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PROCESSO SELETIVO
Nº 001/2014
Manhã
Organizadora:
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PROCESSO SELETIVO – MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO RIO ABAIXO/MG
CARGO: PROFESSOR PII – LÍNGUA PORTUGUESA
Texto
A minha salamandra
Certa vez, escrevendo uma novela, precisei saber se uma salamandra tinha quatro ou seis pernas. Já não me
lembro em que episódio novelesco pretendia envolver as pernas da minha salamandra, mas a verdade é que precisava
saber — e não fiquei sabendo.
Que sei eu a respeito de minhas próprias pernas? Pensava então, deixando que elas me levassem para outros
caminhos, fora da ficção.
Um ficcionista às vezes precisa saber coisas muito esquisitas. A experiência própria nem sempre ajuda. Passei, por
exemplo, a minha infância nos galhos de uma mangueira, chupando manga o dia todo, e não soube responder a um
meu amigo, excelente romancista, quanto tempo levava para germinar um caroço de manga.
Contou‐me ele, na época, que andou precisando saber este pormenor, em razão de uma história que estava
escrevendo. Depois de perguntar a um e outro, e não obtendo senão respostas vagas, telefonou para a repartição do
Ministério da Agricultura que lhe pareceu mais apta a fornecer‐lhe a informação. O funcionário que o atendeu ficou
simplesmente perplexo:
— Caroço de manga? Que brincadeira é essa?
Como insistisse, informaram‐lhe que, realmente, havia quem talvez soubesse — um especialista no assunto, lotado
num departamento ao qual estava afeto o setor de fruticultura. Discou para lá — mas só conseguiu colher vagos palpites:
— Um caroço de manga? Bem, deve levar um ou dois meses, o senhor não acha?
— Não acho nada: preciso saber com exatidão.
— Por quê?
— Bem, porque...
Outros telefonemas, que somente despertavam reminiscências infantis:
— Na minha casa tinha uma mangueira. A manga‐espada, por exemplo, se bem me lembro...
— Boa é a manga carlota, aquela pequenina, sem fibra nenhuma... Lá no Norte chamam de itamaracá.
— O caroço? Bem, o caroço, para lhe dizer com franqueza...
Resolveu telefonar para o Gabinete do Ministro:
— Queria uma informaçãozinha de Vossa Excelência.
O ministro não sabia. Que futuro tem um país de economia essencialmente agrícola se ninguém, nem o próprio
Ministro da Agricultura, sabe informar quanto tempo leva para germinar um caroço de manga?
Volto à minha salamandra. Vejo‐a esquiva e silenciosa a deslizar por entre as pedras, quantas pernas? Que futuro
tenho eu como escritor, se não sei dizer com quantas pernas se faz uma salamandra? O mundo anda cheio de pernas, e
o coração do poeta já perguntou para que tanta perna, meu Deus. As da salamandra — quatro, ou seis — nada
acrescentam ao meu mundo interior, senão a ligeira desconfiança de que acabo tendo quatro. No entanto, as de uma
jovem galgando comigo as pedras do Arpoador, por exemplo, apenas duas, podem sustentar o universo — vertiginoso
universo onde as sensações germinam bem mais depressa que um caroço de manga. Onde se acendem estrelas
inexistentes e os astros desandam nas suas órbitas. Onde se abrem abismos de uma profundeza que nem a imaginação
do romancista ousa devassar. Onde vicejam plantas bem mais exóticas que uma mangueira de quintal, em cujas
sombras se arrastam seres vorazes e bem mais misteriosos que a salamandra, salamandras...
(SABINO, Fernando – As melhores crônicas – 14ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.)
01
Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada tem seu significado corretamente indicado.
A) “Vejo‐a esquiva e silenciosa...” (18º§) – triste
B) “Onde vicejam plantas...” (18º§) – manifestam
C) “… em que episódio novelesco…” (1º§) – obstáculo
D) “... despertavam reminiscências infantis:” (11º§) – lembranças
02
“... que lhe pareceu mais apta a fornecer‐lhe a informação.” (4º§) Nessa frase, há um adjetivo no grau
A) comparativo de igualdade. C) comparativo de superioridade.
B) superlativo absoluto sintético. D) superlativo relativo de superioridade.
Cargo: Professor PII – Língua Portuguesa (29‐M)
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03
Segundo o texto, a ficção
A) constitui‐se de um enredo sempre ilógico e inusitado.
B) permite uma releitura do mundo sempre com um requinte de humor.
C) é uma invenção constituída efetivamente de dados concretos do mundo real.
D) permite ao escritor divagar sobre qualquer assunto de acordo com sua imaginação.
04
“Um ficcionista às vezes precisa saber coisas muito esquisitas.” (3º§) A alternativa em que a forma de se reescrever a
frase anterior modifica o seu sentido original é
A) Um ficcionista precisa saber, às vezes, coisas muito esquisitas.
B) Um ficcionista, precisa saber muitas coisas esquisitas às vezes.
C) Coisas muito esquisitas, às vezes, um ficcionista precisa saber.
D) Às vezes, um ficcionista, precisa saber coisas muito esquisitas.
05
“Metonímia é uma figura de linguagem que consiste na substituição de um nome por outro em virtude de haver entre
eles algum relacionamento.” Assinale a alternativa que contém um exemplo de metonímia.
A) “Que futuro tenho eu como escritor...?” (18º§)
B) “– Caroço de manga? Que brincadeira é essa?” (5º§)
C) “Que sei eu a respeito de minhas próprias pernas?” (2º§)
D) “O mundo anda cheio de pernas, e o coração do poeta...” (18º§)
06
Nas alternativas a seguir o acento da crase é facultativo em:
A) “Volto à minha salamandra.” (18º§)
B) Refiro‐me àquela qualidade de manga.
C) Dirigi‐me à repartição onde trabalha meu amigo.
D) “Um ficcionista às vezes precisa saber coisas muito esquisitas.” (3º§)
07
Nas seguintes afirmativas, as palavras sublinhadas possuem o mesmo valor semântico, EXCETO em:
A) “Onde se acendem estrelas inexistentes...” (18º§)
B) “... cujas sombras se arrastam seres vorazes...” (18º§)
C) “Onde se abrem abismos de uma profundeza...” (18º§)
D) “Que futuro tem um país (…) se ninguém, nem o próprio Ministro da Agricultura,…” (17º§)
08
Assinale a expressão sublinhada que exerce uma função sintática diferente das demais, por ser considerada um
complemento, e não um adjunto.
A) “anda cheio de pernas,...” (18º§) C) “… pernas da minha salamandra…” (1º§)
B) “... tem um país de economia...” (17º§) D) “… germinar um caroço de manga.” (3º§)
09
“Vejo‐a esquiva e silenciosa...” (18º§) A forma verbal, sublinhada nessa frase, está no presente do indicativo. Ao passar
essa frase para o pretérito mais que perfeito do indicativo tem‐se a forma verbal
A) vi. B) vir. C) via. D) vira.
10
Em “Como insistisse, informaram‐lhe que,...” (6º§), a palavra sublinhada possui valor semântico de
A) modo. B) causa. C) concessão. D) comparação.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
11
Considere de valoração verdadeira as seguintes proposições:
se uso tênis azul, então uso camisa azul e calça preta;
se uso tênis branco, então uso ou camisa branca e calça azul ou camisa vermelha e calça preta; e,
se uso tênis preto, então uso calça preta e camisa de qualquer cor.
No último final de semana, usei, no sábado, uma calça azul e, no domingo, uma camisa branca e uma calça de cor
diferente da cor do tênis. Logo, usei,
A) no domingo, camisa e calça azuis. C) no domingo, tênis branco e calça azul.
B) no sábado, tênis ou azul ou preto. D) no sábado, camisa branca e tênis azul.
12
Dizer que “se o cão corre atrás do gato, então o cão é carnívoro” é equivalente a negar que
A) o cão corre atrás do gato e é carnívoro. C) se o cão é carnívoro, então corre atrás do gato.
B) o cão não é carnívoro e corre atrás do gato. D) ou o cão é carnívoro, ou não corre atrás do gato.
13
Em uma aula prática do curso de agroecologia, oito alunos plantam 20 mudas de antúrio em cinco horas. Dessa forma,
o número de mudas plantadas por quatro alunos em quatro horas com uma produtividade 50% maior é
A) 12. B) 16. C) 18. D) 20.
14
Para certa moeda viciada, a probabilidade de se obter cara em um lançamento é de 60%. Logo, a probabilidade de se
obter coroa, somente no terceiro lançamento, é
A) 9,6%. B) 12,0%. C) 14,4%. D) 18,2%.
15
Em um mapa de escala 1:150.000, a distância entre duas pequenas cidades A e B é 11 cm. Dessa forma, a distância
real entre essas cidades é
A) 8,5 km. B) 10,5 km. C) 11,5 km. D) 16,5 km.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Leia o texto para responder às questões de 16 a 20.
Sinais
Costumamos associar o nome de linguagem à crença secular de que só interagimos sobre uma base comum de
referências. A base brasileira, como outras de mesma estirpe, nunca foi tão comum que nos intimidasse nem tão
heterogênea que nos esgarçasse.
Historicamente, o brasileiro acostumou‐se a fazer atalhos de intimidade, quando a hierarquia e a segregação
impediam o contato confortável. Mas, aparte o esforço e o relativo sucesso de conversas e confrontos verbais, há de fato
diferentes abismos sociais na interação brasileira: expressões usadas no cotidiano de uma classe social, intransponíveis
para o repertório de camadas inteiras da sociedade; a falta de clareza das empresas privadas e órgãos públicos com seus
documentos para o consumidor cidadão; a segregação regional, das zonas mais ricas em relação às mais pobres do país; a
relação de poder entre o certo e o errado na pronúncia de vocábulos.
Muros de incompreensão se instalam, de tal maneira que é de desconfiar se, no terreno interpessoal, parte da
dificuldade não seja tão social quanto do indivíduo. [...]
Um cenário impressionante mostra quase 50% de aumento de estudantes surdos matriculados no ensino
fundamental e 80% no ensino médio, entre 2008 e 2012. O crescimento da demanda na educação tornou nítido um
fosso que a exclusão social havia maquiado. Pois, agora se sabe, parte dos nossos deficientes auditivos é desenvolta em
língua de sinais e ignara em português, do qual conhece rudimentos.
Muitos vivem um universo particular, fora do acesso a interações escritas. Esta lacuna está sendo aos poucos
preenchida. Novos dicionários especializados e professores empenhados tiram o atraso. Que a linguagem será base
mínima em comum ou isolamento comum. Não vida comungada.
(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa, abril de 2014. Ed. Segmento.)
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Considerando as ideias trazidas ao texto pelo autor no trecho em destaque: “Mas, aparte o esforço e o relativo sucesso
de conversas e confrontos verbais, há de fato diferentes abismos sociais na interação brasileira: expressões usadas no
cotidiano de uma classe social, intransponíveis para o repertório de camadas inteiras da sociedade [...]” (2º§), é correto
afirmar que a tira a seguir demonstra
(Recruta Zero, de Mort Walker. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 01/10/2004.)
A) a interação comunicativa em situações reais do cotidiano.
B) o esforço a que se refere o articulista nos confrontos verbais.
C) que o uso de certas expressões demonstra inabilidade linguística e, consequente, inadequação.
D) uma representação do abismo social a que se refere o autor, porém intencional por parte do falante.
17
“Historicamente, o brasileiro acostumou‐se a fazer atalhos de intimidade, quando a hierarquia e a segregação
impediam o contato confortável.” (2º§) O período anterior é constituído por
A) orações subordinadas em que uma delas é causal.
B) orações coordenadas, sendo uma principal e duas temporais.
C) uma oração principal e uma oração subordinada adverbial temporal.
D) uma oração principal e uma oração subordinada substantiva subjetiva.
18
No 4º§, são apresentados dados da realidade observável que atuam, no texto, como recurso que indica
A) a classificação do texto como um texto de caráter técnico e objetivo.
B) a introdução de novas informações ao texto gerando uma nova discussão.
C) uma conclusão positiva sobre o sucesso da interação através da linguagem.
D) uma constatação que reforça a credibilidade da discussão do autor acerca do assunto tratado.
19
“As funções sintáticas são conferidas a palavras e sintagmas pela posição estrutural que estes ocupam no respectivo
contexto gramatical.” (José Carlos de Azeredo. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa.)
A partir de tal perspectiva, identifique, dentre os termos destacados a seguir, aquele que possui função sintática
diferente dos demais.
A) “[…] do qual conhece rudimentos.” (4º§) C) “[…] interagimos sobre uma base comum […]” (1º§)
B) “Muitos vivem um universo particular, […]” (5º§) D) “Costumamos associar o nome de linguagem […]” (1º§)
20
“São raras as pessoas que não têm problemas para redigir. Todos nós temos os nossos bloqueios, entraves que atrapalham
o nosso processo criativo e nos impedem de passar para o papel as nossas ideias.”
(Carlos Pimentel. Redação Descomplicada, 2ª edição. Ed. Saraiva.)
Um dos bloqueios a que se refere a citação a limitação quanto ao vocabulário. Numa aula de produção textual, o
professor verificou alguns casos de inadequação. Assinale o trecho a seguir que exemplifica a deficiência citada
anteriormente.
A) Não sabemos como chegamos a este ponto.
B) Vivemos eternamente buscando a felicidade.
C) Espera‐se que, diante dos fatos, haja mudanças.
D) A Copa foi um evento onde ninguém falava em outra coisa.
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Leia o texto para responder às questões de 21 a 25.
Procuram‐se estudantes
Além do mico‐leão‐dourado e do lobo‐guará, outro mamífero tropical parece caminhar para a extinção.
Diz‐se que uma espécie encontra‐se ameaçada quando a população decresce a ponto de situá‐la em condição de
extinção. Tal processo é fruto da exploração econômica e do desenvolvimento material, e atinge aves e mamíferos em
todo o planeta. Nos trópicos, esse pode ser o caso dos estudantes. Curiosamente, enquanto a população de alunos
aumenta, a de estudantes parece diminuir. Paradoxo? Parece, mas talvez não seja.
Aluno é aquele que atende regularmente a um curso, de qualquer nível, duração ou especialidade, com a suposta
finalidade de adquirir conhecimento ou ter direito a um título. Já o estudante é um ser autônomo, que busca uma nova
competência e pretende exercê‐la, para o seu benefício e da sociedade. O aluno recebe. O estudante busca. Quando o
sistema funciona, todos os alunos tendem a se tornar estudantes. Quando o sistema falha, eles se divorciam. É o que
parece ocorrer entre nós: enquanto o número de alunos nos ensinos fundamental, médio e superior cresce,
assombram‐nos sinais do desaparecimento de estudantes entre as massas discentes.
Alguns grupos de estudantes sobrevivem, aqui e acolá, preservados em escolas movidas por nobres ideais e boas
práticas, verdadeiros santuários ecológicos. Sabe‐se da existência de tais grupos nos mais diversos recantos do planeta:
na Coreia do Sul, na Finlândia e até mesmo no Piauí. Entretanto, no mais das vezes, o que se veem são alunos, a agir
como espectadores passivos de um processo no qual deveriam atuar como protagonistas, como agentes do aprendizado
e do próprio destino.
Alunos entram e saem da sala de aula em bandos malemolentes, sentam‐se nas carteiras escolares como no sofá de
suas casas, diante da tevê, a aguardar que o show tenha início. Após 20 minutos, se tanto, vêm o tédio e o sono. Incapazes
de se concentrar, eles espreguiçam e bocejam. Então, recorrem ao iPhone, à internet e às mídias sociais. Mergulhados nos
fragmentos comunicativos do penico digital, lambuzam‐se de interrogações, exclamações e interjeições. Ali o mundo gira e
o tempo voa. Saem de cena deduções matemáticas, descobertas científicas, fatos históricos e o que mais o plantonista da
lousa estiver recitando. Ocupam seu lugar o resultado do futebol, o programa de quinta‐feira e a praia do fim de semana.
[...]
Especialistas de índole crítica advogam que os estudantes estão em extinção porque a própria escola tornou‐se
anacrônica, tentando ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX. Múltiplos
grupos de interesse, em ação na educação e cercanias, garantem a fossilização, resistindo a mudanças, por ideologia de
outra era ou pura preguiça. Aqui e acolá, disfarçam o conservadorismo com aulas‐shows, tablets e pedagogia pop.
Mudam para que tudo fique como está.
Outros observadores apontam um fenômeno que pode ser causa‐raiz do processo de extinção dos estudantes: trata‐se
da dificuldade que os jovens de hoje enfrentam para amadurecer e desenvolver‐se intelectualmente. A permissividade criou
uma geração mimada, infantilizada e egocêntrica, incapaz de sair da própria pele e de transcender o próprio umbigo. São
crianças eternas, a tomarem o mundo ao redor como extensão delas próprias, que não conseguem perceber o outro,
mergulhar em outros sistemas de pensamento e articular novas ideias. Repetem clichês. Tomam como argumentos o que
copiam e colam de entradas da Wikipédia e do que mais encontram nas primeiras linhas do Google. E criticam seus mestres,
incapazes de diverti‐los e de fazê‐los se sentir bem com eles próprios. Aprender cansa. Pensar dói.
(Thomaz Wood Jr., Carta na escola, junho de 2014.)
21
A construção empregada no título do texto tem gerado discussão entre os gramáticos da atualidade. Seu uso justifica‐se
de acordo com o exposto em:
A) Nome coletivo deixa o verbo no plural.
B) Os verbos chamados impessoais são usados sempre na 3ª pessoa do plural.
C) Nomes terminados em “s” exigem o verbo no plural, quando acompanhados de determinante no plural.
D) No caso de verbo transitivo direto + partícula apassivadora + sujeito paciente, o verbo concorda normalmente com o
sujeito.
22
Em “Nos trópicos, esse pode ser o caso dos estudantes.” (1º§), o termo destacado exerce a mesma função sintática do
termo destacado em:
A) Necessito de sua ajuda. C) Tenho necessidade de sua ajuda.
B) Ela está longe da verdade. D) Não os convenceu a resposta do patrão.
Cargo: Professor PII – Língua Portuguesa (29‐M)
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23
O articulista Thomaz Wood Jr. questiona a redução do número de estudantes. Antecedendo tal questionamento, o
autor utiliza um(a)
A) exposição acerca das espécies ameaçadas de extinção.
B) comparação entre o aumento de alunos e a redução de estudantes.
C) paradigma controverso no qual se baseia para chegar a tal conclusão.
D) explicação acerca de um evento ao qual relaciona a discussão trazida ao texto.
24
Segundo o texto, analise as afirmativas.
I. A tecnologia do século XXI é a grande responsável pelo comprometimento do trabalho do profissional da educação.
II. Um dos fatores indicados como provocadores do problema em discussão está relacionado a determinado comporta‐
mento gerado pela quebra de limites.
III. Para o autor, os conceitos referentes a “aluno” e “estudante” permitem que haja aproximação de sentido apenas
quando tais vocábulos estiverem inseridos no mesmo contexto.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
A) I, II e III. B) II, apenas. C) III, apenas. D) I e III, apenas.
25
(Millôr Fernandes. Enem 2010.)
ANEXO
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas
I ‐ A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que
devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da
honra e da tradição dos serviços públicos.
(Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm.)
Associando a charge apresentada ao texto oficial acerca da ética profissional, é correto afirmar que
A) a ética é uma prática exclusivamente solitária.
B) em detrimento da honestidade, a ética individual prevalece.
C) a ética é característica de poucos, fato apresentado ironicamente na charge.
D) diante da carência de ética, é necessário que prevaleçam os comportamentos individuais.
Cargo: Professor PII – Língua Portuguesa (29‐M)
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CONHECIMENTOS GERAIS
O trecho a seguir contextualiza o tema tratado nas questões 26 e 27.
“A reforma agrária, como conceito geral, é o sistema que regula e promove a ‘justa’ divisão de terras em um estado. No
caso do Brasil, especificamente, ela deve atuar com intuito de reparar séculos de uma distribuição fundiária injusta, que
perdurou até os dias de hoje, causando uma disparidade muito grande entre detentores de grandes porções de terras
(latifundiários) e pessoas que se quer têm onde morar e produzir.” (Disponível em: http://reforma‐agraria‐no‐brasil.info/.)
26
Atualmente, a Reforma Agrária no Brasil se dá basicamente da seguinte forma:
I. A União realiza a compra ou a desapropriação de latifúndios particulares considerados improdutivos em diversas áreas
da federação.
II. Após desapropriar terras comprovadamente improdutivas, a União abre uma linha de financiamento especial àqueles
que estão cadastrados pela FUNAI para adquirirem a propriedade.
III. Por meio do INCRA, a União distribui e loteia as terras desapropriadas às famílias que recebem esses lotes, como
também presta uma assistência financeira, de consultoria e de insumos para que possam produzir nessas terras.
IV. Integrantes de movimentos sociais que lutam pela reforma agrária invadem terras e comprovam sua improdutividade
abrindo um processo no Ministério da Agricultura para que esta seja desapropriada por lei e doada aos invasores.
Estão corretas apenas as afirmativas
A) I e II. B) I e III. C) II e IV. D) III e IV.
27
São atuais movimentos do campo, que estão em plena atividade e possuem em sua pauta de reivindicações a reforma
agrária, EXCETO:
A) Ligas Camponesas.
B) Articulação Nacional de Agroecologia – ANA.
C) Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST.
D) Pastoral da Juventude Rural e do Movimento Camponês Popular.
28
“A(O) __________________ foi fundado(a) em meados da década de 1990, com sede na cidade de Genebra, na
__________________, com o objetivo de regulamentar e fiscalizar o comércio internacional dentro dos moldes da
globalização, tendo à sua frente, hoje, o brasileiro __________________.” Assinale a alternativa que completa correta
e sequencialmente a afirmativa anterior.
A) FMI / França / José Sette C) OMC / Suíça / Roberto Azevêdo
B) FAO / Itália / José Graziano D) Brics / Alemanha / Marcelo K. S. Campos
O trecho a seguir contextualiza o tema tratado nas questões 29 e 30.
“O Brasil cumpriu integralmente dois dos oito Objetivos do Milênio (ODM) das Nações Unidas (ONU) com anos de
antecedência. A meta de reduzir a mortalidade infantil em dois terços em relação aos níveis de 1990 até 2015 foi cumprida
em 2011, quatro anos antes do prazo assumido perante a organização. A meta de reduzir a fome e a miséria foi outro
objetivo cumprido antes do prazo. De acordo com a ONU, a extrema pobreza tinha de ser reduzida pela metade até 2015
em relação aos níveis de 1990. O Brasil adotou metas mais rigorosas e estabeleceu a redução a um quarto desse mesmo
nível, o que foi cumprido em 2012. Os dados estão no Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio, entregue hoje (23/05/2014) à presidenta Dilma Rousseff, durante cerimônia de lançamento
da Política Nacional de Participação Social. No documento estão dados sobre os principais indicadores sociais relacionados
a esses objetivos – como índices nas áreas de saúde, educação, trabalho e meio ambiente.”
(Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2014/05/23/interna_brasil,429059/brasil‐cumpre‐meta‐da‐onu‐e‐reduz‐
mortalidade‐infantil‐fome‐e‐miseria.shtml. Acesso em: 25/05/2014, às 14h04.)
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A taxa de mortalidade no Brasil, de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos em 1990, diminuiu para 17,7, em 2011. Os dados
do relatório mostram que a redução mais intensa dos óbitos ocorreu na faixa de um a quatro anos de idade, permitindo
afirmar que:
I. O avanço pode ser atribuído ao incentivo ao aleitamento materno, ao acompanhamento pelo Programa Saúde da
Família e Saúde Indígena.
II. O Programa Mais Médicos, lançado em meados de 2013, foi fundamental para os índices alcançados, já que as
crianças são prioridade no atendimento.
III. O nível de mortalidade ainda é elevado, por isso, deve‐se enfatizar políticas, programas e ações que contribuam para
a redução ainda maior da mortalidade na infância.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
A) I, II e III. B) II, apenas. C) III, apenas. D) I e III, apenas.
30
Analise as afirmativas correlatas.
I. “O objetivo do milênio de melhorar a saúde da gestante e reduzir a mortalidade materna não será cumprido pelo Brasil,
embora os níveis do Brasil sejam melhores do que os dos países em desenvolvimento em geral e da América Latina.”
PORQUE
II. “O número de óbitos maternos no Brasil está bem longe do objetivo de reduzir a meta a um quarto do nível de 1990.”
Assinale a alternativa correta.
A) As duas afirmativas são falsas.
B) A primeira afirmativa é verdadeira e a segunda, falsa.
C) A primeira afirmativa é falsa e a segunda, verdadeira.
D) As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
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INSTRUÇÕES
1. Material a ser utilizado: caneta esferográfica de tinta azul ou preta, feita de material transparente e de ponta
grossa. Os objetos restantes devem ser colocados em local indicado pelo fiscal da sala, inclusive aparelho celular
desligado e devidamente identificado.
2. Não é permitida, durante a realização das provas, a utilização de máquinas calculadoras e/ou similares, livros,
anotações, impressos ou qualquer outro material de consulta, protetor auricular, lápis, borracha ou corretivo.
Especificamente, não é permitido que o candidato ingresse na sala de provas sem o devido recolhimento, com
respectiva identificação, dos seguintes equipamentos: bip, telefone celular, walkman, agenda eletrônica, notebook,
palmtop, ipod, ipad, tablet, smartphone, mp3, mp4, receptor, gravador, calculadora, câmera fotográfica, controle de
alarme de carro, relógio de qualquer modelo etc.
3. Durante a prova, o candidato não deve levantar‐se, comunicar‐se com outros candidatos e fumar.
4. A duração da prova é de 03 (três) horas, já incluindo o tempo destinado à entrega do Caderno de Provas e à
identificação – que será feita no decorrer da prova – e ao preenchimento do Cartão de Respostas (Gabarito).
5. Somente em caso de urgência pedir ao fiscal para ir ao sanitário, devendo no percurso permanecer absolutamente
calado, podendo antes e depois da entrada sofrer revista através de detector de metais. Ao sair da sala no término
da prova, o candidato não poderá utilizar o sanitário. Caso ocorra uma emergência, o fiscal deverá ser comunicado.
6. O Caderno de Provas consta de 30 (trinta) questões de múltipla escolha. Leia‐o atentamente.
7. As questões das provas objetivas são do tipo múltipla escolha, com 04 (quatro) opções (A a D) e uma única
resposta correta.
8. Ao receber o material de realização das provas, o candidato deverá conferir atentamente se o Caderno de Provas
corresponde ao cargo a que está concorrendo, bem como se os dados constantes no Cartão de Respostas (Gabarito)
que lhe foi fornecido estão corretos. Caso os dados estejam incorretos, ou o material esteja incompleto, ou tenha
qualquer imperfeição, o candidato deverá informar tal ocorrência ao fiscal.
9. Os fiscais não estão autorizados a emitir opinião e prestar esclarecimentos sobre o conteúdo das provas. Cabe única
e exclusivamente ao candidato interpretar e decidir.
10. O candidato poderá retirar‐se do local de provas somente a partir dos 90 (noventa) minutos após o início de sua
realização, contudo não poderá levar consigo o Caderno de Provas, sendo permitida essa conduta apenas no
decurso dos últimos 30 (trinta) minutos anteriores ao horário previsto para o seu término.
11. Os 3 (três) últimos candidatos de cada sala somente poderão sair juntos. Caso o candidato insista em sair do local de
aplicação das provas, deverá assinar um termo desistindo do Processo Seletivo Simplificado Público e, caso se
negue, deverá ser lavrado Termo de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) outros candidatos, pelo fiscal da sala e
pelo Coordenador da Unidade.
RESULTADOS E RECURSOS
‐ As provas aplicadas, assim como os gabaritos preliminares das provas objetivas serão divulgados na Internet, no site
www.idecan.org.br, a partir das 16h00min do dia subsequente ao da realização das provas.
‐ O candidato que desejar interpor recursos contra os gabaritos oficiais preliminares das provas objetivas disporá de 01
(um) dia útil, a partir do dia subsequente ao de cada divulgação, em requerimento próprio disponibilizado no link
correlato ao Processo Seletivo Simplificado Público no site www.idecan.org.br.
‐ A interposição de recursos poderá ser feita somente via Internet, através do Sistema Eletrônico de Interposição de
Recursos, com acesso pelo candidato ao fornecer dados referentes à sua inscrição apenas no prazo recursal, ao IDECAN,
conforme disposições contidas no site www.idecan.org.br, no link correspondente ao Processo Seletivo Simplificado
Público.
www.pciconcursos.com.br