Direito Administrativo II
2021
I
2021
II
Índice
1 Introdução.................................................................................................................................1
1.1 Objectivos 1
1.2 Metodologia 1
2 Direito Constitucional..............................................................................................................2
3 Direito Administrativo.............................................................................................................2
5.3 Princípio do respeito pelos direitos e interesses legalm ente protegidos dos particulares
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6 Conclusão...............................................................................................................................12
7 Referências bibliográficas......................................................................................................13
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1 Introdução
Os serviços públicos sempre foram alvo de inúmeras críticas por parte de seus usuários. Isto
porque a imagem da Administração Pública sempre esteve relacionada a um conceito de
burocratização que impede a agilidade no cumprimento de metas estabelecidas pelo próprio
administrador, que, ao se deparar com normas, regimentos e circulares deviam segui-los à risca,
sob pena de perder o cargo. Por outro lado, o usuário de serviço público se depara com uma
Administração Pública atravancada, em que os próprios funcionários públicos se acostumam
com a lentidão inerente à burocracia.
1.1 Objectivos
1.2 Metodologia
2 Direito Constitucional
3 Direito Administrativo
Como ramo do direito, Direito Administrativo pode ser compreendido como o conjunto de
normas e princípios jurídicos que regem a actividade administrativa, as entidades, os órgãos e
agentes públicos, que actuam com o objectivo de atender as necessidades da colectividade.
Destaque-se que o Estado deve criar as condições necessárias para que os indivíduos vivam de
forma harmônica e solidária na sociedade e desenvolvam suas aptidões físicas, morais e
intelectuais. Isto porque, à sociedade política compete assegurar as condições indispensáveis ao
bem geral.
Para alcançar o bem público, o Estado exerce determinadas actividades, tais como a manutenção
da ordem interna e a execução de serviços para o bem-estar e o progresso da colectividade.
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Segundo Cunha Júnior (2011, p.17), a origem do direito Constitucional nasce das revoluções
liberais do século XVIII – revolução Francesa e Americana e tinha como principal objectivo a
limitação do poder por meio da separação das funções do Estado, além de uma declaração de
direitos tanto para os administrados quanto para os administradores.
Conforme os ensinamentos de Cunha Júnior (2011: p. 45) “Com a vitória das revoluções
democráticas abriu-se a oportunidade do surgimento das Constituições escritas, das quais a
Constituição americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1791 despontaram como os
primeiros paradigmas de documentos escritos e solenes”.
Neste sentido o doutrinador acima citado complementa seu pensamento acerca do vocábulo
Constituição, afirmando que esta pode ser entendida, numa acepção geral, como sendo: “o modo
pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; significa organização,
formação”.
Adentrando ao tema de princípios e sua explanação, vê-se que, segundo Cretella Junior (2003, p.
03) princípio é “todo ponto de referência de uma série de preposições, corolárias da primeira
proposição, premissa primeira do sistema”, assim, princípios são valores que trazem consigo
directrizes.
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Os princípios são dotados de aplicabilidade e eficácia servindo como uma bússola, auxiliando
aqueles que irão interpretar a lei como um todo. Segundo o destacado doutrinador Mello (2000:
p.748), a violação de um princípio é algo muito grave, posto que ofende o sistema de comando
como um todo.
Surgem mais dois princípios: o princípio da legalidade, que manda à Administração obedecer à
lei, e o princípio do respeito pelos direitos e interesses legítimos dos particulares, que obriga a
Administração a não violar as situações juridicamente protegidas dos administrados.
A Administração Pública é muitas vezes investida pela lei de uma liberdade de decisão, que se
denomina tradicionalmente de poder discricionário da Administração.
Dele se faz eco o art. 248º CRM. Este é o princípio motor da administração pública. A
administração existe, actua, e funciona para prosseguir o interesse público. O interesse público é
o seu único fim. Mas a administração não pode prosseguir o interesse público de qualquer
maneira, tem de fazê-lo dentro de certos limites, com respeito por determinados valores, no
interior de um quadro definido por dados parâmetros.
A noção de interesse público traduz uma exigência – a exigência de satisfação das necessidades
colectivas. Pode-se distinguir o interesse público primário dos interesses públicos secundários:
O interesse público primário, é aquele cuja definição compete aos órgãos governativos
do Estado, no desempenho das funções política e legislativa;
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Este princípio tem numerosas consequências práticas, das quais importa citar as mais
importantes:
a) Só a lei pode definir os interesses públicos a cargo da Administração: não pode ser a
administração a defini-los.
b) Em todos os casos em que a lei não define de forma complexa e exaustiva o interesse
público, compete à Administração interpretá-lo, dentro dos limites em que o tenha
definido.
c) A noção de interesse público é uma noção de conteúdo variável. Não é possível definir o
interesse público de uma forma rígida e inflexível.
d) Definido o interesse público pela lei, a sua prossecução pela Administração é obrigatória.
tal acarreta todo um conjunto de sanções, quer administrativas, quer penais, para quem
assim proceder.
O dever de boa administração é, pois, um dever imperfeito. Mas existe, apesar disso, como dever
jurídico. Na verdade:
a) Há vários aspectos em que esse dever assume uma certa expressão jurídica: existem
recursos graciosos, que são garantias dos particulares, os quais podem ter como
fundamento vícios de mérito do acto administrativo.
b) A violação, por qualquer funcionário público, dos chamados deveres de zelo e aplicação
constitui infracção disciplinar, e leva à imposição de sanções disciplinares ao funcionário
responsável.
O princípio de maior destaque, segundo Di Pietro (2011), dele se deriva os demais, sendo a base
para qualquer julgamento acerca dos actos do administrador público.
Este princípio é sem dúvida, um dos mais importantes Princípios Gerais de Direito aplicáveis à
Administração Pública, e que aliás, se encontra consagrado como princípio geral de Direito
Administrativo antes mesmo que a Constituição, o mencionasse explicitamente (art. 248, nº2
CRM).
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Os órgãos e agentes da Administração Pública só podem agir no exercício das suas funções com
fundamento na lei e dentro dos limites por ela impostos.
O princípio da legalidade aparece definido de uma forma positiva. Diz-se que a Administração
Pública deve ou não deve fazer, e não apenas aquilo que ela está proibida de fazer.
Os órgãos da Aministraçao Pública obedecem à Contituição e à lei e actuam com respeito pelos
princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da justiça.
no lugar adequado que for o seu, os princípios gerais de Direito, bem como o Direito
Internacional que vigore na ordem interna.
A violação, por parte da Administração pública, de qualquer destas sete categorias de normas ou
actos implica violação da legalidade (hoc sensa) e constitui, por conseguinte, ilegalidade.
A preferência de lei (ou legalidade-limite) consiste em que nenhum acto de categoria inferior à
lei pode contrariar o bloco de legalidade, sob pena de ilegalidade.
A reserva de lei (ou legalidade-fundamento) consiste em que nenhum acto de categoria inferior à
lei pode ser praticado sem fundamento no bloco de legalidade.
A teoria dos actos políticos não é, em rigor, uma excepção ao pnncípio da legalidade. Segundo
ela, os actos de conteúdo essencialmente político, isto é, os actos materialmente correspondentes
ao exercício da função política, chamados actos políticos ou actos de governo, não sendo
susceptíveis de impugnação contenciosa perante os tribunais administrativos, poderiam ser actos
ilegais.
O que acontece é que para esses casos não existe a sanção jurisdicional da impugnação
contenciosa com fins de anulação (ou de declaração de nulidade ou de inexistência); mas pode
haver outra sanção, mesmo actuada por via jurisdicional. Não é possível, designadamente, ir a
tribunal obter a anulação de um acto político ilegal, pois o contencioso administrativo só versa
sobre actos administrativos, não versa sobre actos políticos. Mas se esses actos forem ilegais
pode haver outras sanções (por exemplo, responsabilidade civil), pelo que não há aí uma
excepção ao princípio da legalidade, nem ao princípio da justiciabilidade.
Quanto ao poder discricionário da Administração também se nos afigura que não constitui, de
forma nenhuma, uma excepção ao princípio da legalidade, mas bem diferentemente um modo
especial de configuração da legalidade administrativa.
Com efeito, só há poderes discricionários aí onde a lei os confere com o tais. E, neles, há sempre
pelo m enos dois elementos vinculados por lei - a competência e o fim. Além de que existem
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5.3 Princípio do respeito pelos direitos e interesses legalm ente protegidos dos
particulares
A prossecução do interesse público não é o único critério da acção administrativa, nem tem um
valor ou alcance ilimitado. Há que prosseguir, sem dúvida, o interesse público, mas respeitando
simultaneamente os direitos subjectivos e os interesses legalmente protegidos dos particulares.
Está aqui retratada a essência do Direito Administrativo, que se caracteriza pela necessidade
permanente de conciliar as exigências do interesse público com as garantias dos particulares.
Proclamar e garantir o princípio da legalidade não é a única forma de assegurar o respeito pelos
direitos subjectivos e pelos interesses legalmente protegidos dos particulares. Respeitando a
legalidade, a Administração pública automaticamente respeita os direitos e interesses dos
particulares.
Hoje outros mecanismos jurídicos, para além do princípio da legalidade foram sendo concebidos
e postos em prática, a fim de conferir uma protecção autónoma aos direitos subjectivos e aos
interesses legalmente protegidos dos particulares, para além dos casos em que a violação da
legalidade ofende simultaneam ente esses direitos e interesses.
Este princípio obriga a Administração Pública a tratar igualmente os cidadãos que se encontram
em situação objectivamente idêntica e desigualmente aqueles cuja situação for objectivamente
diversa.
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A Administração Pública também não deve iniciar o procedimento legalmente previsto para
alcançar um certo objectivo com o propósito de atingir um objectivo diverso, ainda que de
interesse público.
Para o Princípio da Moralidade, o Administrador Público deverá ser probo e ético em sua
conduta a fim de se evitar abusos e desvios de recursos públicos, pois segundo Di Pietro (2011,
p. 77), “nem todos os autores aceitam a existência deste princípio; alguns entendem que o
conceito de moral administrativa é vago e impreciso ou que acaba por ser absorvido pelo próprio
conceito de legalidade”.
Pode-se dizer que para a aplicação deste princípio, conforme Moraes (2008), não bastará ao
administrador público somente cumprir a legalidade dos actos mas também respeitar os
princípios éticos da justiça e razoabilidade, posto que a moralidade constitui pressuposto de
validade de todo o acto da Administração Pública.
Neste sentido, conforme Meirelles (1995, p. 82) “não se trata da moral comum, mas sim de uma
moral jurídica, entendida como o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da
Administração”.
Complementa o entendimento dos ensinamentos de Di Pietro (1999, p. 111) que afirma que há
necessidade de existir uma proporcionalidade entre os meios e os fins.
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Pode-se auferir portanto, conforme Di Pietro (1999), que os actos tomados pelo gestor público
devem pautar-se em princípios morais ditos como lealdade e boa-fé. Portanto, o referido
princípio está intensamente ligado à idéia de probidade, dever este inerente ao administrador
público, pelo que, pode-se dizer que a imoralidade administrativa qualificada configura acto de
improbidade e não somente um acto imoral, posto que probidade administrativa está intimamente
ligada ao princípio ora exposto.
Portanto, a violação dos princípios éticos é por si só a violação do direito em si, pois segundo Di
Pietro (2011, p. 79) “o princípio deve ser observado não apenas pelo administrador, mas também
pelo particular que se relaciona com a Administração Pública”.
Com base nesses autores, podemos afirmar que a Administração Pública e aqueles que com ela
se relacionam não poderão distanciar-se da moral e dos princípios éticos, da boa-fé, da lealdade e
a actividade administrativa não poderá contrariar, além da lei, a moral e honestidade sob pena da
violação da própria lei.
6 Conclusão
7 Referências bibliográficas
DO AMARAL, Diogo Freitas. Curso de direito administrativo Volume II. 2 ª Edição. Almedica
Edições, 2011
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de direito administrativo. São Paulo: Saraiva,
2005
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1998.
MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 15ª ed. São Paulo: Malheiros,
2010.
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GAVIÃO PINTO, Alexandre Guimarães Gavião Pinto, Juiz de Direito do TJ/RJ. Revista da
EMERJ, v. 11, nº 42, 2008. Acesso em 12.11.2021