Você está na página 1de 1

TAYLOR SUPERSTAR

André Evaristo dos Santos

Palavras-chave: taylorismo – século XX – gerente - administração

Frederick Taylor, o primeiro expert americano em racionalização e eficiência no trabalho é o


ideário de administração do início do século, pois tem sido o primeiro e o mais bem-sucedido de
todos até hoje. As ideias de Taylor foram publicadas em 1911 num livro com o título The
Principies of Scientific Management, cuja influência é comparável a de Henry Ford ou Thomas
Edson. A ideia taylorista acabou extrapolando o mundo da empresa e penetrando em todos os
aspectos da vida do século XX e, apesar de estarmos no momento económico neoliberal-
globalizado, ela continua atual. Taylor propôs a criação de uma "ciência da administração" através
da observação do que ocorria no "chão de fábrica" do início do século, aonde foi possível para ele
concluir que era possível aplicar conhecimento ao trabalho e otimizar a produção através da maneira
certa de se fazer as coisas — the one best way — o qual revelou-se incrivelmente inovador. Naquela
época não havia metodologia por trás do ato de trabalhar. Trabalho era ação pura e simples. Os gerentes
limitavam- se a estabelecer cotas de produção sem se preocuparem com processos. Então o taylorismo
veio para gerar resultados por intermédio de pessoas ou simplesmente “administrar”. Para Frederick
Taylor a função do gerente é claramente separada da função do trabalhador, pois o trabalhador faz e
executa enquanto o gerente pensa, planeja e aponta the one best way, isto é, o importante era o
sistema, não o homem. Tudo isso é meio assustador para os acostumados ao discurso dominante em
administração hoje. Mas apesar de rejeitar qualquer possibilidade de contribuição inteligente por
parte trabalhador, Taylor enfatizava que o colaborador seria o grande beneficiário do seu sistema
"científico" já que se tornaria mais produtivo e consequentemente ganharia mais. O taylorismo sempre
foi associado a algo desumano, que via o trabalhador apenas como peça de um sistema em que ele não
podia interferir. Empresários o adoravam, mas intelectuais o rejeitavam por pretextos diferentes.
Entretanto a produtividade aumentou, a qualidade de vida do trabalhador médio — que passou realmente
a participar do resultado do que produzia — hoje não tem comparação com os padrões que vigoravam
no início do século. Até a "alienação" do trabalhador diminuiu, fazendo com que as críticas acabassem
caindo no vazio. Apesar desse sistema onde “um manda e outro obedece” não parecer o certo, não
foi encontrado outro que funcione tão bem como tal, porque os mais capazes continuam a ser
aqueles mais bem pagos justamente por assumir a responsabilidade de identificar o one best way. O
fato é que não se conseguiu substituir a verdade de Taylor por algo melhor, pois o taylorismo, em
sua essência, ainda dá resultado. Entendemos que é preciso superá-lo, mas nos faltam ferramentas.

Você também pode gostar