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Ai mia senhor, lume dos olhos meus!

Sozinho
Fernán Fernández Cogominho Caetano Veloso

Ai mia senhor, lume dos olhos meus! Às vezes no silêncio da noite


U vos non vir, dizede-mi, por Deus, Eu fico imaginando nós dois
que farei eu, que vos sempre amei? Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois
Pois m'assí vi, u vos vejo, morrer,
u vos non vir, dizede-m'ũa ren: Por que você me deixa tão solto?
que farei eu, que vos sempre amei? Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho
Eu, que nunca outren soubi servir
senón, senhor, vós e, u vos non vir, [...]
que farei eu, que vos sempre amei?
Só abro pra você, mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela de repente me ganha?
Explicação: Na cantiga trovadoresca, vemos o
eu-lírico em grande sofrimento, sem saber o [...]
que fazer com a falta de sua amada (“que farei
eu, que vos sempre amei?”), da mesma forma Ou você me engana
que o eu-lírico atual sente falta de sua amada e Ou não está madura
se vê diante de grande solidão (“Tô me Onde está você agora?
sentindo muito sozinho”). O eu-lírico atual fala
de como a amada é única (“Só abro pra você,
mais ninguém”), do outro lado, o eu-lírico
trovadoresco fala que não sabe servir a outra
além de sua amada (“Eu, que nunca outren
soubi servir”). Em ambas poesias vemos a
busca da amada: “Onde está você agora?” / “U
vos non vir”.
A meu amigo, que eu sempr'amei Vingança
Joán Garcia Lupicínio Rodrigues

[..] Eu gostei tanto


Tanto quando me contaram
Sab'ora Deus que no meu coraçón Que a encontraram
nunca ren tiv'eu eno seu logar Bebendo e chorando
e foi-mi ora fazer tan gran pesar, Na mesa de um bar
mais eu, sandía, que lhe fiz entón? [...]
Non soub'eu al en que me del vengar,
senón chorar quanto m'eu quis chorar. O remorso talvez seja a causa
Do seu desespero
(Deus sabe disso no meu coração [...]
Eu nunca tive nada no seu lugar Mas, enquanto houver força no meu peito
e agora era minha grande tristeza, Eu não quero mais nada
mas eu, sandía, o que fiz com ele então? E pra todos os santos
Eu não sabia onde me vingar, Vingança, vingança
mas chorar tanto quanto eu queria chorar.) Clamar
[...]
Explicação: Na cantiga trovadoresca, vemos o
eu-lírico falando que nunca teve nada em seu
lugar (“nunca ren tiv'eu eno seu logar”), que
se completa com o eu-lírico atual, que fala:
“O remorso talvez seja a causa do seu
desespero”. Vemos o sentimento de choro e
de vingança presente em ambas poesias,
sublinhados acima.
De vós, senhor, quer'eu dizer verdade Lá vem o alemão
Pero Larouco Mamonas Assassinas

De vós, senhor, quer’eu dizer verdade [...]


e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade O amor é uma faca de dois legumes
de quantas outras eno mundo sei; A luz anal de um vaga-lume
assi de fea come de maldade Que ilumina o meu sofrer
nom vos vence oje senom filha dum rei Eu ainda sinto o seu perfume
[Eu] nom vos amo nem me perderei, Um cheirinho de estrume
u vos nom vir, por vós de soidade Não ta fácil de te esquecer
Toda vez que eu lembro de você
[...] Me dá vontade de bater, te espancar
Oh meu amor
(Sobre vós, senhora, eu quero dizer Só Porque ele é lindo, loiro e forte
verdade Tem dinheiro e um Escort
e não já sobre o amor que tenho por vós: Como modess você me trocou
senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no [...]
mundo
tanto na feiúra quanto na maldade Explicação: Em ambas poesias, o autor
não vos vence hoje senão a filha de um não revela o nome à quem os versos se
rei dirigem. Ambas falam mal de sua
Eu não vos amo nem me perderei mulher: “senhor, bem [moor] é vossa
de saudade por vós, quando não vos vir.) torpicidade” / “Eu ainda sinto o seu
perfume; Um cheirinho de estrume”. Na
cantiga trovadoresca o autor fala que não
sentirá saudade (“u vos nom vir, por vós
de soidade”), já na música atual, o autor
fala que nem consegue lembrar da mulher
(“Toda vez que eu lembro de você
Me dá vontade de bater, te espancar”).
Conhocedes a donzela Renata
Afonso Sanches Latino

Conhocedes a donzela Num golpe de olhar


por que trobei, que havía Ganhou meu coração
nome Dona Biringela? Mas eu não imaginava
Vedes camanha perfía A decepção...
e cousa tan desguisada:
des que ora foi casada, Por ela fui fiel
chaman-lhe Dona María. Tão cego eu fiquei
Que no "night" e futebol
[...] Amigos eu deixei

(Você vê camanha perfumada e uma coisa Foi irracional


tão disfarçada: desde que ela era casada, O que ela fez
chamam-na dona Maria.) Mas vou deletar
Sua insensatez

Renata, ingrata
Trocou o meu amor
Por uma ilusão
Renata, ingrata
Quem planta sacanagem
Explicação: Ambas poesias revelam o nome Colhe solidão
da pessoa (Dona María/Renata). Na cantiga
trovadoresca, o autor fala da infidelidade de Até prá namorar
Dona María (“des que ora foi casada”) e na A bela foi atriz
música atual, o autor também fala da Fingindo que eu era
infidelidade de Renata (“Trocou o meu O que ela sempre quis
amor; por uma ilusão”)
[...]

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