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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA

SUSPENSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA 687/BA


RELATOR: MINISTRO PRESIDENTE
REQUERENTE: MUNICÍPIO DE SENTO SÉ

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ADVOGADOS: HELDER LUIZ FREITAS MOREIRA E OUTRO(A/S)

:42 P 6
REQUERIDO: RELATOR DO PROCESSO Nº 1035470-12.2020.4.01.0000 DO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

:22 ST
INTERESSADO: EDNALDO DOS SANTOS BARROS
ADVOGADO:
INTERESSADO:
15 -57
MAGNO ISRAEL MIRANDA SILVA
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
0 - 21

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PARECER AJC/PGR Nº 368580/2020
02 6.2
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SUSPENSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA.


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CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
IMPROBIDADE. SUSPENSÃO DOS DIREITOS
POLÍTICOS. DECISÃO QUE IMPRIMIU EFEITO
Em po

SUSPENSIVO A AGRAVO EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO E SUSPENDEU A
sso

PENALIDADE APLICADA. TEMA NÃO


IMPUGNADO NAS RAZÕES RECURSAIS.
pre

TRÂNSITO EM JULGADO DA PENALIDADE.


GRAVE RISCO DE LESÃO À ORDEM PÚBLICA
Im

CARACTERIZADO. PARECER PELO


DEFERIMENTO DO PEDIDO DE SUSPENSÃO.
1. É competente o Supremo Tribunal Federal para
conhecer de pedido de contracautela em face de
decisão proferida pelo Vice-Presidente do TRF da 1ª
Região para suspender os efeitos de acórdão que
impôs a agente condenado por ato de improbidade
administrativa a penalidade de suspensão dos seus
direitos políticos.

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2. A competência para dispor sobre concessão de


efeito suspensivo a recurso extraordinário
devolvido à origem para aplicação da sistemática da

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repercussão geral é do Tribunal de origem, nos

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termos do que já decidido pelo Supremo Tribunal
Federal (entendimentos 634 e 635 da Súmula do

:22 ST
STF).
3. Há risco à ordem e ao interesse públicos na
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decisão que suspende os efeitos de acórdão
condenatório à suspensão dos direitos políticos de
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agente condenado pela prática de improbidade
administrativa, de forma a permitir sua participação
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nas eleições do corrente ano, quando referida


penalidade não é objeto de questionamento no
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recurso extraordinário pendente de julgamento,


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havendo transitado em julgado.


: 1 r: 00

– Parecer pelo deferimento do pedido de


contracautela.
Em po
sso

Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente Luiz Fux,


pre
Im

Trata-se de pedido de suspensão formulado pelo Município de

Sento Sé contra a decisão do Vice-Presidente do Tribunal Regional Federal da

1ª Região que concedeu efeito suspensivo ao agravo em recurso

extraordinário interposto pelo ex-Prefeito Ednaldo dos Santos Barros de

forma a suspender o acórdão que o condenou por ato de improbidade

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administrativa, no ponto em que determinou a suspensão dos seus direitos

políticos.

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Segundo informa o Município requerente, o ex-Prefeito Ednaldo

:22 ST
dos Santos Barros foi condenado por atos de improbidade administrativa, em

decorrência do desvio de recursos públicos vinculados a convênio firmado


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entre o Município de Sento Sé e a Companhia de Desenvolvimento do Vale
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do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF). Referido convênio fora firmado
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para viabilizar a perfuração e a instalação de 20 (vinte) poços artesianos no


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semiárido nordestino, a fim de mitigar os efeitos da seca, e tinha o valor


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histórico de R$ 237.500,00 (duzentos e trinta e sete mil e quinhentos reais).


: 1 r: 00

Em razão da não prestação de contas sobre o convênio pelo ex-


Em po

Prefeito, o Tribunal de Contas da União instaurou procedimento de tomada


sso

de contas especial, ultimando em decisão condenatória, que determinou a


pre

devolução integral dos valores repassados em razão do referido convênio,


Im

devidamente atualizados, o que, contudo, não foi cumprido pelo ex-gestor.

Foi então ajuizada ação de improbidade administrativa pelo

Ministério Público Federal contra o ex-Prefeito, que importou na sua

condenação, pelo juízo de primeiro grau, nas seguintes sanções: (i) perda da

função pública e suspensão dos direitos políticos por cinco anos; (ii)

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pagamento de multa no valor de R$ 95.000,00; (iii) proibição de contratar com

o Poder Público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,

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direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual

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seja sócia majoritária, pelo prazo de cinco anos.

:22 ST
Em grau de recurso, o TRF da 1ª Região deu parcial provimento à
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apelação tão somente para alterar a dosimetria das penas, reduzindo o valor
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da multa aplicada, mas mantendo as demais condenações, inclusive a
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suspensão dos direitos políticos. Seguiram-se embargos de declaração, que


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foram desprovidos.
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Interpostos recursos especial e extraordinário, foram inadmitidos, e

sobrevieram agravos para as Cortes Superiores.


Em po
sso

No STJ, o agravo em recurso especial, bem como o agravo interno


pre

que se seguiu e os posteriores embargos de declaração não foram conhecidos,

tendo já operado o trânsito em julgado das referidas decisões.


Im

No STF, o então Presidente Dias Toffoli determinou a devolução

dos autos ao tribunal de origem para aplicação da sistemática da repercussão

geral.

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Retornando os autos ao TRF da 1ª Região, o ex-Prefeito formulou

pedido cautelar, do que o Vice-Presidente da Corte concedeu efeito

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suspensivo ao recurso “para sustar os efeitos do acórdão recorrido no que toca as

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condições de inelegibilidade até o julgamento final do agravo em recurso

:22 ST
extraordinário”.

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Alega o Município a ocorrência de grave risco de lesão à ordem
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pública, pois a atribuição de efeito suspensivo ao recurso frustra, ainda que
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de forma mediata, a execução provisória da condenação imposta ao ex-


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Prefeito, bem como foi proferida por juízo incompetente, nos termos do art.
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26-C da Lei Complementar 64/90.


: 1 r: 00

Sustenta, também, a existência de grave risco à normalidade


Em po

institucional do Município, na medida em que ele “pode vir a ser governado por
sso

sujeito inelegível e com direitos políticos suspensos, situação que evidentemente o


pre

torna incompatível para o cargo”.


Im

Defende a ocorrência de trânsito em julgado da pena de suspensão

de direitos políticos por não ter sido essa questão objeto dos recursos especial

e extraordinário interpostos.

Faz referência à manifestação desta Procuradoria-Geral da

República proferida na SL 628/SP.

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Invoca a jurisprudência da Corte, no que se refere à aplicação da Lei

da Ficha Limpa, declarada constitucional, e que consigna que não se exige o

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trânsito em julgado da condenação para a aplicação da inelegibilidade ao

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agente político.

:22 ST
Ednaldo dos Santos Barros manifestou-se nos autos, requerendo o
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indeferimento do pedido do Município de Sento Sé, sustentando a
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ilegitimidade processual do autor para a presente providência, bem como a
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utilização deste instrumento suspensivo para favorecer interesse político da


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atual Prefeita, na qualidade de candidata à reeleição.


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: 1 r: 00

Vieram os autos à Procuradoria-Geral da República para parecer.


Em po

Eis, em síntese, o relatório.


sso

Preliminarmente, a matéria discutida na ação originária evidencia a


pre

competência do Supremo Tribunal Federal para examinar o presente pedido


Im

de suspensão, uma vez que o seu fundamento é de índole constitucional,

envolvendo discussão acerca do art. 37, § 4º, da Constituição Federal, que

dispõe sobre os atos de improbidade administrativa e as respectivas sanções

cabíveis.

Dito isso, há de se consignar que o deferimento dos pedidos de

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suspensão de segurança, de liminar e de tutela provisória tem caráter

notoriamente excepcional, sendo imprescindível perquirir a potencialidade

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de a decisão concessiva ocasionar lesão à ordem, segurança, saúde e

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economia públicas, não cabendo, nesta sede, em princípio, a análise do

:22 ST
mérito.

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Essa Suprema Corte, entretanto, fixou orientação no sentido de ser
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possível um juízo mínimo acerca da matéria de fundo analisada na origem
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para concluir-se pela viabilidade ou inviabilidade da suspensão da decisão


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concessiva.
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: 1 r: 00

A temática discutida na origem envolve decisão do Vice-Presidente

do TRF da 1ª Região que imprimiu efeito suspensivo a agravo em recurso


Em po

extraordinário, suspendendo, até o julgamento final do recurso, a penalidade


sso

de suspensão dos direitos políticos aplicada a ex-prefeito condenado em


pre

primeira e segunda instâncias pela prática de atos de improbidade


Im

administrativa.

Primeiramente, há de se analisar a suposta ofensa à ordem pública

pela incompetência do Vice-Presidente do TRF da 1ª Região para proferir a

decisão impugnada.

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O requerente sustenta que, em virtude do disposto no artigo 26-C

da LC 64/90, caberia ao Supremo Tribunal Federal conferir efeito suspensivo

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ao recurso extraordinário interposto.

:42 P 6
:22 ST
Conforme se extrai dos autos, o recurso extraordinário de que ora

se trata (ARE 1.235.898/BA) foi devolvido por esta Corte ao Tribunal de


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origem para aplicação da sistemática da repercussão geral, o que transfere à
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Corte regional a competência para dispor sobre eventual pedido de concessão
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de efeito suspensivo ao recurso.


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É pacífico o entendimento nesta Corte Suprema de que enquanto


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: 1 r: 00

sobrestado na origem, para aplicação da sistemática da repercussão geral,

cabe às Presidências e Vice-Presidências dos respectivos Tribunais examinar


Em po

eventuais pedidos cautelares, como assentado nos seus entendimentos


sso

sumulados 634 e 635.


pre

Esse entendimento alcança, inclusive, os recursos que já tenham


Im

sido enviados ao STF e posteriormente tenham sido devolvidos aos Tribunais

de origem para sobrestamento segundo a sistemática da repercussão geral. É

o que dispõe a Questão de Ordem na Ação Cautelar 2.177, verbis:

QUESTÃO DE ORDEM. AÇÃO CAUTELAR. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. PEDIDO DE CONCESSÃO DE EFEITO
SUSPENSIVO E O SOBRESTAMENTO, NA ORIGEM, EM

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FACE DO RECONHECIMENTO DE REPERCUSSÃO GERAL


PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ARTIGOS 543-B, § 1º,
DO CPC, E 328-A, DO RISTF. SÚMULAS 634 E 635.

7
JURISDIÇÃO CAUTELAR QUE DEVE SER PRESTADA PELOS

8
:42 P 6
TRIBUNAIS E TURMAS RECURSAIS A QUO, INCLUSIVE
QUANTO AOS RECURSOS ADMITIDOS, PORÉM

:22 ST
SOBRESTADOS NA ORIGEM.
1. Para a concessão do excepcional efeito suspensivo a recurso

15 -57
extraordinário é necessário o juízo positivo de sua admissibilidade no
tribunal de origem, a sua viabilidade processual pela presença dos
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pressupostos extrínsecos e intrínsecos, a plausibilidade jurídica da

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pretensão de direito material nele deduzida e a comprovação da
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urgência na pretensão cautelar. Precedentes.


2. Para os recursos anteriores à aplicação do regime da repercussão
1/2 .05

geral ou para aqueles que tratem de matéria cuja repercussão geral


ainda não foi examinada, a jurisdição cautelar deste Supremo
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: 1 r: 00

Tribunal Federal somente estará firmada com a admissão do recurso


extraordinário ou, em caso de juízo negativo de admissibilidade, com
o provimento do agravo de instrumento, não sendo suficiente a sua
Em po

simples interposição. Precedentes.


3. Compete ao tribunal de origem apreciar ações cautelares, ainda
sso

que o recurso extraordinário já tenha obtido o primeiro juízo positivo


de admissibilidade, quando o apelo extremo estiver sobrestado em
pre

face do reconhecimento da existência de repercussão geral da matéria


constitucional nele tratada.
Im

4. Questão de ordem resolvida com a declaração da incompetência


desta Suprema Corte para a apreciação da ação cautelar que busca a
concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário sobrestado na
origem, em face do reconhecimento da existência da repercussão geral
da questão constitucional nele discutida.
(AC 2.177 MC-QO, Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe
20.2.2009)

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Superado este ponto, há de se reconhecer presente o grave risco à

ordem pública na manutenção da decisão questionada pelos demais

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fundamentos suscitados.

:42 P 6
:22 ST
A aplicação da penalidade de suspensão dos direitos políticos do

agente não foi objeto de questionamento no recurso extraordinário por ele


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manejado. O pedido ali contido foi deduzido nos seguintes termos:
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Considerando, quando a reiterada jurisprudência do SUPREMO


TRIBUNAL FEDERAL, REQUER, o provimento do recurso
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interposto, REFORMANDO as decisões vergastadas, para


reconhecer a inconstitucionalidade do art. 12, II, da Lei nº 8.429/92
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no que concerne a aplicação de multa civil, proibição de


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contratar como Poder Público ou receber benefícios ou


incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
Em po

majoritário.
sso

Considerando ainda que a reiterada jurisprudência do SUPREMO


TRIBUNAL FEDERAL, acentua que no direito pátrio a pretensão
pre

envolve não só o direito de manifestação e o direito de informação


sobre o objeto do processo, mas também o direito de ver os seus
Im

argumentos contemplados pelo órgão incumbido de julgar,


REQUER o provimento do recurso interposto, REFORMANDO as
decisões vergastadas, para reconhecer a ausência de motivos para a
cominação da pena de proibição de contratar com o poder público, e
declarar a nulidade “ex radice” dos atos decisórios, notadamente da
Sentença, e ainda pelo reconhecimento da incompetência da Justiça
Federal para julgar o feito. (Grifos nossos)

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Isso significa que a questão relativa à imposição das demais

sanções, dentre elas a suspensão dos direitos políticos, não é mais objeto de

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discussão no processo, havendo transitado em julgado, razão pela qual não

:42 P 6
há que se falar na impossibilidade de sua execução.

:22 ST
Ao suspender os efeitos do acórdão que confirmou a condenação
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do agente, permitindo, assim, o seu registro como candidato às eleições de
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2020, a decisão do TRF da 1ª Região importou em flagrante ofensa à ordem
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pública, uma vez que impediu a aplicação imediata de capítulo da decisão já


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transitado em julgado.
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Há grave risco ao interesse público na manutenção da decisão que

possibilita a ex-prefeito condenado por ato de improbidade administrativa à


Em po

perda dos seus direitos políticos candidatar-se às eleições em curso quando a


sso

referida penalidade não é objeto do recurso pendente, havendo risco iminente


pre

de ser afastado do cargo logo após as eleições, em decorrência da finalização


Im

do julgamento do recurso extraordinário pelo TRF da 1ª Região.

A possibilidade de vacância na Chefia do Poder Executivo local, e a

alternância no comando do Município, é situação a evidenciar o grave risco

de dano à ordem pública municipal, com evidente prejuízo para o interesse

público, pois compromete o bom exercício das funções públicas e da

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continuidade na prestação dos serviços públicos, o que recomenda a

concessão da medida de contracautela de forma a restabelecer os efeitos do

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acórdão regional outrora suspenso.

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:22 ST
Em face do exposto, opina o PROCURADOR-GERAL DA

REPÚBLICA pelo deferimento do pedido de contracautela para que sejam


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suspensos os efeitos da decisão do Vice-Presidente do Tribunal Regional
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Federal da 1ª Região nos autos da Tutela Cautelar Antecedente 1035470-
02 6.2

12.2020.4.01.0000.
1/2 .05

Brasília, data da assinatura digital.


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Augusto Aras
Em po

Procurador-Geral da República
Assinado digitalmente
sso

(MGMAC)
pre
Im

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