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ÁLGEBRA LINEAR

Espaços Vetoriais

Prof. Susie C. Keller


Introdução
 Com doze andares de altura e pesando 75 toneladas, o
US Columbia partiu majestosamente de sua plataforma
de lançamento numa manhã fresca num domingo de
abril de 1981, em Palm.

 Produto de dez anos de intensa pesquisa e


desenvolvimento, o primeiro ônibus espacial dos EUA
foi uma vitória da engenharia de controle de sistemas,
envolvendo muitas áreas da engenharia - aeronáutica,
química, elétrica, hidráulica e mecânica.
Introdução
 Os sistemas de controle do ônibus espacial são
absolutamente críticos para o vôo. Como o ônibus
espacial é uma aeronave instável, ele requer um
constante monitoramento por computador durante o
vôo atmosférico. O sistema de controle de vôo envia
uma seqüência de comandos para as superfícies de
controle aerodinâmico e 44 jatos de propulsão.
 Este esquema é um sistema fechado de feedback típico
que controla a inclinação do ônibus espacial durante o
vôo. O símbolo em destaque é onde os sinais dos
diversos sensores são somados aos sinais do
computador e fluem para o controlador.
Introdução
Introdução
 Matematicamente, os sinais de entrada e saída de um
sistema de engenharia são funções.

 É importante para as aplicações que essas funções


possam ser somadas e multiplicadas por escalares.

 Essas operações em funções têm propriedades algébricas


que são completamente análogas às operações de soma
de vetor e multiplicação de vetor por escalar no IRn.
Introdução
 Por este motivo, o conjunto de todas as entradas
possíveis (funções) é chamado de um espaço vetorial.

 A fundamentação matemática para a engenharia de


sistemas repousa sobre os espaços vetoriais de funções,
portanto precisamos entender a teoria de vetores do IRn
de modo a incluir as funções.

(Texto extraído e adaptado de Livro “Álgebra Linear e suas


aplicações”, David C. Lay, 2ªedição. LTC.).
Introdução
 Veremos hoje:

 O que são Espaços Vetoriais:


 Propriedades dos Espaços Vetoriais,
Introdução
 O conjunto
IR2 = {(x,y) / x, y  IR}
é interpretado geometricamente como sendo o plano
cartesiano.

 Um par ordenado (x,y) pode representar:


 um ponto, x e y são coordenadas;

 um vetor, (x,y) representam a extremidade do vetor.


Introdução
 Essa idéia pode ser estendida para o IR3 que
representa o espaço tridimensional.
 Podemos ter espaços n-dimensionais formados por e-
nuplas de reais, IR4, IR5..., IRn, porém perde-se a
interpretação geométrica.

 O espaço n-dimensional é definido por


IRn = {(x1,x2,...,xn) / xi  IR}
Introdução
 Vamos considerar agora dois conjuntos:
 IRn
 Matrizes M(m,n) ou Mmxn

 Nesses conjuntos estão definidas as operações:


 Soma e
 Multiplicação por escalar,
Assim, esses conjuntos possuem uma série de
propriedades em comum.
Introdução
 Se u, v e w  IRn, se ,   IR e A, B, C  M(m,n),
temos:
A) Em relação à Adição valem as propriedades:
1) (u + v) + w = u + (v + w) Associativa da Adição
(A + B) + C = A + (B + C)
2) u + v = v + u
Comutativa da Adição
A+B=B+A

3) u + 0 = u
Existência do Elemento Neutro
A+0=A
Introdução
 O elemento zero, 0 , será um vetor na primeira igualdade e
uma matriz nula na segunda igualdade.

4) u + (-u) = 0 Existência do Elemento Simétrico


A + (-A) = 0

 Por exemplo se u = (x1, x2, ..., xn) então o vetor simétrico é


-u = (-x1, -x2, ..., -xn) e para A temos -A.
Introdução
B) Em relação à Multiplicação por Escalar valem as
propriedades:
1) ()u = (u) Associativa em relação ao Escalar
()A = (A)
2) ( + )u = u + u Distributiva em relação ao Escalar
( + )A = A + A
3) (u + v) = u + v Distributiva em relação ao Vetor
(ou Matriz)
(A + B) = A + B
4) 1u = u
Existência do Elemento Neutro
1A = A
Introdução
 Os conjuntos IRn e M(m,n) munidos desse
par de operações apresentam uma
“estrutura” comum em relação a estas
operações.
 Existem outros conjuntos numéricos que
também apresentam essa “estrutura”
comum. Esses conjuntos são chamados
ESPAÇOS VETORIAIS.
Espaços Vetoriais
 Espaço Vetorial Real
 Seja um conjunto V, não vazio, sobre o qual estão
definidas as operações de adição e multiplicação por
escalar, isto é:

 u, v V, u + v  V
   IR,  u  V, u  V
O conjunto V com essas duas operações é chamado
espaço vetorial real se forem verificados os seguinte
axiomas:
Espaços Vetoriais
 Em relação à Adição:
A1) (u + v) + w = u + (v + w), u, v, w  V
A2) u + v = v + u, u, v  V
A3)  0  V, u  V, u + 0 = u
A4) u  V,  (-u)  V, u + (-u) = 0
Espaços Vetoriais
 Em relação à Multiplicação por Escalar:
M1) ()u = (u)
M2) ( + )u = u + u
M3) (u + v) = u + v
M4) 1u = u
u, v  V e  ,   IR
Espaços Vetoriais
 Nota:
 Um axioma é uma hipótese inicial do qual outros
enunciados são logicamente derivados.
 Pode ser uma sentença, uma proposição, um
enunciado ou uma regra que permite a construção de
um sistema formal.
Espaços Vetoriais
 Observações:
 Os elementos de um espaço vetorial são chamados
de vetores, independentemente de sua natureza
(vetores, matrizes, Rn, polinômios...);
 Se considerarmos conjuntos de nº complexos,
definimos um espaço vetorial complexo.
Espaços Vetoriais

 Exemplo 1:
 O conjunto V = IR2 = {(x, y)/ x, y  IR} é um espaço
vetorial com as operações de adição e multiplicação por um
número real assim definidas:

(x1, y1) + (x2, y2) = (x1 + x2, y1 + y2)


(x, y) = (x, y)

 Essas operações são denominadas operações usuais.


Espaços Vetoriais
Para verificar os oito axiomas do espaço vetorial, sejam
u = (x1, y1), v = (x2, y2) e w = (x3, y3):
Em relação à Adição:
Espaços Vetoriais
Espaços Vetoriais
Espaços Vetoriais
Em relação à Multiplicação por Escalar
Espaços Vetoriais
Espaços Vetoriais
Espaços Vetoriais
Espaços Vetoriais
 Exemplo 2:
 Podemos ter as operações de soma e multiplicação por escalar
redefinidas e ainda assim o conjunto ser um Espaço Vetorial:

O conjunto V = {(x, x2)/x  IR} com as operações


definidas por:

( x1  x 2 ) 2  x12  2 x1 x2  x22
( x1  x 2 ) 2  x12  x22

é um espaço vetorial sobre IR.


Espaços Vetoriais
 Contra - exemplo:
 O conjunto IR2 = {(a, b)/a, b  IR} não é um espaço
vetorial em relação às operações assim definidas:

(a, b) + (c, d) = (a + c, b + d)
k(a, b) = (ka, b), k  IR
 A Adição aqui definida é a usual, portanto os axiomas
A1, A2, A3, e A4 são satisfeitos como visto no
Exemplo1. Já a Multiplicação por escalar é redefinida, o
que ocasiona o problema.
Espaços Vetoriais
 Sejam u = (x1, y1), v = (x2, y2) e ,   IR:

 Este axioma se verifica!!!


Espaços Vetoriais

 Como pode-se ver


( + )u ≠ u + u
Assim M2 não se verifica e o exemplo não é um espaço vetorial.
Espaços Vetoriais
Propriedades dos Espaços Vetoriais
I) Existe um único vetor nulo em V.
II) Cada vetor u  V admite apenas um simétrico -u 
V.
III) Para quaisquer u, v, w  V, se u + w = v + w,
então u = v.
IV) Qualquer que seja v  V, tem-se: -(-v) = v, isto é, o
oposto de –v é v.
V) Quaisquer que sejam u, v  V, existe um e somente
um x, tal que u + x = v.
Espaços Vetoriais
VI) Qualquer que seja v  V, 0v = 0. O primeiro zero é
um número real e o segundo zero é um vetor nulo.
VII) Qualquer que seja k  IR, k0 = 0.
VIII) kv = 0, implica k = 0 ou v = 0.
IX) Qualquer que seja v  V, (-1)v = -v.
X) Quaisquer que sejam v  V e k  IR,
(-k)v = k(-v) = -(kv).

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