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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA

DE ________ .

URGENTE
SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR
MOTORISTA PROFISSIONAL

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , ________ , residente e domiciliado na ________ ,
________ , ________ , na Cidade de ________ , ________ ,
________ , vem à presença de Vossa Excelência, por meio do
seu Advogado, infra assinado, ajuizar

MANDADO DE SEGURANÇA
C/C PEDIDO DE LIMINAR

em face do ato emanado pelo Diretor Presidente do


DETRAN/XX ________ , cujas atividades são vinculadas ao
DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO ESTADO DE
________ , com endereço para intimações em Município de
________ , na ________ , nº ________ .

I - BREVE SÍNTESE DOS FATOS

O Autor é condutor regularmente habilitado (CNH nº ________ ), e foi


penalizado com a suspensão de sua carteira.

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A suspensão foi motivada por ter supostamente atingido 20 pontos, nos
termos do Art. 261 do CTB. Ao verificar o relatório de pontuação disponível no
endereço eletrônico do Réu, obteve as seguintes informações:

Infração nº ________ - ________ - ________

Infração nº ________ - ________ - ________

Infração nº ________ - ________ - ________

Trata-se de suspensão do direito de dirigir ilegal e abusiva, merecendo


provimento o presente mandamus, pelos fatos e fundamentos que passa a demonstrar.

II - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA E DA PROVA PRÉ-


CONSTITUÍDA

Conforme narrado, fica perfeitamente evidenciado o direito líquido e


certo do impetrante nos termos do Art. 1º da Lei 12.106/09, afinal, o notório
descumprimento ao processo legal afeta diretamente direito líquido e certo do
Impetrante.

III - DO DIREITO

Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve ser


conduzido com estrita observância aos princípios constitucionais, sob pena de nulidade.

No presente caso, a irregularidade no processo administrativo macula a


sua validade, o que afronta gravemente o direito líquido e certo do impetrante.

DA NÃO OBSERVÂNCIA DO PRAZO LEGAL DE NOTIFICAÇÃO

A Legislação aplicável à matéria, de forma muito objetiva, estabelece


que o lapso de tempo entre a lavratura do Auto de Infração e a expedição da notificação
via postal deve ser de trinta (30) dias, nos termos do Art. 281, II do CTB:

Parágrafo único. O Auto de Infração será arquivado e seu

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registro julgado insubsistente:

[...] II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a


notificação da autuação.

Ocorre que, contrariando tais dispositivos legais, a notificação foi


expedida somente em ________ , ou seja, com mais de 30 dias do cometimento da
infração ( ________ ), conduzindo à sua nulidade, nos termos da Resolução nº 619 do
CONTRAN:

"Art. 4º À exceção do disposto no § 5º do artigo anterior, após a


verificação da regularidade e da consistência do Auto de
Infração de Trânsito, a autoridade de trânsito expedirá, no prazo
máximo de 30 (trinta) dias contados da data do cometimento da
infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do
veículo, na qual deverão constar os dados mínimos definidos no
art. 280 do CTB.

(...)

§ 3º A não expedição da notificação da autuação no prazo


previsto no caput deste artigo ensejará o arquivamento do Auto
de Infração de Trânsito."

Desta forma, completamente nulo o auto de infração de trânsito, pela


notória inobservância do prazo legal estabelecido, conforme precedentes sobre o tema:

ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AUTO DE INFRAÇÃO.


NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO. DECADÊNCIA. ART.
281, PARÁGRAFO ÚNICO, II, CTB. OCORRÊNCIA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Consoante prevê o
disposto no art. 281, parágrafo único, II, CTB, a autoridade de
trânsito julgará a consistência do auto de infração e aplicará a
penalidade cabível. O auto de infração será arquivado e seu
registro julgado insubsistente se, no prazo de 30 dias, não for
expedida a notificação da autuação (redação dada pela Lei nº

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9.602/98). 2. O regramento aplicável à época do cometimento da
infração - Resolução CONTRAN nº 404/2012 - prevê o prazo de
30 dias para que a autoridade de trânsito expeça a notificação da
autuação dirigirida ao proprietário do veículo, contados da data
do cometimento da infração. 3. No caso, a notificação da
autuação não expedida após o decurso do prazo previsto no art.
281, parágrafo único, II, CTB, razão pela qual deve ser
reconhecida a decadência do direito de punir do Estado. 4. A
Terceira Turma deste Regional possui entendimento no sentido
de que os honorários advocatícios devem ser fixados em 10%
sobre o valor da causa/condenação, desde que não configure
valor exorbitante ou irrisório. (TRF-4 - AC:
50000897220184047108 RS 5000089-72.2018.4.04.7108,
Relator: VÂNIA HACK DE ALMEIDA, Data de Julgamento:
04/04/2019, TERCEIRA TURMA, #93341104)

AGRAVO. TRÂNSITO. NOTIFICAÇÃO PARA DEFESA


PRÉVIA. PRAZO DE TRINTA DIAS. "O art. 281, parágrafo
único, II, do CTB prevê que será arquivado o auto de infração e
julgado insubsistente o respectivo registro se não for expedida a
notificação da autuação dentro de 30 dias. Por isso, não havendo
a notificação do infrator para defesa no prazo de trinta dias,
opera-se a decadência do direito de punir do Estado, não
havendo que se falar em reinício do procedimento
administrativo." (REsp 1.092.154 12-8-2009) Não provimento
do agravo interno.(TJ-SP - AGR: 22484079220188260000 SP
2248407-92.2018.8.26.0000, Relator: Ricardo Dip, Data de
Julgamento: 13/03/2019, 11ª Câmara de Direito Público, Data
de Publicação: 13/03/2019, #73341104)

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ANULAÇÃO DE MULTA


DE TRÂNSITO - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO
PEDIDO - APELO DO ESTADO - AUSÊNCIA DE
NOTIFICAÇÃO PRÉVIA DO AUTOR, PELO DETRAN,
QUANTO À INFRAÇÃO COMETIDA - IMPOSSIBILIDADE
DE DEFESA DO CONDUTOR - NOTIFICAÇÃO

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IMPRESCINDÍVEL PARA VALIDAÇÃO DO AUTOR DE
INFRAÇÃO - ART. 281, II, CTB - SÚMULA 312, STJ - ÔNUS
DO DETRAN - ART. 373, II, CPC - DETRAN NÃO
COMPROVA A NOTIFICAÇÃO - DECADÊNCIA DO
DIREITO DE PUNIR - RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. 1 - Observa-se que no
presente caso cumpre-se ressaltar que a notificação é
imprescindível para validação do auto de infração. Não há prova
nos autos da existência das notificações de multas pelo Detran,
nos termos consignados no art. 281, parágrafo único, inciso II,
do Código de Trânsito Brasileiro, o qual prevê o prazo
decadencial de 30 (trinta) dias para a expedição da notificação
da autuação, sob pena de arquivamento do auto de infração e seu
registro, insubsistente. 2 - Destarte, o CONTRAN - Conselho
Nacional de Trânsito - dispõe no artigo 3º, da Resolução nº. 404,
que a notificação prevista no artigo acima apontado deve ser
dirigida ao proprietário do veículo, fato que não foi feito a
contento nos autos. 3 - A Súmula 312, do STJ, por sua vez,
prevê: \"Nos processos administrativos para imposição de multa
de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da
aplicação da pena decorrente da infração\". 4 - Deveria o
Estado/Apelante comprovar que, seguindo a legislação
supramencionada, procedeu à notificação do proprietário do
veículo autuado, nos termos do disposto no art. 373, II, do CPC.
Assim, resta caracterizada a nulidade do procedimento
administrativo, que deixou de ser notificado de forma devida, ou
seja, razão pela qual não lhe fora oportunizado o direito de
defesa quanto à cominação da penalidade de trânsito. 5 -
Conclui-se pela decadência do direito de punir do Estado, ante a
ausência de notificação quanto às infrações supostamente
cometidas pelo autor, ora Apelado, sendo de rigor a mantença
do julgado. 6 - Recurso conhecido e improvido. Decisão
unânime. (TJ-TO - APL: 00076761120198270000, Relator:
JACQUELINE ADORNO DE LA CRUZ BARBOSA)

Trata-se da indispensável aplicação do princípio da Legalidade, o qual a

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Administração Pública é estritamente vinculada.

Por ser patente a irregularidade que norteia o AIT em tela, em grave


afronta ao Art. 281 do CTB, deve ser arquivado e consequentemente, seu registro
julgado insubsistente, por manifesta quebra do princípio da legalidade.

DA INTERRUPÇÃO DOS PRAZOS NA PANDEMIA

Cabe destacar que a interrupção dos prazos previstos na RESOLUÇÃO


Nº 782, de 18 de junho de 2020 do CONTRAN entrou em vigor somente em 1º de julho
de 2020, não podendo atingir os prazos encerrados anteriormente à sua vigência, sob
pena de grave ofensa ao princípio da irretroatividade de lei nova.

Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente ao


Estado Democrático de Direito, e de preservar oDIREITO ADQUIRIDO, nos termos
de clara redação constitucional em seu Art. 5º:

XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e a coisa julgada;

Trata-se de aplicação inequívoca doPRINCÍPIO DA


IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem normas
prejudiciais ao autor conforme disposto noDECRETO-LEI Nº 4.657/42(LIDB):

Art. 6º.A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o


ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

A doutrina ao corroborar este entendimento, destaca sobre o princípio


que vigora no Brasil sobre a irretroatividade da lei nova, pela qual não se pode aplicar
novo ato normativo concernentes à situações constituídas antes de sua entrada em vigor:

"O princípio da irretroatividade da lei está consagrado entre


nós pelas disposições daCF5.ºXXXVI e daLINDB6.ºcaput
("efeito imediato"), razão pela qual se asseguram a
sobrevivência e a ultratividade da lei antiga. Por esse princípio
a lei nova não pode retroagir para atingir o ato jurídico

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perfeito, o direito adquirido ou a coisa julgada."(NERY
JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.Código
CivilComentado.12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook,Art.
6ºLINB.)

Por tais razões que a Lei ________ deve ser aplicada no presente caso.

DA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA

Conforme consta no processo administrativo que junta em anexo, o Auto


de Infração foi aplicado sem prévia notificação do condutor para promover sua defesa.

Ao conferir a fl. ________ , é possível certificar que a Notificação foi


enviada para o endereço ________ , sendo que o Impetrante comunicou a alteração de
endereço em ________ , conforme provas que junta em anexo .

Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve ser


conduzido com estrita observância aos princípios constitucionais, sob pena de nulidade.

Ao instaurar um processo administrativo de penalidade, esta Autoridade


deveria de imediato garantir o direito ao contraditório e à ampla defesa, conforme
expressa previsão do CTB:

Art. 282. Caso a defesa prévia seja indeferida ou não seja


apresentada no prazo estabelecido, será aplicada a penalidade e
expedida notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator,
no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data
do cometimento da infração, por remessa postal ou por qualquer
outro meio tecnológico hábil que assegure a ciência da
imposição da penalidade.
(...)

§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à


exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação
será encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo
seu pagamento.

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§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de
recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados da
data da notificação da penalidade.

Trata-se de regra sumulada pelo STJ:

Súmula 312: No processo administrativo para imposição de


multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e
da aplicação da pena decorrente da infração

A ausência de oportunidade prévia trata-se de manifesta quebra do direito


constitucional à ampla defesa, conforme análise dos tribunais:

TRÂNSITO. INFRAÇÃO. NOTIFICAÇÃO. FALTA DE


PROVA DE SUA EFETIVAÇÃO. TRANSFERÊNCIA DE
PONTOS NO CADASTRO DE TRÂNSITO. PROVA DE QUE
TERCEIROS FORAM, DE FATO, AUTORES DOS ILÍCITOS
OBJETO. - "No processo administrativo para imposição de
multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e
da aplicação da pena decorrente da infração" (verbete 312-STJ).
- Ao não observar a exigência legal da dúplice notificação,
deixou o órgão de trânsito de oportunizar ao impetrante a
indicação do terceiro responsável pela infração, sendo indevido
atribuir os pontos relativos a essa ao proprietário do automóvel.
- Diante de documentação expressiva da anuência de terceiros
quanto às infrações que foram atribuídas ao ora apelante, cabe
reconhecer a almejada transferência da pontuação no cadastro de
trânsito, visto que extirpada a dúvida sobre as autorias
infracionais em tela. É insubsistente, pois, no caso, o processo
administrativo para a suspensão do direito de dirigir do
impetrante. Provimento da apelação. (TJ-SP - AC:
10115941820188260566 SP 1011594-18.2018.8.26.0566,
Relator: Ricardo Dip, Data de Julgamento: 04/04/2019, 11ª
Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 04/04/2019,
#43341104)

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INFRAÇÕES DE TRÂNSITO. NOTIFICAÇÕES DO AIT.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. Compulsando o extrato
das infrações, forçoso reconhecer que as notificações não foram
entregues por vício de numeração e/ou endereço inexistente.
Assim, restaram efetivadas pela via editalícia, produzindo
efeitos na CNH da parte autora. Quanto ao ponto, de modo a
resguardar o direito à ampla defesa e o contraditório,
assegurados constitucionalmente, bem como privilegiando a boa
fé dos proprietários e condutores, somente podem ser
consideradas válidas as notificações que, de fato, garantirem a
ciência do ato pelo destinatário. Recurso provido para
reconhecer a nulidade das infrações. RECURSO PROVIDO.
(Recurso Cível Nº 71008209090, Segunda Turma Recursal da
Fazenda Pública, Turmas Recursais, Relator: Rosane Ramos de
Oliveira Michels, Julgado em 24/04/2019).

INFRAÇÕES DE TRÂNSITO. ALEGAÇÃO DE VÍCIO DE


NOTIFICAÇÃO. EDITAL. Compulsando o extrato das
infrações, forçoso reconhecer que as notificações (de
instauração e aplicação da penalidade) não foram procuradas,
motivando o uso da via editalícia. Revisando anterior
entendimento, passei entender possível o reconhecimento da
nulidade. Ocorre que em muitos casos os proprietários e
condutores acabam não tomando conhecimento das notificações
e penalidades em virtude de não serem localizados. Destarte, de
modo a resguardar o direito à ampla defesa e o contraditório,
assegurado constitucionalmente, bem como privilegiando a boa-
fé dos proprietários e condutores, considero válidas apenas as
notificações que, de fato, garantirem a ciência do ato pelo
destinatário. Destarte, considerando que não há prova concreta
de que a parte autora possuía ciência das notificações, resta
provido o recurso, de modo a privilegiar a boa-fé do proprietário
e declarar a nulidade das infrações. RECURSO PROVIDO.
(Recurso Cível Nº 71007998800, Segunda Turma Recursal da
Fazenda Pública, Turmas Recursais, Relator: Rosane Ramos de
Oliveira Michels, Julgado em 27/02/2019).

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A doutrina, no mesmo sentido segue este entendimento.

"É sabido que a ampla defesa e o contraditório não alcançam


apenas o processo penal, mas também o administrativo, nos
termos do art. 5º, LV da CF/88. É que a Constituição estende
essas garantias a todos os processos, punitivos ou não, bastando
haver litígios". (Harrison Leite, Manual de Direito Financeiro,
Editora jus podivum, 3ª edição, 2014, p. 349)

Portanto, a aplicação de multa sem a oportunização à prévia defesa,


configura nítida quebra do contraditório e da ampla defesa, razão pela qual, requer a
imediata suspensão da pena aplicada, por manifesta ilegalidade.

DA IRREGULARIDADE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

O Impretrante, logo que recebeu a notificação de infração, promoveu


com a indicação do condutor, o qual deveria receber a pontuação na CNH como
penalidade, conforme disposição legal:

Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes


números de pontos:

(...)

§ 4º Ao condutor identificado no ato da infração será atribuída


pontuação pelas infrações de sua responsabilidade, nos termos
previstos no § 3º do art. 257, excetuando-se aquelas praticadas
por passageiros usuários do serviço de transporte rodoviário de
passageiros em viagens de longa distância transitando em
rodovias com a utilização de ônibus, em linhas regulares
intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem
de longa distância por fretamento e turismo ou de qualquer
modalidade, excetuadas as situações regulamentadas pelo
Contran a teor doArt. 65 da Lei nº 9.503 De 23 de setembro de
1997 - Código de Trânsito Brasileiro.

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Ocorre que diferentemente disso, em manifesta inobservância ao
procedimento legal, a pontuação foi descontada do Impetrante, conforme cópia do
processo administrativo que junta em anexo.

Trata-se de ato manifestamente ilegal, devendo ser anulado, conforme


precedentes sobre o tema:

MANDADO DE SEGURANÇA Renovação da


CNHAdmissibilidade Legitimidade do DETRAN, pois o ato
combatido se insere na sua esfera de responsabilidade.
Impetrante que logrou comprovar a regular e tempestiva
indicação do condutor responsável pelas três infrações que
deram causa ao procedimento de suspensão do direito de
dirigir. Não pode ser obstáculo à renovação da CNH.
Sentença concessiva mantida Recursos oficial e voluntário
improvidos" (TJSP; Apelação / Reexame Necessário 1000121-
75.2016.8.26.0058; Relator (a): Rebouças de Carvalho; Órgão
Julgador: 9ª Câmara de Direito Público; Foro de Agudos - 1ª
Vara Judicial; Data do Julgamento: 05/09/2017; Data de
Registro: 05/09/2017, #43341104)

RECURSO DE AGRAVO INSTRUMENTO EM MANDADO


DE SEGURANÇA. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO.
CASSAÇÃO DE CNH. Suspensão do ato administrativo que
computou pontos na CNH do particular. Verossimilhança das
alegações que se verifica no caso concreto, pois foi
comprovada a indicação do condutor tempestivamente.
Hipótese em que se verifica a presença os requisitos para
concessão da liminar. Decisão de indeferimento reformada.
Recurso provido (TJ-SP 21260010620178260000 SP 2126001-
06.2017.8.26.0000, Relator: Marcelo Berthe, Data de
Julgamento: 07/11/2017, 5ª Câmara de Direito Público, Data de
Publicação: 07/11/2017)

Afinal, trata-se de ato que macula o devido processo legal, em grave


afronta ao princípio da legalidade.

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O princípio da legalidade é a base de todos os demais princípios, uma vez
que instrui, limita e vincula as atividades administrativas, conforme refere Hely Lopes
Meirelles:

"A legalidade, como princípio de administração (CF, art.37,


caput), significa que o administrador público está, em toda a
sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou
desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a
responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.

A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada


ao atendimento da Lei e do Direito. É o que diz o inc. I do
parágrafo único do art. 2º da lei9.784/99. Com isso, fica
evidente que, além da atuação conforme à lei, a legalidade
significa, igualmente, a observância dos princípios
administrativos.

Na Administração Pública não há liberdade nem vontade


pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer
tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular
significa ‘poder fazer assim’; para o administrador público
significa ‘deve fazer assim’."(in Direito Administrativo
Brasileiro, Editora Malheiros, 27ª ed., p. 86),

No mesmo sentido, leciona Diógenes Gasparini:

"O Princípio da legalidade significa estar a Administração


Pública, em toda sua atividade, presa aos mandamentos da lei,
deles não se podendo afastar, sob pena de invalidade do ato e
responsabilidade do seu autor. Qualquer ação estatal sem o
correspondente calço legal ou que exceda o âmbito demarcado
pela lei, é injurídica e expõe à anulação. Seu campo de ação,
como se vê, é bem menor que o do particular. De fato, este pode
fazer tudo que a lei permite e tudo o que a lei não proíbe;

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aquela só pode fazer o que a lei autoriza e, ainda assim, quando
e como autoriza. Vale dizer, se a lei nada dispuser, não pode a
Administração Pública agir, salvo em situação excepcional
(grande perturbação da ordem, guerra)" (in GASPARINI,
Diógenes, Direito Administrativo, Ed. Saraiva, SP, 1989, p.06)

Portanto, uma vez demonstrado o descumprimento ao devido processo


legal e ao princípio da legalidade, tem-se por inequívoco o direito à nulidade do Auto de
Infração.

PEDIDOS

ISTO POSTO, requer-se a Vossa Excelência que:

1. Defira a medida liminar pleiteada, para suspender os efeitos do ato


administrativo impugnado que suspendeu a CNH do Impetrante, nos termos
do Art. 7º, inc. III da Lei 12.016;

2. Seja concedida a Gratuidade de Justiça nos termos do Art. 98 do Código de


Processo Civil;

3. Ao final, conceda a ordem, para confirmar definitivamente a liminar, se


deferida, com a declaração de nulidade do Auto de Infração nº ________ , com a
retirada dos pontos aplicados ao Impetrante,

REQUERIMENTOS

1. Determine a intimação da Autoridade Coatora para, querendo, responder à


presente demanda;

2. Seja notificado o órgão público impetrado por meio de sua procuradoria de


representação.

Valor da causa: R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

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________ , ________ .

________

ANEXOS

1. Documentos de identidade do Autor - Contrato Social, CNPJ, RG, CPF,


Comprovante de residência

2. Procuração

3. Cópia do ato impugnado

4. Cópia do recurso e resposta

5. Toda e qualquer prova necessária à demonstração do direito

1. Cópia do comprovante de expedição da notificação

2. Prova da comunicação de alteração do endereço

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