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DIREITO EMPRESARIAL III (aula 02 continuação)

APRESENTAÇÃO

Olá acadêmicos de Direito, estamos voltando á nossas


atividades de estudos, porém com acesso remoto. É fato que estamos
passando por momentos de crise, mas vamos conseguir nos adaptar não é?
Sou a Professora Michelle Sabença Portela e ministrarei o
curso de Direito empresarial 03.
O objetivo deste Módulo será a continuação dos conteúdos
que estávamos estudando em sala de aula, qual seja: direito empresarial 03,
bem como a posição da doutrina majoritária. A metodologia aplicada neste
primeiro módulo será o estudo do material escrito, combinado com os estudos
dirigidos, normalmente eles são direcionados ao final todavia, deixei atividades
na aula 01. Ao final está o gabarito dos exercícios da aula 01.
Este módulo equivale a 02(duas) aulas presenciais, ou seja,
06 (seis) horas-aulas.
Quadro de pressupostos da falência (continuação da aula 01/02)

Prova oral: quais os princípios norteadores do processo


falimentar:
 Celeridade
 Economia processual

“ Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a:


I - preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, dos ativos e dos recursos produtivos,
inclusive os intangíveis, da empresa;
II - permitir a liquidação célere das empresas inviáveis, com vistas à realocação eficiente de
recursos na economia; e
III - fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do retorno célere do
empreendedor falido à atividade econômica.
§ 1º O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual,
sem prejuízo do contraditório, da ampla defesa e dos demais princípios previstos na Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) .

OBS3. MP pode pedir falência? NÃO, em regra. RJ – Sergio Campinho


admite essa possibilidade quando houver descumprimento de TAC. O
descumprimento gera uma obrigação pecuniária (multa). Poderia, então, o MP
buscar o pagamento dessa multa através do processo de falência.

OBS4. Fazenda pública pode ajuizar pedido de falência?


 Sim – a lei 11.101 não exclui expressamente qualquer
credor específico de seu regime. Afirmava que a certidão de dívida
ativa não podia ser protestada. Atualmente, há o protesto da CDA.
 Não – (MAJORITÁRIA) – deve prevalecer o princípio da
preservação da empresa sobre o interesse arrecadatório do Estado. O
Estado tem os meios próprios (Execução Fiscal). Além disso, retira o
contraditório do devedor. (o processo de falência não é o instrumento
hábil para julgar o crédito tributário). É o entendimento do STJ (fala no
princípio da preservação da empresa) e do Enunciado nº 56, da 1ª
Jornada de Direito Comercial. - Legitimidade da Fazenda Pública: o
STJ tem diversos precedentes recentes (REsp 164389/MG, DJ 16-08-
2004; REsp 287824, DJ 20.02.2006) no sentido de que a Fazenda não
teria legitimidade para pedir a falência do devedor, uma vez que a
mesma possuiria meio próprio de cobrança (execução fiscal). Ademais,
no caso de crédito tributário, este não se sujeita ao regime de concurso
universal (arts. 186 e 187 do CTN).
q – CORRETA – a Fazenda pode optar entre HABILITAR o crédito na
falência já existente ou executar pelo meio próprio. STJ.
d) cônjuge sobrevivente, herdeiro ou inventariante
No caso de pedido de falência do espólio do empresário individual. Não
se aplica às sociedades.

5.2. Legitimidade passiva. Quem pode ser réu – pressuposto


material subjetivo
 Empresário individual
 Sociedade empresária
 EIRELI
OBS. salvo os casos de exclusão que já vimos.

6. Juízo competente
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial,
deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do
Brasil.
A justiça competente para julgar as ações de falência é a justiça comum
estadual. Se quem ajuíza o pedido de falência é uma empresa pública ou
autarquia federal (pedidos absurdos!!), a competência não será da justiça
federal.

O Art. 109 excluem da apreciação da JF as causa de falência.


Informativo STJ – 519 - trata da liquidação extrajudicial – SEM em liquidação
extrajudicial – competência da Justiça Estadual.
O juízo competente é o juízo do local do principal estabelecimento. Caso a
sede seja fora do Brasil, será o local da filial da empresa. Está ligada ao
aspecto econômico: local onde o devedor concentra o maior volume de
negócios. Neste sentido, STJ. Esta competência é absoluta.

Obs. Como estabelecer o principal estabelecimento?


 Sede contratual ou estatutária
 Sede administrativa (centro vital das atividades, local onde
a atividade se mantem centralizada) – MAJORITÁRIA – STJ. CC 37736 -
 Critério econômico (maior complexo de bens).

7. Insolvência – pressuposto material objetivo


Não se trata de insolvência econômica, e sim hipóteses de insolvência
jurídica. O juiz analisará se as situações determinadas em lei acontecem.
O que há é uma presunção de insolvência, mas nem sempre real. Basta
preencher os requisitos legais.

Pressuposto material objetivo: a insolvência do devedor


Deve ser compreendida no seu sentido jurídico, definido pela própria
legislação falimentar, e não no seu sentido técnico/econômico (insuficiência do
ativo para saldar o passivo).

O uso da ação de falência como meio de cobrança do devedor


Fábio Ulhoa Coelho admite a utilização do pedido de falência como mero
meio de cobrança. O STJ é vacilante sobre o assunto, ora admite, ora não. A
nova LRE veio atenuar a discussão ao impor o limite de 40 salários mínimos
para justificar o pedido de falência.

Os sistemas de determinação da insolvência adotados pela Lei


11.101/05
Como se depreende da análise do art. 94 da Lei, foram adotados dois
sistemas: o da impontualidade e o da enumeração legal.
A insolvência pode ser confessada OU presumida (art. 94, I, II e III). A
confessada já vimos – pedido de autofalência. Vejamos as hipóteses de
presumida:
I. Impontualidade injustificada:
Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse
o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
 Deixar de pagar no vencimento
 Sem relevante razão de direito – sem justificativa
 Título executivo judicial ou extrajudicial.

Definição de trustes, cartéis e holdings.

Os trustes correspondem à fusão ou união entre duas empresas de um


mesmo ramo ou de áreas diferentes da economia, constituindo uma única
companhia ou um grupo de associados de maior porte. Essa forma de
monopólio é muito utilizada por grandes empresas que se vêm ameaçadas
pelo crescimento de pequenas concorrentes em fase de rápido crescimento,
mas também pode envolver empresas de porte maior.
Além de buscar a diminuição da concorrência, os trustes podem ser realizados
quando uma empresa decide expandir o seu mercado para outros ramos da
economia. Exemplo: uma companhia do ramo de bebidas adquire ou se funde
com outra empresa do ramo alimentício para aumentar a sua área de atuação.

Os cartéis, por sua vez, são uniões secretas ou não oficialmente divulgadas
entre empresas concorrentes para ajustar o preço de suas mercadorias de
modo a manter o interesse e evitar a perda de lucros em razão da disputa de
mercado. Trata-se de uma prática considerada ilegal no contexto legislativo de
praticamente todos os países existentes, embora seja amplamente praticada.
Existe, até mesmo, um cartel envolvendo países no ramo petrolífero, a OPEP
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Eventualmente, os seus
membros reúnem-se e estabelecem os ajustes no preço desse recurso com
base nas oscilações do sistema financeiro.

As holdings são, nesse contexto, o conjunto de diferentes companhias


dominadas por uma organização central, responsável por administrar a maior
parte ou todas as suas respectivas ações. Em muitos casos,
as holdings formam conglomerados compostos por inúmeras empresas dos
mais diversos segmentos e até concorrentes entre si. Exemplos: Ambev, a
Positivo, a ItaúSA e outras.

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