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Disciplina: Administração da Produção

Professor: Tom C. Bonfim

1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Na pré história já acontecia a industrialização quando o homem polia a pedra para


transformá-la em ferramentas. O artesão foi o primeiro a produzir organizadamente. Com o
passar do tempo o artesão foi sendo substituído pela indústria. Neste caso podemos citar a
evolução da produção em pequenas para grandes escalas, como a produção em série e
utilizando cada vez mais a tecnologia para produzir mais com menos recurso, ou seja,
buscando sempre maior produtividade para ter mais competitividade de mercado. A cultura
de melhoria contínua através de técnicas sofisticadas sempre ocorreu através do tempo.

A industrialização são atividades que levam a transformação de um bem tangível para outro
com maior utilidade.

Com a revolução industrial surge a necessidade de padronização em massa, a preocupação


era produzir o máximo. O Japão após a Segunda Guerra Mundial desenvolve estratégias
empresariais, voltada para exportação e conquistar o mercado mundial. O americano estava
atrelado em quantidade de produção e o Japonês se preocupava em atender em qualidade.

As empresas foram obrigadas a ouvir o mercado e saber o que o mercado quer. Isto define e
revoluciona todo o processo industrial onde as empresa começam a traçar estratégias
competitivas, como: inovação, flexibilidade, custo competitivo, qualidade, produtividade.

2 O PLANEJAMENTO EMPRESARIAL

Auxilia no andamento eficaz da empresa, diz respeito ä capacidade de planejar as atividades,


principalmente no sentido de fazer agora para chegar depois ao lugar ou situação desejada.
Fatores para o planejamento da micro e pequena empresa
- Facilidades em adequar as novas situações
- Relacionar diretamente com os clientes
- Expansão de mercado
- Diferencial da empresa
- Recursos disponíveis
- Sazonalidade
- Parcerias com outras empresas
- Tecnologia e informática

Benefícios do planejamento
- Maior produtividade
- Melhora o direcionamento da empresa
- Antecede fatos importantes
- Reduz a margem de erro

Etapas do planejamento
- Reconhecimento da situação atual
- Definição da situação ideal desejada
- Identificação do que falta para chegar lá
- Levantamento de soluções possíveis
- Escolha da melhor solução
- Organização dos recursos e atividade para executar
- Implantação ou ação
- Controle ou acompanhamento
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3 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

As empresas buscam um melhor posicionamento competitivo nos mercados mundiais, mas


principalmente quanto se trata de micro e pequenas empresas, a preocupação é a sua
sobrevivência, e para isto deve ter todas as informações necessárias para antever os
acontecimentos.

3.1 CONCEITO DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Área da administração que cuida dos recursos físicos e materiais que realizam o processo
produtivo. Seu objetivo é alcançar a eficiência e eficácia com efetividade, sendo seus
fatores e recursos:

Fatores:
_ Insumos – matéria-prima qualificada e mais barata;
_ Trabalho – mão-de-obra adequada, reciclada e atualizada;
_ Capital – dinheiro (investimento);

3.2 SETORES DA PRODUÇÃO e SETORES DA ECONOMIA


SETORES DA PRODUÇÃO

O setor primário (no Brasil) é o conjunto de atividades econômicas que produzem matéria-
prima. Isto implica geralmente a transformação de recursos naturais em produtos primários.
Muitos produtos do setor primário são considerados como matérias-primas levadas para
outras indústrias, a fim de se transformarem em produtos industrializados. Os negócios
importantes neste setor incluem agricultura, agronegócio, a pesca, a silvicultura e toda a
mineração e indústrias pedreiras.

As indústrias fabris em sentido diversificado, que agregam, embalam, empacotam,


purificam ou processam as matérias-primas dos produtores primários, normalmente se
consideram parte deste setor, especialmente se a matéria-prima é inadequada para a venda,
ou difícil de transportar a longas distâncias. Embora o tráfego atualmente esteja um caos,
vale a pena produzir alimentos para a subsistência e comercializar. Segundo a nomenclatura
econômica, o "setor primário" está dividido em seis atividades econômicas:

Agricultura - Pecuária - Extrativismo vegetal - Caça - Pesca – Mineração

O setor secundário é o setor da economia que transforma produtos naturais produzidos


pelo setor primário em produtos de consumo, ou em máquinas industriais (produtos a serem
utilizados por outros estabelecimentos do setor secundário).

Geralmente apresenta porcentagens bastante relevantes nas sociedades desenvolvidas. É


nesse setor, que podemos dizer que a matéria-prima é transformada em um produto
manufaturado. A indústria e a construção civil são, portanto, atividades desse setor. Existe
grande utilização do fator capital.

O setor terciário também conhecido como setor serviços, no contexto da economia,


envolve a comercialização de produtos em geral, e o oferecimento de serviços comerciais,
pessoais ou comunitários, a terceiros.

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Definição

O setor terciário é definido pela exclusão dos dois outros setores. Os serviços são definidos
na literatura econômica convencional como "bens intangíveis".

O setor terciário é o setor da economia que envolve a prestação de serviços às empresas,


bem como aos consumidores finais. Os serviços podem envolver o transporte, distribuição e
venda de mercadorias do produtor para um consumidor que pode acontecer no comércio
atacadista ou varejista, ou podem envolver a prestação de um serviço, como o antiparasitas
ou entretenimento. Os produtos podem ser transformados no processo de prestação de um
serviço, como acontece no restaurante ou em equipamentos da indústria de reparação. No
entanto, o foco é sobre as pessoas interagindo com as pessoas e de servindo ao consumidor,
mais do que a transformação de bens físicos.

As últimas décadas foram marcadas por importantíssimas conquistas científicas e


fantásticas inovações tecnológicas, que acabaram por provocar profundas transformações
no estilo de vida das pessoas. Diante dessa conjuntura as empresas, que vendem excelência,
trataram de reinventar as suas estruturas.

SETORES

Ao Primeiro Setor, representado pelo Governo, cabe a missão de dar oportunidades (iguais)
para que a população tenha acesso a serviços públicos de excelente qualidade, como uma
das formas de eliminar o perverso abismo que separa a ilha dos ricos do oceano dos pobres.
A política de desenvolvimento econômico deve privilegiar a geração de empregos e a
melhoria da distribuição de renda, como pré-requisitos para que o país melhore a sua
classificação no ranking mundial do IDH - índice de desenvolvimento humano.

Na iniciativa privada vamos encontrar o Segundo Setor, que tem no lucro a sua singular
motivação. Estatísticas divulgadas pela imprensa comprovam que o índice de mortalidade
de pequenas empresas tem sido excessivamente elevado. Entre as causas desses tropeços
destacam-se falhas de planejamento e de pesquisas de mercado, recursos financeiros
insuficientes para capital de giro, inexperiência em gestão empresarial e relacionamento
insatisfatório junto à clientela. Apostar na melhoria contínua do processo é uma das mais
inteligentes estratégias gerenciais.

No Terceiro Setor encontram-se os mais diversos tipos de instituições sem fins lucrativos e
os investimentos em projetos sociais desenvolvidos pela iniciativa privada. Este setor, que
movimenta bilhões de dólares mundialmente e gera milhões de empregos, tem como
objetivo maior tornar a sociedade mais justa economicamente e mais igualitária socialmente.
A importância do tema nos leva a uma reflexão sobre o editorial da revista "Falando de
Qualidade" (edição de 04/2004): "Tem como base de sustentação a ética, que se expressa
por meio dos princípios e valores adotados pela organização, pois não adianta remunerar
mal os funcionários, corromper a área de compras dos clientes, pagarem propinas aos fiscais
do governo e, de outro lado, desenvolver programas junto a entidades sociais da
comunidade. Esse comportamento não segue uma linha de coerência entre o discurso e a
ação."

O Quarto Setor, sinônimo da economia informal, sobrevive através de criativos artifícios


para fugir das garras do leão do imposto de renda. Com passaporte multinacional, o setor
não tem preconceito, não discrimina e não provoca exclusão social, profissional, racial,
eleitoral, empresarial ou digital.

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Recursos:
 De materiais (adm. De produção);
 Financeiros (adm. Financeiro);
 Humanos (adm. De pessoal);
 Mercadológicos (adm. Mercadológica);
 Administrativo (adm. Geral);

3.3 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O desenho ou estrutura organizacional decorre da diferenciação de atividade dentro da


empresa. Ou seja, a empresa é dividida em departamento, áreas no qual cada uma tem suas
atividades sendo representada por um organograma.

3.4 - CLASSIFICAÇÕES DOS PRODUTOS / SERVIÇOS

Área produtiva é classificada em produção de bens tangíveis e intangíveis:

Bens tangíveis:
 De consumo
 Duráveis (geladeira)
 Semiduráveis (roupas)
 Perecíveis (alimentos)
 De produção
 Equipamentos industriais
 Bens intangíveis ou serviços
 Prestadores de serviços

3.5 COMPONENTES DOS PRODUTOS / SERVIÇOS

A. Embalagem: madeira, plástico, vidro, etc.


- Tem as funções técnicas sobre o produto;
- Tem as funções logísticas sobre o transporte e armazenagem;
- Tem as funções de comunicação, ou seja, as orientações ao consumidor;

B. Qualidade: interna e externa.

C. Custo: custo de produção, custo de armazenagem/estocagem e custo de distribuição.

- Custo de produção – direto e indireto:


Direto – materiais (insumos) e mão-de-obra (direta);
Indireto – despesas gerais de produção e despesas de mão-de-obra indireta;

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- Custo de armazenagem / estocagem:


Aluguel de deposito / salário;
Seguro / despesas financeiras;
Máquina / equipamentos de movimentação;

- Custo de distribuição:
Transporte.

3.6 DESENVOLVIMENTOS DE PRODUTOS / SERVIÇOS

Estudo e pesquisa, criação, adaptação, melhorias na empresa. Levar em consideração os


seguintes passos para desenvolvimento de novos produtos: geração da idéia, especificações
funcionais, seleção do produto, projeto preliminar, construção do protótipo, testes, projeto
final, introdução e avaliação.

3.7 - SISTEMAS DE PRODUÇÃO

O sistema produtivo pode ser exemplificado da seguinte forma:

3.8 - O IMPACTO NA TECNOLOGIA DO CONHECIMENTO E EQUIPAMENTO

Implementação da informática na empresa com intuito de dinamizar e otimizar tempo nas


informações de dados.
Tecnologia no processo produtivo trazendo otimização de recursos, buscando maior
eficiência na produção como rapidez, qualidade, segurança e produção. Nas áreas do:

Conhecimento:
 Mão-de-obra não qualificada;
 Mão-de-obra qualificada;
 Mão-de-obra especializada;

Equipamento:
 Com tecnologia – intensiva;
 Com média tecnologia;

3.9 - CAPACIDADE INSTALADA E CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

Capacidade instalada - é a capacidade máxima que a empresa comporta produzir.

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Capacidade de produção - é a capacidade instalada com os recursos: materiais, humanos e


financeiros.

*obs. Para calcular esta capacidade terá que levar em consideração os seguintes itens:
Medidas de tempo: Homens hora de trabalho;
Carga horária da maquina;
Tempo de atendimento;

3.10 - LOCALIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES

 Proximidade Da Mão-De-Obra;
 Proximidade Da Matéria-Prima – Fornecedor;
 Proximidade do mercado consumidor;
 Facilidade do transporte;
 Infra-estrutura;
 Tamanho do local;
 Incentivos fiscais;

3.11 - LAYOUT / ARRANJO FÍSICO

É a disposição física dos equipamentos, pessoas e materiais da melhor maneira, mais


adequada ao processo produtivo.

Etapas para a elaboração do layout:


- Determinar a quantidade a produzir
- Planejar o todo e depois as partes
- Planejar o ideal e depois o prático
- Seguir a sequência: local – layout global – layout detalhado
- Calcular o número de máquinas
- Selecionar e elaborar o tipo de layout considerando o processo e as máquinas
- Planejar o edifício
- Desenvolver instrumentos que permitam a clara visualização do layout
- Utilizar a experiência de todos
- Verificar o layout e avaliar a solução
- “Vender” o layout
- Layout por produto – é a disposição que demonstra as operações do produto;

- Layout por processo – é a disposição que demonstra as etapas, seções de cada processo;

3.12 - PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO

Tem a finalidade aumentar a eficiência e eficácia da produção. Planeja, organiza, direciona


e controla o desempenho produtivo.

São quatro as fases de Planejamento e Controle de Produção (P.C.P.).

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- Projeto de Produção:
 Quantidade e características das maquinas e equipamentos;
 Quantidade de pessoal disponível – inventario das pessoas, cargos e funções em
cada área;
 Volume de estoques e tipos de matéria-prima – inventario de estoques;
 Métodos e procedimentos de trabalho – cálculos;
- Coleta de informações:
 Movimentação / fluxograma da produção – capacidade produtiva;
 Horário de trabalho – cronograma;
 Volume necessário – estoque (compra, venda, produção p/ alcançar as metas);
 Tempo padrão / tarefas;
- Planejamento de Produção:

- Controle de Produção: – Acompanhar, avaliar e regular as atividades produtivas; tem a


finalidade de correção e prevenção das falhas, avaliando a produção composta por:
- Estabelecimento de padrões: padrão de quantidade, padrão de qualidade, padrão de
tempo e padrão de custos;
i. Padrão de quantidade: volume de produção, nível de estoque, nível de
horas trabalhadas.
ii. Padrão de qualidade: controle de qualidade de matérias-primas / produtos
acabados, especificação de produtos.
iii. Padrão de tempo: tempo padrão, tempo médio de estocagem, padrões de
rendimento.
iv. Padrão de custos.

- Avaliação e comparação de dados – Benchmarketing (melhor resultado).

- Manutenção É a técnica utilizada para aumentar e aproveitar melhor a vida de


máquinas e equipamentos. Há dois tipos de manutenção: preventiva e corretiva.

- A manutenção preventiva estabelece parada periódicas para que sejam realizadas


trocas de peças gastas, apertos, assegurando um funcionamento perfeito do
maquinário ou equipamento.

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- Manutenção corretiva – quando repara os defeitos após problemas já ocorrido.

Principais objetivos do planejamento e controle da produção são:

- Atender a clientela dentro dos prazos e quantidade negociadas;


- Reduzir Custos;
- Fornecer informações sobre o que, quando e quanto comprar de matérias-primas e
insumos;
- Assegurar a plena utilização da capacidade instalada e do pessoal disponível;
- Aumentar a rapidez de circulação do material, evitando a formação de estoques
intermediários desnecessários, reduzindo assim o prazo de produção;
- Para planejar melhor a produção é preciso conhecer todos os fatores que estão no processo
produtivo como materiais, pessoas, qualidade desejada, capacidade de produção dos
equipamentos, prazo de entrega, pedidos existentes e outros. Estabelecer seqüência nas
operações, elaborar um programa de produção.

O controle da produção são os registros das atividades exercidas e comparando o que foi
planejado e o realizado.

Produtividade

Significa produzir o máximo possível com as pessoas, máquinas e materiais com menor
recurso possível, podendo ser representado também pela fórmula:

Pessoas treinadas e motivadas aumentam em muito a produtividade, reduzindo


sobremaneira os acidentes e o custo final do produto.

3.13 – ESTOQUES

A avaliação de estoques parece ter sido a primeira das aplicações gerenciais da


Contabilidade de Custos é geralmente aceito que os problemas de avaliação de estoques
estão na própria origem da Contabilidade de Custos – foi para resolvê-las que
procedimentos típicos de análise e apuração de custos começaram a ser desenvolvidos.

3.13.1 - CONCEITO DE ESTOQUE

O termo "estoque" designa o "conjunto" dos itens materiais de propriedade da empresa que:

 São mantidos para venda futura;


 Encontra-se em processo de produção; ou
 São correntemente consumidos no processo de produção de produtos ou serviços a
serem vendidos.

Ativos considerados estoques:

 Mercadorias para comércio ou produtos acabados (matéria-prima e mercadorias


mantidas para venda);

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 Materiais para produção (materiais comprado com a intenção de incorporá-los ao


produto final através do processo produtivo);
 Materiais em estoque não destinados à produção normal, chamados também de
indiretos, auxiliares ou não produtivos (itens fisicamente não incorporados ao
produto final, como ferramentas, material de limpeza e segurança);
 Produtos em processo de fabricação ou elaboração (que inclui material direto, mão-
de-obra direta e custos gerais de fabricação) – devem refletir o custo atual dos
produtos em processo;
 Custo das importações em andamento referente a itens de estoque.

As empresas comerciais – tendo como função a revenda de bens adquiridos prontos de seus
fornecedores- têm avaliação de seus estoques simplificada.

Os estoques limitam-se, em geral, ao estoque de produtos destinados à comercialização e ao


estoque de materiais diversos ou auxiliares que, referindo-se a itens adquiridos prontos, tem
o seu custo disponível nos documentos de aquisição, restando, apenas para a devida
avaliação do estoque, aplicar, sobre esse custo, o método de apuração definido na legislação
em vigor.

As empresas industriais, por sua vez, transformando matérias-primas e acoplando


componentes para compor o produto final, apresenta, além dos estoques encontrados nas
empresas comerciais, os estoques de matérias primas para produção e os estoques de
produtos em processamento, cujos itens, uma vez concluídos, são transferidos para o
estoque de produtos acabados, correspondente ao estoque de bens para venda das empresas
comerciais.

3.13.2 – CLASSIFICAÇÃO E NÍVEIS DE ESTOQUE

A empresa precisa conhecer seus estoques e obter as informações necessárias p/ saber o


estoque ideal para um item. Para que isso ocorra há necessidade de pelo menos dois itens:
fichário de estoque e classificação A, B,
C.

- Fichário de Estoque: Banco de dados sobre os materiais, um conjunto de


informações contendo: identificação (nome, número, especificações), controle (lote
mínimo, demanda, preço unitário), rotação (pedido de reposição, recebimento e
retiradas do material), saldo existente (pedido e reserva).

- Classificação A, B, C: Dividir o estoque em três classes:


Classe A- 15 a 20%- representa 80% valor do estoque.
Classe B- 40%- representa 15% valor do estoque.
Classe C- 40%- representa 05% valor do estoque.

Classificação de estoques mais importantes

Recomenda-se controlar aqueles mais importantes, que consomem um grande volume de


recursos. Para identificar quais os produtos a serem controlados, subdivide-se em três
classes de itens, A, B e C:
- Classe A – os mais importantes, consomem grande volume de recursos.
- Classe B – Corresponde a quantidade média de itens e com um valor expressivo.
- Classe C – Representam grande quantidade de controle, mas com pouco volume de
recursos.

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Níveis de estoque

Devem-se levar em consideração vários aspectos:


- Tempo de reposição: emissão do pedido, preparação do pedido, transporte;
- Estoque Mínimo;
- Estoque Máximo;

3.13.3 – PRINCIPAIS TIPOS DE ESTOQUE

- Matéria prima;
- Materiais de expediente e limpeza;
- Peças e componentes;
- Produtos em processo de elaboração;
- Produtos acabados;
- Mercadorias;
- Ferramentais;
- Embalagens;

3.13.4 - MÉTODOS HABITUAIS DE CODIFICAÇÃO DE ESTOQUE

O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalogação, simplificação,


especialização, normatização, padronização e codificação de todos os materiais
componentes do estoque da empresa, para existir um controle eficiente dos estoques.
No método mais usual, as mercadorias ou produtos são classificados da seguinte maneira:

1. GRUPO
1.1 SUBGRUPO
1.1.1 ESPECIFICAÇÃO
EX. 1.1.1 CANETA AZUL
GRUPO 1 – MATERIAL DE ESCRITORIO
SUBGRUPO 1.1 CANETA
ESPECIFICAÇÃO 1.1.1 MARCA/COR

3.13.5 - CONTROLE DE ESTOQUE

As informações deverão estar sendo monitoradas para ajudar nas decisões, nestes controles
também deve verificar a rotatividade dos produtos, para isto é calcular rotatividade =
consumo médio : estoque médio.
Podendo ser diário, semanal, quinzenal, mensal, bimestral, anual conforme a necessidade da
empresa.

3.13.6 - OBJETIVO PRINCIPAL DO CUSTEIO DOS ESTOQUE E A SELEÇÃO


DOS MÉTODOS DE CUSTEIO.

O maior objetivo do custeio do estoque é a determinação de custos adequados às vendas, de


forma que o lucro apropriado seja calculado.

Em adição ao fator lucro, existe um número de outros fatores que influenciam as decisões
relativas à seleção dos métodos de custeio de estoque.

A lista destes fatores, excluindo a definição de lucro, incluiria:


 Aceitação do método pelas autoridades do Imposto de Renda;

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 A parte prática da determinação do custo;


 Objetividade do método;
 Utilidade do método para decisões gerenciais.

3.13.7 - AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

O princípio contábil de Custo de Aquisição determina que se incluam no custo dos


materiais, além do preço, todos os outros custos decorrentes da compra, e que se deduzam
todos os descontos e bonificações eventuais recebidas.

O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser reportado para um


determinado período contábil. Permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o
estoque final avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto
menor o estoque final, menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo.

Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos materiais entre
duas ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura de mercado, outro fornecedor,
etc.), surge o problema de selecionar o método que se deve adotar para avaliar os estoques.
Os métodos mais comuns são:
 Custo médio;
 Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS);
 Último a entrar, primeiro a sair (UEPS).

Custo Médio

Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel, baseia-se
na aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação do
estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente.

Para ilustrar numericamente, suponha-se que uma empresa, no início do mês de março,
possua um estoque (inicial) de 20 unidades de certa mercadoria avaliada a R$ 20 cada uma,
ou seja, um total de R$ 400 de Estoque Inicial. A movimentação dessa mesma mercadoria
em março é a seguinte:

Suponha as seguintes informações:

 As 10 unidades vendidas dia 11/mar. saíram do lote comprado dia 5/mar.;


 As 20 unidades vendidas dia 17/mar. saíram do estoque inicial;

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 As 20 unidades vendidas dia 29/mar. saíram do lote comprado dia 23/mar.

Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS)

Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro que entra é o
primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem as vendas, vamos dando ba ixas no estoque
a partir das primeiras compras, o que equivaleria ao raciocínio de que
vendemos/compramos primeiro as primeiras unidades compradas/produzidas, ou seja, a
primeira unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada no processo de produção o
ou a ser vendida.

Dentro desse procedimento, o estoque é representado pelos mais recentes preços pagos
apresentando, dessa forma, uma relação bastante significativa com o custo de reposição.
Obviamente, com a adoção desse método, o efeito da flutuaç ão dos preços sobre os
resultados é significativo, as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta
uma das principais razões pelas quais alguns contadores mostram-se contrários a esse
método. Entretanto, não é objeto do o procedimento em si, e sim o conceito do resultado
(lucro).

As vantagens do método são:


 Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de maneira
lógica e sistemática;
 O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas;
 O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada,
representa uma condição necessária para o perfeito controle dos materiais,
especialmente quando estes estão sujeitos a deterioração, decomposição, mudança
de qualidade, etc. Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS).

Último a entrar, primeiro a sair (UEPS)

O UEPS (último a entrar, primeiro a sair) é um método de avaliar estoque muito discutido.
O custo do estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao
estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair).
Supõe-se, portanto, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao
custo destas unidades. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos itens
vendidos/saídos tende a refletir o custo dos itens mais recentemente comprados (comprados
ou produzidos, e assim, os preços mais recentes). Também permite reduzir os lucros
líquidos relatados por uma importância que, se colocada à disposição dos acionistas,
poderia prejudicar as operações futuras da empresa.

O método UEPS não alcança a realização do objetivo básico, porque são debitados contra a
receita os custos mais recentes de aquisições e não o custo total de reposição de todos os
itens utilizados.

As vantagens e desvantagens do método UEPS são:


 É uma forma de se custear os itens consumidos de maneira sistemática e realista;
 Nas indústrias sujeitas a flutuações de preços, o método tende a minimizar os lucros
das operações;

 Em períodos de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes são
apropriados mais rapidamente às produções reduzindo o lucro;

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 O argumento mais generalizado em favor do UEPS é o de que procura determinar se


a empresa apurou, ou não, adequadamente, deus custos correntes em face da sua
receita corrente. De acordo com o UEPS, o estoque é avaliado em termos do nível
de preço da época, em que o UEPS foi introduzido.

Outros Métodos

Custo de mercado na data de entrega para consumo – itens de estoque padronizados e


comercializados em Bolsas de Mercadorias, tais como algodão, café, trigo cru, etc., são, às
vezes, apropriados à produção pelo preço de cotação na Bolsa na data de entrega para
consumo. Este procedimento substitui o custo de compra pelo custo de reposição e tem a
virtude de apropriar os itens pelo custo corrente, que é, sem dúvida, mais significativo.

Custo de mercado ou reposição – através de um sistema pelo qual os ganhos ou perdas, na


avaliação de estoques, sejam registrados separadamente dos lucros operacionais, a
administração será informada sobre os efeitos da variação dos preços nos lucros da empresa
e sobre o valor de mercado corrente, útil na área de planejamento e na de tomada de decisão.
Um elemento-chave desse sistema é o valor de mercado (custo de reposição) dos itens de
estoque. O objetivo principal do custo de reposição é determinar o custo de compra atual de
um bem que pode estar no estoque há diversos meses, devendo prevalecer para fins de
determinação inic ial do preço de venda.

3.14 - CONTROLE DE QUALIDADE

Programa do 5 S

O 5S é um programa para todas as pessoas da empresa, do presidente até os operadores. O


programa deve ser liberado pela alta administração da empresa e é baseado em educação,
treinamento e prática em grupo.

Ferramenta de trabalho com os conceitos de qualidade que inicia com pequenas atitudes e
que tem resultado rápido, fácil de aplicar e tem aceitação de todos os empregados. Por isto é
utilizado em muitas empresas com muito êxito. Muitas empresas iniciam o processo de
qualidade com certificação da ISO 9000 com a implantação dos 5 sensos:

1) Senso de utilização – Seiri


Descarte dos supérfluos, eliminar todas as coisas que não tem utilidade, vendendo, jogando
fora, doando, etc.

2) Senso de ordenação – Seiton


Organização da empresa – lugar certo para a coisa certa, evita acidente, rapidez na
localização de objetos, é a arrumação de tudo.

3) Senso de Limpeza – Seisou


Ambiente limpo, seguro e sadio para todos.

4) Senso de Saúde – Seiketsu


Manter todos empregados com a integridade física e mental, para isto programas de
medicina no trabalho, combate a Lér, Aids, Cipas - Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, Sipat – Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho. Programas que
tem adesão e comprometimento de todos na segurança, dentro e fora da empresa.

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5) Senso de auto-disciplina – Shitsuke


Independência de cada colaborador em realizar os sensos individualmente, sabendo
diferenciar o certo do errado, o justo do injusto, o companheirismo, a criatividade em
participar e ajudar a empresa conseguir seus objetivos.

Programas de melhorias da qualidade : Motivação; Treinamento; Melhorias / métodos;


Aplicações de técnicas;

C.C.Q. (Circulo de Controle de Qualidade): Pequeno grupo p/ estudar, desenvolver e


aplicar as normas;

Programa Zero Defeito: Envolvimento; Reuniões; Atualizar os colaboradores


(empregados); Detectar / analisar;

Técnicas de C.Q. (Controle de Qualidade): Estatísticas;

Tipos de C.Q. (Controle de Qualidade): 100%; Amostra;

O controle de qualidade

Todo consumidor, ao adquirir o seu produto ou serviço, deseja duas coisas:

- Qualidade do produto/serviço - satisfaça as suas expectativas quanto a durabilidade,


eficiência.

- Preço - seja o menor possível.


O controle de qualidade facilita você prever e eliminar os defeitos. Tem como benefício :
aumento do prestígio de sua empresa no mercado, redução de seus custos de retrabalho
(fabricar outro) e reprodução da devolução de peças com defeito.

3.15 - ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Materiais necessários, na hora certa, no dia certo, na quantidade certa. Utilizam os conceitos
básicos em:

 Administração de Materiais: é o planejamento e controle de materiais, das compras,


recepção, transporte, estocagem, movimentação; é a administração dos fluxos dos
materiais.Classificamos em cinco etapas.
- 1ª Etapa - em matéria-prima / insumos básicos p/ produção;
- 2ª Etapa - materiais em processamento – processo produtivo;
- 3ª Etapa - materiais semi-acabados (produtos parcialmente acabados);
- 4ª Etapa - materiais acabados prontos p/ anexar (falta embalar, agregar valor);
- 5ª Etapa - produtos acabados – prontos para consumo;

 Conceito de Suprimento: aquisição e movimentação de materiais a disposição – é a


programação das necessidades para suprir, fornecer os produtos p/ o processo
produtivo.

 Conceito de Compras: é a localização dos fornecedores, aquisição e pagamento de


acordo com as necessidades. O ciclo de compra é:
- Análise das ordens de compra;
- Localização e seleção dos fornecedores;

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- Negociação com o fornecedor;


- Acompanhamento e recebimento dos materiais;

Funções e importância do responsável pela compra

Por ser uma atividade responsável pela maior fatia do Capital de Giro de uma
empresa, comprar bem é tão importante quanto produzir e vender. As funções são:
- Conhecer o mercado
- Conhecer o nível de estoque
- Manter atualizado o cadastro de fornecedores
- Estar em sintonia com as áreas de produção, vendas e finanças da empresa.

Preços – pesquise, compare e negocie sempre para reduzir os custos dos produtos,
ter um bom preço para o cliente e vender com certa margem de lucro.

Qualidade – conheça as exigências de seus clientes e compare o que melhor se


adapte a eles; procure melhorar os produtos, evite desperdícios; conferir os produtos
nos detalhes e especificações;.

Quantidade – Conheça os estoques mínimos e máximos, compre mais vezes em


menos quantidade, evite ao máximo estoques.

Prazo de pagamento – o prazo de pagamento deverá ser superior ao giro dos


estoques e maior que o prazo de recebimento das vendas.

Seleção de fornecedores – tenha no seu fornecedor um parceiro, onde atende os


requisitos de prazo, valor, confiabilidade e qualidade.

 Conceito de Logística: coordena a estocagem, o transporte, o inventário das


informações e entrega de produtos acabados.

O ciclo da administração de materiais é ilustrado abaixo

A necessidade do cliente deverá ser analisado e atendido pelo estoque existente ou pela
reposição da compra. O recebimento e armazenamento deverá estar sendo conferido e
controlado pela área responsável, observando a qualidade. A distribuição dos materiais
deverá ser considerada os seguintes fatores: local, prazo, custo, em condições de qualidade.

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3.16 – SEGURANÇA NO TRABALHO

A prevenção de acidentes, cujo objetivo principal é resguardar a vida e saúde do homem,


deve ser preocupação não só do empresário, mas de todos na empresa. É preciso identificar
as situações de riscos de acidentes (atos e ambientes inseguros). Implantando programas de
caça aos riscos, com bonificações, prêmios.
Cumprir e fazer cumprir as exigências de segurança estabelecida nas normas.

4 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL

4.1 - LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA COMPETITIVA

O meio empresarial está vivenciando uma fase em que a competitividade esta cada vez mais
acirrada nos diversos segmentos de mercado, isto devido a globalização econômica que tem
se acompanhado.

Neste ambiente as empresas têm buscado alternativas para manter sua competitividade
através de dois tipos básicos de vantagem competitiva: menor custo e diferenciação nos
serviços. Portanto, não basta às empresas tentarem se sustentar apenas na marca de seu
produto, a qualidade também é um ponto muito importante. Qualidade entendida não
apenas do produto, mas qualidade também no nível de serviço oferecido aos clientes, isto
faz com que surja canais alternativos tal como a logística com o intuito de auxiliar a
empresa tornar-se competitiva.

Para que a logística possa obter êxito é necessário considerar um fator muito importante qu e
é a capacitação e o treinamento. Deve haver a capacitação de profissionais nesta área para
que estes possam desenvolver e aplicar programas de treinamento aos funcionários destas
empresas. Mas, para alcançar o objetivo proposto, é necessário haver o comprometimento e
a conscientização por parte das pessoas envolvidas no processo.

No que se trata de pesquisas e publicações científicas, encontram-se vários estudos que


tratam de problemas logísticos funcionais, como roteirização e dimensionamento de frota d e
veículos, localização, dimensionamento e layout de armazéns, seleção de fornecedores etc.
Em contra partida são escassos estudos direcionados à integração das atividades logísticas
na empresa, à quantificação e definição do nível de serviços aos clientes , transportadores e à
integração de todos estes fatores dentro da cadeia logística.

Em outras palavras, a execução das atividades relativas à movimentação de materiais e ao


fluxo de informações, é feita de forma segmentada. Este enfoque fracionado incutid o nas
empresas traz algumas conseqüências nocivas:

 Ciclos logísticos de maior duração.


 Custos logísticos elevados.
 Nível de serviço ao cliente aquém do desejado.

Aliado ao tratamento fracionado dado às atividades logísticas, deve-se destacar a falta de


profissionais que dominem e possuam habilidades para planejar, executar e analisar todas as
atividades de forma integrada.

A logística busca o elo de ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa,


estendendo-se sobre toda a organização desde a aquisição da matéria-prima até a
distribuição do produto ao seu cliente.

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O eficiente gerenciamento da cadeia logística pode ser alcançado através da logística


integrada, a qual consiste no reagrupamento das atividades logísticas em um único processo,
onde se busca a máxima coordenação entre as atividades logísticas, desde a entrada da
matéria-prima, produção até a entrega do produto acabado.

4.2 - O AMBIENTE EMPRESARIAL

As empresas desenvolvem suas atividades no meio de um macroambiente com a qual elas


interagem, o qual condiciona de forma considerável seu funcionamento.

O êxito destas empresas dependerá da sua capacidade em encontrar um ponto de equilíbrio


dinâmico e permanente.

O ambiente não permanece estático ele está em constante mutação de época para época. Se
fosse estabelecida uma comparação com um processo hidrodinâmico para caracterizar o
macroambiente, poderia se distinguir uma mudança de caráter laminar e outra de turbulento

O primeiro caso consiste em um tipo de mudança em que as trajetórias do que está em


movimento se mantêm estáveis com o decorrer do tempo. As previsões são confiáveis, a
demanda é sustentada e o foco passa a ser o volume.

No segundo tipo de mudança, de caráter turbulento, as trajetórias das mudanças não se


mantêm estáveis. A demanda é variável, as previsões tornam-se pouco confiáveis e, por isso,
a necessidade de realizar mais previsões, já que é essencial antecipar-se às mudanças que
irão ocorrer para poder reagir com maior rapidez.

Estas características da mudança do macroambiente condicionam a forma de gerenciar as


empresas. Para que uma empresa possa sobreviver em um ambiente turbulento, precisa
oferecer resultados – em quantidade, variedade, qualidade, preços, prazos – compatíveis
com as necessidades e expectativas dos clientes. Nesse contexto, a logística pode tornar-se
um diferencial competitivo para a empresa.

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Para atingir esses resultados a empresa sofre pressões do ambiente externo com a qual ela
mantem interrelação, como: políticas do governo, infra-estrutura, religioso, cultural,
ecológico, jurídico, sanitário, financeiro.

4.3 - EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

Ela é uma atividade muito antiga, porém experimentou uma grande evolução
principalmente nas últimas décadas, como exemplos têm a II Guerra Mundial e mais
recentemente na Guerra do Golfo em 1991.

A evolução da logística pode ser dividida em três períodos distintos:

1) Antes de 1950
Diferentes áreas eram responsáveis pelas atividades logísticas.
 Transporte era responsabilidade da gerência de produção.
 Estoque era responsabilidade de marketing, finanças ou produção.
 Processamento de pedido era responsabilidade finanças ou produção.

2) Entre 1950-1970
 Ambiente propício para as novidades na área administrativa ocasionando uma
decolagem tanto a nível prático como teórico.
 Ênfase na importância da distribuição física por parte de professores e estudiosos
americanos.
 Mudanças na distribuição física - entregas mais rápidas e minimização de custo de
estocagem.
 Adoção de modelos matemáticos e programação linear, teoria de controle de
estoques e simulação para solucionar problemas logísticos.

3) Entre 1970-1990
 Os princípios básicos amplamente estabelecidos começam a proporcionar benefícios
as empresas.
 Preocupação na geração de lucros e não no controle de custos.
 Competição mundial dos bens manufaturados, a falta de matérias-primas, elevação
do preço dopetróleo e aumento da inflação, filosofia direcionada a gestão dos
suprimentos em vez do estímulo à demanda.

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O tratamento das atividades logísticas nas empresas pode ser classificado em várias fases,
de acordo com o grau de inter-relação existente entre os diversos agentes da cadeia. Esse
relacionamento inicia-se na fase em que a empresa trata os problemas logísticos somente
em sua óptica interna, passa em seguida pelos primeiros rumos à integração empresa-cliente,
progride posteriormente em direção ao tratamento integrado empresas -fornecedores e atinge
a fase da logística integrada

4.4 - FLUXOS LOGÍSTICOS

Os fluxos logísticos podem ser definidos como o mapeamento de todo o processo de


atendimento ao cliente, através de um fluxograma.

O processo de atendimento ao cliente vai desde a emissão do pedido, administração de


vendas, PCP, suprimento, fabricação, armazenagem até a distribuição física.

A redução do “lead-time” deste processo trás benefícios e um melhor serviço,


proporcionando assim uma real vantagem competitiva.
São três os fluxos logísticos:

 Fluxo material - é o mapeamento através de fluxograma, de como fluem as


matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados pelas diversas áreas por
onde passam.
 Fluxo de Informações - são todas as informações adjuntas ao fluxo material e onde
são processadas, também descritas por meio de fluxograma. O fluxo informativo é
que comanda o Fluxo Material.
 Fluxo financeiro - também descrito em um fluxograma, demonstra como são feitos
os pagamentos e cobranças que possibilitam a movimentação fluxo material.

4.5 - CONCEITUAÇÃO DE LOGÍSTICA

O termo logística origina-se no verbo loger que significa alojar. Adotada como estratégia
militar, era responsável pelo: planejamento, transporte, armazenamento e abastecimento das
tropas no campo de batalha.

Logística pode ser conceituada como sendo a atividade responsável pela aquisição,
movimentação, armazenamento, produção e distribuição de produtos até o seu cliente final,
através dos fluxos que os coloca em movimento.

De acordo a maior organização profissional de logística no mundo The Council of Logistic


Management dos Estados Unidos, logística é o processo de planejar, implementar e
controlar o fluxo e armazenagem eficiente e efetivo de matérias-primas, estoques em
processo, produtos finais, serviços e a correspondente informação desde o ponto de origem
até o ponto de consumo, incluindo movimentos de entrada de saída, internos e externos,
para os propósitos e tendo em conta os requerimentos dos cliente.

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de


rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, por meio de
planejamento, organização e controles efetivos para as atividades de movimentação e
armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.

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A logística, portanto, engloba desde a cadeia de suprimentos (supply chain) até a


distribuição física, procurando administrar eficientemente o fluxo material, financeiro e de
informações que os coloca em movimento.

A missão do profissional da área de logística, é portanto, colocar os bens e serviços certos,


no lugar certo, na hora certa, na quantidade certa e nas condições des ejadas, ao menor custo.

A logística empresarial pode ser representada pela seguinte relação:

A logística está presente nos diversos tipos de empresa e para cada o desenho esta tem
funções distintas.

 Empresas transformadoras de matéria-prima em insumos para outras indústrias -


dedicam especial atenção à Logística de suprimento, pois é nessa fase de seu
sistema industrial que se concentram os maiores problemas. A distribuição de seus
produtos é uma operação relativamente mais simples, pois são adquiridos em
quantidades maiores, entregues em menor número de destinos.

 Empresas atacadistas – se caracteriza pelo fato de que os produtos são idênticos aos
insumos, uma vez que não há fabricação, mas apenas comercialização em larga
escala.

 Empresas transportadoras – possui semelhanças com os atacadistas. Recebem


mercadorias diversas numa ponta, e as transportam para destinos diversos. O tempo
de armazenagem é mínimo, apenas durante o curto período necessário para efetuar a
triagem e o despacho.
Certas empresas se especializam em carga fracionada ou parcelada. Nesse caso, o
processo de coleta e distribuição adquire aspecto distinto em termos de frota (tipo de
veículo), roteiros, operações nos depósitos.

 Empresas varejistas – se caracterizam por receber mercadorias concentrada em


grandes lotes, proveniente diretamente das indústrias ou de atacadistas, e
distribuição pulverizada, atendendo aos inúmeros clientes que adquirem os produtos
nas suas lojas. O processo de distribuição de produtos aos clientes é bastante
complexo porque, muitas vezes, envolve veículos especiais, problemas de
roteirização, etc., além de excessivo número de itens para processar, documentar e
coordenar.

 Banco – apesar da automação bancária, a maior parte das transações implica na


emissão de documentos. O próprio cheque, quando é depositado numa conta
corrente, deve chegar à agência do emitente para conferir assinatura, etc. Dessa
forma, a operação bancária exige, com muita freqüência, o transporte de
documentos que deve atender as restrições rígidas de temo (os cheques,
compensados de uma agência devem chegar com tempo suficiente para serem
verificados e retornados à compensação no caso de não terem fundos, quando a
assinatura não confere, etc.).

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Em Logística, tanto o suprimento quanto a distribuição são igualmente importantes. A


maior ênfase num ou noutro dependerá das características de cada empresa.
A logística para alcançar seus objetivos desempenha atividades primárias e de apoio.

4.5.1 - ATIVIDADES PRIMÁRIAS

As atividades primárias são essências para a coordenação e realização da tarefa logística:

Transportes:
 É a atividade logística mais importante, pois nenhuma empresa moderna pode
operar sem movimentar suas matérias-primas ou produtos.
 Encontra problemas financeiros quando há a ocorrência de greves e aumento no
preço dos combustíveis, ocasionando atrasos na entrega e deterioração dos produtos.
 Adiciona valor de lugar ao produto.
 Existem vários modais utilizados para movimentar produtos, tais como: rodoviário,
ferroviário e aeroviário.
 Envolve decisões quanto a escolha de modal, roteirização e utilização da capacidade
do veículo.

Manutenção de estoques:
 Agem como amortecedores entre oferta e demanda.
 Agrega valor de tempo ao produto.
 Produtos mais próximos aos consumidores e/ou fábricas.
 Manutenção de baixos estoques provendo disponibilidade de produtos aos clientes.

Processamento de pedidos:
 Elemento crítico em termos de tempo necessário para levar bens e serviços aos
clientes.
 Refere-se a coleta, verificação e transmissão de informações sobre vendas.
 Atividade que inicializa a movimentação de produto e entrega de serviços.

Este conjunto de atividades formam o ciclo crítico de atividades logísticas, conforme
exposto na figura abaixo.

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4.5.2 - ATIVIDADES DE APOIO

As atividades primárias necessitam de uma série de atividades adicionais que lhes dão apoio.
As atividades de apoio são:

Armazenagem: administração do espaço necessário para manutenção de estoques.


Localização, dimensão da área, layout, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de
atracação e configuração do armazém.

Manuseio de materiais: é uma atividade relacionada a armazenagem. Refere-se à


movimentação do produto no armazém. São problemas importantes: seleção do
equipamento de movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento
da carga de trabalho (formação de pedidos).

Embalagem de proteção: a embalagem de proteção do produto tem o objetivo de garantir


a movimentação sem quebras, além do que também propiciam o manuseio e armazenagem
de forma eficiente.

Obtenção: Trata do fluxo de entrada (suprimento). Refere-se a seleção das fontes de


suprimentos, quantidades a serem adquiridas, programação de compras e a forma pela qual
o produto é comprado.

Programação do produto: A programação trata do fluxo de saída (distribuição). Que


quantidades devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas.

Manutenção de informação: essências para o correto planejamento e controle logístico.


Fornece informações importantes sobre custo e desempenho.

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4.6. A LOGÍSTICA COMO SISTEMA

4.6.1 - ENFOQUE SISTÊMICO DE LOGÍSTICA

Sistema pode ser definido como um conjunto de partes coordenadas que interagem entre si
para realizar um conjunto de finalidades.

Na logística, o enfoque sistêmico é vital. Os setores que se inter-relacionam dentro de uma


empresa, quando um problema logístico surge, são vários e possuem visões diferentes:
marketing, produção, comercialização, transporte, finanças etc. Portanto, os conceitos de
Teoria de Sistemas constituem uma das bases fundamentais da Logística Aplicada.

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Segundo o enfoque sistêmico é muito importante a identificação com clareza das relações
de causa e efeito entre os elementos que constituem o sistema.

A logística numa visão moderna procura rearranjar as atividades existentes na firma de


modo que o gerenciamento seja facilitado. Na fig. 6 a logística ocupa posição intermediária
entre produção e marketing, ela procura criar atividades de interface que facilitem a
otimização entre os elementos que formam o sistema.

Exemplo: A formação de preços ou embalagens são exemplos de atividades administradas


conjuntamente por logística e marketing. A formação de preço tem componentes tanto
geográficos como competitivos. Já compras e programação de produção são exemplos de
áreas de interface entre logística e produção. A produção deve adquirir bens a custo e
qualidade aceitáveis, enquanto a logística se preocupa com a localização das fontes de
suprimentos e os tempos para abastecimento. O setor de compras toma estas decisões. A
programação da produção toma decisões similares. Ela se interessa pela seqüência e
tamanho dos lotes de produção a serem fabricados, enquanto a logística novamente se
preocupa com a localização e os tempos da produção.

Os sistemas apresentam diversas características dentre as quais podem ser destacadas sete.

 O sistema é formado por componentes que interagem.


Os sistemas, sejam eles mais ou menos complexos, são formados por componentes que
se interrelacionam entre si e com o meio ambiente. Os componentes que formam parte
de um sistema – seus subsistemas – não são apenas colocados juntos, numa simples
justaposição de elementos um ao lado do outro. Ao contrário, quanto mais complexo o
sistema, maior a interação entre eles: o funcionamento de um deles resulta, quase
sempre, na participação orquestrada dos demais, ou de boa parte deles.

 Quando o sistema está otimizado, os componentes também o estão.


Não se pode analisar de modo isolado cada componente do sistema e otimizá-lo
separadamente, como se os outros componentes e o conjunto não existissem. Isso
levaria a resultados errôneos e sem conseqüências práticas.

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Para se chegar a sistemas bem projetados, é necessário que seus subsistemas também
estejam otimizados, porém não de forma autônoma, e sim considerando as inter-
relações entre eles.

 Todo sistema tem pelo menos um objetivo.


Os sistemas de alguma forma têm um ou mais objetivos bem definidos, pois o homem,
antes de mais nada, precisa definir claramente o que ele pretende com a sua criação.
No que se refere aos problemas logísticos, a definição dos objetivos, geralmente implica
na compatibilização de metas conflitantes entre diversos setores, como por exemplo :
venda x produção.

 A avaliação do desempenho de um sistema exige medida(s) de rendimento.


As medidas de rendimentos são úteis para nos indicar em que estágio estamos no
processo evolutivo, ou se já alcançamos nosso objetivo. Como medidas de rendimento
temos: nível de serviço, produtividade, qualidade, eficácia, eficiência, etc..

 Sistemas criados pelos homens requerem planejamento.


Como a aplicação do enfoque sistêmico não é fácil, deve ser desenvolvido um
planejamento, seguindo as seguintes etapas:
1. Identificar claramente os componentes (subsistemas), formando uma estrutura
adequada à análise.
2. Considerar cada componente como um sistema.
3. Estabelecer com clareza o objetivo pretendido.
4. Estabelecer as medidas de rendimento do sistema e definir as variáveis que irão
representá-las.
5. Criar alternativas viáveis, envolvendo processos e/ou tecnologias diferentes e
cobrindo uma gama ampla de rendimento.
6. Analisar as implicações de cada alternativa em cada um dos componentes
(subsistemas).
7. Otimizar os subsistemas de forma integrada.
8. Calcular o rendimento e o custo, para cada alternativa, de cada componente ou
subsistema.
9. Integrar os subsistemas de cada uma das alternativas de forma a gerar soluções
consistentes para o sistema.
10. Avaliar as alternativas por meio da relação custo/benefício, custo/nível de
rendimento ou outra metodologia de avaliação econômica.

 A manutenção do nível de desempenho requer controle permanente.


Não basta planejar e implantar bem um sistema. Para garantir seu bom funcionamento
sem perder o seu objetivo e nível de serviço é necessário estabelecer formas de controle.
Para se efetuar o controle, há a necessidade de garantir os objetivos pretendidos, não se
pode deixar os objetivos mudarem conforme as circunstâncias vão se apresentando.
Deve-se atuar sobre as variáveis que influem no rendimento, nos custos e na interação
do sistema com o ambiente externo. Em termos práticos são estabelecidos controle de
qualidade, controle de custos, controle dos prazos de entrega, controle jurídico. Estes
controles servirão como feedback (retroalimentação) no sistema, os quais permitem que
se façam correções de rumo, de forma a garantir os objetivos
desejados.

 Interação do sistema com o ambiente.

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Tudo aquilo em que o responsável pelo sistema (gerente) não pode interferir, faz parte
do ambiente (mundo externo). O ambiente limita o desenvolvimento livre de um
determinado sistema por meio de restrições, normas, premissas etc.
Há restrições reais e fictícias, sendo que as fictícias muito perigosas pois impedem
muitas vezes a evolução e o progresso. O homem sistêmico, trabalhando na área de
logística, deve sempre considerar as restrições externas como fictícias, enquanto
estivem no papel, na cabeça ou na boca dos outros. Esta postura, de supor fictícia até
que se prove em contrário é saudável. As pressões contrárias que se seguirão,
devidamente discutidas e esplanadas, fazem com que o responsável pelo sistema
perceba com segurança as fronteiras do possível, encontrando os verdadeiros limites das
restrições.

4.6.2 - NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO

O nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado.
De acordo com especialistas, o nível de serviço refere-se especificamente à cadeia de
atividades que atendem as vendas, em geral inicia na recepção do pedido e termina na
entrega do produto ao cliente, sendo que em alguns casos, continua com serviços ou
manutenção do equipamento ou outros tipos de apoio técnico.

O nível de serviço está composto dos seguintes fatores: prazo de entrega, avarias na carga,
extravios e reclamações diversas, sendo que cada um destes fatores pode ser medido através
de um indicador.

Há três grupos que estão ligados diretamente ao controle da logística os quais são
classificados de acordo com a venda do produto. Estes são:

Elementos de pré-transação: refere-se a políticas ou programas adotados pela empresa


(por escrito) para a realização de um serviço.

Elementos de transação: são elementos que estão diretamente relacionados aos resultados
obtidos com a entrega do produto ao cliente.

Elementos de pós-transação: correspondem aos serviços realizados após a entrega do


produto que se encontra em uso pelo cliente.

A reunião de todos estes elementos forma o nível de serviço, e os clientes reagem a todo
este conjunto. Se uma empresa não oferecer um bom nível de serviço ao seu cliente,
provavelmente perderá uma grande fatia do mercado.

Um fator muito importante a ser observado é que a medida que a empresa aumenta o seu
nível de serviço o seu custo logístico também tende a aumentar, pois parte-se do
pressuposto que melhores níveis de serviços custam mais caros.

Portanto, deve-se estabelecer patamares de nível de serviço que suportem o serviço logístico,
identificando-se quais os elementos que determinam o serviço e estabelecer medidas que
permitam a administração e planejamento deste serviço.

A partir de pesquisas e teorias disponíveis, foi comprovado que as vendas tender a aumentar
ser o serviço for melhorado além daquele oferecido por fornecedores concorrentes.

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4.6.3 - CUSTOS LOGÍSTICOS

O gerenciamento, controle e minimização dos custos logísticos têm se mostrado cada vez
mais necessário se a empresa quiser competir no mercado.

Um dos grandes desafios da logística está no gerenciamento do binômio custo/nível de


serviço. Isto se deve ao fato de que os clientes têm exigido diariamente melhores níveis de
serviço, entretanto sem querer pagar a mais por isso. Assim o fator preço tem sido o ponto
mais importante em relação ao nível de serviço o qual é considerado como fator secundário,
além de que este deve ser capaz de agregar valor aos seus clientes.

Os seguintes serviços de acordo com a necessidades e características de cada cliente podem


agregar valor:
a) Redução no prazo de entrega de um produto.
b) Disponibilidade de produtos.
c) Confiabilidade na entrega (tempo, n.º de entrega).
d) Entrega do pedido na hora certa.
e) Maior facilidade de colocação do pedido.

Para atenderem a todas estas exigências e manterem-se competitivas no mercado as


empresas têm segmentado seus canais de distribuição e atendimento.
Os principais custos logísticos são:
a) Transporte: roteirização, frota própria ou de terceiros, número e capacidade de veículos e
modo de transporte.
b) Armazenagem e movimentação: número de armazéns, localização, tamanho,
mecanização e automação próprios e ou de terceiros.
c) Processamento de pedidos: automação, informação.
d) Estocagem: estoque básico, estoque de segurança, freqüência de compras, tamanho do
pedido.
e) Custo de produção: programação da produção.
f) Serviço ao cliente: custo da venda perdida.

Assim, a administração integrada de custos logísticos pressupõe “trade-offs”, ou seja, custos


individuais não otimizados para permitir a redução do Custo Total.

4.6.4. LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS

4.6.4.1 - SISTEMA LOGÍSTICO DE SUPRIMENTOS (ADMINISTRAÇÃO DE


MATERIAIS)

A logística de suprimento se refere a relação fornecedor-empresa.

Os suprimentos são o primeiro passo na cadeia logística e também a maior distância até o
consumidor, por isso é a mais afetada pelas variações do mercado e o mais difícil de
sincronizar com a demanda dos consumidores.

Suprimentos são a fonte de todas as matérias-primas, embalagens, componentes e outros


insumos para preencher as necessidades de conversão da logística de produção.

Trata do fluxo de produtos para a firma ao invés de a partir dela. Muitas atividades de
administração de materiais são compartilhadas com a distribuição física.

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Para reduzir os tempos de fornecimento de materiais, receber produtos de melhor qualidade,


reduzir os estoques tanto na empresa quanto no fornecedor, ter produtos disponíveis sempre
que necessário, planejar de forma precisa a produção, é vital integrar os processos da
empresa com os fornecedores e estabelecer relações estreitas e duradouras.

A logística de suprimentos é um subsistema dentro da indústria e seus principais


componentes são:
a) Aquisição da matéria-prima no seu ponto de origem e preparo da mesma para o
transporte.
b) Deslocamento da matéria-prima desde a jazida até o local de manufatura, que
corresponde ao
transporte da mesma.
c) Estocagem da matéria-prima na fábrica, aguardando que os produtos sejam
manufaturados.

As atividades identificadas no canal de suprimento podem ser consideradas fundamentais


para a administração de materiais, pois elas afetam principalmente a economia e a eficácia
do movimento de materiais.
As tarefas mais importantes são:
 Inicialização e transmissão das ordens (pedidos) de compras,
 Transporte dos carregamentos até o local da fábrica.
 Manutenção dos estoques na planta.

Dentre os problemas encontrados na logística de suprimentos podem ser citados a


diversificação da aquisição de matéria-prima. Muitas vezes não é ideal para a indústria ter
apenas um fornecedor, por questões estratégicas.

4.6.4.2 – OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A importância da boa administração de materiais pode ser mais bem apreciada quando os
bens necessários não estão disponíveis no momento correto para atender as necessidades de
produção ou operação.

Boa administração significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências


de operação. Ou seja, o objetivo da administração de materiais é prover o material certo, no
local certo, no instante correto, em condição utilizável ao menor custo possível.

A administração de materiais atende a poucos clientes sendo que as vezes um único,


Enquanto que a distribuição física atende a muitos. O cliente da administração de materiais
é o sistema de operações. Existem duas maneiras deprovidenciar os suprimentos:
 Suprimentos para produção.
 Suprimentos para estoque.

Suprimento para Estoque

Estoques agem como amortecedores entre suprimento e demanda ou, neste caso, entre
suprimento e necessidade de produção. São benéficos ao sistema de suprimento porque
garantem:
 Maior disponibilidade de componentes para a produção.
 Diminuem o tempo para manter a disponibilidade desejada.
 Podem reduzir custos de transporte.

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Para item ser mantido economicamente em estoque, ao invés de ser comprado sob
encomenda, deve geralmente seguir as seguintes características:
 Ser comprado em quantidades maiores ou iguais a um lote mínimo.
 A tabela de preços do fornecedor deve ter desconto por volume.
 Ser de valor relativamente baixo.
 Ser econômico comprá-lo juntamente com outros itens.
 Poder ser usado numa larga variedade de modelos ou produtos.
 Ter tabelas de fretes ou requisitos de manuseio que facilitem a compra em grandes
lotes.
 Ter algo grau de incerteza na entrega ou na continuidade do suprimento.

Suprimento para a produção

Manter em estoque todo material necessário para a produção pode ser ineficiente. Se em
algum dos materiais tiver alto valor individual e puder ser utilizado apenas num número
limitado de modelo e produtos, encomendá-lo diretamente para atender às necessidades de
produção torna-se o modo mais econômico de realizar seu suprimento. Estes materia is
fluem em quantidades pequenas comparadas com os volumes daqueles comprados para
estoques e precisam de maior atenção por parte da administração, como aumentar
comunicações ou acelerar os pedidos.

A idéia de “puxar” peças, materiais e subconjuntos através do canal de suprimento à medida


que haja necessidade operacional, é comum em empresas industriais. Um nome
freqüentemente utilizado para esta técnica é planejamento ou cálculo de necessidades.

Escolha de Fornecedores

Para se realizar a escolha de seus fornecedores é necessário estabelecer um banco de dados


de fornecedores de classe mundial. Para estabelecer este banco de dados podem ser
utilizadas as seguintes fontes: consultoria de especialistas nos diversos ramos de indústria,
federações de indústria, órgãos de classe, câmaras de comércio dos diversos países,
consulados, referências de outras empresas etc.

Uma equipe composta de membros de diversas áreas da empresa (suprimentos, engenharia,


planejamento, custos e logística) vai definir a lista final de fornecedores de classe mundial,
sejam eles locais ou do exterior. Eles serão selecionados segundo critérios estabelecidos
pela equipe. Os critérios são:

 Preço, prazo, quantidade e qualidade.


 Localização geográfica (próxima ao mercado)
 Garantia e assistência técnica.

Um método adotado para a seleção do fornecedor é a medição do desempenho.


De acordo com Ching, estabelece-se pesos para cada critério a ser analisado variando de
acordo com o grau de importância do item conforme as características de cada empresa. O
resultado é uma média ponderada.

O resultado dessa avaliação vai mostrar se o fornecedor está em condições de seguir


fornecendo o material ou se deve ser rejeitado e descontinua seu fornecimento.

A título de exemplo, imaginemos que uma empresa tenha escolhido os seguintes critérios e
aplicado os respectivos pesos para cada um deles:

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 Qualidade: peso 3;
 Prazo de entrega: peso 3;
 Quantidade: peso 2;
 Preço: peso 2;
 Total: peso 10.
Ao final de um período de tempo, o desempenho do fornecedor foi mensurado da seguinte
maneira:
 Qualidade : 98% de lotes aprovados x peso 3 = 2,94;
 Prazo de entrega: 95% de lotes entregues na hora certa x peso 3 = 2,85;
 Quantidade: 100% lotes entregues na quantidade certa x peso 2 = 2,00;
 Preço: 95% das vezes competitivo x peso 2 = 1,90;
 Total: 9,69.

A tabela de graduação dos resultados dessa empresa mostra o seguinte:

 Resultado de 0 a 7 - reprovado
 Resultado de 7,1 a 8 - aprovado
 Resultado de 8,1 a 9 - qualificado
 Resultado de 9,1 a 10 – certificado

Este fornecedor, portanto, pelos resultados obtidos, teria condições de seguir fornecendo
material para a empresa.

Produto Logístico

Uma empresa pode oferecer dois tipos básicos de produto: bens ou serviços.

O produto serviço é composto de intangíveis como: conveniência, distinção e qualidade. Se


o produto oferecido for um bem físico, ele tem atributos físicos, tais como: peso, volume,
forma os quais têm influência no custo logístico.

Os produtos podem ser classificados em bens de consumo e bens industriais.


Os bens de consumo são dirigidos aos consumidores finais e estes podem ser: de
conveniência, de comparação e de uso especial.
Os bens industriais são dirigidos a indivíduos ou organizações que os utilizam para produzir
outros produtos ou serviços. Os bens industriais podem ser: matérias-primas, edifícios,
equipamentos, material de escritório ou serviços administrativos. Outro fator muito
importante a ser considerado é o ciclo de vida do produto que passa por quatro estágios:
introdução, crescimento, maturidade e declínio. A cada fase haverá uma estratégia de
distribuição distinta, e isto deve ser acompanhado e ajustado com máxima eficiência.

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O conhecimento do ciclo de vida permite: antecipar as necessidades de distribuição e o


planejamento com maior brevidade possível.

São características do produto, que influenciam a estratégia de distribuição os seguintes


atributos:

a) Peso-volume (densidade). Este atributo está diretamente relacionado aos custos de


transporte e armazenagem. Para produtos densos os custos de armazenagem e transporte
tendem a serem baixos, enquanto que, para produtos pouco densos a capacidade
volumétrica do modal de transporte é preenchida antes de seus limites de carregamento em
peso ser atingido. Ex.: pisos cerâmicos.

b) Relação valor-peso. O valor do produto que está sendo movimentado e estocado é um


fator muito importante para o desenvolvimento de uma estratégia logística. Custos de
estoques são particularmente susceptíveis ao valor. Quando expressamos o valor com
relação ao peso , algumas compensações óbvias de custos emergem e auxiliam a planejar o
sistema logístico.

c) Substitubilidade. um produto é substituível quando o comprador não percebe muita


diferença entre o produto de uma empresa e de seus concorrentes, caso do “ commodities”.
A logística não tem controle sobre a substitubilidade do produto e trata esta situação como
vendas perdidas, através de alternativas como: transporte, estocagem ou ambas.

d) Características de riscos (periculosidade). são consideradas características de risco:


valor, perecibilidade, flamabilidade, tendência à explosão e facilidade de roubo. Tanto os
custos de transporte como de estoque são maiores em termos tanto absolutos como em
termos de porcentagem do preço de venda, conforme pode se observa na fig. 15. Estas
características implicam em várias restrições ao sistema de distribuição.

Embalagem do produto

“Elemento que protege o que vende, além de vender o que protege”.

A embalagem tem por objetivo oferecer aos produtores uma forma que garanta sua
integridade, facilite a armazenagem e manuseio, ao menor custo possível.

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O embalamento do produto pode ter os seguintes objetivos:


a) Facilitar o manuseio e armazenagem.
b) Promover melhor utilização do equipamento de transporte.
c) Proteger o produto.
d) Promover a venda do produto.
e) Alterar a densidade do produto.
f) Facilitar uso do produto.
g) Prover valor de reutilização para o consumidor.

Nem todos estes objetivos podem ser atingidos mediante a administração logística, porém
alterações na densidade do produto e em sua embalagem protetora pode fazer diferença.

O custo da embalagem pode ser compensado em forma de fretes, custos de estoques


menores e menor número de quebras.

4. 7 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DE PRODUTOS

4.7.1 - O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

A distribuição física torna-se cada vez mais importante na solução de problemas logísticos,
é o ramo da logística que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos
dos produtos finais da firma.

Hoje as empresas têm buscado trabalhar com uma menor quantidade de produtos em
estoque visando à diminuição no custo de armazenagem procurando agilizar o manuseio,
transporte e distribuição de seus produtos.

No caso brasileiro é comum encontrar problemas mais ou menos sérios na distribuição


física de produtos. Este problemas envolvem desde o planejamento (frota, depósitos, coleta,
transferência, distribuição, etc.) e projetos dos sistemas até sua operação e controle.

4.7.2 - CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Existem basicamente dois tipos de mercados:


a) Usuários finais: são aqueles que usam o produto para satisfazer suas necessidades ou para
criar novos produtos.

b) Usuários intermediários: não consomem o produto, revendem-no para outros


consumidores finais.
Ex.: distribuidores, varejistas e usuários finais.
As cadeias de distribuições são canais através dos quais os produtos chegam ao mercado de
consumo, e podem ser:

 Fábrica - consumidor.
 Fábrica – centro de distribuição – consumidor.
 Fábrica – atacado - consumidor.
 Fábrica – varejista – consumidor.
 Fábrica – atacadista – varejista – consumidor.
 Fábrica – centro de distribuição – atacadista – varejista – consumidor.
 Fábrica – operador logístico – consumidor.
 Fábrica – operador logístico – atacadista – varejista – consumidor.
 Venda por catálogo ou correspondência.

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4.7.3 - ESCOLHA DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO

Ao escolher a forma de distribuição a ser utilizada deve-se considerar:


1) Qual serviço de transporte deve ser utilizado para movimentar os produtos a partir da
fábrica? E a partir do armazém?
2) Quais procedimentos de controles a serem utilizados para os itens de inventário.
3) Localização dos depósitos, suas dimensões e quantidades.
4) Quais arranjos para comunicação de pedidos devem existir? E quantas pós -pedido são
necessárias?
5) Qual nível de serviço deve ser providenciado para cada item de produto?
Estas e outras questões devem ser respondidas antes do sistema estar funcionando
eficientemente.

4.7.4 - ADMINISTRAÇÃO EM TRÊS NÍVEIS

A administração da distribuição física é desenvolvida em três níveis:

1. Estratégico: Como deve ser o nosso sistema de distribuição?


 É o desenho do sistema de distribuição em termos mais gerais.
 Responsabilidade da alta administração.
2. Tático: Como o sistema pode ser utilizado da melhor maneira possível?
 É como utilizar os recursos através do planejamento a curto prazo.
 Responsabilidade da média gerência.
3. Operacional: Vamos fazer as mercadorias sair.
 Refere-se as operações tarefas diárias que o gerente de distribuição e funcionários
devem desempenhar para garantir que os produtos fluam através do canal de
distribuição até o último cliente. Para lidar com o problemas existentes na
distribuição física é necessária a compreensão de três conceitos básicos.
 Responsabilidade pessoal de supervisão.

4.8 – O CICLO DE PEDIDO

O ciclo de pedido é o tempo transcorrido entre a colocação de pedido do cliente até a sua
entrega.

Cada evento do ciclo requer um intervalo de tempo para seu término. A soma dos tempos
individuais representa o tempo total para o cliente receber seu pedido. Os elementos
individuais do ciclo de pedido são controlados pelo pessoal de logística através de escolha e
projeto dos métodos de transmissão das ordens, dos níveis de estoque, dos procedimentos
de processamento de pedidos e dos modos de entrega. Como estes s ão diretamente
controlados pelos profissional de logística e como o tempo de ciclo é medido pelo cliente,
eles devem ser considerados fundamentais para estabelecer e controlar o nível de serviço
logístico. Outros fatores como freqüência de visitas de vendedores, restrições de tamanho
de lote, condições de compra e habilidade para consolidação de pedidos, também podem ser
importantes na consideração do nível de serviço, além do ciclo de pedido.

4.8.1 - O SUBSISTEMA ARMAZÉM

Os depósitos e armazéns são importantes, devido ser difícil realizar uma previsão de
demanda que seja precisa.

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Eles funcionam como um ponto de transição de um fluxo para outro, da manufatura a


transferência, ou transferência a distribuição física.

O armazém é visto como uma componente do sistema logístico global. É o local onde se
realizam as atividades de apoio da logística.

Ele é formado pelos seguintes componentes:

Recebimento: refere-se ao processo de descarregamento, conferência e encaminhamento


das mercadorias ao ponto de armazenagem.

Movimentação: é o deslocamento interno da mercadoria dentro do armazém até o ponto


onde esta ficará armazenada.

Armazenagem: a armazenagem forma parte deste sistema e pode ter duração de curto
período de tempo a longo período de tempo.

Preparação de pedidos: local específico do armazém onde as mercadorias que estavam


armazenadas são acondicionadas em caixas, pallets, contêineres ou qualquer outro tipo de
invólucro. Nos invólucros deve haver no lado externo a identificação do destinatário, para
serem encaminhados a plataforma de embarque.

Embarque: refere-se ao embarque propriamente dito da mercadoria pronta para ser


distribuída ou transportada em plataforma apropriada.

Circulação externa e estacionamento: são áreas reservadas dentro da própria empresa


para a carga/descarga de mercadorias.

4.8.2 – RAZÕES DE SE ADOTAR ARMAZÉM

Existem quatro razões básicas para uma empresa utilizar um espaço físico destinado a
armazenagem.
1. Reduzir custos de transporte e produção: ao obter a redução de custos de transportes
pela compensação nos custos de produção e estocagem, os custos totais de fornecimento e
distribuição dos produtos podem ser diminuídos.
2. Coordenação de suprimentos e demanda: Caso de empresas que têm produção sazonal
com demanda por produtos razoavelmente constantes enfrentam o problema de coordenar
seu suprimento com a necessidade de produtos. Problemas causados por oscilações nos
preços de commodities também podem gerar necessidade de armazenagem.
3. Necessidades da produção: a armazenagem pode fazer parte do processo de produção.
Depósitos servem além de guardar os produtos durante a fase de manufatura, também
servem para assegurar a mercadoria até a sua venda, caso de produtos como queijos, vinhos
etc.
4. Considerações de marketing: Para a área de marketing a disponibilidade do produto no
mercado é importante. Permitem entregas mais rápidas, consequentemente melhor nível de
serviço, disponibilidade com efeito positivo nas vendas.

4.8.3 – LOCALIZAÇÃO DOS ARMAZÉNS

A localização dos armazéns deve ser realizada em dois níveis.

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Primeiro nível, localização geográfica, verificar a existência de outros armazéns do sistema


logístico.

Segundo nível , especificação da localização do armazém, se num bairro ou distrito


industrial do município.

Para decidir a localização é envolvido uma série de julgamentos, arte e intuição. Para tanto
se deve seguir uma lista de fatores que possam auxiliar no julgamento do melhor local:
 Leis de zoneamento.
 Atitude da comunidade e do governo local com relação ao depósito.
 Custos para desenvolver e conformar o terreno.
 Custos de construção.
 Disponibilidade de acesso a serviços de transporte.
 Potencial para expansão.
 Disponibilidade, salários, ambiente e produtividade da mão-de-obra local.
 Taxas relativas ao local e à operação do armazém.
 Segurança do local (fogo, furto, inundação, etc.).
 Valor promocional do local.
 Taxas de seguro e disponibilidade de financiamento.
 Congestionamento de tráfego nas redondezas do local.

4.8.4 – DIMENSIONAMENTO DE UM ARMAZÉM

Após determinada a localização do armazém, o próximo passo é determinar o espaço


necessário do edifício. Se o inventário deve ser estocado inteiramente num espaço alugado,
não é necessário nenhum dimensionamento. Se todo estoque deve ser guardado numa
facilidade própria ou alugada, então o espaço requerido deverá atender o nível máximo de
estoque para uma temporada.

Caso seja utilizado espaço alugado com facilidades próprias, o problema será como utilizar
o espaço alugado para atender as necessidades de picos de armazenagem. Isto ocasiona a
utilização eficiente para as facilidades próprias ou alugadas e uso de espaço alugado em
armazéns de terceiros apenas quando necessário.

O dimensionamento ideal do prédio será aquele que dá o custo mínimo para a combinação
dos dois tipos de espaço físico.

4.8.5 - FUNÇÕES DE UM ARMAZÉM

Um armazém tem como principais funções:

Armazenagem: refere-se a guarda do estoque de produtos por períodos de tempos que


podem ser ou longos ou curtos em dependência da reação do mercado.

Consolidação: processo de agrupar diversas cargas parciais provenientes de pontos de


origens diversos para formar um carregamento maior.

Desconsolidação (transferência e transbordo): é o desagrupamento de grandes


carregamentos em pequenos lotes para serem encaminhas aos diferentes clientes.

Agrupamento: um uso especializado para depósitos é o agrupamento de itens de produto.

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Algumas empresas com linha extensa de produtos podem fabricá-las integralmente em cada
uma de suas plantas industriais. Os clientes geralmente compram a linha completa. Podem-
se obter economias de produção pela especialização de cada fábrica na manufatura de uma
parte da linha de produtos, e entregando a produção num depósito, em vez de diretamente
aos clientes. No depósito os itens são agrupados conforme os pedidos realizados. O custo
adicional pode ser compensado pelos menores custos de manufatura, resultantes dos
maiores lotes de produção para menos itens em cada planta.

4.8.6 – TIPOS DE DEPÓSITOS

Uma empresa que necessita de espaço físico para armazenar seus produtos pode optar pela
adoção dos seguintes tipos de depósitos. São elas: depósito próprio, alugar espaço físico,
alugar o depósito e estocar em trânsito. Cada alternativa oferece diferentes níveis de custo,
risco e envolvimento gerencial.

Espaço físico próprio : a maior parte das indústrias e das organizações de serviço possuem
espaço físico próprio para armazenagem em alguma forma. Vantagens: armazenagem mais
barata, maior grau de controle sobre as operações de armazenagem, possessão do terreno,
espaço pode ser convertido para outro uso, o espaço pode servir como base para um
escritório de vendas e outros, produtos que requerem pessoal ou equipamento especializado.

Aluguel de espaço de terceiros: armazéns públicos operam de maneira semelhante aos


transportadores regulares. As taxas de armazenagem são geralmente cotadas para períodos
curtos. Existem muitos tipos de armazéns públicos que oferecem amplo leque de serviços.
Dentre os quais podem ser citados cinco:

1. Armazéns de “commodities”: são aqueles que limitam seus serviços a certos


grupos de
mercadorias-padrão. Especializam-se no manuseio e armazenagem de produtos
como madeira, algodão, tabaco e cereais.

2. Armazéns para granéis: especializados no manuseio e armazenagem d e


produtos granelizados como: produtos químicos, petróleo, etc.

3. Armazéns frigorificados: depósitos refrigerados que servem para guardar


perecíveis além de alguns produtos químicos e farmacêuticos.

4. Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: especializados no


manuseio e armazenagem de bens de uso doméstico e mobiliário. Principais clientes:
empresas que distribuem miudezas de uso caseiro.

5. Armazéns de mercadorias em geral: estes manuseiam diverso leque de itens,


não exigindo as facilidades ou equipamentos especializados dos tipos anteriores.

Aluguel de facilidades: representa um estágio intermediário entre o aluguel de espaço


físico num depósito público (medida de curto prazo) e o compromisso de longo prazo
representado por um depósito próprio. Tem como vantagem a possibilidade de obter
menores taxas do proprietário do espaço físico.

Estoque em trânsito: refere-se ao tempo no qual as mercadorias permanecem nos veículos


de transporte durante sua entrega. Este tipo de armazenagem requer coordenação precisa
com a escolha do modal de transporte. Alternativa atrativa para empresas que tratam com
estoques sazonais e transportes por longas distâncias.

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4.8.7 – RECEBIMENTO DA MERCADORIA

No recebimento são observados os seguintes objetivos:

 Retirada da carga do veículo.


 Conferência da mercadoria.
 Fazer triagem, marcando a zona, região ou box relacionados com o destino.

Devem ser consideradas os seguintes aspectos no estudo desse subsistema:

1. Características da carga a ser descarregada.


2. O equipamento e o pessoal necessário para efetuar a descarga de um veículo padrão.
3. O número, arranjo e dimensões das posições (ou berços) de acostagem dos caminhões na
doca de descarga.
4. A área na doca necessária para conferência, triagem e marcação da mercadoria recebida.

4.8.8 – MANUSEIO DA CARGA

No manuseio da carga, ou seja, na operação de carga/descarga é importante observar o grau


e tipo de utilização. A utilização tem como objetivo agrupar e arrumar a carga em unidades
maiores, como se fossem um paralelepípedo de forma a agilizar o processo.

Os produtos de acordo com suas características podem ser acondicionados em: invólucros
diversificados (caixas de madeira ou papelão, sacas, tambores); pallets ou estrados;
contêineres.

Os pallets são estrados de madeira ou de plástico sobre os quais se arruma a carga, dotados
de abertura na parte inferior para acesso dos garfos das empilhadeiras.
Há muitos tipos de pallets, variando dimensões, material com que é fabricado e forma.

Na fig. é mostrado um pallet com duas entradas e , na fig. (b) é mostrado um pallet com
quatro entradas.

A maioria dos pallets em uso são reutilizáveis. Para isso, devem retornar à origem, ao fim
do processo, isto apresenta alguns inconvenientes. O primeiro problema é o custo do
transporte do estrado vazio, ao retornar ao ponto inicial da cadeia logística. O segundo
ponto negativo é a dificuldade de coordenar e controlar a devolução dos pallets vazios
quando os mesmos são entregues a terceiros junto com a mercadoria.

O conceito de pallets pode ser associado ao de contêiner ou contentor, que é uma caixa
protetora onde a carga é arrumada e transportada. Na fig. (a) é mostrado um pallet contentor
aberto e na fig. (b) um fechado, este tipo de pallet permite acondicionar merc adorias que
não se sustentam quando empilhadas sozinhas.
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Um aspecto importante no uso do pallet é a arrumação da carga no estrado. Uma


Preocupação básica é garantir a estabilidade do conjunto, procurando ao mesmo tempo
aproveitar ao máximo a capacidade do estrado e facilitar a arrumação do mesmo.

Outra forma de unitização muito utilizada hoje é o contêiner. Trata-se de uma caixa fechada,
normalmente de aço ou alumínio, dentro da qual a carga é arrumada. Oferece vantagem no
manuseio, possibilita um elevado grau de segurança (roubos e extravios, redução dos níveis
de quebra). De custo elevado, utilizadas mais nas operações de importação e exportação de
produtos de maior valor agregado.

4.8.9 – DOCA PARA RECEBIMENTO OU DESPACHO DE MERCADORIAS

A doca é constituída geralmente por uma plataforma elevada (cerca de 1,20m do solo), onde
os caminhões encostam de ré, a um ângulo de 90 graus ou 45 graus.

4.8.10 – INTEGRAÇÃO DO RECEBIMENTO E DO DESPACHO

A expedição de mercadorias é o processo inverso do recebimento. Nem sempre há uma


divisão física entre essas duas áreas.

A vantagem de se juntar na mesma doca a recepção e a expedição de mercadorias é:

 Melhor aproveitamento das posições de acostagem de caminhões.


 Melhora as condições da fila de espera, reduzindo os tempos médios e os valores
extremos.
 Separa completamente os fluxos de chegada e de expedição dentro do armazém.

Desvantagem:

 Diminuição da extensão da plataforma, pois nem sempre o fluxo de entrada de


mercadorias coincide com o fluxo de saídas.
 Incompatibilização entre tamanho de veículos e altura da plataforma.

4.8.11 – LAYOUT DAS ÁREAS DE RECEBIMENTO E EXPEDIÇÃO

Ao se desenvolver o layout das áreas de recebimento e expedição do armazém, é importante


analisar inicialmente as plataformas para acostagem dos veículos.

As acostagens podem ser perpendiculares à plataforma (ângulo de 90 graus), ou


diagonalmente, num ângulo de 45 graus ou outro qualquer.

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Na acostagem a 90 graus, a borda da plataforma é formada por uma linha contínua. Este
tipo de solução pode ser utilizado para carga/descarga através da traseira do caminhão.

Quando se tratar de caminhões abertos, o processo de carga/descarga pode ser realizado


tanto pela parte traseira, com pelas laterais.

A acostagem de 45 graus permite acesso tanto pela traseira quanto pela lateral do veículo.
No caso de operação com veículos abertos, esse duplo acesso pode agilizar o processo de
carga/descarga, principalmente quando usadas empilhadeiras.

4.8.12 – O PROCESSO DE DESCARGA DOS VEÍCULOS

A escolha do processo de descarga depende das características da carga e da disponibilidade


de equipamentos e instalações fixas no depósito (principalmente plataformas).

O método mais simples de descarga é o manual, que pode ser feita de formas diversas, tais
como:
a) Cada homem da equipe entra no veículo (plataforma elevada) apanha uma quantidade de
carga sobre a cabeça ou nos braços, deslocando a mercadoria até a área de recepção. Nesse
ponto coloca a mercadoria no piso, num pallet ou num carrinho conforme o caso.

b) É formada uma seqüência linear de indivíduos espaçados uniformemente, desde o


interior do veículo até a área de recepção. O primeiro homem da equipe apanha uma
quantidade da carga, passando-a ao segundo, e assim sucessivamente. O último homem
coloca a carga no ponto designado para recepção da mercadoria.

A escolha de um ou outro método dependerá da quantidade de pessoas disponíveis e das


características da carga. A seleção do método deve ser baseado num estudo de tempos, em
função do tipo de carga, da distância a percorrer, etc.

Outra forma de descarregar o veículo é através de equipamentos. Unidades pesadas,


indivisíveis, podem ser descarregadas por meio de guinchos, guindastes ou pontes rolantes.

O processo mecânico mais utilizado para mercadorias unitizáveis se baseia na empilhadeira.


Arrumando-se as caixas em pallets, procura-se formar conjuntos coesos, com arestas
ortogonais e uniformes, facilitando assim o manuseio por parte das empilhadeiras e
aumentando o rendimento da operação.

4.8.13 - O SISTEMA DE TRANSPORTE

O sistema de transporte pode ser definido como o conjunto de atividades, recursos e


instalações necessárias à movimentação de pessoas, bens ou serviços.

Os principais modais de transportes são identificados a seguir.

Modais de Transporte
Transporte unimodal: caracteriza-se pela utilização de um único modal de transporte
na movimentação da carga.

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 Modo Rodoviário: é o modal mais utilizado no Brasil e atinge praticamente todos


os pontos do território nacional. Utilizado no transporte de produtos manufaturados,
alimentos, bebidas, móveis e utensílios, etc.
Este modo de transporte serve rotas de curta distância de produtos acabados ou
semi-acabados, a sua
carga média de transporte também é menor devido à capacidade. As vantagens no
uso de caminhões são:
a) Serviço porta-a-porta.
b) Freqüência e disponibilidade dos serviços.
c) Velocidade e conveniência no transporte porta-a-porta.
 Modo Ferroviário: É basicamente um transportador lento de matérias-primas
(graneis, carvão, cereais, automóveis, etc) ou manufaturados de baixo valor
agregado para longas distâncias.
a) Formas de serviços: transportador regular e privado.
b) Transporte lento, carga cheia (completa), usado para longas distâncias.
 Transporte hidroviário: este serviço tem sua abrangência limitad a por diversas
razões. Utilizado principalmente no transporte de graneis e produtos de baixo valor.
o Velocidade, mais lento que o ferroviário.
o Condições climáticas influenciam disponibilidade e confiabilidade.
o Usuário deve estar localizado em suas margens ou utilizar outro modal de
transporte combinadamente.
o Custos de perdas e danos são baixos comparado com outros modais.
 Transporte aeroviário: apesar do transporte área ter um custo elevado, a sua
utilização tem aumentado devido a rapidez de entrega que ele possibilita nas
entregas a longa distância. Mais utilizado no transporte de produtos de algo valor
específico ou que tenham exigências de entrega expressa. Exemplo: eletrônicos,
flores, jóias, etc.
o Velocidade grande em longas distâncias.
o Disponibilidade e confiabilidade são boas sob condições normais de
operação.
o Vantajoso em termos de perdas e danos.
 Transporte por dutos: o transporte dutoviário oferece um rol muito limitado de
serviços e capacidades. Utilizado mais para o transporte de produtos líquidos o u
gasosos, tais como: gás natural, petróleo bruto e derivados.
o Sua movimentação é bastante lenta, porém contínua (24 horas por dia e sete
dias da semana).
o É o mais confiável de todos, existem poucas interrupções para causar
variabilidade nos tempos de entrega e as perdas e danos em dutos são
baixíssimos.
 Transporte Multimodal ou Combinado
Caracteriza-se pela utilização de mais de um modal de transporte. Ocorrendo a
movimentação dos produtos através da livre troca de equipamentos entre os diversos
modais. Existem 10 combinações de transporte muldimodal:
a) Ferro-rodoviário.
b) Ferro-hidroviário.
c) Ferro-aeroviário.
d) Ferro-dutoviário.
e) Rodo-aéreo.
f) Rodo-hidroviário.
g) Rodo-dutoviário.
h) Hidro-dutoviário.
i) Hidro-aéreo.

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j) Aero-dutoviário.
k)
Dentro das alternativas de equipamentos mais populares no transporte multimodal está o
contêiner em segundo lugar vêm os pallets.

4.8.14 - TRANSFERÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO (ENTREGA)

Há dois tipos de transporte de produtos: a transferência que é o deslocamento de produtos


entre um ponto de origem e um ponto de consumo.

A distribuição ou entrega, é deslocamento de produtos a partir de um único ponto da rede


(armazém, CD), que servem vários destinos em uma única viagem. Existe casos em que há
a coleta dos produtos a partir de fontes diversas (fábrica, depósitos), levando-os para um
depósito central e a entrega se faz de forma a atender um único cliente por viagem.

Em geral o veículo realiza um roteiro de entregas, visitando vários clientes numa viagem, a
partir de um armazém ou centro de distribuição. Os roteiros de entregas podem ser:

Regionais – quando servem cidades de uma certa região.


Urbanos – quando o veículo visita uma determinada parte da cidade.

O processo de coleta de mercadorias é o inverso ao da entrega: a partir de dois ou mais


pontos de origem são apanhados os produtos, que vão para um depósito ou armazém para
triagem, transferência e/ou distribuição.

O Transporte e o Meio Externo

A interação com o ambiente influencia o transporte tanto na origem como no destino, e


portanto, requerem atenção especial, tais como:

Atrasos na viagem: os atrasos na viagem podem ser ocasionados por: quebra de veículos,
consolidação da carga, problemas climáticos, greves e paralisações, etc.

Oscilações nos prazos de entrega: decorrentes de oscilações nos roteiros de entregas;


deficiências na programação ou demora na recepção de mercadorias; deficiências nas
operações do depósito, armazém ou centro de distribuição.

Políticas de estoque: à medida que as características do subsistema transporte varia, ocorre


alterações nos níveis de estoque.

Avarias na carga e na descarga: É nas pontas (carga e descarga) que esse tipo de
problema ocorre, decorrente da manipulação da mercadoria. Os problemas podem ser
reduzidos através do uso de veículos adequados, unitização da carga (pallets e contêineres),
melhor capacitação do pessoal , uso de equipamentos apropriados. etc.

Necessidade de equipamentos especiais para carga e descarga: Certos tipos de produtos


requerem equipamentos especiais para seu manuseio na carga e descarga. A escolha de
equipamentos adequados para o transporte de produtos específicos é de grande importância
para se atingir um nível de serviço satisfatório no que se refere ao sistema logístico.

Escolha do Modal de transporte

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A decisão da escolha do modal a ser adotado pela empresa deve levar em consideração os
seguintes pontos:
 Produto fabricado pela empresa: que tipo de produto a empresa fabrica, é um
produto de alto valor agregado ou de baixo valor agregado?
 Periodicidade de entrega: com qual o prazo de entrega eu trabalho com os meus
clientes?
 Localização geográfica do cliente: onde estão localizados os meus principais
clientes?
 Avarias na carga: que tipo de avaria poderia ser causado ao meu produto se eu
escolhesse um modal errado?
 Frota própria ou de terceiro: é mais vantajoso manter uma frota própria para realizar
a entrega dos produtos ou contratar alguma empresa especializada na área? No caso
da contratação de terceiros com quem posso obter referências sobre seu serviço?
 Custo de transporte: qual a melhor alternativa em custo? Nem sempre a que tem o
menor custo é efetivamente a melhor alternativa.
 Capacidade do modal: qual a capacidade máxima que pode ser transportada em cada
modal.
 Que distância será percorrida e qual será o tempo de ciclo gasto neste percurso?

Administração de Tráfego

A administração de tráfego ou de transportes tem como responsabilidade garantir, todos os


dias, que as operações de transporte sejam executas eficaz e eficientemente.

Para atingir seus objetivos é necessária a seleção do transportador que pode ser através de
terceiros ou por frota própria.

Os principais pontos a serem considerados para a escolha são: custo, desempenho e


flexibilidade do serviço.

Administração do transporte contratado de terceiros

Ao optar pela administração do transporte através de terceiros é importante considerar os


seguintes pontos:

Negociação de fretes: na negociação dos fretes existem quatro ocasiões típicas


onde fretes menores podem ser negociados com a transportadora. Quando existe
competição com outros modos, quando os produtos são semelhantes (o frete é
negociado em termos de peso, volume, fragilidade e risco) e quando existe maior
volume de carga
(permite diminuição nas taxas de frete).

Auditoria da cobrança de fretes: deve-se estar atento e fazer conferência de faturas


de fretes para verificar se não houve alteração no valor do frete contratado. A
auditoria inclui a verificação de pagamentos duplicados para transportadores, para
evitar o pagamento em duplicidade no ponto de origem e no ponto de entrega.

Monitoração e serviço expresso: a monitoração é um serviço oferecido por


transportadores regulares para seus usuários que através de redes de computadores
permitem localizar e informar a situação do veículo em trânsito. 0 Serviço expresso
é utilizado quando há a necessidade de se movimentar um carregamento mais
rapidamente no canal de suprimento ou distribuição física.

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Disciplina: Administração da Produção
Professor: Tom C. Bonfim

Pequenas cargas: a consolidação de pequenas cargas é uma alternativa utilizada


para redução do frete.

Transporte Próprio

Uma empresa pode adquirir meios de transportes através da compra ou do leasing (aluguel)
de equipamentos.

O gerente de tráfego tem como preocupação decisões referente a utilização da frota que
fazem parte do dia-dia, tais como: rota ou plano de viagem, roteirização e programação de
veículos, despacho de veículos, seqüenciação de roteiros, balanceamento de viagens com e
sem carga.

Plano ou rota de viagem: montar o melhor plano ou rota de viagem é um trabalho


que pode ser realizado manualmente (se não envolver muitas rotas viáveis) ou
através de técnicas matemáticos programáveis em computadores.
 Os pontos de parada ou entrega são previamente conhecidos.
 Utilização do método do caminho mais curto, através de cálculo
manual ou por meio de computadores.
 Outro ponto importante é que a rota pode envolver vários pontos de
origens e destinos.
 Determinação do número de veículos envolvidos, sua capacidades
 Pontos de parada para coleta ou entrega em cada roteiro por um dado
veículo.
 Seqüência de paradas de entrega e coleta.

Despacho de veículos: os volumes e as paradas não são conhecidas antes de


determinar a programação. Atividades como táxis, veículos dos correios que fazem
entrega e coleta e viaturas policiais. Problema, capacidade de direcionar os veículos
à medida que a demanda ocorre. Uma maneira de fazê-lo é dirigir os veículos à
parada mais próxima adequada às suas necessidades.

Seqüenciamento de roteiros: possibilita minimizar o tempo ocioso no programa e


a quantidade de veículos necessária.

Balanceamento de viagens com e sem carga: é a concientização da melhor


utilização do modal utilizando a viagem de retorno, evitando viagens de ida sem
retorno de carga.

4.8.15 – CUSTOS DE TRANSPORTES

Uma primeira divisão dos custos se dá em função de sua relação com a operação.
São elementos que formam o custo do transporte rodoviário de cargas:

a) Custos diretos e indiretos


Custos diretos são aqueles que se relacionam diretamente com a função produtiva a qual, no
caso, se confunde com a função de transportar. São eles:
 Depreciação do veículo.
 Remuneração do capital.
 Salário e gratificações de motoristas e ajudantes.
 Cobertura de risco (seguro ou auto-seguro).
 Combustível.

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Disciplina: Administração da Produção
Professor: Tom C. Bonfim

 Lubrificação.
 Pneus.
 Licenciamento.
Todas essas despesas estão diretamente relacionadas com a atividade produtiva, ou seja,
com a operação propriamente dita.

Existem atividades que não se relacionam diretamente com a produção/operação. Por


exemplo, a contabilidade da empresa, o setor de pessoal, a administração de uma maneira
geral. Os custos dessasatividades são denominados de custos indiretos, variam de empresa
para empresa em relação a vários fatores, tais como: tamanho, estrutura empresarial, etc.

Cerca de 85%, ou mais, do custo operacional do transporte rodoviár io de carga corresponde


aos custos diretos, com os custos indiretos respondendo pelos restantes 15% (ou menos).

b) Custos variáveis
Os custos variáveis podem ser subdivididos em custos fixos e variáveis. No caso do
transporte rodoviário de carga a variável operacional de referência é a distância percorrida
do veículo, medida através da quilometragem registrada no hodômetro.
Os custos variáveis são os seguintes:
 Combustível
 Lubrificação
 Manutenção
 Pneus

c) Custos fixos.
Os custos fixos são:
 Depreciação
 Remuneração do capital
 Salários e obrigações do motorista e ajudante
 Cobertura do risco

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