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Escola de Educação Básica Professor Anacleto Damiani

Professora: Lisiane
Aluno: Pedro Sales
Disciplina: História Data:24/08/2021

Movimento Operário (1917)


Contexto histórico:No final do século 19, com a Segunda Revolução
Industrial, o operariado de países como Inglaterra, Espanha e Alemanha,
organiza-se para pressionar os patrões garantirem condições dignas de
trabalho.

Porém, nem sempre os problemas eram resolvidos de forma pacífica. Como


exemplo temos a Semana Trágica de Barcelona, 1909, quando os operários
em greve foram massacrados pelo governo.

Em 1917, o mundo vivia a Primeira Guerra Mundial que fazia estragos


econômicos e sociais nos países europeus. Igualmente, assistia a tomada do
poder por socialistas e comunistas, na Rússia.

Por sua vez, o Brasil vivia um período de instabilidade econômica provocada


pela escassez de alimentos e, consequentemente, de inflação.

As primeiras fábricas, no Brasil, começaram a abrir atraindo camponeses que


buscavam na cidade melhores oportunidades de salário e vida. As condições
de trabalho nessas fábricas eram as piores possíveis. Não havia legislação
trabalhista, as jornadas duravam até 16 horas por dia, mulheres e crianças
realizavam trabalhos pesados e as questões laborais eram resolvidas com a
polícia.

Organização do movimento no Brasil: Os operários, na Primeira


República, eram organizados em sindicatos estaduais.

A única entidade em nível nacional era a Confederação Operária Brasileira


fundada em 1906, por iniciativa dos sindicatos do Rio de Janeiro, São Paulo,
Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia.
Também havia as “Sociedades de Socorro Mútuo” e “Caixas Beneficentes” que
tinham caráter social. Estas instituições garantiam assistência médica e
indenizações por acidentes de trabalho aos seus membros.

O cenário mudou quando os imigrantes italianos e espanhóis, que vinham


trabalhar nas fábricas paulistanas, começaram a divulgar os princípios
anarquistas e socialistas através de jornais operários.

Neles, chamavam a atenção para a necessidade de organização e mobilização


dos trabalhadores, a fim de conseguirem direitos trabalhistas.

O início da greve: A paralisação começou na fábrica Crespi que


empregava 2000 trabalhadores, no bairro da Moca. Os operários pediam
aumento de salário, redução da jornada de trabalho, proibição do trabalho
infantil e do trabalho feminino à noite.

Esse movimento se espalha por outras fábricas do bairro provocando a adesão


de mais operários. Inspirados pelas ideias anarquistas divulgadas pelo
jornalista Edgar Leuenroth, os trabalhadores fazem os primeiros comícios em
bairros e praças públicas.

Ao longo de todo mês de junho várias fábricas somam-se à greve. Em 8 de


julho é criado o Comitê de Greve, proposto pelos anarquistas. No dia seguinte,
a polícia mata o sapateiro espanhol José Martinez e causa revolta entre os
grevistas.

Em 12 de julho, a greve estava decretada. São Paulo amanhece com fábricas,


comércios e transportes parados. Diante da forte repressão policial, os
operários se recusam a negociar diretamente com os patrões e jornalistas se
encarregam de formar uma comissão intermediadora.

Depois de árduas negociações, os operários conquistaram o aumento de 20%


de salário, direito de associação e a não demissão dos envolvidos na greve. No
dia 16 de julho, um comício realizado no Largo da Concórdia, decreta o fim da
primeira greve geral do Brasil.

Consequências: A Greve Geral de 1917 deixou marcas entre os


trabalhadores urbanos brasileiros. Desta maneira, podemos citar:

 o operariado brasileiro adquire consciência de classe;


 desenvolvem-se os primeiros sindicatos a partir das ligas de classe dos
bairros;
 divulgação e fortalecimento das ideias de esquerda no Brasil;
 a resolução de conflitos sociais não deveria ser resolvida através da
polícia.

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