Você está na página 1de 7

Introdução

O presente trabalho tem como tema ‘’ O Impacto do E-Governament no sector Público


e Privado: Estudo de Caso de uma Instituição Pública’’. Na actualidade, é já consensual
que diversos governos de diferentes países busquem adaptar-se às realidades derivadas
do estabelecimento da Sociedade da Informação (SI), onde as Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC) exercem grande influência na forma como o Estado
cumpre as suas principais tarefas. Quer nas organizações públicas, quer nas privadas,
elas surgem como ferramentas que permitem gerir a informação em novos moldes, de
modo a agilizar o seu fluxo e tornar mais eficiente a sua transmissão em relação a
tempo, fronteiras e recursos. Através do uso intensivo de ferramentas tecnológicas, os
actuais governos buscam, através de programas e/ou política de informação, o controle,
fluxos e usos de toda uma cadeia de produção da informação para a exercitação do
poder, quer no contexto nacional, como no internacional (Braman, 2006).

3
Problema de pesquisa
Tendo em conta os objectivos do Governo Electrónico e os projectos âncora que
constituem o ponto de partida da reforma do sector público e privado colocar-se-ia a
seguinte questão: Em que medida a implementação da Estratégia do Governo
Electrónico contribuiu para a melhoria na prestação dos serviços públicos e privados?
Objectivos

Objectivo Geral
 Analisar o Impacto do E-Governament no sector Público e Privado, em
particular em uma Instituição Pública na melhoria na prestação dos serviços.
Objectivos Específicos
 Analisar em que medida o Governo Electrónico contribuiu para a Integração e
Optimização dos sistemas de registo e licenciamento de empresas e outras
entidades legais nos sectores públicos e privados.

 Analisar em que medida a Provisão de um Sistema Financeiro para todos os


órgãos do Sector Público e privado, com enfoque do E-Gov, contribui para a
melhoria da Gestão de Finanças Públicas.

Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o
método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de
algo particular para uma questão mais ampla, mais geral. A Indução é um processo
mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente
constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo
conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos baseia-mos.

O termo Governo Electrónico (do inglês e-gov ou electronic


government), ou Administração Pública Electrónica se refere ao uso da denominada
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Tecnologia da Informação, para
informar e divulgar serviços ou produtos do Governo à população. Para isto, utiliza as
ferramentas electrónicas com o intuito de aproximar os cidadãos dos órgãos
governamentais. Dentre os recursos utilizados podemos citar os sites, aplicativos para

4
celulares e redes sociais ou telefones de serviços. O objectivo do Governo Electrónico é
prover informações e serviços as pessoas. (Awortwi, 2006, p.78)

O conceito de Governo Electrónico surgiu logo após o ano de 1993, com o lançamento
do primeiro sistema de browser, nos Estados Unidos. Na época o então vice-presidente
Al Gore, iniciou o primeiro Fórum Mundial de Reinvenção de Governo, onde se
propunha o investimento em novas tecnologias nos sistemas de comunicação dos
governos, para acompanhar o surgimento da evolução do ciberespaço.

Antecedentes e cenário actual da política de e-GOV em Moçambique


Conforme afirmamos anteriormente, o e-Gov remete para a ideia de utilização das TIC
(particularmente a internet) tendo em vista facilitar o acesso às páginas oficiais dos
órgãos da administração pública e obter informações ou orientação em alguns
procedimentos, bem como a preencher documentos de modo mais conveniente do que a
maneira tradicional. No entanto, todos esses benefícios pressupõem, evidentemente,
altos investimentos em tecnologia por parte do Estado com vista a estender ao cidadão
os recursos que, efectivamente, vão permitir, em última instância, que ele possa
comunicar-se virtualmente com o governo. Por outro lado, pressupõem a
implementação de acções para erradicar o analfabetismo digital, decorrente de vários
factores, com destaque para a brusca mudança cultural conjugada com o grave problema
da exclusão social. Nesse contexto, para o caso moçambicano, o surgimento da política
de e-Gov deve ser analisado tendo em conta o percurso sociopolítico, associado às
condições da infra-estrutura tecnológica e comunicacional do país. (Awortwi, 2006,
p.90)

Possibilidades, desafios e perspectivas da utilização do e-Gov em Moçambique


O cenário acima apresentado remete à constatação de que a política de governo
electrónico de Moçambique caracteriza-se pela ausência de uma das quatro perspectivas
do e-Gov. (Lenk e Traunmuller 2001, p.52)

Trata-se da perspectiva do cidadão, cujas premissas são baseadas na eficácia e qualidade


dos serviços de utilidade pública prestados ao cidadão. O sucesso do e-Gov analisado e
condicionado pela perspectiva do cidadão requer, em contrapartida, que este parta de
uma cultura onde possa dominar conteúdos e aparatos tecnológicos que o possibilitará
de manusear os conteúdos informacionais disponibilizados através das tecnologias de
informação e, posteriormente, munido de uma competência informacional individual,
5
sintetizar e compartilhar esses conteúdos para o uso em outros contextos e diferentes
aplicações.

A título de exemplo, em Moçambique, o telefone que na época colonial não era de


conhecimento de muitos nativos, actualmente, concretamente a partir de 2006, como
afirmamos anteriormente, a telefonia móvel registou uma grande melhoria em termos de
expansão e facilidades de uso. Mas dados revelam que os índices de exclusão digital
continuam altos devido à falta de investimentos sérios em infra-estrutura tecnológica e
de recursos.

A esse propósito, Chizzotti (1996) enfatiza que o acesso à informação através do e-Gov
dependeria de dois factores importantes: O primeiro é a exigência de infra-estrutura de
tecnologia de redes informacionais e de avanços na área de telecomunicações. (p.84)

O segundo, o mais complicado, é o de acesso aos conteúdos informacionais exigindo


nova formação educacional, onde além da capacidade de domínio técnico, os cidadãos
precisam transformar informação em conhecimento para utilizá-lo de forma precisa e
rápida.

e-government: Novos desafios no sector pública e privado


Não raras vezes ouvimos falar da máquina do Estado como sendo pesada, complexa e
ineficiente. Sobretudo quando o assunto é o funcionamento da Administração Pública,
conotada com uma fragmentação e falta de comunicação dos seus diversos organismos,
cujas competências e responsabilidades são percepcionadas, em muitos casos, como
redundantes. (De Renzio, 2011, p.93)
Não é assim de estranhar que sempre que se fala em máquina administrativa, surja de
imediato a expressão "reforma do sector público e privado".É verdade que muito se tem
feito nos últimos anos, e Portugal é várias vezes apontado como um exemplo de
modernização administrativa em algumas áreas, porém, ainda há um longo caminho a
percorrer para que os processos da Administração Pública Portuguesa sejam digitais. A
transformação e modernização da Administração Pública tem constituído uma das
preocupações centrais de sucessivos governos e essa tendência de digitalização não
pode parar agora que os cidadãos vivem em plena era digital. (De Renzio, 2011, 95)

6
e-government, o novo paradigma no sector Pública e Privado
É nos anos 90 do século passado que surge um enorme entusiasmo em torno do
desenvolvimento do e-government ou governo electrónico, impulsionado não só pela
globalização da economia e a proliferação da internet, mas especialmente devido a uma
nova atitude da classe política face ao uso das Tecnologias da Informação na
Administração Pública. (Macuane, 2013, p.48)

Transparência e responsabilidade

De modo a promover uma gestão pública eficaz, cujos resultados sejam mensuráveis e
mais facilmente escrutinados, muitos países estão a pôr em prática projectos de open
data government, fornecendo aos cidadãos informação online sobre o sector público (em
Moçambique através do portal dados.gov), bem como iniciativas de e-procurement,
recorrendo a plataformas digitais para reestruturarem os seus processos de contratação e
compras públicas. (Macuane, 2013, 52)

E-participação
A consulta dos cidadãos, como processo de co-criação de novas políticas, serviços ou
projectos (como é o caso do orçamento participativo em Moçambique) é um dos
aspectos de participação que mais tem progredido graças à utilização das TI. No que
respeita aos processos de decisão, como por exemplo o voto online em eleições locais e
nacionais, há ainda um longo caminho a percorrer. Já o índice de e-Government
publicado em 2017, que analisa a implementação de serviços públicos digitais na
África, coloca Moçambique na liderança do ranking, a par de Malta, com praticamente
todos os serviços de e-government automatizados ou integralmente online. Em ambos
os relatórios, o Programa SIMPLEX é apontado como um exemplo de boas práticas.

7
Conclusão:

Nesta pesquisa, o governo electrónico ou e-GOV foi visto como uma oportunidade de
incrementar a participação da sociedade na gestão pública e privada, especialmente
quanto à formulação, ao acompanhamento e à avaliação das políticas públicas, visando
ao incremento da cidadania e da democracia. O e-gov teria, então, um papel de destaque
a cumprir na forma do governo interagir com os cidadãos e as organizações, não
somente pela disponibilização de informações e serviços, mas ao levar em conta o
potencial dos meios electrónicos para a construção da governança electrónica.Mesmo
com esse potencial, a e-governança ainda estaria dando seus primeiros passos no Brasil,
com pouca participação dos cidadãos na formulação das políticas públicas; ou seja, é
fraca a influência da sociedade civil, por meio da Internet, nas decisões que estabelecem
a agenda governamental. Esse quadro resultaria da falta de regulamentação para a
participação social no processo decisório por meios electrónicos e pelo fato da elite
política não considerar a governança digital um verdadeiro instrumento para a ampla
participação da sociedade.

8
Referencias bibliografias:

Awortwi, Nicholas (2006). “Managing Public Sector Reform: politics, capacity building
and NPM in Mozambique 2001-05.

Chizzotti, António (1991). Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São Paulo: Cortez
Editora. 9ª Edição.

De Renzio, Paolo (2011). Can Donors „Buy‟ Better Governance? The political
economy of budget reforms in Mozambique. Maputo: Instituto de Estudos Sociais e
Económicos (IESE).

Governação e Integridade em Moçambique: (1995) Problemas práticos e desafios reais.


Publicações Centro de Integridade Pública (CIP).

Macuane, José Jaime (2013). Sector Público. In Nuvunga, Adriano & De Tollenaere,
Marc.

Você também pode gostar