes,
exige-se, também, a anuência da contratada.
Por último, todas as novidades promovidas pela Lei nº 12.349/10 na disciplina
da Lei nº 8.666/93 se estendem às licitações processadas pela modalidade pregão.
A partir disso, revela-se inapropriada a cogitação de fixação de preferência para
produtos ou serviços nacionais em vista da modalidade de licitação a ser aplicada. A
modalidade pela qual se processa a licitação não foi um critério estabelecido pela
Lei para concessão de preferência.
Feitos esses apontamentos iniciais sobre as medidas instituídas pela Lei nº
12.349/10, firmam-se as primeiras conclusões sobre tais novidades.

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55

Definitivamente, a licitação deixa de ser um procedimento formal com o


objetivo apenas de assegurar condições de igualdade a todos aqueles que desejam
contratar com a Administração Pública e, a partir disso, selecionar a proposta mais
vantajosa entre as várias apresentadas. Em vez disso, o procedimento licitatório
recebe a finalidade de servir à indução de políticas públicas com o propósito de
promover o desenvolvimento nacional sustentável.
Essa condição não representa, em si, uma novidade. Com a Lei
Complementar nº 123/06, que instituiu o Estatuto das Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte, era possível visualizar a aplicação da licitação como ferramenta
para a promoção de política pública de acesso ao mercado das contratações
públicas, promovendo o fomento e o desenvolvimento dos pequenos
empreendedores por meio da concessão de preferência nas aquisições de bens e
serviços pela Administração Pública.
Não obstante, a alteração do caput do art. 3º da Lei nº 8.666/93 atribui, de
uma vez, essa finalidade à licitação, afastando qualquer dúvida sobre a legalidade e
a própria legitimidade em torno do emprego desse expediente.
Outra conclusão possível de ser formada nesse momento diz respeito à
natureza das normas inseridas na Lei nº 8.666/93. A rigor, trata-se de normas de
eficácia contida, ou seja, não estão aptas a produzir efeito imediato, pois exigem
regulamentação pelo Poder Executivo.
Como dito acima, a Constituição da República atribuiu competência exclusiva
ao Presidente da República para expedir decretos com o objetivo de regulamentar a
fiel aplicação da lei. Logo, a concessão de preferências para produtos
manufaturados e serviços nacionais; a previsão de preferência adicional; a extensão
dessas preferências para produtos e serviços originários de Estados Partes do
MERCOSUL; a instauração de procedimento licitatório restrito a bens e serviços com
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo
básico de que trata a Lei nº 10.176/01 nas contratações destinadas à implantação, à
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
comunicação, considerados estratégicos; e, ainda, a previsão de medidas de
compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas
de financiamento em favor de órgão ou entidade integrante da Administração

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Pública dependem, necessariamente, da expedição de decreto regulamentador.


Antes disso, a previsão dessas medidas nos editais de licitação se revela ilegal.
Em síntese, vislumbra-se uma modificação na estrutura que conforma a Lei nº
8.666/93, especialmente por conta do modo como um dos pilares que sustenta a
licitação foi afetado, no caso, a isonomia. A criação da possibilidade de concessão
de uma margem de preferência estabelecendo distinção entre os licitantes faz com
que as modificações ora implementadas não sejam simples. Pelo contrário, os
desdobramentos efetivos desse recente cenário poderão provocar alterações
radicais no processamento das licitações, a depender dos termos da
regulamentação a ser expedida. Por conta disso, somente a efetiva regulamentação
das medidas agora instituídas por lei permitirão dimensionar os efeitos da Lei nº
12.349/10 (SAMPAIO, 2011).

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UNIDADE 5 – LEI 101/00

Com a edição, em maio de 2000, da Lei Complementar nº 101/00 – intitulada


de Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – o Brasil passou a experimentar um novo
regime de administração dos recursos públicos, denominado de Gestão Fiscal
Responsável, que está assentado em três pilares: o planejamento, a transparência e
o controle das contas públicas (PIRES, 2002; SLOMSKI, 2003; ARAÚJO E
ARRUDA, 2004).
Todos nós, envolvidos com a Administração Pública (mesmo uma outra
parcela da sociedade que acompanha os passos dos legisladores) sabemos que o
grande objetivo da LRF é chegar ao equilíbrio das contas públicas por meio do
planejamento dos recursos públicas, enfim, de uma “boa” gestão pública, entretanto,
desde o século XIX Taylor já apregoava o planejamento como etapa primeira e
necessária para uma boa administração, portanto, não deveria ser necessário criar
uma lei com tais objetivos.
Prescrever também, por via de lei, a transparência nas contas públicas é algo
que deveria ser desnecessário. O dever de prestar contas de forma transparente é
da própria natureza do ato de administrar recursos alheios. Por essa, e por outras
razões, pode-se dizer que a LRF trata-se do óbvio.
O terceiro pilar é o controle das contas públicas, que deve ser efetuado em
várias instâncias: pelo Tribunal de Contas, Ministério Público, Poder Legislativo,
Controle Interno e pela sociedade organizada. Enfim, por todos os cidadãos e de
forma contínua. Não obstante, o tema transparência fiscal só ganhou importância no
País com a publicação na LRF (FURTADO, 2005).
A Lei dedica a Seção I do Capítulo IX ao assunto (arts. 48 e 49) e já no art. 1º,
§ 1º, preceitua que a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada
e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o
equilíbrio nas contas públicas.
Os instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais deve ser dada
ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público (Internet), estão
elencados no art. 48: o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias, a lei
orçamentária anual, as prestações de contas e o respectivo parecer prévio, o
relatório resumido da execução orçamentária e o relatório de gestão fiscal.
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O Plano Plurianual (PPA), aprovado formalmente através de lei editada no


primeiro ano do mandato do Chefe do Executivo, consubstancia o planejamento de
longo prazo elaborado pela administração pública para os investimentos a serem
realizados nos próximos quatro anos (FURTADO, 2005).
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tramita na Casa Legislativa no
primeiro semestre de cada ano, tem a função de orientar a elaboração da lei
orçamentária anual, dispondo sobre as metas e prioridades da administração pública
e elegendo os investimentos que serão executados no exercício financeiro
subsequente.
A Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve guardar conformidade com o PPA
e com a LDO, tramita no Poder Legislativo no segundo semestre de cada ano,
estima a receita e fixa a despesa para o ano seguinte. É o projeto orçamentário do
Poder Público a ser executado no exercício financeiro vindouro. O relatório resumido
da execução orçamentária, que por força da Constituição Federal, art. 165, § 3º,
deve ser publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, representa
um levantamento parcial do que já foi executado do projeto orçamentário para o ano
em curso, ou seja, espelha as receitas arrecadadas e despesas incorridas até o
bimestre a que se refere. O relatório de gestão fiscal, que deve ser publicado
quadrimestralmente pelos titulares dos Poderes e órgãos públicos, é criação da LRF
e serve de instrumento de controle dos limites de gastos, impostos pela mencionada
lei, no que tange à despesa com pessoal, endividamento público e concessão de
garantias (FURTADO, 2005).
Um marco importante da LRF foi a institucionalização do chamado orçamento
participativo. O parágrafo único do art. 48 dispõe que a transparência será
assegurada mediante incentivo à participação popular e realização de audiências
públicas, durante os processos de elaboração e de discussão do PPA, da LDO e da
LOA. A Lei quer que tal experiência, praticada apenas em alguns municípios
brasileiros, em face da ideologia do partido político à frente do Poder Executivo, se
estenda a todos.
Se a participação popular na elaboração dos projetos orçamentários está
albergada na nova ordem jurídica, a LRF vai além quando determina que até o final
dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará

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o cumprimento das metas de receita, despesa e montante da dívida pública de cada


quadrimestre, em audiência pública na comissão de orçamento da Casa Legislativa
(art. 9º, § 4º). É a possibilidade do acompanhamento direto pelo povo da execução
do orçamento (BANDEIRA DE MELLO, 1999; MEIRELLES,1999; PIRES, 2002;
FURTADO, 2005).

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UNIDADE 6 – LEI 11.079/04

Em vários países vem se expandindo a chamada parceria público-privada


(PPP). Na PPP, serviços e atividades que incumbem ao poder público, demandando
elevado nível de investimento, são realizados por particulares, havendo repartição
de encargos financeiros e riscos entre parceiro público e parceiro privado, mediante
compromissos recíprocos por longo prazo (OLIVEIRA, 2008).
Sua criação resultou da necessidade do poder público atrair novamente a
iniciativa privada para a execução de obras e serviços de grande porte, em vista da
falta de verbas públicas. Verificou-se que apenas a cobrança de tarifas prevista na
lei nº 8987/95 não era mais atrativo suficiente para que a iniciativa privada se
interessasse em contratar com a Administração.
No Brasil, a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, instituiu normas
gerais de licitação e contratação de parceria público-privada, no âmbito da União,
Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivos fundos especiais, autarquias,
fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades
controladas direta ou indiretamente.
Vale lembrar:
✓ A parceria público-privada regula-se pela lei nº 11.079/2004.
✓ A concessão comum continua regulada pela lei nº 8.987/95.
✓ A parceria público-privada é uma forma especial de concessão de serviços
públicos.
✓ Na concessão comum, a Administração direta ou indireta delega serviços a
entidades públicas ou privadas, por conta e riscos destas, com remuneração
paga, em regra, pelo usuário.
✓ Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem aplicar nas
parcerias mais de 5% da receita líquida corrente (art.28).
✓ O contrato deve ser precedido de licitação, na modalidade de concorrência
(arts. 10 e 12), bem como de consulta pública (art. 10, VI).
✓ No caso da União há regras especiais, inclusive com a instituição de um
órgão gestor (art.14) e a criação de um Fundo Garantidor de Parcerias
Público-Privadas (art.16).

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✓ Antes da celebração do contrato é constituída uma sociedade de propósito


específico, para implantar e gerir o objeto da parceria (art.9º) (OLIVEIRA,
2008).

6.1 Requisitos
A lei 11.079/2004 estabelece alguns requisitos para a celebração de parcerias
púbico privadas entre os quais destacam-se os seguintes:
- valor máximo de dez milhões de reais, e;
- prazo máximo de 5 anos.

6.2 Espécies de PPP’s


A parceria público-privada é subdividida em duas modalidades, patrocinada e
administrativa. A primeira, conforme MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2006, p.
308) é “o contrato administrativo de concessão que tem por objeto a execução de
serviço público, precedida ou não de obra pública, remunerada mediante tarifa paga
pelo usuário e contraprestação pecuniária do parceiro público”.
Ao passo que a concessão administrativa é “a prestação de serviço de que a
Administração Pública seja usuária direta ou indireta, com ou sem execução de obra
e fornecimento e instalação de bens, mediante contraprestação do parceiro público”
(DI PIETRO, 2006, p. 308).

6.2.1 Patrocinada
Na hipótese de ser patrocinada, o parceiro privado aufere uma tarifa paga
pelos usuários, mais uma contraprestação pecuniário do parceiro público.
O poder público delega um serviço para a empresa privada que o presta
mediante pagamento de tarifa do usuário e subsídio econômico do poder público.
Obs.: portanto, a empresa privada recebe de ambos os lados: usuário e poder
público (OLIVEIRA, 2008).
A modalidade patrocinada foi definida no § 1º do artigo 2º da Lei nº 11.079/04
da seguinte forma: é concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que
trata a lei nº 8.987/95, quando envolver adicionalmente a tarifa cobrada dos usuários
e contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Assim, o

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parceiro privado além de continuar com a possibilidade de cobrança de tarifa dos


usuários será remunerado pelo parceiro público (OLIVEIRA, 2008).
Em outras palavras, o diferencial da modalidade patrocinada encontra-se na
possibilidade do parceiro privado ser remunerado pela administração, além de
continuar a cobrar tarifa dos usuários.
A concessão patrocinada depende de autorização legislativa nos casos em
que a Administração tiver que pagar mais de 70% da remuneração do parceiro
privado (Lei nº 11.079, art.10, §3º).
Convêm citar o ilustre doutrinador CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO
(2005) a respeito do regime jurídico desta:

Curiosamente, embora a concessão de serviços públicos clássica seja


adotada para poupar investimentos públicos ou para acudir à carência
deles, e esta última razão sempre foi a habitualmente apontada, entre nós,
como justificativa para a introdução das PPPs, a lei pressupõe que na
modalidade patrocinada a contraprestação pecuniária a ser desembolsado
pelo Poder Público poderá corresponder a até 70% da remuneração do
contratado ou mais que isto, se houver autorização legislativa (art. 10, §3º).
Logo, é possível, de direito, que alcance qualquer porcentual, desde que
inferior a 100%. Seguramente, este não é um modo de acudir à carência de
recursos públicos; antes, pressupõe que existam disponíveis e implica
permissão legal para que sejam despendidos: exatamente a antítese das
justificativas apontadas para exaltar este novo instituto.

6.2.2 Administrativa
Nesta hipótese, a Administração figura como usuária direta e indireta dos
serviços. As Concessões Administrativas configuram-se em contratos de prestação
de serviços, dos quais a Administração Pública é usuária, podendo ser direta ou
indiretamente, como bem conceitua MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2006, p.
308): “a prestação de serviço de que a Administração Pública seja usuária direta ou
indireta, com ou sem execução de obra e fornecimento e instalação de bens,
mediante contraprestação do parceiro público”.
O poder público delega um serviço público e se torna automaticamente
usuário do serviço delegado. Prazo: de 5 a 35 anos. Em tais contratos, a cobrança
tarifária aos usuários é inexequível, seja por motivo econômico ou social, ou ainda,
por ser a Administração a única usuária. Assim, é oportuno transcrever as lições do
ilustre HELY LOPES MEIRELLES (2006, p. 401):

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Esta concessão administrativa é um contrato de prestação de serviços de


que a Administração é a usuária direta ou indireta, conforme a define a lei.
Daí por que a remuneração é paga integralmente pela própria
Administração. Destina-se, ao que parece, a permitir a inserção do setor
privado em serviços até agora pouco atrativos, como a construção e
administração de presídios, hospitais, escolas e outros setores.

A modalidade administrativa foi definida no parágrafo 2º do artigo 2º da Lei nº


11.079/04 da seguinte forma: é o contrato de prestação de serviços de que a
Administração Pública seja usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução
de obra ou fornecimento e instalação de bens (OLIVEIRA, 2008).
Cabe ressaltar o entendimento da ilustre doutrinadora ODETE MEDAUAR
(2008, p. 329) sobre a PPP:

Parceria público-privada vem conceituada como o contrato de concessão,


na modalidade patrocinada ou administrativa. Concessão patrocinada é a
concessão de serviços públicos ou de obra pública de que trata a Lei nº
8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários,
contraprestação pecuniária do parceiro público ao privado. Concessão
administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração
seja usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou
fornecimento e instalação de bens.

Como se vê, é bastante nebulosa a caracterização da parceria na modalidade


administrativa. Pode-se dizer que na parceria administrativa o particular se remunera
exclusivamente por “tarifas” de um serviço público do qual a Administração é a
usuária direta ou indireta (OLIVEIRA, 2008).
CARLOS ARI SUNDFIELD (2005, p. 16) assevera que,

a Administração Pública pode transferir a prestação de serviço público a


terceiro, sob o mesmo regime jurídico da concessão, sem que sua
remuneração guarde relação com o resultado da exploração do serviço.

6.3 Vantagens e Desvantagens


✓ Haverá maior facilidade para o parceiro público progredir com o projeto, pois
muitos empreendimentos em que combinados recursos públicos e privados se
tornam financeiramente viáveis e pacificamente aceitáveis (JUSTEN FILHO,
2006, p. 553).
✓ Haverá uma maior redução dos riscos das propriedades, desenvolvimento e
operação.
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✓ Haverá uma maior geração de receitas não financeiras ou financiamento


privados para empreendimentos públicos. Pode gerar receitas de áreas
públicas subutilizadas (JUSTEN FILHO, 2006, p. 553).
✓ Gera a otimização de financiamento privado e redução dos investimentos
públicos. Enseja a redução da necessidade de endividamento público,
preservando a capacidade de endividamento para setores mais carentes
(SUNDFELD, 2005, p. 22).
A utilização da perícia e criatividade do parceiro privado para financiar,
desenhar, desenvolver e gerenciar o empreendimento enseja a existência de
compromissos de longo prazo de investidores e operadores através do
financiamento privado (JUSTEN FILHO, 2006, p. 553).
Ainda há a geração de receitas financeiras de um patrimônio ou projeto
público que não aconteceria se não fosse a PPP, bem como forçar projetos públicos
a serem dirigidos por forças de mercado e serem financeiramente viáveis de
construir (SUNDFELD, 2005, p. 22).
A maioria dos projetos de PPP tem excelente repercussão e estão associados
ao desenvolvimento socioeconômico regional, podem fortalecer a imagem de um
empreendedor, se o projeto for bem sucedido. Patrimônios públicos que nunca
estiveram disponíveis no mercado ficariam pela primeira vez (JUSTEN FILHO, 2006,
p. 553).
Muitas parcerias incluem o pagamento a longo prazo pelo terreno utilizado, o
que elimina o custo inicial de aquisição do terreno. (MEDAUAR, 2008, p.330)
Em alguns projetos, o Poder público divide os custos do investimento,
reduzindo os gastos do parceiro privado.
Bons parceiros desenvolvem consenso entre os participantes do governo e da
sociedade para o projeto, o que facilita a ação do parceiro. Parcerias entre esferas
públicas também reduzem riscos de investimentos.
Dentre as desvantagens temos:
✓ uma das obrigações para o agente público, quando fecha uma PPP, é o
controle sobre a dimensão, entrega e qualidade de construção, tanto quanto o
uso do projeto (OLIVEIRA, 2008).

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✓ A escolha do empreendedor selecionado é outro problema, pois nem sempre


o agente público conhece o parceiro, ainda que existam requisitos objetivos a
serem observados na escolha.
✓ Caso as partes não sejam criteriosas, na estruturação e negociação podem
ensejar responsabilidades.
✓ Na hipótese de propriedade privada, o risco do parceiro privado ter o direito
de vender o projeto a um terceiro desconhecido do parceiro público é outra
desvantagem.
✓ Retorno econômico para o parceiro público por investimento financeiro ou não
financeiro é frequentemente dependente da performance do parceiro privado
e da gestão operacional (MEDAUAR, 2008, p. 331).
Qualquer empreendedor privado tem o direito de questionar o processo de
seleção do parceiro privado e a seleção de um parceiro privado que não tem
tradição regional pode ser contencioso (MEDAUAR, 2008, p. 331).
O processo tradicional de financiamento, dimensionamento e
desenvolvimento de um projeto típico é significativamente diferente de um processo
necessário para estruturar uma PPP, portanto, o consenso para prosseguir é
essencial. A estabilidade política é também ingrediente fundamental. As expectativas
do parceiro público podem estar incompatíveis com o mercado, o que prejudica o
parceiro privado e, muitas vezes, para a aprovação do empreendimento, necessária
se faz a aprovação legislativa específica (SUNDFELD, 2005, p. 23).
Do que foi dito e demonstrado, conclui-se que as garantias ofertadas ao polo
particular nas PPP’s atraem o capital privado para a feitura de investimentos nos
serviços públicos. Contrata-se nada mais nada menos do que os melhores meios
para atingir os melhores fins, sem, contudo, deixar de resguardar o princípio da
legalidade (OLIVEIRA, 2008).

6.4 Pontos comuns referentes à concessão patrocinada e à concessão


administrativa
I – previsão de contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado, sob pena de se configurar a concessão comum;
II – garantia de equilíbrio econômico financeiro;

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III – compartilhamento de ganhos econômicos decorrentes da redução do


risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado;
IV – financiamento por terceiros;
V – constituição de sociedade de propósitos específicos, em caráter
obrigatório, independente de o licitante vencedor ser ou não um consórcio;
VI – previsão de penalidades aplicáveis à Administração Pública;
VII – delimitação do prazo contratual, que não pode ser inferior a 5 nem
superior a 35 anos, incluindo eventual prorrogação;
VIII – observância da lei de Responsabilidade Fiscal.

Os princípios regentes das parcerias público-privadas encontram-se


consagrados no art. 4º da Lei nº 11.079/2004, a seguir elencados:
a) Eficiência;
b) Respeito aos interesses privados tanto do destinatário do serviço como do
parceiro privado;
c) Indelegabilidade de controle;
d) Observância da responsabilidade fiscal;
e) Transparência;
f) Repartição dos riscos e manutenção do equilíbrio financeiro da parceria.
No que tange a interesses privados do parceiro privado, compartilhar, partilhar
os encargos e o equilíbrio econômico propende a incentivar o capital privado a
promover investimentos no mercado brasileiro na infraestrutura.
Os interesses privados do destinatário dos serviços e do parceiro privado
encontram-se correlacionados com a repartição dos riscos e manutenção do
equilíbrio financeiro da parceria.
As conclusões que podemos chegar é que as PPPs são importantes para o
Brasil e principalmente no atual contexto socioeconômico, uma vez que diminuem as
atribuições do Estado no que tange a execução dos serviços característicos da
Administração Pública, com a diminuição das incumbências e divisão das
responsabilidades entre o público e o privado.

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 15 ed. Atual. São


Paulo: Malheiros, 2010.

MUKAI, Toshio. Licitações e Contratos públicos. 8 ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva,
2008.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

AGUIAR, Afonso Gomes. Lei de responsabilidade fiscal: questões práticas. Belo


Horizonte: Fórum, 2004.
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo descomplicado. 19
ed. Ver. Atual. Rio de Janeiro: forense; São Paulo: MÉTODO, 2011.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 21. ed. rev.
atual. São Paulo: Malheiros, 1999, 2006.
BRASIL. Lei 11.079 de 30 de dezembro de 2004. Institui normas gerais para
licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração
pública. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/lei/l11079.htm Acesso em: 21 jun. 2011.
BRASIL. Lei 12.349 de 15 de dezembro de 2010. ALTERA AS LEIS 8.666, DE 21
DE JUNHO DE 1993, 8.958, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1994, E 10.973, DE 2 DE
DEZEMBRO DE 2004; E REVOGA O PARAGRAFO 1 DO ARTIGO 2 DA LEI
11.273, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006. Disponível em:
http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?tipo_norma=LEI&numero=
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BRASIL. Lei nº 101 de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm Acesso
em: 21 jun. 2011.
BRASIL. Lei nº 8883 de 08 de junho de 1994. Altera dispositivos da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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institui normas para licitações e dá outras providências. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8883.htm Acesso em: 21 jun. 2011.
BRASIL. Lei nº 12.349/2010 o que muda nas Licitações. http://licitar-
licitando.blogspot.com/2011/02/lei-n-12349-o-que-muda-nas-licitacoes.html Altera as
Leis nos 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e
10.973, de 2 de dezembro de 2004; e revoga o § 1º do art. 2º da Lei 11273, de 6 de
fevereiro de 2006
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 20. ed. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
CARVALHO, Daniel Bulha de. As influências da Lei de Responsabilidade Fiscal nas
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CHENISKI, Diego. Distinção entre modalidade e tipo de licitação. Portal Jurídico
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ANEXOS
Orientações Normativas da Advocacia-Geral da União sobre Licitações e
Contratos Administrativos.

Orientação Normativa nº 1, de 12 de abril de 2009: “A vigência do contrato de


serviço contínuo não está adstrita ao exercício financeiro”. Referência: art. 57, lI, da
Lei 8.666, de 1993; art. 60 da Lei 4.320, de 1964; art. 30 do Decreto 93.872, de
1986; NotaIDECORlCGU/AGU- 298/2006-ACMG; Informativo NAJ/RJ, Ano 1, nº
l,junho/2007, Orientação 02; Decisões TCU-586/2002-2ª Câmara e 2512000-
Plenário.

Orientação Normativa nº 2, de 12 de abril de 2009: “Os instrumentos dos


contratos, convênios e demais ajustes, bem como os respectivos aditivos, devem
integrar um único processo administrativo, devidamente autuado em sequência
cronológica, numerado, rubricado, contendo cada volume os respectivos termos de
abertura e encerramento”.
Referência: arts. 38, caput, e 60 da Lei 8.666, de 1993; art. 22 da Lei 9.784, de
1999; Portarias Normativas SLTIIMP-05, de 2002, e 03, de 2003; Orientações
Básicas sobre Processo Administrativo do NAJ/ PR; Decisão TCU-955/2002-Plenário
e Acórdãos TCU-1.300/2003-1ª Câmara, 216/2007-Plenário, 33812008- Plenário.

Orientação Normativa nº 3, de 12 de abril de 2009: “Na análise dos processos


relativos à prorrogação de prazo, cumpre aos órgãos jurídicos verificar se não há
extrapolação do atual prazo de vigência, bem como eventual ocorrência de solução
de continuidade nos aditivos precedentes, hipóteses que configuram a extinção do
ajuste, impedindo a sua prorrogação”.
Referência: art. 57, lI, da Lei 8.666, de 1993; Nota DECOR- 57/2004-MMV;
Acórdãos TCU-21112008-Plenário e 10012008-Plenário.

Orientação Normativa nº 4, de 12 de abril de 2009: “A despesa sem cobertura


contratual deverá ser objeto de reconhecimento da obrigação de indenizar nos

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termos do art. 59, parágrafo único, da Lei 8.666, de 1993, sem prejuízo da apuração
da responsabilidade de quem lhe der causa”.
Referência: arts. 59, parágrafo único, e 60, parágrafo único, da Lei 8.666, de 1993;
art. 63 da Lei 4.320, de 1964; Acórdão TCU-375/1999- 2ª Câmara.

Orientação Normativa nº 5, de 12 de abril de 2009: “Na contratação de obra ou


serviço de engenharia, o instrumento convocatório deve estabelecer critérios de
aceitabilidade dos preços unitários e global”.
Referência: art. 62, IX, “f”, e art. 40, X, ambos da Lei 8.666, de 1993; Parecer
AGU/CGU/NAJRN-296/2008-APT; Decisões TCU- 25312002-Plenário e 1.054/2002-
Plenário; Acórdãos TCU-l.684/2003- Plenário, 1.387/2006-Plenário, 2.006/2006-
Plenário, 818/2007-Plenário, 59712008-Plenário e 1.380/2008-Plenário.
Orientação Normativa nº 6, de 12 de abril de 2009: “A vigência do contrato de
locação de imóveis, no qual a Administração Pública é locatária, rege-se pelo art. 51
da Lei 8.245, de 1991, não estando sujeita ao limite máximo de 60 meses,
estipulado pelo inciso II do art. 57 da Lei 8.666, de 1993”.
Referência: art. 62, § 3º, e art. 57 da Lei 8.666, de 1993; arts. 51 a 57 da Lei 8.245,
de 1991; Decisão TCU-828/2000-Plenário.

Orientação Normativa nº 7, de 12 de abril de 2009: “O tratamento favorecido de


que tratam os arts. 43 a 45 da Lei Complementar 123, de 2006, deverá ser
concedido às microempresas e empresas de pequeno porte independentemente de
previsão editalícia”.
Referência: arts. 43 a 49 da Lei Complementar 123, de 2006; Decreto 6.204, de
2007; Acórdão TCU-2.144/2007-Plenário.

Orientação Normativa nº 8, de 12 de abril de 2009: “O fornecimento de passagens


aéreas e terrestres enquadra-se no conceito de serviço previsto no inciso II do art. 6º
da Lei 8.666, de 1993”.
Referência: Instrução Normativa SLTIIMP-02, de 2008; Nota AGU/GV-I0, de 2005.

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Orientação Normativa nº 9, de 1º de abril de 2009: “A comprovação da


regularidade fiscal na celebração do contrato ou no pagamento de serviços já
prestados, no caso de empresas que detenham o monopólio de serviço público,
pode ser dispensada em caráter excepcional, desde que previamente autorizada
pela autoridade maior do órgão contratante e, concomitantemente, a situação de
irregularidade seja comunicada ao agente arrecadador e à agência reguladora”.
Referência: Decisão TCU-43111997-Plenário, Acórdão TCU- 1105/2006-Plenário.

Orientação Normativa nº 10, de 1º de abril de 2009: “Na contratação de serviço


contínuo, com fundamento no art. 24, 11,da Lei 8.666, de 1993, o limite máximo de
R$ 8.000,00 deverá considerar a possibilidade da duração do contrato pelo prazo de
60 meses”.
Referência: arts. 7º, § 2º, 11,15, V, 23, § 5º, 24, 11,e 57, 11,da Lei 8.666, de 1993;
Enunciado PFIIBGEIRJ-01; Parecer AGU/CGU/NAJMG- 39/2007-MRAK; Acórdãos
TCU-I7711994-1ª Câmara, 260/2002-Plenário, 696/2003-1 ª Câmara, 1.560/2003-
Plenário, 1.862/2003-Plenário, 740/2004-Plenário, 1.386/2005-Plenário, 186/2008
Plenário e 3.619/2008-2ª Câmara.

Orientação Normativa nº 11, de 1º de abril de 2009: “A contratação direta com


fundamento no inciso IV do art. 24 da Lei 8.666, de 1993, exige que,
concomitantemente, seja apurado se a situação emergencial foi gerada por falta de
planejamento, desídia ou má gestão, hipótese em que quem lhe deu causa será
responsabilizado na forma da lei”.
Referência: art. 24, IV, da Lei 8.666, de 1993; Acórdão TCU- 1.876/2007-Plenário.

Orientação Normativa nº 12, de 1º de abril de 2009: “Não se dispensa licitação,


com fundamento nos incisos V e VII do art. 24 da Lei 8.666, de 1993, caso a
licitação fracassada ou deserta tenha sido realizada na modalidade convite”.
Referência: arts. 22 e 24, V e VII, da Lei 8.666, de 1993; SúmuIa TCU-248;
Decisões TCU-274/1994-Plenário, e 56/2000-2ª Câmara; Acórdãos TCU-
1.089/2003-Plenário e 819/2005-Plenário.

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Orientação Normativa nº 13, de 1º de abril de 2009: “Empresa pública ou


sociedade de economia mista que exerça atividade econômica não se enquadra
como órgão ou entidade que integra a Administração Pública, para os fins de
dispensa de licitação com fundamento no inciso VIII do art. 24 da Lei 8.666, de
1993”.
Referência: art. 173, § 1º, 11, Constituição Federal; art. 2º e parágrafo único e art.
24, VIII, da Lei 8.666, de 1993; Acórdãos TCU- 2.203/2005-1 ª Câmara, 2.063/2005-
Plenário e 2.399/2006-Plenário.

Orientação Normativa nº 14, de 1º de abril de 2009: “Os contratos firmados com


as fundações de apoio com base na dispensa de licitação prevista no inciso XIII do
art. 24 da Lei 8.666, de 1993, devem estar diretamente vinculados a projetos com
definição clara do objeto e com prazo determinado, sendo vedadas a
subcontratação; a contratação de serviços contínuos ou de manutenção; e a
contratação de serviços destinados a atender às necessidades permanentes da
instituição”.
Referência: Lei 8.666, de 1993; Lei 8.958, de 1994; Decreto 5.205, de 2004;
Acórdãos TCU-1.516/2005-Plenário, 248/2006-Plenário e 918/2008- Plenário.

Orientação Normativa nº 15, de 1º de abril de 2009: “A contratação direta com


fundamento na inexigibilidade prevista no art. 25, I, da Lei 8.666, de 1993, é restrita
aos casos de compras, não podendo abranger serviços”.
Referência: art. 25, I, da Lei 8.666, de 1993; Despacho do Consultor- Geral da
União 343/2007; Acórdão TCU-1.796/2007-Plenário.

Orientação Normativa nº 16, de 1º de abril de 2009: “Compete à Administração


averiguar a veracidade do atestado de exclusividade apresentado nos termos do art.
25, I, da Lei 8.666, de 1993”.
Referência: art. 25, I, da Lei 8.666, de 1993; Despacho do Consultor- Geral da
União 343/2007; Parecer AGU/CGU/NAJSE-54/2008- JANS; Acórdãos TCU-
1.796/2007-Plenário e 223/2005-Plenário.

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Orientação Normativa nº 17, de 1º de abril de 2009: “É obrigatória a justificativa de


preço na inexigibilidade de licitação, que deverá ser realizada mediante a
comparação da proposta apresentada com preços praticados pela futura contratada
junto a outros órgãos públicos ou pessoas privadas”.
Referência: art. 26, parágrafo único, III, da Lei 8.666, de 1993; Despacho do
Consultor-Geral da União 343/2007; Informativo NAJ/RJ, Ano 1, n. 1, junho/2007;
Orientação 05; Decisão TCU-439/2003-Plenário, Acórdãos TCU -540/2003- Plenário,
819/2005- Plenário, 1.357/2005- Plenário e 1.796/2007-Plenário.

Orientação Normativa nº 18, de 1º de abril de 2009: “Contratase por


inexigibilidade de licitação com fundamento no art. 25, lI, da Lei 8.666, de 1993,
conferencistas para ministrar cursos para treinamento e aperfeiçoamento de
pessoal, ou a inscrição em cursos abertos, desde que caracterizada a singularidade
do objeto e verificado tratar-se de notório especialista”.
Referência: art. 25, lI, da Lei 8.666, de 1993; Decisões TCU-
535/1996-Plenário e 43911998-Plenário.

Orientação Normativa nº 19, de 1º de abril de 2009: “O prazo de validade da Ata


de Registro de Preços é de no máximo um ano, nos termos do art. 15, § 3º, III, da
Lei 8.666, de 1993, razão por que eventual prorrogação da sua vigência, com
fundamento no § 2º do art. 4º do Decreto 3.931, de 2001, somente será admitida até
o referido limite, e desde que devidamente justificada, mediante autorização da
autoridade superior e que a proposta continue se mostrando mais vantajosa”.
Referência: art. 15, § 3º, III, da Lei 8.666, de 1993; art. 4º, caput, e § 2º, do Decreto
3.931, de 2001.

Orientação Normativa nº 20, de 1º de abril de 2009: “Na licitação para registro de


preços, a indicação da dotação orçamentária é exigível apenas antes da assinatura
do contrato”.
Referência: arts. 15 e 38, caput, da Lei 8.666, de 1993; art. 3º do Decreto 3.931, de
2001; Acórdãos TCU-3.146/2004-1ª Câmara e 1.27912008-Plenário.

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Orientação Normativa nº 21, de 1º de abril de 2009: “É vedada aos órgãos


públicos federais a adesão à Ata de Registro de Preços, quando a licitação tiver sido
realizada pela Administração Pública Estadual, Municipal ou do Distrito Federal”.
Referência: arts. 1º e 15, II e § 3º, da Lei 8.666, de 1993; art. lº do Decreto 3.931, de
2001; Acórdão TCU-1.487/2007-Plenário.

Orientação Normativa nº 22, de 1º de abril de 2009: “O reequilíbrio econômico-


financeiro pode ser concedido a qualquer tempo, independentemente de previsão
contratual, desde que verificadas as circunstâncias elencadas na letra “d” do inciso II
do art. 65 da Lei 8.666, de 1993”.
Referência: art. 65, lI, “d”, da Lei 8.666, de 1993; NotaAGUIDECOR- 23/2006-AMD;
Acórdão TCU-l.563/2004-Plenário.

Orientação Normativa nº 23, de 1º de abril de 2009: “O edital e o contrato de


serviço continuado deverão indicar o critério de reajustamento de preços, que
deverá ser sob a forma de reajuste em sentido estrito, com a previsão de índice
setorial, ou por repactuação, pela demonstração analítica da variação dos
componentes dos custos”.
Referência: arts. 1º, 2º e 3º da Lei 10.192, de 2001; arts. 40, XI, e 55, III, da Lei
8.666, de 1993; art. 5º do Decreto 2.271, de 1997; Instrução Normativa SLTIIMPOG-
02, de 2008; Acórdãos TCU-1.563/2004- Plenário, 1.94112006-Plenário e
1.828/2008-Plenário.

Orientação Normativa nº 24, de 1º de abril de 2009: “O edital e o contrato para


prestação de serviço continuado devem conter apenas um evento como marco
inicial para a contagem do interregno de um ano para o primeiro reajuste ou
repactuação: ou a data da proposta ou a data do orçamento a que a proposta se
referir”.
Referência: arts. 1º, 2º e 3º da Lei 10.192, de 2001; arts. 40, e 55, III, da Lei 8.666,
de 1993; art. 5º do Decreto 2.271, de 1997; Instrução Normativa SLTIIMPOG-02, de
2008; Acórdão TCU-l.941/2006-Plenário.

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Orientação Normativa nº 25, de 1º de abril de 2009: “A alteração dos insumos da


planilha de preços decorrente de acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho
somente poderá ser objeto de pedido de repactuação contratual”.
Referência: arts. 40, XI, e 55, III, da Lei 8.666, de 1993; Nota AGUIDECOR-
23/2006-AMD; Acórdãos TCU-l.563/2004-Plenário e 2.255/2005-Plenário.

Orientação Normativa nº 26, de 1º de abril de 2009: “Na contratação de serviço


em que a maior parcela do custo for decorrente de mão-de-obra, o edital e o
contrato deverão indicar expressamente que o prazo de um ano, para a primeira
repactuação, conta-se da data do orçamento a que a proposta se referir”.
Referência: arts. 1º, 2º e 3º da Lei 10.192, de 2001; arts. 40, XI, e 55, III, da Lei
8.666, de 1993; art. 5º do Decreto 2.271/1997; Instrução Normativa SLTI/MP-02, de
2008; Parecer AGU/CGU/DEAEX-1/2008- JTB; Parecer AGU/CGU/NAJSP-
095/2006-LSM; Parecer AGU/CGU/ NAJSE-12/2008-JANS; Acórdão 1.94112006-
Plenário.

Orientação Normativa nº 27, de 9 abril de 2009: “Vedado aos membros da


Advocacia-Geral da União e de seus órgãos vinculados o exercício da advocacia
privada e figurar como sócio em sociedade de advogados, mesmo durante o período
de gozo de licença para tratar de interesses particulares, ou de licença incentivada
sem remuneração, ou durante afastamento para o exercício de mandato eletivo,
salvo o exercício da advocacia em causa própria e a advocacia pro bono”.
Referência: art. 28, inc. I, Lei Complementar n. 73, de 1993; arts. 28,29 e 30 da Lei
n. 8.906, de 1994; Parecer n. 06/2009/MP/CGU/AGU; Despacho do Consultor-Geral
da União n. 524/2009.

Orientação Normativa nº 28, de 9 abril de 2009: “A competência para representar


judicial e extrajudicialmente a União, suas autarquias e fundações públicas, bem
como para exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo federal, é exclusiva dos membros da Advocacia-Geral da União e de seus
órgãos vinculados”.

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Referência: art. 131, Constituição Federal; arts. 2º, § 5º, 20, 49, incisos I, 11,III e §
1º, Lei Complementar n 73, de 1993; Parecer AGU/ 8FT n. 001/2009; Despacho do
Consultor-Geral da União n. 430/2009; Pareceres GQ-77, de 1995, GQ-163, de
1998, e GQ-191, 1999.

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