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RESUMO
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I. INTRODUÇÃO
Perante a história da humanidade, por muito se lutou para alcançar o
chamado direito à liberdade, passando por todos os modelos constitucionais desde a
Magna Carta inglesa de 1215 até a Constituição Cidadã de 88. Trata-se de um
direito fundamental de primeira dimensão, que muito significa para o modelo vigente
de Estado Democrático de Direito.
Dentro desse cenário, a pandemia do SARS-COVID-19 trouxe de volta a
discussão acerca dos limites do comumente chamado direito de “ir e vir” sendo
levianamente evocado pela população em forma de protesto contra as medidas
restritivas de locomoção impostas pelo Estado. Nesse sentido, o que se tem é uma
das claras discussões acerca dos valores dos princípios Constitucionais, e como se
da sua aplicação. Essa discussão é amplamente conhecida nos meios
constitucionais, onde uma das correntes majoritárias atua utilizando a teoria dos
“sopesamento de princípios” que perpassa pela ideia de Estabelecer o “peso
concreto” (a relevância específica) de um princípio em relação a outro que lhe seja
conflitante, levando em consideração o “peso abstrato” de cada um deles, bem como
as restrições a serem concretamente impostas a cada um deles, em caso de
realização do outro.
Dentro desse cenário, os dois valores constitucionais considerados “absolutos” são
respectivamente o direito de liberdade de locomoção (Direito fundamental de
primeira geração) e o direito à saúde (Direito social, também conhecido como de
terceira geração)
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Trata-se de um direito fundamental de primeira dimensão, que perpassa a
independência do ser humano, seu poder de autonomia e espontaneidade. No
Direito Internacional podemos ainda destacar a Declaração Universal de Direitos
Humanos o caracteriza como direito inalienável, constando em seu artigo 3º “Todo
indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
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Estado de Direito
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Trata-se de uma garantia entre as partes no processo, especialmente quando por seu intermédio
atue uma pretensão punitiva
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O modelo constitucional do processo assenta-se no entendimento de que as normas e princípios
constitucionais resguardam o exercício da função jurisdicional. As normas devem ser aplicadas a luz
da CF
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O direito a saúde no rol dos direitos sociais elencados pela CF brasileira foi
resultado da força dos movimentos populares no momento da redemocratização
política, no final dos anos oitenta. Através de expressiva movimentação popular, os
objetivos constitucionais foram traçados e passaram a incluir o direito a saúde, que
se encontra hoje lapidado no artigo 6 da Constituição Brasileira, ao lado de outros
direitos sociais.
Para se entender essa inovação constitucional, é preciso desvelar os sentidos
da palavra saúde, que perpassa sua dependência das condições de vida e
organização social como a noção de ausência de doenças. Conforme a OMS, em
preâmbulo de sua Constituição (1946), assim conceitua: “Saúde é o estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. A
saúde depende, então, ao mesmo tempo, de características individuais, físicas e
psicológicas, mas também, do ambiente social e econômico, tanto daquele mais
próximo das pessoas, quanto daquele que condiciona a vida dos Estados (DALLARI,
2009)
Trata-se, portanto, de uma concepção coletiva, que perpassa
necessariamente por questões sobre organização social e política, isso se ilustra
nos casos em que tratamos de doenças transmissíveis como a pandemia do covid-
19 ou ainda com a compra de medicamentos, concessão de patentes (uma
discussão árdua acerca de direitos autorais, marca e a quebra de patentes, como a
discussão que hoje perpassa pela OMS acerca da vacina do COVID-19)
É possível concluir, portanto, que tanto a noção de direito como a de saúde no
Estado contemporâneo implicam a mais ampla compreensão do ambiente em que
será realizado o direito à saúde. É preciso que o legislador, o administrador e o juiz
possam orientar-se em meio a tantas variáveis sociais, econômicas e culturais que
participam da definição do estado de saúde das pessoas. São normas jurídicas que
deverão revelar o sentido exato de saúde albergado por determinada comunidade.
(DALLARI, 2009)
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Parágrafo único. As definições estabelecidas pelo Artigo 1 do Regulamento
Sanitário Internacional, constante do Anexo ao Decreto nº 10.212, de 30 de
janeiro de 2020, aplicam-se ao disposto nesta Lei, no que couber.
A Constituição Federal defende que os direitos garantidos por ela devem estar
em conformidade, ou seja, nenhum direito deve passar por cima do outro e sim
coexistir entre si. Porém, durante o período de pandemia, dois direitos fundamentais
entraram em conflito quanto a garantia guardada por eles, o da saúde e liberdade.
Diante desse conflito, o Estado teve que intervir para que pudessem ser resolvidos
de forma justa para toda a sociedade, fazendo com que ambos os direitos sejam
preservados da melhor forma possível.
Com isso, entra em voga o princípio da proporcionalidade, que é a forma com
que o Estado irá avaliar as medidas que podem ser tomadas diante da situação
atual, levando em consideração três elementos: adequação, necessidade e
proporcionalidade. Para que assim, a decisão tomada atinja todos os objetivos,
sendo menos abusiva e restritiva possível.
Deve-se então levar em consideração que as vacinas não estão
disponibilizadas para todos e além disso os EPI’s apropriados são escassos, mas
ainda assim, seu uso não é de fácil acesso a todos, logo, outras medidas devem ser
tomadas para que a saúde de todos possa ser preservada, pois é função da União
dar essa garantia a todos os indivíduos.
Dessa forma, tendo em vista outros países que já estavam vivendo a
pandemia, com hospitais não suportando a demanda, o Sistema de Saúde brasileiro,
incluindo redes públicas e privadas, não teriam recursos suficientes para lidar com
uma contaminação em massa. Com isso outras providências deveriam ser tomadas
procurando evitar a disseminação do vírus, que consequentemente iria levar a uma
crise na saúde e em outras áreas como a economia.
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Portanto, utilizando do princípio da proporcionalidade, o isolamento e
quarentena parece ser o melhor método para tenta diminuir os efeitos do vírus na
sociedade. Pois, engloba todos os três elementos do princípio, prevenindo
aglomerações e afastando as pessoas, sendo adequada; são necessárias, visando
que não existe cura ou prevenção; além de se tratarem de medidas temporárias, ou
seja, o seu cumprimento e observância obrigatória são apenas por um período
destinado a duração da pandemia, assim, o direito à liberdade irá ceder para que o
direito a saúde prevaleça, não sendo algo eterno e sim com “prazo de validade”,
para que pós pandemia os dois direitos possam voltar a coexistir em concordância.
VI. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
8
das-possiveis-solucoes-para-a-calamidade-publica-provocada-pelo-virus-
covid-19 >. Acesso em: 20/05/2021.
VIANA, João Pedro Teixeira de Faria. JÚNIOR, José Kleider Franco Torres.
Conflito entre o direito de acesso à saúde e liberdade de locomoção e
suas implicações na Pandemia de Covid-19. Disponível em: <
http://ojs.toledo.br/index.php/direito/article/view/3701 >. Acesso em:
21/05/2021.