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O reinado de D.

Dinis
Trabalho realizado por: André Canhoto nº2

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D.Dinis nasceu a 9 de outubro de 1261 em Lisboa, filho de D.Afonso III de Portugal
e de Beatriz de Castela. Foi o sexto rei de Portugal subindo ao trono com apenas 17
anos. Ficou conhecido como o “Rei Lavrador” devido às medidas tomadas para
estimular a agricultura. Distribuiu terras aos colonos, mandou construir canais e
secar pântanos para que estas terras estéreis se transformassem em campos
agrícolas.

Mandou aumentar o pinhal de Leiria inicialmente mandado construir no reinado de


D.Afonso III com o propósito de travar o avanço e a degradação das dunas, bem
como proteger a cidade de Leiria, o seu Castelo e os terrenos agrícolas da sua
degradação devido às areias transportadas pelo vento. Este pinhal teria no futuro
um papel muito importante nos descobrimentos, pois a madeira dos pinheiros foi
usada na construção de embarcações e porque foi um dos principais
impulsionadores da indústria naval, da indústria vidreira, metalurgia e produtos
resinosos (através da extração da resina) e a madeira foi também aproveitada como
matéria-prima como fonte de energia nas habitações e indústrias. Entre o Douro e o
Minho dividiu as terras em casais, cada casal vindo mais tarde a dar origem a uma
povoação. Em Trás-os-Montes o rei adotou um regime coletivista: as terras eram
entregues a um grupo que repartia entre si os encargos, determinados serviços e
edifícios eram comunitários, tais como o forno do pão, o moinho e a guarda do
rebanho.

Além do cognome de “Rei Lavrador” D.Dinis adquiriu também o cognome de “Rei


Trovador” pois, em 1290, criou a primeira universidade no país, originalmente
construída em Lisboa foi depois transferida para Coimbra, a universidade de
Coimbra, na qual eram ensinadas as Artes, o Direito Civil, o Direito Canónico e a
Medicina. D.Dinis ordenou o uso da língua portuguesa em documentos oficiais,

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Mandou traduzir várias obras importantes tendo sido a sua Corte um dos maiores
centros literários da península ibérica e compôs diversas cantigas distribuídas por
todos os gêneros: 73 Cantigas de Amor, 51 Cantigas de Amigo e 10 Cantigas de
Escárnio e Maldizer sendo Cancioneiro D'El-rei D. Diniz uma das obras mais
conhecidas.

Foi um dos principais impulsionadores do comercio externo porque, devido ao


excedente dos cereais produzidos, Portugal torna-se um reino exportador
estabelecendo relações comerciais com portos da Catalunha, da Bretanha, da
Flandres e da Inglaterra sendo assinado um tratado comercial em 1308 com
Eduardo II de Inglaterra. Além de cereais Portugal exportava também vinho, azeite,
sal, peixe salgado e fruta seca. D.Dinis começa também a exploração das minas de
cobre, prata, estanho e ferro.

Impulsionou também o comercio interno criando mais feiras e mercados de forma a


que a moeda circulasse mais no reino e para evitar a dependência de estados
vizinhos no que diz respeito ao transporte de mercadoria, ordenou a construção de
navios nos estaleiros do reino. Vieram inclusive marinheiros estrangeiros para
instruir nesse âmbito e para dirigir as construções, e é desta forma que é atribuído
como privilégio ao genovês Manuel Pessanha, o cargo de almirante, fundando uma
verdadeira marinha portuguesa ao serviço da Coroa e do Reino.

Durante o seu reinado, D.Dinis mandou construir diversos monumentos de renome


como por exemplo: O mosteiro de S.Dinis de Odivelas ou Mosteiro de Odivelas.

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Mosteiro de S.Dinis de Odivelas foi fundado em finais do século XIII e está
localizado no largo de D. Dinis, freguesia de Odivelas.

A construção primitiva, em estilo gótico, iniciou-se em 1295 e teve como arquitetos


os mestres Antão Martins e Afonso Martins; recebeu, no século XVII, a intervenção
de Frei João Turriano, monge beneditino, engenheiro-mor do reino. Devido ao
terramoto de 1755 apenas restam algumas partes da construção inicial. No fim da
sua vida e conforme a sua vontade o rei é sepultado neste mosteiro que representa
talvez a obra arquitetónica mais emblemática do seu reinado.

D.Dinis acabou o trabalho de seu pai ao finalizar a edificação das muralhas do


castelo de Estremoz e alem disso ergueu o Paço real junto ao castelo onde morreu
a rainha santa Isabel.

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Muralhas do castelo de Estremoz.

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Paço real do palácio de Estremoz.

O rei de Portugal contava mais de sessenta anos e os cuidados do governo, a par


dos desgostos causados pelo seu herdeiro, tinham-lhe abalado profundamente a
saúde. Muito doente em Leiria, D. Dinis recebeu aí a visita de dois dos seus filhos, o
príncipe herdeiro D. Afonso e D. Afonso Sanches, o único bastardo (legitimado) do
rei que até então fizera causa comum com D. Afonso. Nos princípios de 1323, as
melhoras do seu estado acentuaram-se, o que lhe permitiu providenciar para que
fossem presos e submetidos a julgamento todos os autores de roubos, crimes de
estupro e assassínios praticados durante as guerras civis. Era a ralé indigna que D.
Afonso trouxera ao seu serviço e que a justiça real varria definitivamente do reino.

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Depois de numa última tentativa ter enviado emissários ao filho, a fim de impedir
uma renovação de hostilidades, o monarca viu-se forçado a recorrer às armas.
Auxiliado pelos filhos bastardos D. Afonso Sanches e João Afonso, reuniu as suas
hostes e foi tomar posições no campo de Alvalade. Já D.Afonso alojou-se no Paço
do Lumiar. O rei D.Dinis ainda tentou uma conciliação, mas o seu emissário fora mal
recebido pelo príncipe. Sem mais demoras as hostes do príncipe puseram-se a
caminho e, ao aproximarem-se das tropas reais, logo se travou luta por uma troca
de setas e dardos. As lanças da cavalaria e os montantes, rijamente empunhados,
esperavam apenas o sinal para entrarem em ação, mas é então que aparece rainha
D.Isabel montada numa pequena mula. Ninguém se atreveu a avançar, ninguém
pensou sequer em embargar o passo da rainha.

Pintura de Alfredo Roque Gameiro

A rainha D.Isabel na sua mula no meio das tropas de el-rei e do príncipe D.Afonso.

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D.Dinis morre a 7 de janeiro de 1325, em Santarém devido a uma miocardite
(inflamação no miocárdio).

Foi o rei com o 3º maior reinado na história de Portugal (45 anos) e foi dos reis que
mais desenvolveu o país. Depois da sua morte o rei D.Afonso IV.

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