Processo: ...
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
nos termos dos incisos I e II do art. 1.022 do Código de Processo Civil, pelas razões de fato e
direito que passa a expor.
O réu ingressou com ação especial de Usucapião rural contra o recorrente, visando obter
declaração de concessão no campo útil de imóvel localizado na zona rural do Rio de Janeiro /
RJ Bairro Quincas Borba, s / n. Segundo falsas alegações, foram proprietários desde 2006 O
imóvel nunca sofreu qualquer tipo de reclamação ou contestação de ninguém, e não houve
oposição e ininterrupta neste período. Em resposta, a recorrente certifica que a detenção, e
não a posse, foi realizada de forma instável e não houve animus domini porque havia um
contrato de empréstimo e um acordo de cooperação agrícola entre as duas partes. Apesar do
sucesso habitual, o tribunal ainda considerou que a reclamação do reclamante era justificada,
com o fundamento de que a mudança de propriedade era possível, e apontou que o
empréstimo seria usado para manter a propriedade do terreno gratuitamente. aceitar a
sentença e apresentar as razões do recurso de apelação o qual foi desprovido.
Ocorre que do acórdão proferido consta contrariedade e omissão, razão pela qual, visando à
defesa de seus interesses, o ora embargante interpõe os presentes embargos.
O art. 238 do Código de Processo Civil é cristalino ao definir o conceito de citação, sendo que,
não sendo esta efetivada, a relação processual não se aperfeiçoa.
Conforme é possível extrair do teor dos autos, Maria Capitolina Santiago tomou conhecimento
da ação porque a citação foi enviada erroneamente para a casa de sua mãe, Dona Fortunata, a
qual foi citada em seu nome.
O Código de Processo Civil é taxativo ao impor, em seu art. 242, que a citação será pessoal, o
que, obviamente, não ocorreu na instrução processual, sendo, portanto, nula de pleno direito,
ferindo o direito ao contraditório, garantido constitucionalmente.
A matéria não foi atacada por meio de Agravo de Instrumento por não constar do rol do art.
1.015.
Tratando-se de ordem pública, pode ser alegada a qualquer tempo, não tendo, desta forma,
sido atingida pela preclusão, razão pela qual, ante ao critério autorizativo do §1º do art. 1.009
do Código de Processo Civil, se requer preliminarmente a análise da mencionada nulidade de
citação para, sendo conhecida e provida a arguição, seja declarada a nulidade dos atos
posteriores.
Posto isso, requer-se sanadas as omissões constantes da decisão atacada, a fim de que Vossa
Excelência se manifeste acerca da preliminar arguida, reconhecendo-a, se o caso, para ao final
reconhecer nula a citação perpetrada.
Inclusive, o acórdão aponta que não se nega a possibilidade da posse, porém, no caso
presente, não há elementos que demonstrem sua efetiva ocorrência, pelo contrário, do
analisado até aqui, resta cristalina a existência de contrato de comodato ( o que não foi
atacado pelos autores), impedido, dessa forma, a contagem de tempo para eventual
usucapião, por se tratar justamente de posse precária.
Assim, requer que seja sanada a contradição apontada, a fim de reconhecer a impossibilidade
de transmutação da posse, julgando-se, desta forma, procedente o Recurso de Apelação
interposto.
IV – DO PEDIDO
a) Admitidos os presentes embargos, posto que foram cumpridos os requisitos legais para sua
interposição, intimando-se a parte contrária para manifestação nos termos do art. 1.023 do
Código de Processo Civil.