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RESUMO – Public Organization Adaptation do Extreme Events: Mediating

Role of Risk Perception (Fengxiu Zhang; Eric Welch & Qing Miao)

O texto aborda a temática acerca da adaptabilidade de organizações


públicas a eventos extremos. De início, registra-se que o texto foi escrito em 2018,
antes da pandemia de Covid-19, de modo que é interessante comparar as
preocupações descritas na pesquisa (com eventos naturais – terremotos, furacões,
etc.) com a atual percepção sobre um evento extremo, como a pandemia.
Os autores apontam ser crescente o fato de organizações públicas se
depararem com eventos extremos, que causam mudanças notáveis, imprevisíveis e
disruptivas, de modo que o objetivo da pesquisa realizada é identificar e entender os
padrões de resposta das organizações a tais eventos.
Enquanto algumas organizações tem atitudes apenas reativas a eventos
extremos, limitando-se a gerenciar suas consequências, outras buscam conhecer suas
vulnerabilidades antes de qualquer dano efetivo e incorporam tais preocupações nos
seus planejamentos internos, preparando-se com antecedência.
O estudo levado a cabo pelos pesquisadores testou hipóteses que
relacionam eventos extremos, vulnerabilidades organizacionais, percepção de risco e
capacidade de adaptação. Investigou como a exposição a eventos extremos impacta as
organizações públicas, e como tais eventos são ligados à percepção de riscos e
respostas adaptativas. Os achados da pesquisa denotam o papel essencial da
percepção de risco como canalizador de sinais para respostas adaptativas.
Reforçar a capacidade de adaptação é um mecanismo chave para a
redução das vulnerabilidades da organização. E o texto vai além, esclarecendo que
essa capacidade não é apenas voltar à normalidade após o evento, mas também a
habilidade de absorver a disrupção e se reorganizar enquanto atravessa a mudança,
mantendo suas funções e estrutura.
Um fator que dificulta essa preparação prévia é que as vulnerabilidades as
vezes não são óbvias. A pesquisa realizada levantou quatro hipóteses: 1) organizações
que tem maior exposição a eventos extremos são mais propensas a sofrer grandes
impactos; 2) organizações que sofrem maiores impactos por eventos extremos tem
maior propensão a construir uma maior capacidade de adaptação; 3) organizações que
tem maior exposição a eventos extremos tem maior propensão a construir uma maior
capacidade de adaptação e 4) a percepção de risco de uma organização media
positivamente o efeito da sua experiência com eventos extremos na construção da sua
capacidade de adaptação.
Para a realização da pesquisa foram colhidos dados de agências de trânsito
americanas, que são expostas a eventos extremos relacionados a alterações climáticas
(chuvas, terremotos, furacões, etc.). As perguntas eram relacionadas a experiência da
organização com eventos climáticos extremos, percepção de riscos, estratégias
aplicadas com relação a alterações climáticas extremas, além de outras questões sobre
operação e gerenciamento.
As variáveis de interesse escolhidas foram: avaliação de vulnerabilidade e
investimento de capital. As variáveis de controle foram capacidade de infraestrutura,
tamanho da organização, renda média, localização, dentre outras. À exceção da
hipótese 2, as demais foram confirmadas pelos dados analisados, de modo que o
aumento da exposição é associado com o aumento do impacto; maior exposição é
associada com maior adaptação organizacional e a percepção de risco media os efeitos
da exposição e impacto no comportamento adaptativo.
As conclusões da pesquisa foram no sentido de que a adaptação requer
não somente a exposição ao evento extremo, mas também o entendimento de que
uma performance organizacional contínua depende dessa adaptação.
O aumento da frequência dos eventos extremos, que demandam respostas
emergenciais e com alto custo direciona a organização para a preocupação preventiva,
com investimento em estrutura de longo prazo para prevenir danos mais graves.

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