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4º MÓDULO

ENFERMAGEM MÉDICA III

ROSILENE LINON BATISTA LEMOS


ENFERMIG
4º MÓDULO
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Conteúdo

UNIDADE I ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO ........................................3

UNIDADE II ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA EXCRETOR ........................................ 16

UNIDADE III ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO.......................... 22

UNIDADE IV ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO ............... 26

5. REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 33
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UNIDADE I ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA


DIGESTÓRIO

1. INTRODUÇÃO AO SISTEMA DIGESTÓRIO


1.1 REVISÃO DA ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

O Sistema digestório é um tubo de revestimento epitelial, com ± 9 metros de comprimento; as


estruturas do trato digestório incluem: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso, reto e ânus.
As estruturas
acessórias são os dentes, a
língua, as glândulas
salivares, o fígado, vesícula
biliar e o pâncreas. Os
outros órgãos acessórios,
nunca entram em contato
direto com o alimento;
produzem ou armazenam
secreções que passam para
o trato gastrintestinal e
auxiliam na decomposição
química do alimento.
Os dentes auxiliam no
rompimento físico do
alimento e a língua auxilia
na mastigação e na deglutição.
A boca é formada pelas bochechas (formam as paredes laterais da face e são constituídas
externamente por pele e internamente por mucosa), pelos palatos duro (parede superior) e mole
(parede posterior) e pela língua (importante para o transporte de alimentos, sentido do gosto e fala).
Auxilia na fala, mastigação e mantém os alimentos entre os dentes.
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A saliva é secretada por 3 pares de glândulas salivares: Parótidas, Submandibulares e Sublinguais.


A secreção da saliva ou salivação, está sob controle nervoso. Estímulos parassimpáticos promovem a
secreção contínua de saliva para manter a língua e os lábios úmidos. Estímulos simpáticos (estresse,
tensão) resultam no ressecamento da boca. Na desidratação, as glândulas salivares para conservar a
água, cessam a secreção.
A faringe é um tubo que se estende da boca até o esôfago e apresenta suas paredes muito
espessas devido ao volume dos músculos que a revestem externamente.
O esôfago é um tubo muscular que começa na extremidade da parte laríngea da faringe, passa
através do mediastino, atravessa o diafragma e termina na parte superior do estômago. Localiza-se
posteriormente à traqueia começando na altura da 7ª vértebra cervical. Secreta muco que auxilia no
transporte do alimento ao estômago.
O estômago trata-se de uma bolsa distensível com capacidade de aproximadamente 1500 ml.
É divido em 4 áreas (regiões) principais: cárdia, fundo, corpo e piloro. A entrada do estômago é a
junção esofagogástrica. A cárdia é uma válvula (orifício de entrada do estômago) que serve para
impedir o refluxo do alimento para o esôfago; é assim chamada por estar perto do coração
(miocárdio). O piloro: é uma válvula muscular, um esfíncter chamado piloro (orifício de saída do
estômago) que impede o bolo alimentar de passar ao intestino delgado prematuramente.
O intestino delgado é o maior segmento do sistema digestório, mede + ou – 6 metros, e é
dividido em duodeno, jejuno e íleo. Os principais eventos da digestão e absorção ocorrem no intestino
delgado, portanto sua estrutura é especialmente adaptada para essa função; local onde a digestão é
concluída e começa a absorção dos nutrientes. Apresenta 3 porções: Duodeno, Jejuno e Íleo.
O intestino grosso consiste em um segmento ascendente, no lado direito do abdome, um
segmento transverso que se estende do lado direto para o esquerdo no abdome superior, um
segmento descendente, no lado esquerdo do abdome. Suas funções consistem em absorver água
rapidamente, modificando o material alimentar em bolo fecal, formar e lubrificar as fezes, armazenar
temporariamente os resíduos e elimina-los do corpo através da defecação. É no intestino grosso que
se encontra a microbiota (colônias de bactérias), que protege o intestino contra infecções e produzem
vitaminas (ex: K). A porção terminal do intestino grosso consiste em duas partes: o cólon sigmóide e
o reto. O reto é contínuo com o ânus. O canal anal, possui o músculo esfíncter interno, de músculo
liso (involuntário) e um músculo esfíncter externo, de músculo esquelético (voluntário).
O sistema digestório é irrigado pela artéria mesentérica superior e inferior. É controlado por um
sistema nervoso entérico (próprio), que consiste de ± 100 milhões de neurônios organizados em
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plexos ganglionares, atuando nas alças intestinais, responsáveis pela mobilidade, absorção e secreção
de enzimas.

1.2 FUNÇÕES DO PROCESSO DIGESTIVO

 Fracionar alimentos em moléculas.


 Secreção de enzimas digestivas
 Absorver moléculas alimentares
 Eliminar substâncias não digeridas ou não absorvidas

1.3 SINTOMAS ESPECÍFICOS DO SISTEMA DIGESTÓRIO

 Náusea  Constipação
 Vômito  Sangramento
 Disfagia  Perda de peso
 Diarreia

1.4 TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS AO SISTEMA DIGESTÓRIO

 Acalasia: diminuição da motilidade do esôfago.


 Aptialia: ausência ou diminuição da secreção da saliva.
 Constipação: retenção ou o atraso na expulsão do conteúdo fecal pelo reto.
 Disfagia: dificuldade de engolir.
 Dispepsia: digestão imperfeita ou dolorosa, caracterizada por desconforto abdominal,
eructação, azia, vômito e perda do apetite.
 Emese: vômitos
 Eructação: expulsão de gases do estômago pela boca.
 Espasmo esofágico difuso: contrações irregulares da musculatura lisa do esôfago.
 Fecaloma: massa de fezes acumulada no reto, semelhante a um tumor.
 Flatulência: expulsão de gases pelo reto.
 Gastralgia: dor no estômago.
 Hematêmese: vômitos com sangue de cor escura (HDA).
 Hiperêmese: vômitos excessivos.
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 Hipersalivação: produção excessiva de saliva, devido irritação da mucosa.


 Impactação fecal: fezes endurecidas no cólon
 Inapetência: falta de apetite
 Incontinência fecal: incapacidade para adiar a defecação, devido a perda do controle do
esfíncter anal.
 Lienteria: diarréia em que as fezes contêm alimentos não digeridos.
 Melena: fezes com sangue (HDB).
 Odinofagia: dor ao deglutir, implicando uma forma aguda e grave de esofagite, geralmente
com ulceração da mucosa, acompanhada de disfagia e azia.
 Pirose: azia (dor epigástrica, tipo queimação,
subesternal que piora pós-refeições e na
posição reclinada, é atenuada
temporariamente com o uso de antiácidos e
cabeceira elevada.
 Regurgitação: expulsão forçada de conteúdo
gástrico pela boca.
 Refluxo gastroesofagiano: retorno de
conteúdo gástrico ou duodenal no esôfago
 Sialorréia: salivação excessiva.

1.5 . ÚLCERAS PÉPTICA E DUODENAL

Conceito: É uma lesão localizada no estômago


(úlcera gástrica) ou duodeno (úlcera duodenal) com
destruição da mucosa da parede destes órgãos,
atingindo os vasos sanguíneos subjacentes. É
causada pela insuficiência dos mecanismos
protetores da mucosa contra a acidez gástrica,
muitas vezes devido à infecção com a bactéria
Helicobacter pylori, alcoolismo, fumo, jejum
prolongado, alimentos mal mastigados,
condimentos, café, refrigerantes, anti-inflamatórios,
ácido clorídrico, etc. Caracteristicamente a doença evolui com períodos de exacerbações com
ativação e agravamento das lesões ulcerosas e períodos de melhora com cicatrização das lesões.
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É de etiologia multifatorial. Existem fatores genéticos, mas a infecção pelo Helicobacter pylori
predomina na maioria dos casos. O tabagismo retarda a cicatrização e aumenta a frequência de
recidivas das úlceras. Outros casos ocorrem em associação ao uso de anti-inflamatórios, além das
síndromes hipersecretoras.
Fatores relacionados ou fatores de risco: infecção pelo H. Pylori,uso de anti-inflamatórios ou
aspirina de forma abusiva, hipersecreção ácida, genético e história familiar, tabagismo.
Manifestações clínicas: Náusea, hematêmese, dispepsia incaracterística ou relacionada ao
horário das refeições, piorando nos períodos de jejum ou pós-prandial, melena, pirose, cefaléia e dor,
mal estar, sensação de plenitude ou distensão epigástrica. A ruptura de uma úlcera, criando uma
comunicação anormal entre o trato gastrointestinal e a cavidade peritoneal é uma emergência
médica potencialmente fatal. A HDA pode ser a primeira manifestação da úlcera péptica. O abdome
agudo por perfuração da úlcera pode também ocorrer.
Diagnóstico: O diagnóstico é sempre feito por endoscopiadigestiva alta (EDA) . A endoscopia
permite colher amostras de tecido por biópsia.
Complicações: Perfuração, caquexia, degeneração maligna, anemia, hemorragia na forma de
hematêmese ou melena.
Tratamento: Consiste em aliviar a dor, ajudar a cicatrização mais rápida da úlcera, promover a
cura definitiva, prevenindo recidivas, o que pode ser atingido através do combate aos fatores
agressores como infecção pelo H. pylori, hipersecreção de HCL e drogas ulcerogênicas.
Cuidados de enfermagem: Administrar dieta fracionada; orientar evitar fumo, álcool e uso do
tabaco; administrar medicamentos ( antiácidos, antiémeticos, antiespasmódicos, ansiolíticos e ATB.)

1.6. GASTRITE

Conceito: Processo inflamatório agudo ou crônico da mucosa gástrica, de forma infecciosa e


não infecciosa. As formas mais comuns são as gastrites pelo H. pylori, ou as secundárias ao uso de
anti-inflamatórios ou álcool, ou por estresse.
Gastrite aguda: Causada por agressores da mucosa gástrica. Entre eles estão: medicamentos
como anti-inflamatórios, aspirina, álcool, fumo, enzimas digestivas do duodeno, ingestão de
substâncias corrosivas, ácidas ou alcalinas e toxinas bacterianas; alimentos condimentados, frituras,
gorduras e frutas ácidas e situações de estresse.
Gastrite crônica: Esta associada à presença do H. pylori.
Manifestações clínicas: dor epigástrica, desconforto epigástrico (plenitude gástrica,
distensão), vômitos, náuseas, eructação, pirose após as refeições dispepsia, e até anorexia. Em alguns
casos pode ocorre hemorragia digestiva.
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Diagnóstico: Através das manifestações clínicas , estudo endoscópico (endoscopia digestiva


alta-EDA) estudo anátomo-patológico da biópsia da mucosa gástrica.
Tratamento: Antiácidos, analgésicos, anti-inflamatórios e ATB (em casos de bactérias), uso
de antissecretórios (substâncias que bloqueiam a secreção de HCL pela mucosa gástrica), Uso de anti-
heméticos, dieta fracionada, tranquilizantes, redução do stress, abstinência do álcool, café e do
tabaco e alimentos irritantes da mucosa gástrica.
CAUSAS DE GASTRITES
BACTERIANAS FUNGOS VÍRUS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS

Helicobacter pylori Candida Citomegalovírus Gastrite aguda


Estafilococos Herpes simples Doença de Crohn
Estreptococos
E. coli
M. tuberculosis
GASTRITE AGUDA POR ESTRESSE DROGAS
Choque Acidente vascular Infarto agudo do Álcool
Insuficiência cerebral miocárdio Anti-inflamatórios
respiratória Falência múltipla de Grandes queimados Corticoterapia
Trauma craniano órgãos Sepse AAS em dose alta
Politraumatismo Pós-operatórios de
grandes cirurgias
Insuficiência
hepática
DISMOTILIDADE INTESTINAL
Refluxo alcalino após gastrectomia parcial Isquemia gástrica
Refluxo biliar Por hipertensão portal
Por irradiação

Cuidados de Enfermagem: Promover alívio da ansiedade. Promoção da dieta adequada


(conscientizar o paciente quanto ao não uso de álcool, fumo, café, frituras, alimentos condimentados
e ácidos). Alívio da dor (administrar medicação prescrita). Promoção do equilíbrio hídrico (HOF).
Promoção do repouso. Atentar para hematêmese e sangue oculto nas fezes. Orientar dieta (branda,
fracionada em pequenos volumes).

1.7. REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Conceito: Retorno do conteúdo gástrico para o esôfago devido ao relaxamento do esfíncter


esofageano inferior.
Causas: Desconhecidas, mas acredita-se que estejam relacionadas com o amadurecimento
tardio da musculatura esofágica inferior, ou comprometimento hormonal local.
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Manifestações clínicas: Vômitos, emagrecimento, aspiração de secreções, esofagite, pirose


dor abdominal e melena.
Diagnóstico: Através das manifestações clínicas , endoscopia digestiva alta (EDA) e biópsia.
Tratamento: Geralmente é baseado em medicamentos que aceleram a motilidade gástrica e
cirúrgico.
Cuidados de enfermagem: HOF, avaliar aspecto dos vômitos e anotar, manter decúbito lateral
e medicar conforme prescrição.

1.8. ESOFAGITE

Conceito: Quando o ácido e as enzimas do estômago repetidamente refluem para dentro do


esôfago, este torna-se inflamado e ulcerado. Esta inflamação é conhecida como esofagite. Quando a
inflamação é severa, desenvolve-se a úlcera do esôfago.
Etiologia: Fungos, vírus, irradiação e substâncias tóxicas, porém o refluxo de ácido do
estomago é a principal causa.
Manifestações clínicas: Pirose; dor retroesternal, em queimação e até intensa; dispepsia;
regurgitação, com azedume ou amargor; odinofagia; disfagia; hemorragia; hipersalivação.
Diagnóstico: Através das manifestações clínicas e endoscopia digestiva alta (EDA).
Tratamento: Antiácidos. Inibidores e neutralizadores do HCL. Intervenção cirúrgica.

Cuidados de enfermagem: Administrar dieta fracionada, hipolipídica. Orientar evitar comer


ou beber 2 horas antes de dormir. Orientar eliminar ou reduzir tabaco, álcool, alimentos gordurosos,
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condimentados e café. Elevar a cabeceira da cama a 15° (para gravidade ajudar a evitar o refluxo
gastresofágico durante o sono).

1.9. VARIZES ESOFAGIANAS

Conceito: São veias dilatadas e tortuosas encontradas na mucosa do esôfago, geralmente são
secundárias à cirrose hepática ou hipertensão portal.
Causas: Alcoolismo, esforço muscular, esofagite, alimentos mal mastigados, medicamentos
irritantes da mucosa esofágica.
Manifestações clínicas: Disfagia, hematêmese, pirose, cefaléia, hiperemia, etc.
Diagnóstico: Através das MC, endoscopia e biópsia.
Tratamento: - Controle da hemorragia por sonda (Sengstaken Blackmore) com balão
compressor. Escleroterapia: injeção de agente esclerosante nas varizes. Sedação. Alimentação
parenteral. Administrar vitamina K e hemotransfusão em casos de sangramentos (HDA).

Cuidados de enfermagem: Monitorar sinais vitais; manter jejum e sedação, alimentação


parenteral; manter repouso no leito;administrar medicamentos prescritos
(antieméticos, sedativos , NPT); administrar terapia com vitamina K ; manter cuidados
de enfermagem com transfusões sanguíneas; realizar Lavagem gástrica nos casos de
hematemêse conforme prescrição médica; realizar lavagem intestinal nos casos de
melena conforme prescrição médica;manter cuidados com a sonda Blackmore.

1.10. HEMORRAGIA DIGESTIVA

Conceito: qualquer sangramento do trato gastrointestinal (TGI).


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 Hemorragia Digestiva Alta (HDA): tem sua origem acima do piloro.


 Hemorragia Digestiva Baixa (HDB): tem sua origem abaixo do piloro.
Manifestações clínicas: Sangramento Alto: melena, hematêmese ou enterorragia. Sangramento
Baixo: maioria das vezes por enterorragia.
Etiologia: HDA: Úlcera péptica, Úlcera de stress, Hipertensão portal: varizes esofagianas ou
gastropatia hipertensiva, Gastrite Erosiva: AAS, Álcool, Esofagite, Tumor gástrico ulcerado, varizes de
esôfago. HDB: Causa Indeterminada, Doença inflamatória intestinal, Colite infecciosa, Patologia
anorretal.
Hematêmese: Vômito com quantidade importante de sangue de coloração vermelho vivo ou em
“borra de café”.
Melena: Fezes pretas, liquidificadas e fétidas, devidas ao sangue digerido ao longo do trato
gastrointestinal.
Enterorragia: Eliminação de fezes com sangue “vivo” (vermelho - não degradado), ou apenas sangue,
via anal.

Manifestações Clínicas: Sinais e Sintomas de


Perda Sanguínea
Aguda: sinais de choque hipovolêmico, palidez
cutâneo-mucosa, lentidão do enchimento capilar,
Taquicardia, Hipotensão ortostática, Hipotensão
supina, Queda do nível de consciência, Sangue oculto
nas fezes ( 15-20ml de sangue/dia)
Crônica: síncope, dispnéia, angina, anemia
crônica persistente.
Diagnóstico: Clínico, Endoscópico,
Arteriográfico, Radiológico.
Tratamento: Controle da hemorragia por sonda
(Sengstaken Blackmore) com balão compressor.
Escleroterapia: injeção de agente esclerosante nas
varizes. Sedação. Alimentação parenteral. Administrar vitamina K e hemotransfusão em casos de
sangramentos (HDA).
Cuidados de enfermagem: Monitorar sinais vitais; manter jejum e sedação, alimentação
parenteral; manter repouso no leito;administrar medicamentos prescritos (antieméticos,
sedativos , NPT); administrar terapia com vitamina K ; manter cuidados de enfermagem com
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transfusões sanguíneas; realizar Lavagem gástrica nos casos de hematemêse conforme


prescrição médica; realizar lavagem intestinal nos casos de melena conforme prescrição
médica;manter cuidados com a sonda Blackmore.

1.11. GASTROENTERITE

Conceito: É um processo infeccioso de todo o trato gastrointestinal. É uma inflamação e


infecção da mucosa do tubo digestivo do estômago e do intestino, acometendo todo o TGI. Quando
acomete apenas o estômago = gastrite. Quando acomete o intestino = enterite. Frequentemente
pode provocar uma forte desidratação. É geralmente provocada por micróbios, então ela pode ser
do tipo viral ou bacteriana:
 Gastroenterite viral (a mais frequente): trata-se de uma infecção temporária muito
contagiosa transmitida de pessoa para pessoa (pelas mãos, em banheiros, em copos). Nota-
se que os sintomas da gastroenterite são quase sempre menos graves que os da
gastroenterite bacteriana (caracterizada normalmente pelo sangue nas fezes). Mais de uma
centena de vírus podem ser os responsáveis pela gastroenterite, mas os mais conhecidos são
os rotavirus, que podem provocar a infecção em crianças.
 Gastroenterite bacteriana: geralmente trata-se de uma intoxicação alimentar que pode ser
provocada por diferentes bactérias como a salmonela.
Observação: Pode-se contrair estes micróbios através de água contaminada ou substâncias fecais
(transmitidas pelas mãos, por exemplo). Destacam-se outros causadores da gastroenterite, tais como
determinados medicamentos (antibióticos), ou diferentes parasitas.
Manifestações clínicas: perda de apetite, a náusea, o vômito, a diarreia leve a intensa, a dor
tipo cólica e o desconforto abdominal, flatulência, hipertermia, dores musculares, espasmos, cefaleia.
Causas: microrganismos presentes na água ou em alimentos contaminados por fezes
infectadas. (vírus, bactérias, protozoários). Pode ser decorrente da ingestão de substâncias químicas
tóxicas encontradas em frutos do mar ou em alimentos contaminados. Além disso, a intolerância à
lactose – incapacidade de digerir e absorver o açúcar do leite (lactose) – pode causar gastroenterite.
Diagnóstico: a partir da sintomatologia. Devem ser realizados exames de fezes, investigando
se a presença de leucócitos, bactérias, vírus ou parasitas. A análise do vômito, de alimentos ou do
sangue também podem ser úteis na identificação da causa. Colonoscopia.
Complicações: Desidratação, IRA, choque hipovolêmico, desnutrição.
Tratamento: ingestão de uma quantidade adequada de líquidos (HOF e/ou venosa). ATB,
fungicida, (conforme o agente etiológico), antiémetico, antiespasmódicos, hidratação parenteral para
prevenção de choque.
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Cuidados de Enfermagem: Orientar higienização adequada (mãos, alimentos, etc). Orientar


alimentação leve, HOF, etc. Puncionar acesso venoso quando necessário e avaliar perviedade.
Administrar medicação prescrita (ATB, soroterapia, etc). Prestar conforto ao paciente. Realizar
higiene íntima sempre que necessário. Aferir SSVV e registrar corretamente.

1.12. PANCREATITE

Conceito: é a inflamação aguda ou crônica do pâncreas. Na pancreatite, as enzimas pancreáticas


que normalmente são lançadas no intestino delgado para ajudar na digestão são ativadas dentro do
próprio pâncreas e começam a danificá-lo. A principal função do pâncreas é produzir enzimas
digestivas, insulina e glucagon que regulam os níveis de açúcar de sangue.
Classificação: A pancreatite aguda é uma condição resultante da inflamação aguda do pâncreas.
Se a crise é grave ou prolongada, ou se ocorrem surtos de pancreatite aguda repetidamente, a lesão
permanente do pâncreas pode acontecer e levar a uma condição chamada pancreatite crônica.
Etiologia: As duas causas mais comuns de pancreatite são os cálculos de vesícula biliar e o
etilismo. Como o canal pancreático, que leva enzimas digestivas do pâncreas para o intestino delgado
é comum ao canal da bile, que vem da vesícula biliar e do fígado, os cálculos biliares que entupirem
o canal pancreático impedem que as enzimas cheguem ao intestino, ficando acumuladas dentro do
pâncreas, sendo ativadas, corroendo o órgão por dentro. Embora a maioria das pessoas que bebem
álcool não desenvolva a pancreatite, beber grandes quantidades de
álcool pode ativar a pancreatite.
Outros fatores que às vezes podem causar pancreatite
incluem: Trauma abdominal (pancreatite traumática), cirurgia
abdominal, medicamentos, incluindo certos antibióticos
(metronidazol, sulfa e tetraciclina), alguns diuréticos e estrogênio,
altos níveis de cálcio ou triglicérides no sangue, Procedimentos
endoscópicos que envolvem o canal biliar e pancreático e idiopática
(não é encontrada causa).

Manifestações clínicas : Os sintomas da pancreatite aguda incluem: Dor abdominal superior


que pode ser de tolerável à lancinante, em faixa, na altura do estômago, tanto à direita como à
esquerda; dor após a ingestão alimentar; Náuseas e vômitos, anorexia, Distensão abdominal,
hipertermia; dispnéia, fadiga, Hipotensão e Choque (pressão muito baixa impossibilitando o
funcionamento dos órgãos).
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Diagnóstico: A história clínica do paciente e Ultrassonografia. Os exames de sangue revelarão


níveis elevados das enzimas pancreáticas, amilase e lípase confirmando o diagnóstico de pancreatite.
Em alguns casos, a tomografia computadorizada de abdome é realizada,
Prevenção: Evitar o abuso de álcool; manter o peso, evitar uso indiscriminado de
medicamentos.
Tratamento: baseado na sintomatologia. Dieta suspensa (inibir a estimulação pancreática);
Analgésicos e Antiácidos (reduzir a acidez gástrica); Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico - SRT
(correção do choque e distúrbios eletrolíticos); ATB (se infecção) e Insulina (se hiperglicemia).
Medidas Gerais: Repouso, Jejum, reposição de líquidos por via endovenosa, SNG, Nutrição
parenteral (por uma veia grossa) pode ser necessária nos casos mais graves. Antibióticos só são
indicados nos casos graves e quando a causa é a calculose biliar pela frequente presença de infecção
da vesícula – colecistite. A Cirurgia é indicada nas seguintes situações: tratamento definitivo dos
cálculos de vesícula (colecistectomia), Infecção pancreática documentada com abscesso (coleção de
pus), Necrose (deterioração) extensa do pâncreas, Hemorragia importante, Choque refratário,
Insuficiência de múltiplos órgãos.
Cuidados de Enfermagem: Manter dieta suspensa. Incentivar dieta branda quando prescrito.
Orientar repouso no leito em posição Fowler. Monitorizar SSVV e glicemia (capilar e/ou glicosúria)
Administrar medicamentos prescritos. Medir diurese. Realizar BH. Passar SNG, se necessário e
prescrito. Realizar higiene oral frequente. Avaliar aspecto, frequência das eliminações (vômito, fezes,
diurese). Observar, avaliar e comunicar anormalidades. Acompanhar pacientes em nutrição
parenteral (NPT), avaliar/realizar sondagens ACM. Preparar paciente para cirurgia, se necessário.
Se presença de drenos abdominais, medir e avaliar aspecto da drenagem pancreática. Promover
integridade cutânea.

1.13. OBSTRUÇÃO INTESTINAL

Conceito : É um bloqueio parcial ou completo que resulta na impossibilidade da passagem do


bolo fecal pelo intestino.
Causas, incidência e fatores de risco: A obstrução do intestino pode ocorrer ou por íleo
(uma obstrução não mecânica) ou por causas mecânicas. O íleo paralítico é uma das principais causas
de obstrução em bebês e crianças. As causas do íleo paralítico podem incluir: infecção intraperitoneal,
isquemia mesentérica (diminuição da irrigação sanguínea para as estruturas de suporte do abdome),
lesão ao fornecimento de sangue para o abdome , após cirurgias intra-abdominais. A obstrução
mecânica ocorre devido ao bloqueio físico do movimento de material através do intestino. As causas
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mecânicas da obstrução são numerosas e podem incluir: hérnias, aderências pós- operatórias ou
tecido cicatricial, fecaloma, tumor, torção intestinal, vermes.

Manifestações clínicas: gases, distensão e dor abdominal, vômitos, vômito fecal, cólicas,
impossibilidade de eliminação do bolo fecal, e outros (Os sons produzidos pelo deslocamento de
gases no intestino), hipertermia (quando ocorre perfuração da parede intestinal).
Diagnostico: US, história do cliente, RX e outros.
Tratamento: O objetivo do tratamento é descomprimir o intestino. A cirurgia para aliviar a
obstrução pode se fazer necessária caso a descompressão por sonda nasogástrica não alivie os
sintomas, ou ainda se houver suspeita de estrangulamento do intestino ou gangrena.
Complicações: infecção e gangrena do intestino.
Cuidados de Enfermagem: Administrar líquidos e eletrólitos prescritos. Prestar apoio
emocional e conforto. Preparar o paciente para cirurgia. No pós-operatório: prestar cuidado com a
ferida, utilizando técnica asséptica. Administrar medicação prescrita. Prestar cuidados nas ostomias.
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UNIDADE II ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA


EXCRETOR
2.1 INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO – ITU

Conceito: "A infecção urinária (ITU) é uma infecção que acomete qualquer parte do sistema
urinário, desde os rins, a bexiga, até a uretra. São causadas pela presença de micro-organismos
patogênicos no trato urinário, com ou sem sintomas. O local mais comum de infecção do trato
urinário é a bexiga (cistite), mas a uretra também pode ser afetada (uretrite), assim como a próstata
(prostatite) e o rim (pielonefrite).
Fatores de risco: Incapacidade ou dificuldade em esvaziar completamente a bexiga (comum
em idosos). Redução das defesas naturais do organismo. Manipulação do trato urinário (cateteres e
exames invasivos). Pacientes de risco: DM, Gravidez e distúrbios neurológicos (devido esvaziamento
incompleto da bexiga e estase urinária). Contaminação fecal do meato uretral. Refluxo vesico uretral.
Diabetes; Climatério: as alterações do organismo da mulher favorecem o desenvolvimento de ITU;
Obstrução urinária: qualquer fator que impeça o fluxo constante de urina, como aumento da
próstata, defeitos congênitos, cálculos urinários ("pedra nos rins"), tumores; Doenças sexualmente
transmissíveis; Infecções ginecológicas.
Etiologia: A ITU ocorre principalmente quando os micro-organismos, na maioria dos casos
bactérias, "sobem" pela uretra e atingem a bexiga, os ureteres e os rins. A bactéria que mais
comumente causa ITU é chamada Escherichia coli, e faz parte da flora intestinal normal. Assim,
podemos perceber a importância de hábitos de higiene adequados para a prevenção das infecções
urinárias.As ITUs são mais comuns em mulheres por diversos fatores: comprimento reduzido da
uretra, proximidade com vagina e ânus, falha da técnica de limpeza íntima. O comprimento da uretra,
sua distância do reto e as propriedades bactericidas do líquido prostático protegem os homens das
infecções. Quando presentes no homem geralmente indicam anormalidade funcional ou estrutural
do trato geniturinário. É a causa mais comum de sepse em pacientes acima de 65 anos. Os cálculos
renais, o uso de cateteres urinários de demora e doenças debilitantes contribuem
para maior incidência. São fatores que contribuem para ITU em idoso: elevada incidência de doença
crônica (ex: DM); uso frequente de drogas antibacterianas, úlceras de pressão infectadas (aumentam
migração de microorganismos); imobilidade e esvaziamento vesical incompleto; uso de
comadre/marreco.
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Diagnóstico: Exame de urina rotina (densidade, piúria, glicosúria, proteinúria, nitrito=


degradação de bactérias, hematúria, etc. Urocultura (determinar qual micro-organismo). Avaliação
para DST. US.
Prevenção: Banho de chuveiro, em vez de banheira. Limpeza do períneo após evacuações,
com movimentos no sentido vagina-ânus. Ingesta adequada de líquidos (aumenta a filtração
glomerular e com isso, a urina ficará menos tempo retida na bexiga). Esvaziar bexiga em períodos
regulares e completamente a cada micção.
Manifestações clínicas : bacteriúria, dor e queimação frequentes à micção, hematúria, dor
lombar e no flanco, febre, calafrios, piúria, polaciúria.
Cuidados de Enfermagem: Verificar SSVV. Aplicar bolsa de água quente sobre a região
perineal e o banho de imersão quente para aliviar a dor, desconforto e espasmo. Aumentar a ingestão
hídrica, afim de promover o fluxo sanguíneo renal e eliminar as bactérias do trato urinário.

2.2 PIELONEFRITE

Conceito: Infecção bacteriana da pelve renal, túbulos e tecido intersticial de um ou ambos os


rins. Bactérias acessam à bexiga através da uretra e ascendem até o rim ou podem chegar ao rim
através da corrente sanguínea. Pode ser aguda ou crônica.
Causas: refluxo vesico uretral, obstrução do trato urinário, doenças renais.
Manifestações Clínicas: febre, calafrios, dor no flanco , dor à palpação (ângulo costo-
vertebral) , leucocitose, disúria, polaciúria , poliúria.
Tratamento: alívio da obstrução é essencial para preservar o rim da destruição, urocultura e
antibiograma, antibioticoterapia.
Cuidados de Enfermagem: tratamento da dor e do desconforto, orientação para alívio da
urgência e polaciúria (ingesta de líquido e não reter urina), promover autocuidado.

2.3 GLOMERULONEFRITE AGUDA

Conceito: Não é uma infecção do rim por si, mas o resultado de efeitos colaterais indesejados
do mecanismo de defesa do corpo. Ocorre em consequência de uma reação antígeno-anticorpo, onde
são formados agregados de moléculas (complexos) que circulam por todo corpo. Alguns desses
complexos alojam-se nos glomérulos, o leito filtrante do rim, e induzem uma resposta inflamatória.
Ou seja: É um grupo de doenças renais nas quais há uma reação inflamatória nos glomérulos. Na
maioria dos tipos de glomerulonefrite, a IgG, a principal imunoglobulina (anticorpo) encontrada no
18

soro humano, pode ser detectada nas paredes capilares glomerulares. (IgG que adere a parede do
glomérulo e causa a reação inflamatória) (Glomérulo = local onde ocorre filtração)
Etiologia: Doenças inflamatórias (ex: amigdalite, varicela, etc).
Sinais e sintomas Congestão, edema e aumento do tamanho dos rins, cefaléia, mal estar,
edema facial e dor no flanco, hipertensão leve a grave, dor à palpação do ângulo costo-vertebral,
colúria (urina cor de coca-cola), oligúria e hematúria.
Tratamento: antibioticoterapia (se suspeita de infecção estreptocóccica residual), repouso no
leito, restrição de sódio devido à hipertensão, diuréticos, anti-hipertensivos.
Cuidados de Enfermagem: aferir SSVV, principalmente PA rigorosamente, realizar BH
rigoroso, controlar a ingesta hídrica (cpm), avaliar cor, odor e aspecto da urina, sempre, repouso no
leito (para manter a função respiratória e circulatória adequada), dieta hipossódica.

2. 4 NEFROLITÍASE

Definição: Condição na qual um ou mais cálculos estão


presentes na pélvis ou nos cálices do rim ou no ureter. Os
cálculos urinários são massas semelhantes a pedras que se
formam em qualquerlocal do trato urinário e podem causar
dor, sangramento, obstrução do fluxo urinário ou uma
infecção.
O processo de formação de cálculos é denominado urolitíase
(litíase renal, nefrolitíase). Cálculos constituídos por cálcio são
os mais comuns. Outros minerais encontrados: oxalato,
fósforo e ácido úrico, ou mistura de todos. Varia em tamanho,
desde pequenos depósitos granulares denominados “areia”, até cálculos do tamanho de uma laranja.
Etiologia da Litíase: O cálculo renal acontece quando a urina se torna muito concentrada e as
substâncias na urina se cristalizam formando cálculos (Acúmulo de sais minerais, ácido úrico no
organismo). Anormalidades urinárias (saturada de sais, volume diminuído e alterações do
pH).Ausência de substâncias inibidoras da formação de cálculos (previnem a cristalização da urina.
Ex: citrato). Alterações metabólicas (calcemia, calciúria, uricemia, uricosúria, oxalúria,
hipomagnesúria). Fatores promotores: dieta rica em cálcio e sódio – excesso de sal, pouca ingesta
hídrica diária, consumo excessivo de álcool, dieta rica em purinas (alimentos que contêm ácido úrico:
vísceras). Herança genética, problemas no sistema urinário
Alterações Metabólicas Hipercalcemia (cálcio no sangue elevado) e hipercalciúria (cálcio na
urina elevado), podem ser causadas por: hiperparatireoidismo, acidose tubular renal, malignidade
19

que promovem aumento das concentrações de cálcio no sangue e na urina, causando precipitação
do cálcio e formação de cálculos. Cálculos grandes podem ficar impactados no ureter e provocar uma
obstrução à drenagem, causando acumulo de urina e consequente dilatação do rim, a qual chamamos
de hidronefrose.
Sinais e Sintomas: cálculos pequenos podem ser assintomáticos, náuseas, vômitos, aumento
da frequência/urgência urinária, hematúria,dor abdominal,disúria, algúria (micção dolorosa, febre,
calafrios, alteração da cor da urina,dor no flanco ou dos nas costas (em um ou em ambos os lados;
progressiva; forte; cólicas ("como espasmos"); pode irradiar-se ou mover-se para o uma região mais
baixa do flanco, pélvis, virilha e genitais), infecção do trato urinário
(devido obstrução do fluxo urinário com acúmulo de bactérias na urina
retida, acima do ponto de obstrução.
Características da Dor provocada pelo cálculo renal: dor
lombar alta de alta intensidade, aguda, lateral ou unilateral, dor
crônica: se instala por dias ou semanas, irradia-se pelo flanco (região
lateral do abdômen), pela pelve e alcança os genitais tanto do homem
quanto da mulher, à medida que o cálculo progride pelas vias urinárias.
Diagnóstico: história e exame físico trazem a suspeita do
cálculo, raio x abdominal,US dos rins, TC; urografia excretora, ressonância magnética do
abdome/rim,bioquímica sanguínea e a urina de 24 h para determinação do cálcio, ácido úrico,
creatinina, sódio, ph e volume total.
Tratamento: alívio da dor (analgésicos), antiespasmódicos (buscopam), diuréticos, ingestão
hídrica (objetivo de reduzir a concentração e supersaturação dos cristais urinários, e
consequentemente, diminuir a formação de cálculos), remoção do cálculo - cirúrgica (litotripsia),
litotripsia extracorpórea (destruição e pulverização do cálculo através de ondas ultrassônicas de
choque que atravessam o corpo em direção aos rins sem a necessidade de cirurgia, fragmentos,
20

geralmente, são eliminados espontaneamente). I mplante de cateter duplo j (após qualquer


manipulação do ureter, este pode apresentar um grau de edema secundário a reação inflamatória,
que por si só pode obstruir a passagem de urina e de
restos de cálculos que ainda possam permanecer.
por isso, costuma-se inserir um cateter chamado de
duplo j, ou rabo de porco (pig-tail em inglês), para
garantir a permeabilidade da via manipulada.) O
cateter apresenta as duas extremidades em forma
parecida com a letra j, daí o seu nome. O duplo j
apresenta furos em seu trajeto que permitem o
escoamento da urina.
Cuidados de Enfermagem: promover Alívio
da dor (administração de medicamentos prescritos),
realizar educação do paciente (ingesta elevada de líquidos e seguir dieta prescrita), encorajar
aumento da mobilidade (imobilidade prolongada lentifica a drenagem renal e altera o metabolismo
do cálcio),monitorização dos SSVV(detecção de sinais precoces de infecção),orientar o paciente a
evitar situações que promovam estase urinária.

2.5 LESÃO RENAL AGUDA – LRA

Conceito: Perda súbita e quase completa da função renal durante um período de horas a dias,
causada por lesão da circulação renal, por disfunção glomerular ou tubular.
Classificação: Três categorias principais de distúrbios provocam a lesão renal aguda: Pré- renal
(fluxo sanguíneo comprometido que leva à hipoperfusão do rim), Intrarrenais (resultado da real lesão
parenquimatosa dos glomérulos ou túbulos) e Pós-renais (decorrentes de uma obstrução). Resulta
quando os rins são incapazes de remover os produtos de degradação metabólica do corpo ou de
realizar as funções reguladoras. As substâncias normalmente eliminadas na urina acumulam-se nos
líquidos corporais em consequência da excreção renal comprometida. Há danos nas funções
endócrinas e metabólicas, bem como a distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos.
Causas: hipovolemia por hemorragia ou desidratação, septicemia, exposição a agentes
nefrotóxicos, antibióticos (gentamicina), metais pesados (chumbo, mercúrio),glomerulonefrite
aguda, cálculo renal,tumores, hipertrofia prostática,
Manifestações clínicas: náuseas persistentes, vômitos e diarreia (devido perda da função
renal), uremia (uréia no sangue), hipercalemia (intoxicação por potássio), desidratação – pele e
21

mucosas ficam ressecadas, respiração pode exibir odor de urina (urêmica), sonolência, letargia,
cefaléia, anemia, oligúria aguda, acidose metabólica.
Tratamento: monitorização da função renal, hemodiálise ou diálise peritoneal,
farmacoterápico: correção da hipercalemia, ajuste de medicamento cuja eliminação é maior pelos
rins (atb, digoxina), diúréticos (controle do volume), diálise (baixar escórias – uréia e creatinina;
diminuir edema e drenagem de líquidos, diminuir volume circulante ou para as duas situações).
Cuidados de Enfermagem: controlar rigorosamente os SSVV, pesar o paciente diariamente,
realizar bh rigoroso, atentar para dispnéia, taquicardia e hipertensão (ocorrem em consequência do
acúmulo de líquidos), prevenir infecção - cuidados com cateter de duplo lúmem para hemodiálise,
realizando o curativo com rigorosa técnica asséptica, proporcionar cuidados cutâneos, prestar apoio.

2.6 LESÃO RENAL CRÔNICA - LRC

Conceito: Perda total da função renal, levando à retenção/acúmulo de líquidos e substâncias


nocivas ao organismo. Deterioração progressiva, irreversível da função renal, na qual a capacidade
do organismo de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico falha, resultando em uremia
(retenção de ureia).
Etiologia: hipertensão a curto, médio ou longo prazo, diabetes mellitus, refluxo vesico uretral,
infecção no sistema urinário,infecção renal,glomerulonefrite crônica,pielonefrite,
medicamentos,obstrução do trato urinário, agentes tóxicos.
Manifestações clínicas: a intensidade dos sinais e sintomas indica o grau de
comprometimento renal. oligúria, anúria, fadiga, letargia, dores articulares (artralgia), sintomas
gastrintestinais (anorexia, náuseas, vômitos e diarréia), confusão mental, anemia, espasmos
musculares graves.
Manifestações Cardiovasculares: hipertensão (acúmulo sódio e restrição de líquido), edema
com cacifo, edema periorbitário, atrito do pericárdio (acúmulo líquido circulante), pericardite (devido
uremia), veias cervicais ingurgitadas (sobrecarga pulmonar), hipercalemia (aumento de potássio ) ,
hiperlipidemia ( redução do metabolismo de gorduras).
Manifestações Pulmonares: catarro espesso,reflexo de tosse diminuído, falta de ar,
taquipinéia, respiração do tipo Kussmaul (frequência e ritmos aumentados), pulmão urêmico (uremia
causando reação inflamatória – edema agudo associado).
Tratamento: Terapia Farmacológica: Antiácidos (hiperfosfatemia e hipocalcemia), anti-
hipertensivos e cardiovasculares, sulfato ferroso para anemia e Eritropoetina para estimular medula
a produzir células. Terapia Nutricional: Regular a ingestão proteica, de líquidos, de calorias e de
vitaminas (hipoprotéica, hipossódica, devido acúmulo da ureia, creatinina e ácido úrico),diálise
22

peritoneal Intermitente, hemodiálise (por cateter de duplo lúmem ou fístula


arteriovenosa),transplante renal
Cuidados de Enfermagem : controlar rigorosamente os SSVV, pesar o paciente diariamente,
Realizar BH rigoroso, atentar para dispneia, taquicardia e hipertensão, realizar controle hídrico
rigoroso, realizar controle da nutrição, estímulo a atividade gradativa, trabalhar a autoestima.
Cuidados com o cateter de duplo lúmem para hemodiálise, realizando curativo com rigorosa técnica
asséptica, Cuidados com a Fístula arteriovenosa: Não puncionar acesso venoso ou garrotear o
membro da fístula, não medir PA no membro da fístula. Propiciar repouso ao paciente devido a
fadiga.

UNIDADE III ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA


HEMATOPOIÉTICO
3.1 ANEMIAS

Conceito: A anemia é uma doença que afeta a qualidade ou o número dos glóbulos vermelhos,
estes são células do sangue que permitem levar o oxigênio aos diferentes tecidos do corpo,
graças à hemoglobina que transportam.

Principais tipos:

 Anemia da carência de ferro (anemia ferropriva);


 Anemia das carências de vitamina B12 (anemia perniciosa) e de ácido fólico;
 Anemia das doenças crônicas;
 Anemias por defeitos genéticos: anemia falciforme, talassemias, esferocitose, deficiência de
glicose-6-fosfato-desidrogenase;
 Anemias por destruição periférica aos eritrócitos: malária, anemias hemolíticas auto-imunes,
anemia por fragmentação dos eritrócitos;
 Anemias decorrentes de doenças da medula óssea: anemia aplástica, leucemias e tumores na
medula.

Causas:

Anemia ferropriva: As causas mais comuns de hemorragia gastrointestinal são as úlceras. Em


casos raros, a hemorragia gastrointestinal pode ser causada por câncer, normalmente no
estômago ou no cólon. As mulheres com fluxos menstruais excessivos podem desenvolver anemia
por carência de ferro. É muito comum as mulheres desenvolverem uma carência de ferro durante
a gravidez, pois o corpo necessita de mais ferro para fornecer sangue suficiente ao bebê. Anemia
23

falciforme: Este tipo de anemia é uma doença congênita caracterizada por hemácias em forma
de foice e anemia hemolítica crônica. Anemia megaloblástica: Este tipo de anemia é causada por
uma carência de vitamina B12 ou folato, além dos sintomas comuns, a anemia megaloblástica
produz sintomas neurológicos e psiquiátricos

Manifestações clínicas: Anemia ferropriva: os principais sintomas da anemia ferropriva são:


cansaço constante, fadiga ao menor esforço, indisposição, falta de concentração, baixa na
capacidade de resposta imunológica, palidez e falta de apetite (anorexia), em estados mais
avançados da doença é possível também observar tontura e desmaios. Anemia falciforme:
Podem-se citar fadiga, astenia e palidez (principalmente nas conjuntivas e mucosas). Anemia,
atraso de crescimento, esplenomegalia, infecções de repetição, “crises” falcêmicas (obstrução
vascular e infartos dolorosos em vários tecidos). Anemia megaloblástica: E muito parecida com
os outros tipos de anemia, cansaço, palidez, taquicardia, diarreias, fraqueza.

Tratamento: Anemia ferropriva: O tratamento tem por base a eliminação da causa que
provoca a anemia: gastrites, parasitas, hemorragias, etc. E uso de sais de ferro, pela via de
administração oral. Basicamente, 200 a 300 mg de ferro, reduz a anemia em poucas semanas. O
tratamento total dura de 4 a 6 meses e pode ser feita a dosagem de hemoglobina até
normalização do hemograma. Anemia falciforme: O único tratamento curativo para a anemia
falciforme é o transplante de medula óssea. Anemia megaloblástica: O tratamento da anemia
megaloblástica depende muito da sua causa, assim, se o distúrbio é causado por baixa ingestão
de vitaminas, por exemplo, o tratamento é feito através da inclusão dessas vitaminas à dieta.
Além de ministrar as vitaminas B12 e B9, é válido também incluir na alimentação a vitamina C,
pois ela tem a função de auxiliar na absorção do ferro.

Cuidados de enfermagem: Instruir a pessoa e família acerca dos alimentos ricos em ácido
fólico tais como ovos, couves, brócolis, cítricos, evitando a fast food, que propicia a carência de
ácido fólico; Informar a pessoa de que não deve cozinhar demasiado os alimentos, pois o
cozimento retira-lhes grande parte do valor nutricional em ácido fólico. Informar o doente acerca
dos alimentos ricos em vitamina B12 e quais as alternativas para os indivíduos vegetarianos.
Reforçar a necessidade indispensável que a pessoa tem de prosseguir a administração de vitamina
B12 para o resto da vida. Testar a presença de sangue nas fezes e urina e alertar a pessoa para
fazer esta pesquisa em casa. Reforçar a necessidade da ingestão do sulfato ferroso.

3.2 HEMOFILIA
24

Conceito: Hemofilia é uma doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no


mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino.
As hemofilias são doenças resultantes da deficiência quantitativa dos fatores VIII ou IX da
coagulação.. Existem dois tipos de hemofilia;

 Hemofilia A: a mais comum e representa 80% dos casos, ocorre pela deficiência do Fator VIII
(FVIII);
 Hemofilia B: ocorre pela deficiência do fator IX (FIX);
25

Causa: O gene que causa a hemofilia é transmitido pelo par de cromossomos sexuais
XX. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras do defeito. O filho
do sexo masculino é que pode manifestar a enfermidade. Podem decorrer dos fatores
adquiridos ou hereditários. As formas adquiridas, raras, são resultantes do desenvolvimento
de autoanticorpos associados a doenças autoimunes, câncer ou causas de origem idiopáticas
Manifestações clínicas: nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-
se espontaneamente. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares
(hemartroses) que desgastam primeiro as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. Os
principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimento. As
articulações mais comprometidas costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo, sangramentos,
principalmente dentro das juntas e dos músculos. Podem surgir hematêmese,melena,
epistaxe, hemorragia intracraniana.
Outros locais que podem apresentar sangramento espontâneo são: a pele, os
músculos e as mucosas (revestimento que cobre os orifícios naturais, como a boca). Manchas
roxas na pele são chamadas equimoses. Se ocorrerem no tecido subcutâneo (camada de
gordura abaixo da pele) e nos músculos, gerando coleções de sangue, são chamados
hematomas.

Diagnóstico: além dos sinais clínicos, o diagnóstico é feito por meio de um exame de
sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e IX de coagulação sanguínea.
26

Tratamento: Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as


sequelas que deixarão os sangramentos. Por isso, o paciente deve ter em casa a dose de
urgência do fator anti-hemofílico específico para seu caso e ser treinado para aplicá-la em si
mesmo tão logo apareçam os primeiros sintomas. Deve também fazer também aplicações de
gelo, no mínimo, três vezes por dia, por 15 ou 20 minutos, até que a hemorragia estanque.
Vencida a fase aguda, o portador de hemofilia deve ser encaminhado para fisioterapia a fim
de reforçar a musculatura e promover estabilidade articular.

Cuidados de enfermagem: Os pais devem procurar assistência médica se o filho


apresentar sangramentos frequentes e desproporcionais ao tamanho do trauma; Manchas
roxas que aparecem no bebê, quando bate nas grades do berço, podem ser um sinal de alerta
para diagnóstico da hemofilia; Os pais precisam ser orientados para saber como lidar com o
filho hemofílico e devem estimular a criança a crescer normalmente; A prática regular de
exercícios que fortaleçam a musculatura é fundamental para os hemofílicos. No entanto,
esportes como judô, rúgbi e futebol são desaconselhados; Episódios de sangramento devem
receber tratamento o mais depressa possível para evitar as sequelas musculares e articulares
causadas pela hemorragia.

UNIDADE IV ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS AFECÇÕES DO SISTEMA


MÚSCULO ESQUELÉTICO

4.1 OSTEOPOROSE

Conceito: A osteoporose é uma doença que atinge os ossos. Caracteriza-se quando a


quantidade de massa óssea diminui substancialmente e desenvolve ossos ocos, finos e de
extrema sensibilidade, mais sujeitos a fraturas. Faz parte do processo normal de envelhecimento
e é mais comum em mulheres que em homens. A doença progride lentamente e raramente
apresenta sintomas antes que aconteça algo de maior gravidade, como uma fratura, que costuma
ser espontânea, isto é, não relacionada a trauma.

Causas: Estima-se que mundialmente 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens acima da


idade dos 50 tem osteoporose. Ela é responsável por milhões de fraturas anualmente, a maioria
envolvendo vértebras lombares, quadril e punho. A osteoporose é a doença osteometabólica
mais frequente no paciente idoso. Acomete a ambos os sexos, sendo mais frequente na mulher,
já que, no climatério, a diminuição dos níveis de estrogênios precipita as perdas de massa óssea.
As mulheres chegam a perder 50% de toda a sua massa óssea, enquanto os homens perdem
27

cerca de 25% . A falta de atividade física ou a pouca ingestão de cálcio na infância e na


adolescência aumentam a fragilidade do osso e o risco de desenvolver a doença.

Quem se encontra em maior risco de desenvolver a doença são: mulheres; fumantes;


consumidores de álcool ou café em excesso; diabéticos; atividade física inadequada, quer em
excesso, quer ausência.

Manifestações clínicas: a doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas. Se


não forem feitos exames sanguíneos e de massa óssea, é percebida apenas quando surgem as
primeiras fraturas, acompanhadas de dores agudas. A osteoporose pode, também, provocar
deformidades e reduzir a estatura do doente.

Diagnóstico: O diagnóstico pode ser feito através de exames laboratoriais e da densitometria


óssea. O critério atual para diagnóstico de osteoporose é perda de 25% de massa óssea quando
comparada com adulto jovem.

Tratamento: bisfosfonatos, reposição hormonal , modulador seletivo dos receptores de


estrogênio (serm) , administração de cálcio, calcitonina , atividade física.

Cuidados de enfermagem: Na osteoporose instalada é importante que sejam adotadas


medidas simples para se evitar quedas tais como: retirar tapetes, disposição adequada de móveis,
barras de apoio, evitar o uso indiscriminado de tranquilizantes, orientar a importância da ingestão
28

de dieta rica em cálcio, orientar a importância do banho de sol, orientar a importância da


administração dos medicamentos.

4.2 OSTEOMIELITE

Conceito: Osteomielite (grego osteos = osso + myelós = medula) é, em princípio, inflamação


óssea, usualmente causada por infecção, bacteriana ou fúngica, que pode permanecer localizada ou
difundir-se, comprometendo medula, parte cortical, parte esponjosa e periósteo. Os ossos mais
freqüentemente acometidos são os ossos longos dos membros e na coluna vertebral, mas pode-se
encontrar em qualquer parte do sistema ósseo, geralmente provocada por bactérias, embora
também, em alguns casos, por um fungo. Quando o osso se infecta, inflama-se muitas vezes a medula
óssea. Como o tecido inflamado faz pressão contra a parede exterior rígida do osso, os vasos
sanguíneos da medula podem comprimir-se, reduzindo ou interrompendo o fornecimento de sangue
ao osso. Se o afluxo sanguíneo for insuficiente, algumas partes do osso podem morrer. A infecção
também pode avançar por fora do osso e formar acumulações de pus (abcessos) nos tecidos moles
adjacentes, como os músculos.

Causas: Geralmente é causada por Staphylococcus aureus,mas pode ser causada por outras
bactérias ou fungos. Os ossos, que normalmente estão bem protegidos da infecção, podem infectar-
se por três vias: a circulação sanguínea, a invasão direta e as infecções dos tecidos moles adjacentes.
A circulação sanguínea pode transmitir uma infecção aos ossos a partir de outra área do corpo. A
infecção costuma manifestar-se nas extremidades dos ossos do braço e da perna no caso das crianças
e na coluna vertebral nos. As vértebras também podem ser infectadas pelas bactérias .

Manifestações clínicas: mal estar, febre, dor intensa e


contínua que piora com movimento, edema, flutuação, atitude
antálgica, impotência funcional, parcial ou total.
29

Diagnóstico: Os resultados do exame físico e os sintomas podem sugerir osteomielite. A zona


infectada aparece quase sempre anormal numa cintilografia óssea, exceto nas crianças; em
contrapartida, pode não se manifestar numa radiografia até 3 semanas depois do aparecimento
dos primeiros sintomas. A tomografia axial
computadorizada (TAC) e a ressonância magnética
(RM) também identificam a zona infectada.

Tratamento : Nas crianças ou adultos com


infecções ósseas recentes a partir da circulação
sanguínea, os antibióticos são o tratamento mais
eficaz. Se não se pode identificar a bactéria que provoca a infecção, administram-se antibióticos
eficazes contra o Staphylococcus aureus (a bactéria causadora mais freqüente) e, em alguns casos,
contra outras bactérias. No princípio os antibióticos podem ser administrados por via endovenosa
e mais tarde por via oral, durante um período de 4 a 6 semanas, dependendo da gravidade da
infecção.

Cuidados de enfermagem: promover ambiente calmo e tranquilo,administrar


medicamentos prescritos, orientar e supervisionar aceitação da dieta e hidratação oral, incentivar
movimentação ativa de membros não acometidos,atentar para a ferida cirúrgica e sinais de
infecção, orientar o paciente sobre a adesão ao tratamento.

4.3 ARTRITE

Conceito: A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune que
acomete principalmente articulações sinoviais, causando dores, deformidades progressivas e
incapacidade funcional. É uma doença muito frequente, aproximadamente 10% dos problemas em
articulações são devido à artrite reumatoide. As mulheres são duas vezes mais afetadas do que os
homens e sua incidência aumenta com a idade. Com a progressão da doença, os indivíduos
portadores de artrite desenvolvem incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida
diária como profissional, além da redução da expectativa de vida tanto em homens como em
mulheres. Apesar de ser uma doença sem cura, existem tratamentos eficazes para o seu controle,
e muitos reumatologistas estão desenvolvendo estratégias terapêuticas mais poderosas e
agressivas contra a artrite reumatoide.
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Causas: A doença artrite reumatoide é autoimune, ou seja,


é causada quando as células do sistema imunológico passam a
atacar as juntas e articulações do próprio corpo. Esta reação
autoimune leva a inflamação progressiva dos tecidos que
revestem as articulações causando danos em cartilagens,
ossos, tensões e ligamentos próximos às juntas.

Manifestações clínicas: Os sintomas iniciais da artrite


reumatoide são: mal estar; febre baixa; suores; perda de apetite; perda de peso; fraqueza; humor
deprimido ou irritado; dores nas articulações, na maioria das vezes de forma simétrica, ou seja,
nos dois lados do corpo; Com o tempo, os sintomas da artrite tornam-se mais acentuados: Articulações
com sinais evidentes de inflamação: dor, inchaço, calor, vermelhidão, rigidez mais intensa após
despertar; A inflamação acomete pelo menos três articulações; aumento dos gânglios, anemia;
nódulos subcutâneos.

Tratamento: O papel do repouso deve ser enfatizado, evitando-se imobilização prolongada


que pode piorar o quadro. O tratamento com medicamentos para artrite reumatoide varia de
acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade.

Cuidados de enfermagem: Prevenção dos fatores de risco como: fumo, ausência de atividade
física; obesidade, correção da postura corporal (ergonomia); Relaxamento, repouso e inatividade
na fase aguda para alívio dos sintomas; Utilizar colchão ortopédico; Realizar massagens
localizadas; Realizar exercícios posturais; Auxiliar nos cuidados de higiene, eliminações e
alimentação s/n; Orientar para prevenção de acidentes; Estimular a participação familiar em todo
o processo e orientando-os nos cuidados.

4.4 ARTROSE

Conceito: A osteoartrite ou artrose (artrite degenerativa, doença degenerativa das


articulações) é uma perturbação crônica das articulações caracterizada pela degeneração da
cartilagem e do osso adjacente, que pode causar dor articular e rigidez. A artrose, a perturbação
articular mais freqüente, afeta em algum grau muitas pessoas por volta dos 70 anos de idade,
tanto homens como mulheres. Contudo, a doença tende a desenvolver-se nos homens numa
idade mais precoce.

Causas: Existem duas classificações da artrose; primária (idiopática), quando a causa é


desconhecida, e secundária, quando a causa é outra doença, como a de Paget, uma infecção,
uma deformidade, uma ferida ou o uso excessivo da articulação. São especialmente
31

vulneráveis os indivíduos que forçam as suas articulações de forma reiterada, como os


operários de uma fundição ou de uma mina de carvão e os condutores de veículos pesados.

Manifestações clínicas: Em geral, os sintomas desenvolvem-se gradualmente e afetam


inicialmente uma ou várias articulações (as dos dedos, a base dos polegares, o pescoço, a zona
lombar, o dedo grande do pé (hálux), o quadril e os joelhos).

Diagnóstico: através das manifestações clínicas e Rx articular.

Tratamento: Tanto os exercícios de alongamento como os de fortalecimento e de


postura são adequados para manter as cartilagens em bom estado, aumentar a mobilidade
de uma articulação e reforçar os músculos circundantes de maneira que possam amortecer
melhor os impactos. Um analgésico como o paracetamol (acetaminofeno) pode ser suficiente.
Um antiinflamatório não esteróide, como a aspirina ou o ibuprofeno, pode diminuir a dor e a
inflamação. Também são úteis a fisioterapia e o tratamento com calor local. Para aliviar a dor
dos dedos é recomendável, por exemplo, aquecer cera de parafina misturada com óleo
mineral a uma temperatura de 48 °C a 51 °C, para depois molhar os dedos, ou tomar banhos
mornos ou quentes. As talas ou suportes podem proteger articulações específicas durante
atividades que gerem dor.

Cuidados de enfermagem: Prevenção dos fatores de risco como: fumo, ausência de


atividade física; obesidade, correção da postura corporal (ergonomia); Relaxamento, repouso
e inatividade na fase aguda para alívio dos sintomas; Utilizar colchão ortopédico; Realizar
massagens localizadas; Realizar exercícios posturais; Auxiliar nos cuidados de higiene,
eliminações e alimentação s/n; Orientar para prevenção de acidentes; Estimular a
participação familiar em todo o processo e orientando-os nos cuidados.

4.5 FEBRE REUMÁTICA

Conceito: A febre reumática (FR) e a cardiopatia reumática crônica (CRC) são complicações
não supurativas da faringoamigdalite

Causas: causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A e decorrem de resposta imune


tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas. Essa é uma doença que está
frequentemente associada à pobreza e às más condições de vida. Assim, apesar da reconhecida
redução da incidência da FR nas últimas décadas nos países desenvolvidos, com consequente redução
na prevalência da CRC, a FR permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente
nos países em desenvolvimento. A FR afeta especialmente crianças e adultos jovens. A mais temível
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manifestação é a cardite, que responde pelas sequelas crônicas, muitas vezes incapacitantes, em
fases precoces da vida, gerando elevado custo social e econômico.

Manifestações clínicas: faringoamigdalite, cardite, febre, artrite,artralgia, eritema,nódulos


subcutâneo.

Diagnóstico: O diagnóstico da febre reumática é clínico, não existindo sinal patognomônico


ou exame específico. Os exames laboratoriais, apesar de inespecíficos, sustentam o diagnóstico do
processo inflamatório e da infecção estreptocócica.

Tratamento: repouso,antibioticoterapia, antinflamatórios, analgésicos, corticoides.

Cuidados de enfermagem: Relaxamento, repouso e inatividade na fase aguda para alívio dos
sintomas; Realizar exercícios posturais; Auxiliar nos cuidados de higiene, eliminações e alimentação
s/n; Orientar para prevenção de acidentes; Estimular a participação familiar em todo o processo e
orientando-os nos cuidados. Administrar medicamentos prescritos;Monitorizar resposta aos
medicamentos.verificar sinais vitais.
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5. REFERÊNCIAS
ALTMAN, L. et all. Manual Merck. A saúde em primeiro lugar. PDF. 1712 p.

MedlinePlus. Disponível em:< www.nlm.nih.gov/medlineplus/angina.html>.

BRASIL, Ministério da Saúde. Política nacional de promoção da saúde (documento para discussão),
Brasília: Ministério da saúde; 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.


Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de Profissionalização dos
Trabalhadores da Área de Enfermagem. Caderno do aluno. Saúde do adulto – assistência
clínica/ ética profissional. 2ªed. Brasília, 2003.

BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 8ª ed. V.2. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan.

MELO, F. Nutrição Aplicada à Enfermagem. Goiânia: AB, 2005.

MORTON, P.; FONTAINE, D.; HUDAK, G. Cuidados Críticos de Enfermagem .


Enfermagem Holística. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

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Editora, 2007.

SUSAN, B.; STILLWELL, R.N. Manual de Cuidados Intensivos. 2 ed. Mosby-Year


Book, Inc. 1994.

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