Palavras-chave: taylorismo – século XX – gerente - administração
Frederick Taylor, o primeiro expert americano em racionalização e eficiência no trabalho é o
ideário de administração do início do século, pois tem sido o primeiro e o mais bem-sucedido de todos até hoje. As ideias de Taylor foram publicadas em 1911 num livro com o título The Principies of Scientific Management, cuja influência é comparável a de Henry Ford ou Thomas Edson. A ideia taylorista acabou extrapolando o mundo da empresa e penetrando em todos os aspectos da vida do século XX e, apesar de estarmos no momento económico neoliberal- globalizado, ela continua atual. Taylor propôs a criação de uma "ciência da administração" através da observação do que ocorria no "chão de fábrica" do início do século, aonde foi possível para ele concluir que era possível aplicar conhecimento ao trabalho e otimizar a produção através da maneira certa de se fazer as coisas — the one best way — o qual revelou-se incrivelmente inovador. Naquela época não havia metodologia por trás do ato de trabalhar. Trabalho era ação pura e simples. Os gerentes limitavam- se a estabelecer cotas de produção sem se preocuparem com processos. Então o taylorismo veio para gerar resultados por intermédio de pessoas ou simplesmente “administrar”. Para Frederick Taylor a função do gerente é claramente separada da função do trabalhador, pois o trabalhador faz e executa enquanto o gerente pensa, planeja e aponta the one best way, isto é, o importante era o sistema, não o homem. Tudo isso é meio assustador para os acostumados ao discurso dominante em administração hoje. Mas apesar de rejeitar qualquer possibilidade de contribuição inteligente por parte trabalhador, Taylor enfatizava que o colaborador seria o grande beneficiário do seu sistema "científico" já que se tornaria mais produtivo e consequentemente ganharia mais. O taylorismo sempre foi associado a algo desumano, que via o trabalhador apenas como peça de um sistema em que ele não podia interferir. Empresários o adoravam, mas intelectuais o rejeitavam por pretextos diferentes. Entretanto a produtividade aumentou, a qualidade de vida do trabalhador médio — que passou realmente a participar do resultado do que produzia — hoje não tem comparação com os padrões que vigoravam no início do século. Até a "alienação" do trabalhador diminuiu, fazendo com que as críticas acabassem caindo no vazio. Apesar desse sistema onde “um manda e outro obedece” não parecer o certo, não foi encontrado outro que funcione tão bem como tal, porque os mais capazes continuam a ser aqueles mais bem pagos justamente por assumir a responsabilidade de identificar o one best way. O fato é que não se conseguiu substituir a verdade de Taylor por algo melhor, pois o taylorismo, em sua essência, ainda dá resultado. Entendemos que é preciso superá-lo, mas nos faltam ferramentas.