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Poder Judiciário

JUSTIÇA FEDERAL
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RECURSO CÍVEL Nº 5013068-66.2018.4.04.7108/RS


RECORRENTE: CARLITO DARCY KLEIN (AUTOR)
ADVOGADO: DINAIR TERESINHA FAGUNDES DOS SANTOS (OAB RS064672)
ADVOGADO: SERGIO ALVES DOS SANTOS (OAB RS098437)
ADVOGADO: HUGO WEBER (OAB RS043939)
ADVOGADO: RAFAEL FAGUNDES DOS SANTOS (OAB RS112317)
RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (RÉU)

DESPACHO/DECISÃO

Agravo em Recurso Extraordinário

Considerando as alterações promovidas pelo Novo CPC, o procedimento relativo


aos agravos, no momento, é o seguinte:

- da decisão que rejeita o recurso extraordinário com base em decisão proferida em sede de
repercussão geral, cabe o agravo interno do art. 1.021 do NCPC;

- da decisão que rejeita o recurso extraordinário por fundamento diverso, cabe agravo para
o STF (1.042 NCPC).

- da decisão de sobrestamento determinada com base em tema da repercussão geral, cabe o


agravo interno do art. 1.030, parágrafo 2º, do NCPC;

Verifico que a parte autora não observou as determinações legais e interpôs


agravo incompatível com o motivo do indeferimento do recurso, o que caracteriza erro
grosseiro, traduzindo-se no afastamento do princípio da fungibilidade recursal, conforme
jurisprudência do STJ e STF:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INTERPOSIÇÃO CONTRA


DECISÃO PUBLICADA NA VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. IMPUGNAÇÃO DOS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA (CPC/2015, ART 932, III). NECESSIDADE. 2.
PARTE DO RECURSO ESPECIAL NÃO ADMITIDA NA ORIGEM PORQUE AS MATÉRIAS
FORAM JULGADAS SEGUNDO O RITO DO ART. 543-C DO CPC: TAXA DE JUROS
REMUNERATÓRIOS CONTRATADOS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. NÃO
CABIMENTO DO AGRAVO NESSES PONTOS (CPC/2015, ART. 1.042). 3. PREVISÃO
LEGAL EXPRESSA. ERRO GROSSEIRO. CARACTERIZAÇÃO. 4. RECURSO
CONHECIDO APENAS QUANTO À ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC/73.
MÉRITO. AFASTAMENTO. 5. AGRAVO PARCIALMENTE CONHECIDO PARA, NESSA
EXTENSÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. MAJORAÇÃO DOS
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 85, §§ 8º E 11, DO CPC/2015.

1. Com o advento do Código de Processo Civil de 2015 passou a existir expressa previsão
legal no sentido do não cabimento de agravo contra decisão que não admite recurso
especial quando a matéria nele veiculada já houver sido decidida pela Corte de origem em
conformidade com recurso repetitivo (art. 1.042, caput). Tal disposição legal aplica-se aos
agravos apresentados contra decisão publicada após a entrada em vigor do Novo CPC, em
conformidade com o princípio tempus regit actum.

2. A interposição do agravo previsto no art. 1.042, caput, do CPC/2015 quando a Corte de


origem o inadmitir com base em recurso repetitivo constitui erro grosseiro, não sendo mais
devida a determinação de outrora de retorno dos autos ao Tribunal a quo para que o aprecie
como agravo interno.

3. Não se configura ofensa ao art. 535 do CPC/73 quando o Tribunal de origem, embora
rejeite os embargos de declaração opostos, manifesta-se acerca de todas as questões
devolvidas com o recurso e consideradas necessárias à solução da controvérsia, sendo
desnecessária a manifestação pontual sobre todos os artigos de lei indicados como violados
pela parte vencida.

4. Agravo parcialmente conhecido para, nessa extensão, negar provimento ao recurso


especial, com majoração dos honorários advocatícios, na forma do art. 85, §§ 8º e 11, do
CPC/2015.

(AREsp 959.991/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,


julgado em 16/08/2016, DJe 26/08/2016)

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.


APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM (ART. 543-B DO CPC). INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO PREVISTO NO ART. 544
DO CPC. NÃO CABIMENTO. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL.
DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM PARA JULGAMENTO DO
RECURSO COMO AGRAVO INTERNO. CABIMENTO SOMENTE PARA OS RECURSOS
INTERPOSTOS ANTES DE 19/11/2009. CONFIGURAÇÃO DE ERRO GROSSEIRO.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – A jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido do não cabimento do agravo previsto no art.
544 do Código de Processo Civil para atacar decisão a quo que aplica a sistemática da
repercussão geral (AI 760.358-QO/SE, Rel. Min. Gilmar Mendes). II – Inaplicável o
princípio da fungibilidade recursal para se determinar a conversão do presente recurso em
agravo regimental a ser apreciado pela origem, porquanto esta Corte fixou o entendimento
de que após 19/11/2009, data em que julgado o AI 760.358-QO/SE, a interposição do agravo
previsto no art. 544 do CPC configura erro grosseiro. III – Agravo regimental a que se nega
provimento.

(ARE 875527 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI (Presidente), Tribunal


Pleno, julgado em 25/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-244 DIVULG 02-12-2015
PUBLIC 03-12-2015)

Assim, não conheço do agravo interposto.

Agravo em Pedido de Uniformização Nacional

Negado seguimento ao pedido de uniformização nacional, a parte recorrente


interpôs agravo(s).

Mantenho a decisão pelos seus próprios fundamentos.

Remetam-se os autos à TNU.

Cumpra-se.

Documento eletrônico assinado por PAULO PAIM DA SILVA, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei
11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 710010346386v3 e do código CRC 63fa26a9.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): PAULO PAIM DA SILVA
Data e Hora: 20/2/2020, às 15:14:54

5013068-66.2018.4.04.7108 710010346386 .V3

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