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CAPÍTULO IV
1 C
3
1
Manuela Gonçalves
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4.1 Definição
Quando os elementos da estrutura estão essencialmente num único plano a treliça é designada
plana.
Montantes
Cordão Superior
Diagonais
Cordão Inferior
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A definição apoia-se em simplificações, barras rígidas, nós serem rótulas e ausência de acções
ao longo das barras, que conduzem a uma teoria aproximada no estudo destes sistema, desde
que a estrutura esteja bem concebida, isto é, as barras sejam concorrentes num único ponto de
cada nó.
O sistema rígido mais simples é constituído por três barras articuladas entre si. Se cada nó for
agregado ao sistema por intermédio de apenas duas barras obtém-se um sistema rígido, por isso
invariante (não varia a sua configuração geométrica) e estaticamente determinado. Uma treliça
formada deste modo é designada por treliça simples e é isostática. Sendo b o número de barras
e n o número de nós então o número total de barras é dado por b = 2n – 3 . Esta relação é uma
condição necessária para a estabilidade da treliça, porém não é condição suficiente, porque uma
ou mais das barras podem estar dispostas de tal modo que não contribuem para uma
configuração estável da treliça simples.
Se b > 2n – 3 existem mais barras que as necessárias para evitar o colapso o que sugere que a
treliça seja interiormente hiperestática e por isso estaticamente indeterminada. É no entanto
necessário analisar se a disposição das barras lhe permite manter uma configuração estável.
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Assim sendo, as barras que não são necessárias para manter a posição de equilíbrio da treliça
designam-se por redundantes e o seu número traduz o grau de hiperestaticidade interior,
hi=b– (2n-3).
a b c
Figura 3
9 Sistema isostático ⇒ a = 3
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hg = hi + he = (b – 2n + 3) + (a – 3) = b + a – 2n
F1
R
F2
Figura 4
F1
R
F2
Figura 5
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As treliças são formadas a partir de um triângulo base e por forma que cada novo nó seja
agregado através de duas barras. Estas são interiormente isostáticas, verificando-se a condição
b= 2n -3.
Resultam da associação de duas treliças simples por meio ou de três barras não paralelas nem
concorrentes num ponto (esquema 1), ou de um nó e uma barra que não concorra nesse nó
(esquema 2).
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As ligações entre as duas treliças simples restringem os três graus de liberdade que cada uma
teria relativamente à outra. Se as treliças fossem ligadas entre si por um maior número de
barras do que o indicados nos dois exemplos anteriores obtinham-se treliças compostas
hiperestáticas em vez de isostáticas.
Apesar de não seguir o modo de formação anteriormente referido, para as treliças compostas,
também se classificam deste modo as treliças que resultam da substituição de algumas barras de
uma treliça simples por uma outra treliça simples. Na treliça do esquema (3), as barras
superiores foram substituídas por treliças secundárias simples obtendo-se o esquema (4).
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Figura 11- Ponte BNSF RR Portland, Oregon – Exemplo de uma Viga Gerber treliçada
Figura 12 - Ponte Hawthorne Portland, Oregon – Exemplo de uma Viga Gerber treliçada
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4.4.1 Considerações
A determinação dos esforços nas barras pode ser feita utilizando-se um dos dois métodos
analíticos, “Equilíbrio dos nós” ou “Ritter”.
4 P2 P3
2 6
HA 1 8
3 5 7
P1
VA VB
Cada uma das barras da treliça faz a ligação entre dois nós. Assim, se a barra está sujeita à
compressão a força que a comprime converge para os nós e, se está à tracção, a força que a
tracciona sai dos nós.
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A treliça encontra-se em equilíbrio, por isso todos os seus nós também o estão.
Este método consiste em isolarmos sucessivamente cada um dos nós, marcar as forças
exteriores, activas e reactivas, e os esforços normais das barras que nele concorrem. Os
esforços normais das barras serão assim determinados como forças que garantem o equilíbrio
do nó.
Assim, aplica-se a equação ∑ F=0 que garante o equilíbrio de forças concorrentes num ponto
material, à qual correspondem as equações de projecção ∑Fx=0 e ∑Fy=0, tendo o referencial
de eixos ortogonais Ox Oy uma qualquer orientação.
A sucessão de nós é feita de modo a que surjam apenas dois esforços (incógnitas) em cada
novo nó. É aconselhável, no caso da nossa sensibilidade estática não nos permitir antever a
natureza do esforço que sejam todos considerados à tracção, e assim, os sinais obtidos já serão
os sinais dos esforços actuantes: se for positivo (confirma o sentido arbitrado) indica tracção e
se for negativo indica compressão.
Nó 1
HA 1
θ N13
∑F x = 0 ⇒ N12 cos θ + N13 + H A = 0 ⇒ N13
VA
A primeira equação permite concluir que a barra 12 está sujeita a um esforço de compressão.
Nó 3
N32
∑F y = 0 ⇒ N 32 − P1 = 0 ⇒ N 32
N31 N35
3 ∑F x = 0 ⇒ N 31 + N 35 = 0 ⇒ N 35
P1
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Consiste em cortar a treliça por uma secção, cortando apenas três barras, não devendo estas ser
paralelas nem concorrentes num ponto. Como a treliça está em equilíbrio, qualquer das partes
resultantes do corte ficam em equilíbrio, porque os esforços normais actuantes nas barras
cortadas as equilibram.
Cortando a treliça por essas barras através da secção SS’, nada se altera sob o ponto de vista
estático, desde que se substituam as barras cortadas pelos esforços normais nelas actuantes e
que são determinados como as forças que garantem o equilíbrio da parte cortada da treliça.
É indiferente analisar a parte esquerda [esquema (5)] ou a parte direita da treliça [esquema (6)].
Escolhe-se, aquela que conduzirá a um menor trabalho numérico na obtenção dos esforços
normais.
S S P2
4 4 P3
N24 N42
2 6
N25 2
N52
HA 1 8
5 3
3 N35 N53 5 7
VA P1
VB
S’ S’
Esquema (6)
Esquema (5)
A determinação das incógnitas é a partir das equações universais da estática plana, devendo ser
escolhidas e usadas de uma ordem tal que permita a determinação directa de cada uma das
incógnitas. Assim são usadas três equações de momentos relativamente a três pontos não
colineares, sendo, cada um destes (pontos), a intersecção das linhas de acção de duas forças
incógnitas.
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∑M 5 = 0 ⇒ N 24
∑M 1 = 0 ⇒ N 25
∑M 2 = 0 ⇒ N 35
As forças obtidas com sinal positivo confirmarão os sentidos arbitrados (sendo de tracção),
caso o sinal seja negativo são de compressão.
As secções de Ritter podem ter qualquer forma desde que sejam continuas e atravessem toda a
treliça.
Excepções
(1) Quando se deseja conhecer o esforço numa só barra não é condição obrigatória fazer o
corte apanhando apenas três barras. Efectivamente se as demais, em qualquer número, se
intersectarem num único ponto, escolhe-se a equação de momentos relativamente a esse
ponto, calculando-se directamente o esforço na barra em questão.
N24
S
N54
2
S’
N56
HA 1
N57
3 5
S’
VA P1
Então ∑M 5 = 0 ⇒ N 24
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(2) Quando duas barras cortadas por uma secção de Ritter são paralelas é mais cómodo
utilizar duas equações de momentos e uma equação de projecção numa direcção, como
equações de equilíbrio da estática.
S P2
2 4
6
HA 1
5
3
S’ P1
VA VB
2 N24
∑M 3 = 0 ⇒ N 24
N23
HA
∑M 2 = 0 ⇒ N13
1 3
N13
∑F y = 0 ⇒ N 23
VA
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Exercício de Aplicação
Enunciado Figura
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