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RESUMO:
ABSTRACT:
This article aims to analyze the “errors” of writing in a phonological
perspective, taking as object of study texts of students of the final cycle of elementary I
(5th grade) and the final cycle of elementary school (9th grade), in order to reflect the
reason for the students' "mistakes" persist throughout school life. This analysis was
performed through qualitative research, which consisted of the collection of texts
produced by students of the grades mentioned above, assembly of a database, containing
essays collected by the students of the Master's course at PROFLETRAS-UFU (2021).
This way, it was possible to perceive and clarify the most recurrent mistakes in writing,
through discussion and conversation circle during the classes of the discipline:
Phonology, variation and teaching.
Keywords: Phonology; Errors; literacy
INTRODUÇÃO
Redação 4: “...Vai se em 2025 vai demorar mas se deus quizer vai da certo”.
Redação 4: “Meu maior sonho e continuar estudando, termina o estudo me forma
para advogada direito tributário.”
Redação 6: “Vamos morre e Rafael disse arrancado os também os cabelos.”
A partir das produções analisadas observamos que não houve apagamento das
róticas nas redações dos alunos que estão cursando a modalidade de ensino Fundamental II, 8º
e 9º anos. Faixa etária 13 a 14 anos, essa ocorrência aparece somente nas produções dos
alunos do 5º ano.
É importante destacar aqui que esses alunos, ora representam o /R/ em coda, ora
omitem, isso prova que o estudante não desconhece a norma ortográfica, mas reflete na escrita
a sua oralidade, pois há uma tendência comum de o falante fazer o apagamento do som do r
ao reproduzi-lo em coda no infinitivo dos verbos, e isso gera uma dificuldade no momento da
transcrição para a escrita (ROBERTO, 2016, p.120).
Observa-se no exemplo 1 que o aluno traçou “se” com o apagamento do r
indicativo do infinitivo (ser) e “da” do mesmo modo, suprimindo o r do infinitivo do verbo
dar, no entanto, na mesma frase ele redige demorar, sem fazer a supressão, da forma como
está prevista a norma ortográfica. No exemplo 2 acontece o mesmo, o aluno grafa
corretamente o verbo continuar no infinitivo e nos demais: (termina) e (forma), ele faz o
apagamento do r.
Segundo Oliveira (2005), “o aluno que está em fase de desenvolvimento e
amadurecimento linguístico, controla seu aprendizado na maneira em que formula e reformula
hipóteses na interação com a escrita, baseando, principalmente na fala [...]” (OLIVEIRA,
2005, p. 15)
Observe as ocorrências nas redações dos mesmos alunos citados anteriormente:
Redação 4: “Vai se em 2025 vai demorar mas se deus quizer vai da certo.”
Redação 4: “Meu maior sonho e continuar estudando, termina o estudo me forma
para advogada direito tributário.”
Ainda pôde ser observado apagamento da sílaba átona es no início do verbo estar.
Esse tipo de supressão é classificado como aférese. Interessante ressaltar que esse fenômeno
ocorreu somente ao grafarem esse vocábulo, ou seja, não houve aférese em outras palavras do
corpus analisado. Veja abaixo nos exemplos, como isso ocorreu:
Redação 2: “Uma linda noite fria eu tava no meu quarto tomando chocolate e
pensando.”
Redação 2: “As crianças tinham nãe pai e fue tavam todo mundo feliz...”
Redação 2: “Tava todo mundo morrend dis.”
Tabela 1 –
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desse trabalho nos propôs reflexões sobre nossa prática diária, que
muitas das vezes cai em “modo automático” e consideramos “normais” os “erros” de nossos
alunos. Mas o presente estudo teórico fez com que refletíssemos sobre tais ocorrências, em
que séries e faixas etárias se acentuam e quais os tipos de “erros” foram mais frequentes.
Foi notório a minimização de erros nas redações dos alunos do Ensino
Fundamental II, corroborando com o que Branco, (2005) salienta quando escreve que a
dificuldade do R em coda, ocorre mais nas séries iniciais. Em contrapartida os menores,
contribuíram mais para o objeto de pesquisa e estudo, pois mesmo produzindo em casa,
muitos não tem acesso à internet e pelas condições sociopolíticas, possuem pais com pouco
grau de escolaridade.
Após a coleta e formação do banco de dados partimos para a análise, na qual o
apagamento foi repetidamente em sua grande maioria, visto que para o falante do português
brasileiro o apagamento do R em final de coda silábica é comum.
Tais resultados apontam que os dados podem ser aprofundados e servem para
futuras pesquisas comparando oralidade e escrita. Por hora, esses apontamentos auxiliam em
uma prática mais elaborada e claro com intervenção pedagógica, pois identificar os “erros” foi
uma das etapas, o próximo passo é a reelaboração da conduta na sala de aula, seja ela
presencial ou remota.
REFERÊNCIAS
FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre:
Artmed, 1999.