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Seguridade Social

Prof. Greicy Mandelli


INTRODUÇÃO
• A história nos mostra que em vários momentos da humanidade
houve iniciativas com o intuito de garantir ao indivíduo o
mínimo suficiente para manter sua dignidade como ser
humano.
• Bismarck estabeleceu leis de proteção a certo grupo
determinado de trabalhadores, contra os riscos sociais.
• O financiamento se dava através da cobrança obrigatória de
quotas para os segurados e os empregados ;
• papel do Estado, neste momento, era de regulador.
• A primeira forma de seguro surgiu no século XII: o seguro marítimo,
reivindicação dos comerciantes italianos. Não eram, ainda, as bases
técnicas e jurídicas do seguro contratual. Surgiram, então, os seguros
de vida, contra invalidez, danos, doenças, acidentes etc. Era,
entretanto, facultativo, ou seja, dependia da manifestação de vontade
do interessado.
• Esse sistema abrangia os riscos sociais tais como: seguro doença,
proteção contra acidentes, seguro contra invalidez e velhice.
• Após 2 Guerra Muncial-CAOS-
• Estado maior papel no financiamento do sistema através dos
impostos, a contribuição seria de valor fixo ou escalonado em função
da renda de cada um, as prestações ficariam desvinculadas dos
salários. A seguir houve a criação do serviço nacional de saúde, que
era aberto a todos os cidadãos, havia atividades sanitárias
preventivas de reparação e reabilitação. Os dois sistemas foram de
suma importância para a base da seguridade social
OIT 1944
• Em 1944, foi realizada a Conferência da OIT, em Filadélfia, resultando
a Declaração de Filadélfia6 , que adotou orientação para unificação
dos sistemas de seguro social, estendendo-se a proteção a todos os
trabalhadores e suas famílias, abrangendo rurais e autônomos. A
Declaração de Filadélfia deu um passo importante na
internacionalização da seguridade social, porque ficou expresso que o
êxito do sistema dependeria da cooperação internaciona
BRASIL- PRIMEIROS SINAIS
• A Lei EloI Chaves [11] de 24 de janeiro de 1924 estabeleceu o
embasamento do sistema previdenciário brasileiro, autorizando
a criação de Caixas de aposentadoria e pensões para os
ferroviários em todo Brasil. Vários institutos de aposentadorias
e pensões foram criados como: dos marítimos (IAPM), dos
bancários (IAPB), dos industriários (IAPI), dos empregados em
transportes de cargas (IAPETC).
• A Constituição de 1934 previa a tríplice forma de custeio entre o
Estado, o empregador e o empregado sendo a contribuição
obrigatória
• As constituições que se seguiram foram consolidando as normas
de proteção ao cidadão, a carta magna de 1937 estabelecia
seguro de velhice, de invalidez e de vida para os acidentes
laborais. A constituição de 1946 aparece pela primeira vez a
expressão previdência social.
• até a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) o modelo
previdenciário brasileiro era formado por “Institutos” que
derivavam da união das chamadas “Caixas de aposentadoria e
pensões” eram direcionadas a associações de classes e
sindicatos.
SEGURIDADE SOCIAL

Histórico
• Até 1987/1988 seguro social e política assistencialista;
• Seguridade Social surge como política de redemocratização do Estado;
estrutura protecionista, justa, equânime e democrática de responsabilidade e
dever do Estado.
• Proteção social- universalidade da cobertura e do atendimento
• Justa- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços ás populações
urbanas e rurais
• Equânime- participação do custeio igualitária
• Democrática- descentralizada na gestão administrativa
• ASSISTENCIALISMO
• Inglaterra- século XVII- Lei dos Pobres
• Caridade- igreja Católica

• SEGURO SOCIAL- MUTUALISMO- ajuda recíproca


• OTON VON BISMARCK- 1883- Alemanhã
CONSTITUIÇÃO DE 1988
• traz um novo modelo previdenciário, dedicando todo um
capítulo a seguridade social (art. 194 a 204) que agora se divide
em Previdência Social, Assistência Social e Saúde, incluindo a
participação de toda a sociedade e do Estado, Entre as
principais mudanças foi unificação dos regimes urbano e rural e
a instauração do custeio tripartite.
• Elegeu três regimes de previdência social, regime geral -RGPS,
regime próprio -RPPS, regime complementar.
• Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social.
• PREVIDÊNCIA- APENAS AOS QUE CONTRIBUEM;
• SAÚDE- DIREITO DE TODOS;
• ASSISTÊNCIA- NECESSITADOS
OBJETIVOS
• I – universalidade da cobertura e do atendimento
• Trata-se da proteção do maior número de problemas sociais
(universalidade de cobertura) e que todas as pessoas que
necessitarem são “aceitas” na seguridade social (universalidade
de atendimento
• II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais;
• III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e
serviços
• IV – irredutibilidade do valor dos benefícios
• V – equidade na forma de participação no custeio
• Quem pode mais, paga mais. Trata-se de um objetivo
decorrente do princípio da capacidade contributiva.
• VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se, em
rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as
despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência
social, preservado o caráter contributivo da previdência social
• Deve-se buscar o maior número de fontes de financiamento
para a seguridade social, afinal a seguridade social será
financiada por toda a sociedade

• VII – caráter democrático e descentralizado da administração,


mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
Governo nos órgãos colegiados.
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
• Recursos dos orçamentos dos entes (U, E, DF e
M)* + Contribuições sociais
• as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos
orçamentos, não integrando o orçamento da União

• A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de


forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência
social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na LDO (Art. 195, §2º).
• Referente às Contribuições Sociais, temos as seguintes (Art.
195):
• I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada
na forma da lei, incidentes sobre:
• a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento; -> PIS/PASEP e COFINS
c) o lucro;
• II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência
social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo
com o valor do salário de contribuição, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
Regime Geral de Previdência Social;
• III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
• IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de
quem a lei a ele equiparar.
+ REGRAS
• A pessoa jurídica em débito a seguridade social não poderá
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios (Art.
195, §3º)
• -A união poderá instituir outras fontes de custeio – contribuições
sociais residuais (Art. 195, §4º).
• Requisitos: LC + Não cumulativas + não ter FG e BC idênticos de
outras contribuições).
• Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio
total (Art. 195, §5º).
• – As contribuições sociais respeitam a anterioridade nonagesimal,
mas são exceção à anterioridade anual (Art. 195, §6º).
SEGURIDADE SOCIAL X SEGURO SOCIAL
• Com efeito, a Seguridade Social é uma forma de “avanço” da
sociedade, decorrente do Seguro Social, que decorreu
do Seguro Privado, que, por sua vez, evolui a partir dos ideais
de proteção social por meio de auxílio, caridade aos
necessitados prestados pela comunidade – quando havia
recursos para tanto.
• LEI DE CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA 8212/91 LEI DOS
BENEFÍCIOS 8213/91
• LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 8742/93
• LEI ORG?ÂNICA DA SAPUDE 8080/90
AQUI UM DOS PILARES
SEGURIDADE X RISCO SOCIAL – ART 201

• deve atender aos eventos doença (art. 201, I)


• invalidez (art. 201, I), morte (art. 201, I)
• idade avançada (art. 201,
• maternidade (art. 201, II)
• desemprego involuntário (art. 201, III),
• reclusão (art. 201, IV)
• acréscimos de despesas com família (art. 201, IV)
RISCO SOCIAL X SEGURIDADE SOCIAL
• Necessidade Social (risco social + situações que geram necessidade)
benefício ou serviço como uma forma de dar proteção ao homem
como membro da coletividade . CONTRIBUTIVA E NÃO
CONTRIBUTIVA

• Risco Social (art. 201 da CF/88) idéia do benefício em substituição


ao salário . FORMA CONTRIBUTIVA
PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL
• Solidariedade entre gerações

• Direito adquirido - (art. 5º, XXXVI, CF)

• Princípio da igualdade – (art. 5º, I da CF


• Confiança e segurança jurídica

• Vedação ao retrocesso social - cuidado

• Razoabilidade e proporcionalidade
• PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SAÚDE
• Marco foi a chegada da família real, em 1808 que algumas normas
sanitárias foram impostas para os portos, numa tentativa de impedir
a entrada de doenças contagiosas que pudessem colocar em risco a
saúde da família real.
• Foi somente com a proclamação da república, em 1889, é que as
práticas de saúde em nível nacional tiveram início. Oswaldo Cruz e
Carlos Chagas que estiveram à frente da Diretoria Geral de Saúde
pública (DGSP) implementaram um modelo sanitarista visando
erradicar epidemias urbanas e a criação de um novo Código de Saúde
Pública, tornando-se responsável pelos serviços sanitários e de
profilaxia no país, respectivamente.
• A saúde ganhou espaço a partir de então com a Constituição Federal
de 1988 (CF\88) que criou o SUS rompendo, dessa forma, com o
antigo modelo de saúde que era dominado pelo sistema
previdenciário. A saúde passou a ser direito de todos e dever do
Estado. Os princípios e diretrizes estabelecidos foram:
descentralização, integralidade, participação da comunidade,
regionalização e hierarquização.
• O SUS foi regulamentado em 1990, com a Lei Orgânica de Saúde
(LOS), a Lei Nº 8.080 e a Lei Nº 8.142 onde se deu destaque para a
construção de um modelo de atenção fundamentado na
epidemiologia, controle social, descentralização e regionalização com
base municipal.
• o SUS representa o maior projeto de inclusão social no Brasil,
proporcionando aos que antes eram excluídos pelo sistema garantia
de assistência à saúde
• A saúde está prevista nos arts.196 a 200 da Constituição Federal de
1988. Constituição da República Federativa do Brasil. (2016 p. 70)

• Art. 196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
• No passado, conforme já frisado anteriormente, o direito à saúde era
garantido de forma especial aos trabalhadores, aos segurados da
previdência social. Havia uma autarquiaadenominada INAMPS
(Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social).
Quem tinha direito a ser atendido no INAMPS era apenas o
trabalhador empregado. Isso mudou e, a partir do comando
constitucional, a saúde passou a ser universal.
SAÚDE- OUTRO PILAR
O Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS),
autarquia federal, foi criado em 1977,
pela Lei nº 6.439, que instituiu o Sistema
Nacional de Previdência e Assistência
Social (Sinpas), definindo um novo
desenho institucional para o sistema
previdenciário, voltado para a
especialização e integração de suas
diferentes atividades e instituições. O
INAMPS foi extinto em 1993, pela Lei nº
8.689, e suas competências transferidas
às instâncias federal, estadual e
municipal gestoras do Sistema Único de
Saúde (SUS), criado pela Constituição de
1988, que consagrou o direito universal à
saúde e a unificação/descentralização
para os estados e municípios da
responsabilidade pela gestão dos
serviços de saúde
• Execução – Município- apoio técnico e financeiro dos Estados e da
União.
• De acordo com a Constituição de 1988, as ações e serviços públicos
de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de forma descentralizada,
com direção em cada esfera de governo, voltado ao atendimento
integral, com prioridade para atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços essenciais, assegurandos e a participação da comunidade
(CF/88, art. 198
• Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
• I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
outros insumos;
• II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
• III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da
política e da execução das ações de saneamento básico;
• V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem
como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da
produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
FINANCIAMENTO- SAÚDE
• A Constituição Federal de 1988 determina que as três esferas de
governo – federal, estadual e municipal – financiem o Sistema Único
de Saúde (SUS), gerando receita necessária para custear as
despesas com ações e serviços públicos de saúde.
• Os percentuais de investimento financeiro dos municípios, estados
e União no SUS são definidos atualmente pela Lei Complementar nº
141, de 13 de janeiro de 2012, resultante da sanção presidencial da
Emenda Constitucional 29. Por esta lei, municípios e Distrito
Federal devem aplicar anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação
dos impostos em ações e serviços públicos de saúde cabendo aos
estados 12%. No caso da União, o montante aplicado deve
corresponder ao valor empenhado no exercício financeiro anterior,
acrescido do percentual relativo à variação do Produto Interno
Bruto (PIB) do ano antecedente ao da lei orçamentária anual.
PREVIDÊNCIA SOCIAL
• as principais iniciativas nesse campo tiveram origem no final do
século XIX e eram dirigidas a militares e servidores públicos federais
civis. O sistema era não contributivo;
• Foi também no final do século XIX que se iniciou a instituição das
regras de pensão por morte. Um exemplo é a Caixa de Socorros,
criada na época imperial, que beneficiava os trabalhadores e os
familiares de cada uma das estradas de ferro do Estado
LEI ELOY CHAVES
A Lei Eloy Chaves, de 1923, é considerada o marco legal que
deu início ao atual sistema previdenciário brasileiro para os
trabalhadores do setor privado. Foi responsável pela criação de
caixas de aposentadorias e pensões por morte para os
trabalhadores ferroviários. Cobria uma pequena parcela da
população trabalhadora e seus dependentes. Após essa lei,
inúmeras caixas de aposentadoria foram criadas, beneficiando
várias categorias de trabalhadores, como portuários, servidores
públicos, mineradores etc. Quase todas as caixas de
aposentadoria e pensão previam a forma de custeio da
previdência da respectiva categoria, além dos benefícios a
serem concedidos. Operavam sob o regime de capitalização, e a
vinculação era por empresas
• O sistema tripartite de financiamento da previdência conhecido hoje
foi previsto inicialmente na Constituição de 1934. A partir daí, iniciou-
se um novo período, com o agrupamento das caixas de aposentadoria
em grandes Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que
cobriam quase todos os empregados urbanos e trabalhadores por
conta própria e seus dependentes, vinculados por categorias
ocupacionais.
• Nos anos 1960, ocorreu uma mudança significativa que levou a uma
unificação institucional e dos planos de benefícios, alcançada com a Lei
Orgânica da Previdência Social (Lops). Esta lei unificou benefícios e
sistemas de financiamento entre os vários institutos. Em 1966, foi criado o
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que agregou seis institutos
e incorporou suas receitas, despesas, patrimônios e passivos. Passou a ser
responsável pela implementação dos benefícios de previdência e
assistência médica a todos os trabalhadores urbanos formais, com exceção
dos servidores públicos e dos empregados domésticos. Teoricamente, a
maioria dos trabalhadores urbanos estava coberta pelo sistema, mas, na
prática, esta cobertura era inferior a 50% dos empregados e não
ultrapassava 10% no caso dos empregadores e trabalhadores por conta
própria
• Também nos anos 1970, foram criados benefícios de assistência social
vitalícios para idosos e inválidos que não recebiam nenhum outro
benefício social e moravam em domicílios com uma renda mensal per
capita inferior a um quarto do salário mínimo (Renda Mensal Vitalícia
– RMV). Apesar de ser um benefício assistencial, exigia-se pelo menos
um ano de contribuição ou, alternativamente, que o beneficiário
tivesse trabalhado por cinco anos em alguma atividade não coberta
pela previdência na época. Por idoso, consideravam-se pessoas com
70 anos ou mais de idade. O valor do benefício foi estipulado em
metade do salário mínimo.3 Este benefício foi modificado com a
CF/1988. O seu valor foi fixado em um salário mínimo e a idade
mínima para o seu requerimento passou para 68 anos
• A partir de 1974, trabalhadores rurais com 65 anos ou mais de idade
e inválidos em qualquer idade passaram a ser cobertos. Foi estipulado
um benefício de meio salário mínimo para o chefe do domicílio, no
caso da previdência rural, e de 75% para as aposentadorias por
invalidez do trabalhador rural. Para a efetivação desse benefício, foi
criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural),
subordinado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. O
financiamento era feito com uma contribuição de 2,5% advinda da
primeira comercialização da produção. O comprador era responsável
por pagá-lo.
• Chama-se a atenção para as diferenças entre os conceitos de
assistência e previdência social. Enquanto a primeira é financiada
pelo governo, por meio dos tributos pagos pela sociedade, a segunda
consiste em um seguro de contribuição mútua para que haja o
recebimento, pelo segurado, de um benefício no futuro. Segundo o
art. 201 da CF/1988, “a previdência social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”
(Brasil, 1988). Ou seja, a previdência social consiste em uma
poupança forçada, imposta ao cidadão para que este possua
condições financeiras para manter a sua capacidade de consumo
quando não mais possuir capacidade para trabalhar.
• Para os servidores públicos, a Constituição unificou as duas categorias
que existiam no Brasil desde 1964. Determinou que todos os
servidores devem fazer parte de um único regime, o Regime Jurídico
Único (RJU), que garante estabilidade no trabalho, benefícios
previdenciários iguais ao último salário e correção destes benefícios
pelo valor da correção dos salários dos servidores ativos .
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
• 1- APOSENTADORIA POR IDADE- URBANA E RURAL

Art.
415/ IN
77/2015
• APOSENTADORIAS PROGRAMADAS/ POR CONTRIBUIÇÃO- REGRAS DE
TRANSIÇÃO

Art. 419
APOSENTADORIA ESPECIAL-

Art.
250.
• BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA E PERMANENTE
• PENSÃO POR MORTE
• AUXÍLIO RECLUSÃO
SALÁRIO MATERNIDADE
A ASSISTÊNCIA SOCIAL ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

•A prática da assistência ao outro é antiga na humanidade. Em diferentes


sociedades, a solidariedade dirigida aos pobres, aos viajantes, aos doentes
e aos incapazes sempre esteve presente. Esta ajuda pautava-se na
compreensão de que na humanidade sempre existirão os mais frágeis, que
serão eternos dependentes e precisam de ajuda e apoio.
No Brasil, até 1930, não havia uma compreensão da pobreza enquanto
expressão da questão social e quando esta emergia para a sociedade, era
tratada como “caso de polícia” e problematizada por intermédio de seus
aparelhos repressivos. Dessa forma a pobreza era tratada como disfunção
individual.
A primeira grande regulação da assistência social no país foi a instalação

do Conselho Nacional de Serviço Social – CNSS - criado em 1938.


o CNSS foi a primeira forma de presença da assistência social na
burocracia do Estado brasileiro, ainda que na função subsidiária de
subvenção às organizações que prestavam amparo social.
A primeira grande instituição de assistência social será a Legião Brasileira

de Assistência – LBA - que tem sua gênese marcada pela presença das
mulheres e pelo patriotismo.
 A relação da assistência social com o sentimento patriótico foi
exponenciada quando Darcy Vargas, a esposa do presidente, reúne as
senhoras da sociedade para acarinhar pracinhas brasileiros da FEB – Força
Expedicionária Brasileira – combatentes da II Guerra Mundial, com
cigarros e chocolates e instala a Legião Brasileira de Assistência – LBA. A
idéia de legião era a de um corpo de luta em campo, ação.
Em 1969, a LBA é transformada em fundação e vinculada ao Ministério do
Trabalho e Previdência Social, tendo sua estrutura ampliada e passando a
contar com novos projetos e programas.
• A ditadura militar cria, sob o comando de Geisel, em 1º de Maio de
1974, o Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS – que
contém na sua estrutura uma Secretaria de Assistência Social, a qual,
em caráter consultivo, vai ser o órgão-chave na formulação de política
de ataque à pobreza.
A Constituição Federal de 1988 – CF/88, aprovada em 5 de outubro,
trouxe uma nova concepção para a Assistência Social, incluindo-a na esfera
da Seguridade Social:

• Art.194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.
A Política de Assistência Social é inscrita na
CF/88 pelos artigos 203 e 204:
• Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
• I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

• II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

• III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

• IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

• V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
• Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos
do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas
com base nas seguintes diretrizes:

• I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;

• II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

• Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita
tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

• I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

• II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

• III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiado
PRÁTICA DE BPC IDOSO E
DEFICIENTE
• O que é ASSISTÊNCIA SOCIAL?

• Assistência Social são as medidas públicas (dever estatal) ou


privadas a serem prestadas a quem delas precisar, para o
atendimento a necessidades humanas essenciais, de índole não
contributiva direta, normalmente funcionando como
complemento ao regime de previdência social, quando este não
puder ser aplicado ou se mostrar insuficiente para a consecução
da dignidade humana.
• Segundo o artigo 1º da Lei 8.742/93.

• “A assistência social, direito do cidadão e dever do


Estado, é Política de Seguridade Social não
contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada
através de um conjunto integrado de ações de
iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades básicas.”
È preciso ter pago o INSS para
poder requerer BPC?
• Não! Conforme o próprio artigo 203 da CF que dispõe:

• Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela


necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:
V - a garantia de um salário
mínimo de benefício mensal à
pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios
de prover à própria
manutenção ou de tê-la
provida por sua família,
conforme dispuser a lei.
A Lei 8.742/93 define tal
benefício como:

• Art. 20. O benefício de prestação continuada é a


garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa
com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir
meios de prover a própria manutenção nem de tê-
la provida por sua família.
RENDA
● § 3º Observados os demais critérios de elegibilidade definidos nesta
Lei, terão direito ao benefício financeiro de que trata o caput deste
artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa idosa com renda familiar
mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-
mínimo. (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021).
Quem tem direito ao
BPC/LOAS?

● O Benefício de Prestação Continuada é devido para:


● - IDOSOS com idade igual ou superior a 65 anos.
● - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: Física/ Mental/ Intelectual/Sensorial
● Ambos devem comprovar NÃO possuir meios de prover o próprio
sustento, nem de tê-lo provido por sua família, o que é chamado de
critério de miserabilidade ou critério subjetivo do benefício.
Requisitos para
CONCESSÃO DO BPC/LOAS:
● INSCRIÇÃO NO CAD ÚNICO, é obrigatória?

● O Decreto 8.805/2016 alterou o Decreto 6.214/2007 a fim de prever que


seriam requisitos para a concessão, a manutenção e a revisão do
BPC/LOAS as inscrições no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas (CPF) e
no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (Cad único).
Quem é considerado do grupo
familiar?

● O artigo 16 da Lei 8.213/91 trazia no rol de dependentes do


segurado:

● Posteriormente a Lei 8.742/1993 (LOAS) , alterada pela Lei


12.435/2011, elenca no seu artigo § 1º do Artigo 20 que o grupo
familiar:
● 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo
requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
(Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)

● Assim, foram incluídos, acertadamente, a madrasta/padrasto, irmãos


solteiros e os filhos – de qualquer idade -passaram a integrar o grupo
familiar.
Requisito Etário:

● É considerado idoso para fins de reconhecimento do direito ao BPC a


pessoa com idade igual ou superior a 65 anos. Art. 4º, inciso I, do
Decreto 6.214/07 (RBPC).
Requisito da Deficiência:
● É considerado pessoa com Deficiência para fins de reconhecimento
do direito ao BPC aquela que tem impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
Art. 20, § 10, da Lei 8.742/93
(LOAS)

● § 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do §


2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2
(dois) anos.
● E ainda, a Súmula 48 da TNU:
● Para fins de concessão do benefício assistencial de prestação
continuada, o conceito de pessoa com deficiência, que não se
confunde necessariamente com situação de incapacidade laborativa,
exige a configuração de impedimento de longo prazo com duração
mínima de 2 (dois) anos, a ser aferido no caso concreto, desde o início
do impedimento até a data prevista para a sua cessação
● Meios de comprovação: por meio da realização de perícia médica e
com a apresentação de documentos e laudos médicos, atestados,
receitas de medicamentos e observação dos fatores extrínsecos ao
avaliado, como fatores sociais, psicológicos, econômicos e ambientais.
● O que a Pessoa com Deficiência deverá comprovar:
● A existência de impedimentos de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, obstruam sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas.
PORTARIA 1.282 DO INSS de
24/03/2021

● Adequando-se ao atendimento jurisprudencial recente, o INSS editou a


PORTARIA 1.282 que refere que no cálculo da renda mensal familiar não
será considerado o benefício previdenciário de salário mínimo ou outro
benefício assistencial de outro familiar para a concessão do BPC/LOAS.
● Art. 1º Estabelecer que não será computado para o cálculo da renda
per capita familiar o benefício previdenciário de até um salário-
mínimo ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS)
concedido a idoso, acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade, ou a
pessoa com deficiência, para a concessão do BPC/LOAS, diante do
disposto no § 14 do art. 20 da Lei nº 8.742, 7 de dezembro de 1993,
incluído pela Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020
SOBRE A PORTARIA CONJUNTA
DIRBEN/DIRAT/INSS Nº 36, DE 11 DE
JUNHO DE 2021
● Essa Portaria tem como objetivo ampliar o Portal de Atendimento (PAT) e
o Requerimento Qualificado do Benefício de Prestação Continuada para
que todas as unidades do INSS atendam as alterações promovidas até o
dia 14 de junho de 2021. Ou seja, as mudanças já devem estar valendo
no sistema do INSS hoje
REQUERIMENTO QUALIFICADO
DE BPC LOAS
● O Requerimento Qualificado de BPC LOAS, de que trata a Portaria
Conjunta DIRBEN/DIRAT/INSS nº 36/2021, será feito pelo próprio
Portal de Atendimento (PAT) ou pelo sistema do MEU INSS. Esse
requerimento trará algumas funcionalidades, como

● Possibilidade de atualizar os dados de contato;


● Possibilidade de consultar o CadÚnico;
● Possibilidade de agendar avaliação social e avaliação médica.
● Sobre este terceiro ponto, o artigo 3º da Portaria Conjunta nº
36/2021 determina que "os agendamentos da avaliação social e da
perícia médica serão realizados de forma independente, ou seja, sem
a necessidade de obedecer a uma sequência pré-estabelecida"
● A tendência é que essas funcionalidades tragam agilidade para os
agendamentos das perícias.
VANTAGENS TRAZIDAS PELA
PORTARIA
● O próprio requerente poderá agendar a perícia médica e também a perícia social;

● O agendamento da perícia poderá ser feito no momento do requerimento;

● O requerente poderá consultar as informações do CadÚnico online;

● Os dados de contato poderão ser atualizados pelo requerente;

● O requerente poderá informar o grau de parentesco e o estado civil de cada


familiar declarado no CadÚnico, o que facilitará a análise da composição do grupo
familiar para fins de cálculo da renda familiar per capita;
● Se não houver inscrição no CadÚnico o sistema orientará sobre a
necessidade de realizar a inscrição;

● Se as informações do CadÚnico estiverem sem atualização há mais de


2 anos, o sistema também orientará sobre a necessidade de
regularização da situação cadastral no CRAS (Centro de Referência da
Assistência Social)
E o Estrangeiro pode receber
BPC/LOAS?

● De acordo com o INSS, NÃO. Ou seja, administrativamente, apenas o


brasileiro nato ou naturalizado, conforme vimos antes, pode receber
BPC. E ainda, a partir de 1º de maio de 2013, em razão de acordo
adicional que alterou o acordo de seguridade social ou segurança
nacional entre o Brasil e Portugal, é devido o BPC a pessoa com
deficiência o idosa que comprovem domicilio e residência em
território brasileiro (Artigo 7º do Decreto 8.805/2016 - antes
referido).
● Contudo, conforme o STF, SIM. O STF no RE 587.970/SP de relatoria
do Marco Aurélio de 20/04/2017 decidiu que os estrangeiros
residentes nos pais (visto), atendidos os requisitos constitucionais e
legais, tem direito ao LOAS/BPC.
● Precisam ter o RNE (registo nacional de estrangeiros, o qual substitui
para todos os fins a CI- carteira de identidade).

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