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TOLEDO, R. F.; JACOBI, P. R. Pesquisa-ação e educação: compartilhando princípios


na construção de conhecimentos e no fortalecimento comunitário para o
enfrentamento de problemas. Educ. Soc., Campinas, v. 34, n. 122, p. 155-173,
Mar.2013. Disponível em<
https://www.scielo.br/j/es/a/GQXTGfPMhWpFktxq8dLW6ny/abstract/?lang=pt>. Acesso
em 02 jun. 2021.

Isis Valentina Inacia Borges1

O artigo científico intitulado “Pesquisa-ação e educação: compartilhando


princípios na construção de conhecimentos e no fortalecimento comunitário para o
enfrentamento de problemas” se demonstra como um estudo teórico relacionado a
Pesquisa-Ação e suas contribuições para a área educacional. A partir de uma revisão
bibliográfica o autor e a autora estabelecem um panorama dentro destes estudos de
caráter participativo.

Segundo o texto as metodologias de cunho participativo, não são elaboradas


pesquisas a fim de meramente uma consulta popular. Mas com olhar para a
transformação social e aproximação entre teoria e a prática, esses grupos sociais são
postos dentro das principais decisões. Ou seja, um espaço de reflexão coletiva, produção
de saberes, estudo da situação e enfrentamento e resolução dos problemas encontrados.

Kurt Lewin é um dos autores mais referenciados no âmbito da pesquisa-ação.


Entre as suas principais contribuições, está a formulação da chamada action research
(pesquisa-ação) dentro da psicologia social. Esse conceito fortalece as camadas sociais
mais minoritárias na medida em que ela é sustentada pela comunicação entre
pesquisadores e sujeitos na tomada de decisões.

Também são citados grandes referências como Dewey (1929), Corey(1950) e na


América Latina (entre 1960 e 1970) autores como Paulo Freire, Carlos Rodrigues
Brandão e Danilo Strech. Unidos a partir da aplicação dos resultados de pesquisa nas
práticas educativas, sistematizando a intrínseca relação entre os grupos sociais, os
pesquisadores, e as decisões na resolução de problemas. Ouvir o que se pode fazer se
torna mais prático que descobrir sozinha o que se pode fazer.

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Discente do Mestrado em Educação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, disciplina de
Metodologia da pesquisa. E-mail: d201220082@uftm.edu.br
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Na produção da pesquisa ação para que ela se demonstre positiva, o texto indica
algumas recomendações:

1. A pesquisa deve se tratar de interesses comuns;

2. O compromisso de realização da pesquisa deve ser compartilhado;

3. Permitir que os/as participantes trabalhem ativamente da forma


como preferirem;

4. Dividir o controle sobre os processos adotados na pesquisa;

5. Confecionar uma relação custo-benefício de forma igualitária;

6. Definir meios de inclusão para as questões relacionadas a justiça


entre os/as participantes.

Em relação a organização deste tipo de pesquisa, são divididas em um ciclo de


três fases, sendo elas segundo Lewin(1946): a) Planejamento, onde ocorre o
conhecimento e reconhecimento da situação; b) a Ação; c) encontro de fatos, em que os
resultados da ação devem ser colocados as vistas de um novo planejamento. Tornando a
pesquisa-ação em dinâmica e aberta às diversidades das situações encontradas.

O texto também propõe como complementares os conhecimentos populares e


científicos, alentando um indivíduo como um sujeito social através dessas interações
dos conhecimentos. Apresentando nos também que essas interações dos participantes da
pesquisa podem mudar suas representações a partir do encontro entre pessoas que
vivenciam a mesma situação e também com pesquisadores.

A revisão bibliográfica exposta no artigo expõe algumas


abordagens/modalidades da pesquisa ação, assim sendo:

1. Pesquisa ação participante: tem como foco a “investigação participativa”;

2. Pesquisa-ação integral e sistêmica: abordagem interativa e colaborativa,


participantes como coautores das práticas e saberes;

3. Pesquisa-ação colaborativa: tem cm pilar a relação de cada um dos


participantes;

4. Pesquisa-ação colaborativa/comunicacional: colaboração entre os sujeitos


que vivenciaram os problemas focalizados em torno da construção de críticas para a
transformação destes espaços;
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5. Pesquisa-ação existencial: se diferencia da pesquisa-ação no sentido de


não ter finalidade de implementação de ações práticas;

6. Pesquisa-ação crítico-colaborativa: esta pesquisa nasce a partir da


transformação do ambiente pelas demandas do grupo pesquisado;

7. Pesquisa-ação emancipatória: ocorre quando todo o grupo se propõe a


responsabilidade para as mudanças e transformações.

A partir do envolvimento dos grupos sociais para resolver problemas destes


próprios, corroboram diretamente na integração do ensino, pesquisa e extensão. Com
um teor reflexivo que mobiliza e gera saberes interdisciplinares, a pesquisa-ação
aplicada à educação contribui veementemente na transformação de práticas
institucionais. Ligando ao ciclo proposto por Kurt Lewin, a educação bem como a
pesquisa ação precisam ser reformulados constantemente a fim de atender as demandas
e autonomias coletivas.

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