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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 7ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE TERESINA-PI

RODRIGO VIDAL RODRIGUES, já devidamente qualificado nos


presentes autos, vem muito respeitosamente á presença de Vossa Excelência,
apresentar os presentes

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Nos termos do art. 382 do Código de Processo Penal, por entender que a r.
sentença encontra-se eivada de contradição, obscuridade ou omissão, o que o
faz pelos fatos e direitos a seguir elencados:

DOS FATOS

Tratam-se os autos, de suposta pratica de delito previsto no art. 33 da


Lei 11.343/06, na modalidade guardar ou ter a posse de substancia
entorpecente.
Segundo a denuncia, o Embargante foi flagranteado na data de 04 de
junho de 2020, portando cerca de 100g de substancia entorpecente, do tipo
maconha.
O Embargante confessou que mantinha a substancia em sua posse,
guardada para um “amigo”, tendo o mesmo prestado todas as informações
necessárias e contribuído de forma satisfatória ao deslinde do caso em
questão.
O processo tramitou normalmente, tendo sido oferecida denuncia e
recebida, ocorrendo posteriormente a audiência de instrução e julgamento, que
culminou com a atual sentença.

DO DIREITO
DA SENTENÇA

Aduz a sentença, que o réu contribuiu, de forma positiva e confessou a


pratica delituosa, tanto em sede de delegacia quanto em audiência:
Em sede policial, declarou o réu (fls. 14;15) ser o
proprietário da droga. Apresentou-se como usuário de
entorpecentes e que a droga apreendida seria destinada
ao seu consumo, droga esta que fora comprada de
Marcelo e que usaria a balança de precisão apreendida
só para saber qual quantidade de entorpecente que
usaria. Ainda, declarou que embalava a droga em porções
pequenas para fumar.
Em juízo, continuou a sustentar ser usuário de
drogas. Porém, deu informações diversas daquelas
manifestadas em sede policial. Em seu interrogatório
judicial, Rodrigo Vidal Rodrigues afirmou que a droga não
era sua, mas a guardava para um amigo; que a droga já
fracionada seria para fumar e a não fracionada pertencia
ao dito amigo, o qual lhe pediu para guardar a droga e a
balança. Declarou que guardava umas 100 gramas de
maconha e que não ganhava nada para guardar a droga.
Disse, ainda, que a balança estava guardada na mochila
e que as dolas encontradas estavam em sua jaqueta,
porções estas que seriam destinadas ao seu uso, de
modo que parte da droga era para usar e a outra parte
estava guardando, juntamente com a balança de
precisão.
Patente, portanto, da análise das informações
prestadas pelo réu quando do seu interrogatório judicial,
em conjunto com o arcabouço probatório que forra os
autos, a autoria delitiva atribuída ao acusado. Cabalmente
constatado que Rodrigo Vidal Rodrigues cometeu o crime
de tráfico de drogas, delito propulsor de diversos outros
crimes, nas modalidades trazer consigo/guardar
entorpecentes sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, figuras estas
tipificadas no caput do artigo 33 da Lei 11.343/2006.
(Pagina 09)
Posteriormente a r. sentença aduz que:
Existe circunstância atenuante, prevista no artigo 65,
III, d do Código Penal, uma vez que o réu confessou em
juízo a prática do crime de tráfico de drogas em sua
modalidade guardar entorpecentes. Porém, ante o teor e
vigência da Súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça
(A incidência da circunstância atenuante não pode
conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal),
deixo de atenuar a pena.
Existe circunstância agravante da pena, prevista no
artigo 61, II, j do Código Penal, tendo em vista a prática
criminosa durante período de calamidade pública, ante a
publicação do Decreto Legislativo nº 06/2020, em 20 de
março do corrente ano. Agravo, portanto, a reprimenda
em 1/6, fixando-a em 5 (cinco) anos e 10 (dez) meses e
583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa. Neste
sentido: (pagina 18)
Excelência, segundo entendimento jurisprudencial e doutrinário,
devem ser analisadas primeiramente as causas de aumento e
posteriormente as de diminuição.
Ocorre que no trecho acima, deveria ser primeiramente seria
analisada a causa de aumento, assim a pena ficaria acima do mínimo
legal e posterior a redução a qual tem direito pela confissão, tanto em
delegacia quanto em juízo.
Assim, a reprimenda iria para 5 anos e 10 meses e com a confissão
seria reduzida para o patamar mínimo, ou seja 5 anos.
Com a incidência do trafico privilegiado, a pena ficaria em 4 anos e
assim o Embargante teria o direito ao regime inicial aberto, e por
conseguinte a revogação do édito prisional.

DOS PEDIDOS

Que sejam os presentes embargos, recebidos nos seus efeitos


devolutivo e suspensivo, processados e julgados procedentes, para alterar a
sequencia de valoração das causas agravantes e atenuantes;
Seja feita a alteração no calculo final de pena;
Seja feito a alteração de regime inicial de cumprimento de semiaberto
para aberto;
Seja expedido alvará de soltura.

Nestes termos
Pede deferimento

Teresina, 07 de outubro de 2020

Jó Eridan B M Fernandes
OAB-PI 11827

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