EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE LUIS
CORREIA NO ESTADO DO PIAUI.
PROC. 0805284-50.2021.8.18.0031
JOÃO BATISTA DO NASCIMENTO e KAROLINE DE ASSUNÇÃO
SILVA, já devidamente qualificados nos presentes autos, através de seu advogado, infra-assinado e constituído pelas procurações constantes nos autos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, requerer o
RELAXAMENTO DE PRISÃO POR EVIDENTE EXCESSO DE PRAZO NO
OFERECIMENTO DA DENUNCIA
com fulcro no art. 5º, LXV da Constituição Federal c/c art. 310, I do Código de
Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
DOS FATOS
JOÃO BATISTA e KAROLINE, foram presos em 23 de outubro de 2021,
por suposto auxilio material para um homicídio, alegando a policia que os mesmos encontravam-se em flagrante presumido. Ocorre que, no momento da realização do seu interrogatório perante a autoridade policial, os acusados foram impedidos de se comunicar com seu advogado, este que subscreve, e com a sua família. Além disso, decorrido mais de 6 dias da conclusão e envio do inquérito policial ao Ministerio Publico, conforme movimento do dia 03 de novembro, tendo se esgotado anteontem o prazo para oferecimento de denuncia, não houve a apresentação de Denúncia pelo Ministério Público, tornando ilegal a segregação cautelar dos requerentes. Não há nos presentes autos, fato que justifique com clareza a necessidade de manutenção da custodia cautelar dos requerentes, nem estão presentes a justificativas pra decretação da prisão preventiva dos mesmos, sendo assim, não há justificativa pra que os mesmos sejam mantidos presos.
DO DIREITO
DO RELAXAMENTO DA PRISÃO
Observa-se, no presente caso, que ate o momento o Ministerio Publico,
titular da ação penal, apresenta-se inerte no presente caso, não tendo o mesmo oferecido denuncia. Diante dessas circunstâncias, a manutenção da prisão importa em constrangimento ilegal, não havendo alternativa ao juízo, senão o relaxamento da prisão. De acordo com o art. 46 do CPP: “O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.”
Desta feita, observa-se o excesso de prazo para o oferecimento da
denuncia, tratando-se de prazo peremptório e que portanto não pode ser estendido, e considerando que já tem mais de 06 dias do envio do inquérito, e tratando-se de fato objetivo, ou seja, eminentemente processual, eis que o mesmo enseja o imediato Relaxamento da Prisão preventiva, observando-se ainda que a defesa em absolutamente nada obstruiu ou tumultuou o andamento processual. Na qualidade de titular da ação penal e responsável pelo controle externo da atividade policial. O Ministério Público não formou sua opinio delicti, e isto não justifica a manutenção das custodias cautelares e nem necessidade de parecer ministerial quanto aos pleitos de Relaxamento. Vejamos: EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - RECURSO MINISTERIAL -NULIDADE - AUSÊNCIA DE PRÉVIA OITIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - INOCORRÊNCIA - RESTABELECIMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA - DESCABIMENTO - LIBERDADE PROVISÓRIA CONCEDIDA AO RECORRIDO EM DECORRÊNCIA DO EXCESSO DE PRAZO. Não há que se falar em nulidade decorrente da concessão da liberdade provisória sem a prévia oitiva do órgão ministerial, uma vez que, não se mostrando adequada a prisão cautelar, a segregação poderá ser revogada, nos termos do artigo 316 do CPP. Fere o princípio da razoabilidade e configura constrangimento ilegal a manutenção da prisão provisória acima de prazo razoável para o encerramento da instrução criminal. Desta forma, deve ser mantida a decisão que concedeu a liberdade provisória quando comprovado o excesso de prazo na formação da culpa não atribuível a ato protelatório da defesa. (TJ-MG - Rec em Sentido Estrito: 10382150127902001 MG, Relator: Paulo Cézar Dias, Data de Julgamento: 28/06/2016, Data de Publicação: 08/07/2016) Desta feita, por tratar-se de prisão que está ILEGAL, este Magistrado pode Relaxar os decretos prisionais sem a necessidade de oitiva do representante do Ministério Público.
DO PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
Que seja concedido o presente Relaxamento da prisão dos requerentes,
JOÃO BATISTA DO NASCIMENTO e KAROLINE DE ASSUNÇÃO SILVA, determinando, outrossim, a expedição do competente Alvará de Soltura. Ressalta-se que os requerentes se comprometem a comparecer em todos os atos da persecução penal e estarão à disposição para colaborar e prestar esclarecimentos. Termos em que, Pede Deferimento.