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DDS PERFUROCORTANTES

As exposições ocupacionais a materiais biológicos (MB) potencialmente contaminados continuam


representando um sério risco aos profissionais da área da saúde (PÁS), no seu local de trabalho.
Apesar de muitos estudos desenvolvidos nesta área, os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos
orgânicos correspondem às exposições mais freqüentemente relatadas.

Os ferimentos com agulhas e materiais perfurocortantes, em geral, são considerados extremamente


perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de vinte tipos de patógenos diferentes

Muitas destas doenças foram transmitidas em raros eventos isolados. Eles continuam a demonstrar, no
entanto, que os ferimentos com seringas podem ter consequências graves. O grau de risco de
contaminação com diferentes agentes infecciosos é variável, considerando-se que a exposição de
mucosas íntegras, representa risco médio de 0,1% e quando há exposição da pele íntegra, o risco é
inferior a 0,1%. Entretanto os materiais perfurocortantes no ambiente hospitalar ou laboratorial,
frequentemente veiculam sangue ou secreções, elevando os riscos ao profissional de saúde, de adquirir
uma doença infecciosa, especialmente os vírus HIV e da hepatite. Einstein e Smith reportaram que
50% dos acidentes com materiais perfurocortantes aconteceram pelo fato desses objetos estarem em
local impróprio para descarte, sem segurança. Portanto, é fundamental a adesão dos profissionais às
normas de precauções.

O que são infectantes perfurocortantes? Segundo a Resolução nº 5/93 do CONAMA (Conselho


Nacional do Meio Ambiente), são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral
ou, qualquer material pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou
cortes.

E os infectantes não perfurocortantes? Segundo a mesma Resolução, são os materiais que


contenham sangue ou fluidos corpóreos. 

O que fazer após a exposição acidental a material biológico? cuidados locais com a área exposta
devem ser iniciados imediatamente após o acidente. Recomenda-se lavar exaustivamente o local com
água e sabão, em casos de exposição percutânea. Não há evidencias reais da vantagem em se usar
soluções anti-sépticas (PVP – Iodo ou Clorexidina) em substituição ao sabão. Em casos de exposições
de mucosas, a lavagem deve ser feita com água ou solução fisiológica. Não utilizar éter, hipoclorito ou
glutaraldeido, pois podem causar irritação local e aumentar ou mascarar a área exposta. Não efetuar
cortes ou injeções locais; Sendo um acidente no local de trabalho, recomenda-se procurar o seu
supervisor para ele acionar o técnico em segurança do trabalho para que seja feito o encaminhamento
ao serviço de medicina do trabalho. Após isso é feito atendimento através do preenchimento, pela
empresa um formulário chamado CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho. A legislação atual
determina que a comunicação pelas empresas privadas seja feita em no máximo 24 horas após o
acidente. Vale ressaltar que o tempo decorrido entre o acidente e o encaminhamento deve ser o menor
possível, para que a avaliação médica e a profilaxia sejam iniciadas imediatamente;

Os resultados evidenciaram que, dos 398 acidentes ocupacionais notificados oficialmente, 125 (30 a
40%) foram perfurocortantes e 89 (71,20%) ocorreram entre trabalhadores de enfermagem. As
situações mais freqüentes de ocorrência se deram quando da administração de medicamentos
(25,78%). Concluiu-se que os trabalhadores de enfermagem foram os mais atingidos pelos acidentes
ocupacionais envolvendo material perfurocortante.

Acompanhamento do profissional acidentado: Após um acidente ocupacional com material


infectado ou proveniente de paciente-fonte desconhecido, o profissional de saúde deverá ser
acompanhado por um período de seis a doze meses, pelo menos. Caso o paciente-fonte seja
comprovadamente soro-negativo, para as doenças de risco, é indicado um acompanhamento de três a
seis meses, para cobrir-se a possibilidade de o paciente-fonte estar no período de janela imunológica.
Cuidados com materiais perfurocortantes: Recomendações especificas devem ser seguidas durante
a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material perfurocortante.

1. Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;


2. Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam
materiais perfurocortantes;
3. As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos;
4. Não utilizar agulhas para fixar papéis;
5. Todo material perfurocortante (agulhas, seringas, scalp, lâmina de bisturi, vidrarias, entre outros),
mesmo que esterilizados, devem ser desprezados em recipientes resistentes à perfuração e com tampa;
6. Os recipientes específicos para descarte de materiais não devem ser preenchidos acima do limite de
2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o
procedimento.

O uso de equipamentos de proteção individual é de estrema necessidade para evitar acidentes sendo
eles: luvas, máscaras, gorros, óculos, capotes (aventais) e botas, e atendem às seguintes indicações:

 Luvas: sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com
mucosas e com áreas da pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros);
 Máscaras, gorros e óculos de proteção: durante a realização de procedimentos em que haja
possibilidade de respingo de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos
do profissional; (máscaras de uso continuo no período de pandemia)
 Capotes (aventais): devem ser utilizados durante os procedimentos com possibilidade de
contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas;
 Botas: para proteção dos pés em locais de trabalho e ajuda evitar material infectante ter contato
com os pés (uso de sapatos totalmente fechado).

A melhor maneira de diminuir o risco de doença ocupacional a que todos os profissionais da saúde
estão expostos, em maior ou menor grau conforme seu campo de atuação, é não dar chance ao azar,
utilizando-se de todas as medidas preventivas disponíveis evitar de tirar os Epi’s pois são a proteção do
funcionário.

Somos os maiores interessados em nossa saúde, portanto devemos cuidar dela. Não somos imunes às
doenças e muito menos aos acidentes que podem promove-las. Os atos mais simples às vezes podem se
tornar os mais perigosos se não forem tratados com o devido cuidado e respeito.

Super dica:

 Lave sempre as mãos


 Mantenha cartão de vacina atualizada
 Evite ficar sem EPI’s

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