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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA:

AS PRÁTICAS DAS ATIVIDADES PARA A


QUALIDADE DE VIDA
Thalyta Oliveira, Gerlane Silva, Igor Santiago, Bruna Souza ¹
Gustavo Caetano²

1 INTRODUÇÃO

Embora existam diversas maneiras de apresentar melhoras na saúde e qualidade de vida,


desde os primórdios da sociedade, algumas dessas práticas vêm se destacando antes mesmo da
escrita, fazendo com que as práticas das atividades físicas estejam sempre presentes. (ANTUNES,
2012)
Diante das questões relativas à saúde e qualidade de vida, exaustivamente discutidas na
mídia em geral, e as preocupações e problemas atuais de um grande número de pessoas devido ao
estresse, inatividade, obesidade, sedentarismo - dentre outros sintomas da vida moderna -, a prática
de atividades físicas traz grandes resultados positivos em diversos âmbitos de vida de um indivíduo,
especialmente a saúde. (COSTA, 2012)
O objetivo geral deste trabalho é destacar a importância da prática de atividades físicas para
obtenção de qualidade de vida. Os objetivos específicos são: a) Identificar algumas das práticas de
atividade física que contribuem com a saúde e qualidade de vida; b) Destacar a contribuição de
autores a respeito destas atividades; e c) Estimular a prática destas atividades como facilitadoras da
busca de qualidade de vida do indivíduo.
Assim, este trabalho encontra relevância quanto ao tema proposto, por apresentar um tema
que é amplamente discutido socialmente e que proporciona benefícios em larga escala.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PRÁTICAS DA ATIVIDADE FÍSICA

Na pré-história, a prática de atividades físicas influenciou a sociedade de diversas formas.


No início, foram realizadas apenas com o intuito de defesa e ataque. Para sobreviver, o homem agia
por instinto com os movimentos naturais. Desenvolvendo grandes pesquisas, vários estudos relatam
estes fatos, como provas em pedras trabalhadas, ossos de animais e humanos, pinturas rupestres e
vários materiais. (BOURCIER, 2001)
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
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Para muitos médicos e especialistas, exercícios físicos realizados de forma regular ou


frequente estimulam o sistema imunológico, ajudam a prevenir doenças (doenças cardíacas),
moderam o colesterol, ajudam a prevenir a obesidade, entre outros benefícios. Além disso,
melhoram a saúde mental e ajudam a prevenir a depressão. A capacidade que a atividade física tem
em desenvolver no homem são listadas das seguintes formas: habilidade motora, resistência física,
capacidade de raciocínio, ética e solidariedade. (NUNES; COUTO, 2015)
Contudo, este trabalho visa estudar apenas algumas das diversas atividades físicas que vêm
sendo desenvolvidas em sociedade, desde a pré-história até os dias atuais.

2.1.1 DANÇAS

A primeira dança representou um ato sagrado, de modo que ficaram preservadas nas paredes
das grutas pré-históricas imagens que mostravam primitivos homens representando sua relação com
a natureza e seus mistérios através de movimentos corporais coletivos. Esse parece ser o início do
capítulo da história da dança. Conforme Bourcier (2001):

[...] autores descreviam outrora uma “cerimônia dançada” da pré-história: na gruta de Pech-
merle (lot), há dezenas de milhares de anos, as mulheres vinham dançar para obter maior
fecundidade. (BOURCIER, 2001, p. 01)

Nasceu a dança nos tempos pré-históricos, com manifestações do homem que dançava para
a natureza pela busca de alimentos, água e por agradecimento. Exuberante em sua comunicação
com a natureza e aos deuses, o homem primitivo dançava para aquecer os corpos antes de sair para
caçar e celebrava a força da natureza. Danças estas chamadas de instintivas e primitivas. (DINIZ;
SANTOS, 2014)
A dança, de acordo com Toneli (2007), num sentido geral faz parte da natureza humana por
ser uma de suas manifestações instintivas e, pode ser definida como a “arte de mover o corpo em
um determinado ritmo, expressando sentimentos e emoções através de movimentos” (TONELLI,
2007, p.13).
Coletivo de Autores (1992) considera dança uma expressão representativa de inúmeros
aspectos na vida do homem. Pode ser caracterizada como linguagem social que possibilita a
transmissão de sentimentos, emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho,
dos costumes, hábitos, da saúde, da guerra, etc.
Já para Carbonera e Carbonera (2008), “o conceito de dança só poderá ser descrito e
compreendido pela experiência estética em dança, ou seja, o próprio ato de dançar, não
negligenciando o histórico da dança, mas sim querendo dar o significado de dançar, como forma de
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expressão humana” (CARBONERA; CARBONERA, 2008, p. 17).


Como característica cultural comum de um povo de caráter racial e religioso, a dança passa
a perder força com o passar dos anos, ocorrendo modificações como, por exemplo, na roda coletiva,
que passa a ser realizada de uma forma alternada: um homem e uma mulher. Ao final da Idade
Média passa a invadir os palácios e os bailes das cortes surgindo as Danças de Máscaras que,
tomando formas mais espetaculares, deu origem ao ballet. Este, por sua vez, passa por várias
transformações e entra na fase moderna, criando em Paris a partir de 1909, uma fusão de estilos.
(OSSONA, 1998).
Ossona (1998) também registra que, nos últimos anos do século XIX e no início do século
XX, Isadora Duncan foi a grande percussora da dança moderna. No entanto, Martha Graham foi
quem realmente a estruturou com movimentos mais livres, embora respeitando uma técnica mais
fechada, com bailarinos dançando descalços, desenvolvendo contrações, torções e desencaixes. Em
relação à dança clássica, a dança moderna chegou como uma forma de libertação do bailarino, que
passou a expressar melhor os sentimentos.
O surgimento da dança contemporânea, cita Ossona (1998), veio em seguida e caminhou
paralelamente à dança moderna. Apesar disso, essa não obedeceu às técnicas específicas impostas
por coreógrafos da época, caracterizando-se por uma maior liberdade de expressão, sem
mecanismos definidos, mas processos e formas de criação desenvolvidos pelos bailarinos como
improvisação para uma construção personalizada, tendo esse um papel mais autônomo e
interventivo nas ações coreográficas.
A dança, para Laban (1978), retrata ansiedades, ideias, necessidades e interesses de toda
uma época, juntamente a grande necessidade do ser humano de se movimentar e extrapolar a sua
essência.
Os anos se passaram e diante das mudanças que o tempo, o espaço e a utilização da
tecnologia, a dança foi conhecida pelo mundo, com a prática não apenas da forma profissional, mas
também como atividade física regular, sendo praticada em escolas, academias e clubes. Utiliza-se
do corpo, o conhecimento de si, desenvolvendo a coordenação motora, a flexibilidade, percebendo
o ritmo e a força dos músculos e muitos outros aspectos.

2.2.2 JOGOS

A história do jogo é bastante antiga, não existe uma data especifica para o seu início. O jogo
surgiu desde o século XVI, e os primeiros estudos sobre esta área foram realizados em Roma e na
Grécia, destinados ao aprendizado das letras. Esse interesse diminuiu com a chegada do
cristianismo, que preferiam uma educação mais disciplinadora, com memorização e obediência. A
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partir desse momento, os jogos foram vistos como sendo algo incorreto em sua prática, ou seja, que
levavam à prostituição e à embriaguez. Mas a partir do Renascimento, o jogo ganhou uma nova
perspectiva e deixou de ser algo que gerava repulsa, para se tornar algo que distraía as crianças e
jovens. (TONELI, 2007).
A palavra jogo vem do Latin “jocus”, que significa divertimento ou brincadeira. As palavras
que definem e que entendemos melhor o que significa jogos são: divertimento, distração ou
passatempo. Desta forma, ele pode ser tanto individual quanto em grupos, mas não está ligado
diretamente e exclusivo para as crianças, mas também para jovens e adultos, como por exemplo, o
futebol que muitos adultos jogam até hoje. Geralmente, nos jogos existem poucas regras, podem ser
em ambientes mais restritos ou em ambiente abertos. O jogo normalmente tem a estimulação mental
ou física, desenvolvendo habilidades motoras e também servem como uma forma de exercícios.
(MENDES, 2019).
Os jogos podem ser de cartas, botão, dominó, tabuleiro, bola entre outros. Cada tipo de jogo
tem seu estilo, e forma de se jogar e fazer as regras dependendo da cultua de cada cidade estado ou
pais. Para as crianças, os jogos estimulam a oportunidade de se desenvolver, pois além de ter a
curiosidade, a autoconfiança e a autonomia são estimuladas, a linguagem, concentração e a atenção
estão também envolvidas. (MENDES, 2019)
O jogo é um instrumento que auxilia na formação corporal, afetivo e cognitivo, por ter um
perfil lúdico, se torna mais atraente e eficiente em seu desenvolvimento, para auxiliar na sua
inteligência e caráter, tendo a consciência de quantidade e espaço. Segundo Silva e Junior, no jogo
(2017):

[...] o brincar é qualificado com o ato de recreação, onde apresenta uma enorme grandeza
simbólica e onde existes regras mais brandas, sendo imprescindível, para o
desenvolvimento por completo das crianças já desde o seu nascimento. (SILVA; JUNIOR,
2017)

Sendo assim, passa-se ao estudo sobre as brincadeiras, que também são um importante
estímulo à qualidade de vida e movimento.

2.2.3 BRINCADEIRAS

As brincadeiras são projetadas para serem sociais e interagir com o meio. É através delas
que as crianças podem mostrar a sua criatividade, aptidões e imaginação. Desde a infância, esses
aspectos foram estimulados para promover a evolução de toda a vida. Por meio dessas atividades de
entretenimento, as crianças revelam suas características de personalidade. Além de divertidos, essas
brincadeiras também tem o objetivo de educar e ajudar a despertar o conhecimento. O ato de brincar
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promover a autoconsciência das crianças e é muito ativo em sua interação social com as pessoas ao
seu redor. (SANTOS; PESSOA, 2015)

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e


autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos,
sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva
sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem
também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e
experimentação de regras e papéis socias. (BRASIL, 1998, p. 22).

A brincadeira possui ampla relevância no contexto da infância, e deve ser estimulada e


incentivada, pois através de sua execução são desenvolvidas muitas habilidades, que vão além dos
aspectos físicos. Para Santos e Pessoa (2015, p.): “[...] A experiência do brincar possibilita a criança
um melhor conhecimento de si mesma, facilitando também no processo de socialização, devido a
situações vivenciadas com outras crianças, ou seja, brincar é uma atividade lúdica, prazerosa e
livre”.
Porém, não é exclusividade da infância a importância das brincadeiras. Silva (2018) destaca
que as brincadeiras são responsáveis por proporcionar criatividade, autonomia, originalidade,
personalidade, entre outras características que são amplamente valorizadas no contexto social e até
mesmo no mundo do trabalho.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O aumento da prática de atividade física está vinculado diretamente com o aumento do


tempo de vida do ser humano, e a falta de atividades físicas pode afetar e comprometer a saúde. Ao
longo dos anos foram criadas facilidades e praticidades em todas as áreas da vida e sociedade, o que
faz com que as pessoas se tornem mais sedentárias e, consequentemente, sem benefícios a longo
prazo para a saúde. Se desde o início da vida o indivíduo aderir à prática de exercícios sua velhice
será mais saudável, e de modo geral haverá menos pessoas com problemas de saúde.
Isto porque o sedentarismo pode trazer consigo várias complicações para a saúde,
principalmente doenças cardiovasculares, resultando em obesidade, aumento da ansiedade, entre
outros sintomas e fatores que prejudicam o metabolismo.
Em virtude do que foi mencionado ao longo do trabalho, percebe-se a importância da
atividade física, bem como todos os fatores relacionados, processos históricos e suas adaptações que
objetivaram a qualidade de vida na dança, jogos e brincadeira dentro do convívio social. Desta
forma, percebesse que os objetivo geral e os objetivo específicos foram alcançados com sucesso.
Nesta pesquisa, foi relatada a ação da atividade física e sua influência na sociedade em
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diversas formas, atestadas pelas fontes cientificas encontradas como base para apoiar os conceitos
elaborados.
Conclui-se que as atividades físicas tratadas neste estudo são amplamente importantes a
nível social, cultural, dentre outros, devendo ser valorizadas como práticas que estimulam a saúde e
qualidade de vida.

4 REFERÊNCIAS

ANTUNES, Alfredo Cesar. Pré-história: reflexão sobre sua importância para a Educação Física.
EFDeportes.com, Revista Digital, Ano 15, N° 166, Buenos Aires, março de 2012. Disponível em:
<https://www.efdeportes.com/efd166/pre-historia-importancia-para-a-educacao-fisica.htm>. Acesso
em: 30 jun. 2021.

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Nacional para a Educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

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DINIZ, Thays Naig; SANTOS, Gisele Franco de Lima. História da Dança – Sempre. Londrina:
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MENDES, Maria. Brincadeiras. 2019. Disponível em:


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TONELI, P. D. Dança de salão: instrumento para a qualidade de vida no trabalho. Trabalho de


conclusão de curso (Graduação em Administração Pública). Assis: Instituto Municipal de Ensino
Superior de Assis, IMESA/FEMA, 2007.

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