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[38] Budismo é a bússola para a vida: vejam meu aspecto repleto de alegria e orgulho! | Estudo • TC • Ed.

635 • 01/07/2021 •

Roberto Canales Júnior (838152)

TC

ESTUDO

[38] Budismo é a bússola para a vida: vejam meu


aspecto repleto de alegria e orgulho!
Explanação do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda

Explanação

Junho é o mês do nascimento do presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi.


Certa vez, ele afirmou: “A coisa mais importante na vida é possuir um claro senso de propósito. E
isso não pode ser obtido sem fé”.1 Trata-se de uma advertência para que não nos deixemos
arrebatar pelas tempestades turbulentas da vida e não percamos de vista o objetivo da felicidade
verdadeira.

Makiguchi sensei também apontou: “A autonegação é uma mentira. O certo é buscar a felicidade
tanto para si como para todos os demais”.2 Numa era dominada por valores militaristas que
priorizavam a nação acima do indivíduo, ele denunciou o mal da autonegação conducente ao
autossacrifício.

O propósito supremo destacado por Makiguchi era a felicidade, tanto de si como a dos outros. Ou
seja, não se trata somente da própria felicidade, tampouco apenas da felicidade dos demais.
Todos devem se tornar felizes juntos — esse é o conceito budista de felicidade.

O propósito da vida

Por que nascemos? Qual é o propósito da nossa vida? É papel da religião prover respostas claras a
essas questões fundamentais.

O Budismo Nichiren é uma bússola que nos fornece a direção para singrarmos o grande oceano da
vida. É a visão de vida que visa à concretização da felicidade para si e para os outros. É um
conceito de vida que elucida a perene condição de eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza. É
a concepção social de paz e coexistência do princípio da “pacificação da terra por meio do
estabelecimento da Lei correta” (rissho ankoku). É o conceito do “eu” do princípio de “três mil
mundos num único momento da vida”3 capaz de extrair um potencial tão vasto como o universo. É
a visão do homem, de igualdade e de brilhante individualidade, tais como a “cerejeira, ameixeira,
pessegueiro e damasqueiro” (cf. OTT, p. 200).
A sabedoria do Budismo Nichiren nos habilita a aprofundar e a enriquecer nossa vida
infinitamente.

Em última análise, portanto, uma vida dedicada ao juramento seigan de mestre e discípulo dos
bodisatvas da terra provê as verdadeiras respostas para as questões fundamentais sobre de onde
viemos e para onde iremos.

Nesta oportunidade, estudaremos os princípios da revolução humana ensinados no Budismo


Nichiren, que nos permitem edificar um eu forte e inabalável.

Trecho do escrito 1

A Felicidade neste Mundo4

Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo. O sutra diz
“...onde os seres humanos vivem felizes e tranquilos” (LSOC, cap. 16, p. 272).5 A que outro
significado essa passagem poderia se referir senão à alegria ilimitada da Lei? Com certeza, o
senhor conta entre os “seres vivos”. “Onde” indica Jambudvipa [o mundo inteiro], e o Japão se
encontra em Jambudvipa. Poderia a expressão “vivem felizes e tranquilos” significar outra coisa
senão que nosso corpo e nossa mente, nossa vida e nosso ambiente são entidades dos três mil
mundos num único momento da vida e budas de alegria ilimitada?6 Não há felicidade maior do que
manter a fé no Sutra do Lótus. Esse é o significado de “paz e segurança na presente existência e
boas circunstâncias nas existências futuras” [LSOC, cap. 5, p. 136].7 (CEND, v. I, p. 713)

A vida é, em si, alegria

A passagem acima consta no escrito de Nichiren Daishonin A Felicidade neste Mundo, endereçada
a Shijo Kingo.

Meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, explicou de forma sucinta o
propósito da vida: “Por que nascemos? Para desfrutar a vida, conforme indica a passagem do
Sutra do Lótus ‘onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos’. Seria uma pena se não o
fizéssemos. O verdadeiro objetivo da nossa prática budista é alcançar uma condição em que a vida
é, em si, alegria”.8 A afirmação convicta de Toda sensei de que nascemos para ser felizes e que
podemos nos tornar felizes sem falta proporcionava uma esperança incrível àqueles que se
encontravam mergulhados nas profundezas do sofrimento.

A prática da recitação do Nam-myoho-renge-kyo capacita todos os seres humanos a realizar uma


vida na qual podem “viver felizes e tranquilos”.

Todos nós passamos por dificuldades e problemas. Não há vida completamente livre de
sofrimento. Mas Toda sensei dizia sempre: “Assim como uma pitada de sal valoriza o sabor do
doce, experimentar sofrimentos nos permite saborear a alegria”.9
Como praticantes do Budismo Nichiren, transformamos nossos problemas em alegria e
desfrutamos uma existência devotada à criação de valor com generosidade e de coração aberto.

Em outra carta, Daishonin expressa: “Onde quer que sua filha esteja brincando, nada de mal lhe
acontecerá; ela será corajosa como o rei leão” (CEND, v. I, p. 431).

Quando evidenciamos a energia vital do estado de buda, somos invencíveis. Quando despertamos
a força e o vigor de um leão no ataque, somos imbatíveis. Podemos apreciar tudo com prazer.

Nossas orações nada mais são que a força para encarar todos os problemas e sofrimentos de
cabeça erguida. Nós, que abraçamos a Lei Mística, podemos evocar o coração de um rei leão para
desafiar e vencer todas as dificuldades que encontrarmos.

Por essa razão, Daishonin afirma: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o
Nam-myoho-renge-kyo” (CEND, v. I, p. 713). Ele nos garante que nada produz alegria maior que
recitar um vibrante daimoku, independentemente do que aconteça.

Torne-se o protagonista da própria vida

Nós fazemos da vida o que ela é. Cada qual é o protagonista do enredo de sua própria vitória.

Daishonin explica isso por meio do conceito da “alegria ilimitada da Lei”.10 Experimentando a
alegria ilimitada da Lei, podemos desenvolver uma condição na qual a vida é, em si, alegria. Os
prazeres proporcionados por fatores como riqueza e fama são fugazes, destinados a desvanecer e
a desaparecer com o tempo. Mas a “alegria ilimitada da Lei”, que emana das profundezas do
nosso ser, é uma condição de felicidade genuína que nada consegue destruir. Essa alegria
indestrutível e inexaurível não é outra coisa senão a felicidade absoluta.

Nós, que abraçamos a Lei Mística, podemos vivenciar pessoalmente essa condição suprema.
Podemos conquistar a felicidade por meio dos nossos próprios esforços.

Daishonin também escreve: “Poderia a expressão ‘vivem felizes e tranquilos’ [LSOC, cap. 5, p. 136]
significar outra coisa senão que nosso corpo e nossa mente, nossa vida e nosso ambiente são
entidades dos ‘três mil mundos num único momento da vida’ e budas de alegria ilimitada?” (CEND,
v. I, p. 713). A transformação da nossa própria vida também transforma o mundo que nos cerca.

Assunto que se refere a nós próprios!

Quando temos algum problema, tendemos a pensar que ninguém poderia entender nossa situação
ou dor, e nos fechamos; nós nos trancamos na concha do sofrimento.

Na ocasião em que Daishonin redigiu essa carta, Shijo Kingo havia incorrido no desagrado do seu
senhor feudal, Ema, por causa de boatos falsos espalhados por seus colegas. Sem dúvida, devia
estar sentindo raiva e frustração.
O sentimento de autodepreciação é uma atitude antagônica à felicidade. Não encarar o desafio e
desistir quando as dificuldades ocorrem ativam uma reação em cadeia de miséria e de sofrimento.

Daishonin assegura a Shijo Kingo que a passagem “O senhor conta entre os ‘seres vivos [que vivem
felizes e tranquilos]’’’ (CEND, v. I, p. 713) refere-se aos benefícios de viver feliz e tranquilo do próprio
Shijo Kingo.

Se não formos capazes de aplicar os ensinamentos do budismo na nossa vida, eles permanecerão
como teorias abstratas. Se pensarmos que não têm relação conosco, então estaremos buscando a
Lei fora de nós, e não conseguiremos encerrar o ciclo de sofrimento. A “espada afiada” para
romper esse ciclo negativo é a Lei Mística, ou a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Por meio da
nossa determinação na fé, podemos realizar a grandiosa mudança da infelicidade para a
felicidade.

O espírito de “considerar tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida”

Daishonin aconselha Shijo Kingo: “Ainda que surjam problemas seculares, nunca permita que estes
o perturbem. Ninguém pode evitar problemas, nem mesmo veneráveis ou reverenciáveis” (CEND, v.
I, p. 713).

O fator essencial é não deixar que os problemas nos perturbem. Devemos repelir a noção comum
de que dificuldades são sinônimo de infortúnio. Daishonin nos ensina a recitar Nam-myoho-renge-
kyo e manter a serenidade, não obstante que desafios possam surgir.

A Lei Mística assegura os benefícios da “paz e segurança na presente existência e boas


circunstâncias nas existências futuras”. Desfrutar paz e segurança não quer dizer que nossa vida
será completamente livre de problemas e sofrimentos. Em vez disso, significa continuar lutando e
vencer com a coragem inabalável do rei leão mantendo uma fé resoluta.

Como afirma Daishonin: “Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado.
Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-
myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça” (CEND, v. I, p. 713).

Ter o espírito de recitar Nam-myoho-renge-kyo independentemente do que aconteça, constitui, em


si, a condição de vida de experimentar a “alegria ilimitada da Lei”. Por essa razão, Daishonin
recomenda a Shijo Kingo: “Fortaleça o poder de sua fé mais do que nunca” (Ibidem).

Imagino que, no decorrer de cada adversidade e dificuldade com que se depararam, Shijo Kingo e
sua esposa, Nichigen-nyo, leram as cartas de Daishonin várias e várias vezes. Com forte fé, eles
superaram as circunstâncias e se empenharam com o mesmo espírito que o mestre,
demonstrando maravilhosas provas de vitória.

Trecho do escrito 2
O Inferno é a Terra da Luz Tranquila

Nem a terra pura nem o inferno existem fora de nós, ambos se encontram apenas em nosso
coração. Aquele que desperta para isso é chamado de buda, e aquele que ignora é chamado de
mortal comum. O Sutra do Lótus revela essa verdade, e aquele que abraça esse sutra perceberá
que o inferno é a própria Terra da Luz Tranquila. (...) Este ensinamento é de suma importância, mas
irei transmiti-lo à senhora assim como o bodisatva Manjushri11 explicou à filha do rei dragão a
doutrina secreta, segundo a qual é possível atingir o estado de buda na forma que se apresenta.
Após ouvir esse ensinamento, empenhe-se com atitude ainda mais séria e sincera na fé. Aquele
que, ao ouvir os ensinamentos do Sutra do Lótus, fortalece ainda mais a própria fé possui o
verdadeiro espírito de buscar o caminho. (CEND, v. I, p. 477-478) 

O mundo do estado de buda incontestavelmente existe em nossa vida

O trecho acima consta numa carta que Daishonin enviou à monja leiga de Ueno, cujo marido, Nanjo
Hyoe Shichiro, havia falecido. Daishonin demonstra empatia por sua perda, luto e tristeza,
garantindo-lhe que seu marido atingiu o estado de buda e salientando que o mais importante é que
ela também o faça. O fato de percebermos nosso ambiente como a terra pura ou o inferno, afirma
Daishonin, depende de uma mudança em nossa própria atitude ou perspectiva. Esse é o
significado do princípio “mortais comuns são, em si, o nível mais elevado da existência” (OTT, p.
22) — ou seja, a condição de vida do estado de buda. O Budismo Nichiren ensina que aqueles que
mais sofreram podem alcançar a felicidade suprema. Esse é o poder benéfico colossal da Lei
Mística.

Mesmo numa gélida cela de prisão, o primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi,
foi capaz de escrever: “Concentrar-me totalmente em minha fé representa meu trabalho neste
momento. Contanto que o faça, não tenho com o que me preocupar. Dependendo do estado
espiritual de uma pessoa, ela pode permanecer totalmente segura até mesmo no inferno”.12

Por conseguirem evidenciar a condição de vida do estado de buda, independentemente das


circunstâncias, aqueles que abraçam o Sutra do Lótus podem tornar realidade em sua vida o
ensinamento de que o “inferno é a própria Terra da Luz Tranquila”. Makiguchi sensei demonstrou
esse fato de modo sereno e indiscutível.

A iluminação da filha do rei dragão que viveu pelo juramento seigan

Daishonin encoraja ainda mais a monja leiga de Ueno, citando a filha do rei dragão, que ilustra o
princípio de “atingir o estado de buda na forma que se apresenta”13 no capítulo 12, “Devadatta”, do
Sutra do Lótus.

Permitam-me apresentar um breve resumo dessa história.


No sutra, o bodisatva Manjushri declara que, no palácio do rei dragão, a filha de oito anos desse
soberano atingiu a iluminação. O bodisatva Sabedoria Acumulada recusa-se a acreditar,
qualificando o fato como inverossímil, afirmando que eram necessários infindáveis éons de árdua
e rigorosa prática de bodisatva para se atingir o estado de buda e que as mulheres eram
totalmente excluídas da possibilidade de alcançá-lo.

Nesse instante, a filha do rei dragão repentinamente surge diante do bodisatva Sabedoria
Acumulada e faz o seguinte juramento a Shakyamuni:

Pude atingir a iluminação

ouvindo seus ensinamentos [do Buda];

só o Buda pode testemunhar isso.

Revelo as doutrinas do grande veículo [Sutra do Lótus]

para resgatar os seres vivos do

sofrimento. 

(LSOC, cap. 12, p. 227)

Só o Buda sabe que ela atingiu o estado de buda, declara a filha do rei dragão, e não obstante o
que possam dizer, ela se devotará a aliviar o sofrimento dos outros por meio do poder da Lei
Mística que a habilitou a atingir a iluminação. Que força incrível tem o seu juramento seigan e
como é profunda a gratidão incutida nele!

Assim como a filha do rei dragão, os membros da Soka Gakkai, imbuídos do desejo de saldar a
dívida de gratidão pela felicidade que obtiveram mediante a prática budista, desfrutam uma nobre
existência dedicada ao kosen-rufu com base em seu juramento.

Pessoas motivadas pela gratidão e pelo compromisso são fortes e resilientes. Esse é o pilar de
uma vida feliz.

A convicção de transformar o destino em missão gera alegria

Sob o olhar atento do bodisatva Sabedoria Acumulada, Shariputra e outros, a filha do rei dragão
oferece uma joia preciosa a Shakyamuni (LSOC, cap. 12, p. 227). A joia simboliza a natureza de
buda, indicando que todos os seres vivos, igualmente e sem discriminação, possuem o potencial
para o estado de buda dentro de sua vida.

A filha do rei dragão elucida o princípio de atingir o estado de buda na forma que se apresenta,
como uma menina, transmitindo infinita esperança para os seres vivos.
Sejam quais forem nossas atuais circunstâncias, todos nós escolhemos nascer neste mundo com
diferentes tipos de destinos para realizar o nobre trabalho do kosen-rufu e conduzir as pessoas dos
Últimos Dias da Lei à felicidade.

Se estivermos firmemente convictos disso nas profundezas de nosso ser, a gratidão e a alegria
emanarão da nossa vida sem falta.

Em meio às pessoas, com o “coração repleto de alegria”

A filha do rei dragão declara ao bodisatva Sabedoria Acumulada e às demais pessoas na


assembleia: “Observem como atinjo o estado de buda!” (LSOC, cap. 12, p. 227).

A cena em que ela atinge o estado de buda, exatamente como ela é, após emitir essa audaciosa
declaração me traz à mente os membros da Soka Gakkai que enfrentaram e superaram doenças e
outras adversidades. Eles demonstram com orgulho e confiança a dignidade da própria vida por
meio de suas batalhas pessoais contra o carma ou destino. Esse drama de transformação do
destino em missão é a prova da grandiosidade do Budismo Nichiren.

O sutra afirma que a filha do rei dragão então “expôs a Lei maravilhosa a todos os seres vivos em
todos os lugares das dez direções” (Ibidem). E quando os presentes a viram cumprir seu juramento
seigan, “Isso causou imensa alegria no coração de todos e, à distância, demonstraram-lhe
profunda reverência” (Ibidem).

O importante é possuir “um coração repleto de alegria”. O brilho da vida de uma pessoa ocasiona
alegria àqueles ao seu redor. Uma luz na escuridão pode acender imediatamente a esperança
capaz de iluminar tudo.

Alcance instantaneamente o cume da montanha, e vá em direção ao sopé com compostura

O magnífico desenvolvimento do kosen-rufu mundial que observamos hoje deve-se inteiramente às


experiências e às provas reais da fé compartilhadas por membros da SGI de todos os lugares, que
fazem a felicidade e a vitória se propagarem como ondas.

Esse crescimento se tornou possível por causa da perspectiva revolucionária de Daishonin em


relação a atingir o estado de buda.

A concepção geral considera o estado de buda o longínquo topo de uma montanha que exige que
se escalem caminhos íngremes e árduos para ser alcançado. Atingi-lo é tão difícil que não temos
ideia se um dia conseguiremos fazê-lo, e a tarefa é tão desgastante que não somos capazes de
pensar nos outros.

O Budismo de Nichiren Daishonin, contudo, oferece uma visão completamente diferente sobre
atingir o estado de buda: ensina que todos podem alcançar o cume instantaneamente. Esse é o
grandioso poder da Lei Mística — o ensinamento do abraçar [o Gohonzon] é, em si, observar a
mente,14 isto é, atingir a iluminação.

Em outras palavras, em qualquer momento, podemos — exatamente como somos e onde quer que
estejamos — atingir o estado de buda, e a partir desse sublime topo, contemplar serenamente
nossos arredores e circunstâncias.

Esta, no entanto, não representa a amplitude máxima do benefício do Budismo Nichiren. O


verdadeiro júbilo da nossa prática reside em retornar com entusiasmo do topo da montanha do
estado de buda para o sopé dos nove mundos e compartilhar nossa alegria com o próximo.
Mergulhamos na sociedade e falamos aos outros sobre a Lei Mística, apresentamos provas do
benefício da prática budista por meio do nosso próprio exemplo e expandimos nosso movimento
de esperança. Em seguida, trazemos os outros conosco e subimos novamente ao topo da
montanha da sublime felicidade. Empenhar-se nessa jornada contínua, ao lado de muitos amigos,
do estado de buda para os nove mundos e, então, no sentido inverso — esse é o processo pelo
qual o kosen-rufu se desenvolve.

A emocionante história da iluminação da filha do rei dragão, que firmou o juramento de aliviar o
sofrimento de todos os seres vivos, não consiste meramente numa fábula do passado. Essa saga
de propiciar alegria aos outros está se desenrolando mundo afora hoje, mediante os esforços
harmoniosos e inspiradores das mulheres Soka.

As integrantes da Divisão Feminina e da Divisão Feminina de Jovens em todo o mundo, que


celebrarão o Dia do Ikeda Kayo Kai em 4 de junho e o Dia da Divisão Feminina em 10 de junho,
cumprem seu juramento pelo kosen-rufu no local em que se encontram, ampliando alegremente
sua rede de felicidade. Nada poderia me deixar mais feliz.

Religião a serviço da felicidade da humanidade

O escritor russo Liev Tolstói (1828–1910) ofereceu uma diretriz para a religião contribuir para a
felicidade humana ao afirmar: “Para ser feliz, o homem precisa acreditar em duas coisas: uma, que
há explicação para o sentido da vida, e outra, que podemos encontrar aí a melhor explicação sobre
a vida”.15

O Budismo Nichiren — com uma visão completa da vida e sua natureza eterna, abarcando as “três
existências” (passado, presente e futuro) — provê uma explicação consistente sobre o significado
da vida. Também nos mostra o caminho para romper as amarras do destino que nos prendem e
viver com alegria enquanto trilhamos a grande estrada da nossa missão.

Isso se refere a nos dedicarmos a cumprir nosso nobre juramento seigan como bodisatvas da
terra. Significa nos empenharmos pela nossa própria felicidade, bem como a felicidade dos outros
e expandir a rede de pessoas comuns da Soka Gakkai, com a decisão de consolidar a paz e a
segurança na sociedade e no mundo.
Por meio do estudo e da prática do Budismo Nichiren, obtemos uma bússola para avançar com
coragem e esperança e ter uma existência de supremo bem.

Avancemos com alegria e satisfação!

Conquistemos mares tempestuosos

e zarpemos novamente!

Com esperança no coração,

jamais temam as

furiosas tormentas do destino!

Pois, tendo os

ensinamentos do budismo como

nossa bússola para a felicidade,

um futuro radiante nos aguarda!

Avancemos com alegria e satisfação,

ao lado dos nossos amigos do mundo!

(Daibyakurenge, edição de junho de 2018)

Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI

Notas:

1. Traduzido do japonês. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de


Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 7.

2. Ibidem, p. 8.

3. “Três mil mundos num único momento da vida” (jap. ichinen-sanzen): Sistema filosófico estabelecido pelo
grande mestre Tiantai da China. A expressão “três mil mundos” indica os aspectos e fases variáveis que a vida
assume a cada momento. A cada instante, a vida manifesta um dos “dez mundos”. De acordo com o princípio da
“possessão mútua dos dez mundos”, cada um desses mundos possui o potencial de todos os dez em si mesmo,
totalizando cem possíveis mundos. Cada um desses cem mundos possui os dez fatores e opera em cada um
dos três domínios da existência, totalizando três mil mundos. Em outras palavras, todos os fenômenos estão
contidos num único momento de vida, e cada simples momento de vida permeia os três mil mundos da
existência, ou a totalidade do mundo dos fenômenos.
4. Datada do vigésimo sétimo dia do sexto mês de 1276, A Felicidade neste Mundo é uma carta enviada por
Nichiren Daishonin a Shijo Kingo, discípulo que enfrentava duras perseguições na época.

5. A passagem na íntegra diz: “Esta minha terra permanece segura e tranquila, constantemente repleta de seres
humanos e celestiais. Os salões e pavilhões em seus jardins e bosques são adornados com vários tipos de joias.
As árvores adornadas com joias são ricas em flores e frutos, onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos”
(LSOC, cap. 16, p. 272).

6. “O buda da alegria ilimitada” é o buda eterno que extrai a alegria ilimitada da Lei.

7. O capítulo 5, “A Parábola das Ervas Medicinais”, do Sutra do Lótus, afirma: “[Uma vez que esses seres vivos
ouviram a Lei], desfrutarão paz e segurança na presente existência e boas circunstâncias nas existências
futuras” (LSOC, cap. 5, p. 136).

8. Traduzido do japonês. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. v. 4. Tóquio: Seikyo
Shimbunsha, 1989. p. 95-96.

9. Ibidem, p. 78.

10. Alegria ilimitada da Lei: A felicidade suprema e mais elevada do Buda, o benefício da Lei Mística.

11. Manjushri: Bodisatva que possui papel importante no Sutra do Lótus e em outros sutras. Ele simboliza a
perfeição da sabedoria e é reverenciado como líder dos bodisatvas.

12. Traduzido do japonês. MAKIGUCHI, Tsunesaburo. Makiguchi Tsunesaburo Zenshu [Obras Completas de
Tsunesaburo Makiguchi]. v. 10. Tóquio: Daisanbunmei-sha, 1987. p. 284.

13. Atingir o estado de buda na forma que se apresenta: Significa atingir o estado de buda nesta existência
assim como a pessoa é, sem se submeter a infindáveis éons de prática budista.

14. “Abraçar [o Gohonzon] é, em si, observar a mente”: Em outras palavras, por meio da fé no Gohonzon, a pessoa
consegue ter acesso à Lei Mística inerente à sua vida e atingir o estado de buda.

15. TOLSTÓI, Liev. Pascal. In: The Complete Works of Lyof N. Tolstoï [Obras completas de Tostói]. Tradução: DOLE,
Nathan Haskall (ed.). Nova York: Carton House, 1928. p. 388.

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