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RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo à análise do sistema de transporte coletivo urbano da
Região Metropolitana de Aracaju – RMA, caracterizando os transportes coletivos desde o
princípio até os dias atuais, as suas transformações e os problemas enfrentados, bem como
detectar as políticas urbanas municipais, a metropolização e o crescimento urbano das cidades
que compõem a RMA. Além disso, expõem-se as necessidades e dificuldades enfrentadas
pela população aracajuana em relação aos ônibus coletivos, sem falar nas discussões dos
empresários do setor e dos órgãos públicos, sobre forma participativa da comunidade. Através
do conhecimento de conflitos urbanos no espaço geográfico, é de fundamental importância a
pesquisa para a região no que diz respeito ao transporte público e suas políticas urbanas, pois
mesmo com algumas melhorias encontradas, a situação do sistema de transporte coletivo da
RMA e os políticas consorciadas não é das melhores.
ABSTRACT
The current research has the aim of analyzing the urban public transportation system of
Aracaju Metropolitan Region – AMR, characterizing the public transportations since the
beginning until nowadays, their changes and problems, as well as, detect the local urban
politics, the metropolization and the urban growth of the cities that compose the AMR.
Besides that, it shows the necessities and difficulties faced by the population of Aracaju in
relation to the public buses, as well as the discussions of the businessmen of the sector and the
public agencies and community participation. Through the awareness of the urban conflicts in
the geographical space, it is of fundamental importance the research for the region concerning
the public transportation and their urban politics because even with some improvements, the
situation of the public transportation of the AMR and some politics, is not what is expected.
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................................01
SUMÁRIO...............................................................................................................................02
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................03
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................25
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INTRODUÇÃO
O espaço urbano é produzido através do processo de reprodução do capital, onde o
homem explora a natureza com a utilização de técnicas, principalmente a partir da
industrialização no modo de produção capitalista, onde se pode encontrar relações sociais,
econômicas, políticas, ideológicas e relações de trocas de mercadorias articulada pelo capital.
A partir das relações de capital-trabalho o espaço geográfico é produzido de forma desigual,
na medida em que o espaço é fruto do capitalismo que também se reproduz
desproporcionalmente.
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar o sistema de transporte
urbano coletivo da região metropolitana de Aracaju, fazendo um levantamento das principais
características do sistema, problemas que a sociedade enfrentam e a qualidade da gestão. Para
analisar esse tipo de o sistema de transporte, é preciso fazer uma análise do seu
desenvolvimento e as transformações por ele causadas no espaço geográfico da região
metropolitana aracajuana, através do crescimento urbano, metropolização e as políticas
consorciadas, caracterizando as particularidades.
A metropolização é um fenômeno que representa e caracteriza o próprio sistema de
transporte, pois através dela e do crescimento urbano que as questões da circulação
influenciarão na cidade e sua região circunvizinha, além disso, outro fenômeno de grande
importância para com os meios de transportes são as políticas consorciadas, principalmente
porque representa a situação da gestão de transportes no Brasil, é caracterizada por relações
entre órgãos públicos e as empresas que participam de licitações.
No Brasil são notórios e crescentes os problemas relativos ao transporte e mobilidade
nas grandes cidades, desafiando especialistas e estudiosos. De fato, a mobilidade nas cidades
brasileiras é condicionada pela concepção do centro urbano e pela gestão do sistema de
transporte público e está estreitamente vinculada com o tipo de envolvimento da sociedade no
processo.
A cidade representa uma forma evoluída da ocupação do espaço geográfico pelo ser
humano. Segundo Corrêa (2003, p. 7), “ela é um conjunto de diferentes usos da terra
justaposta entre si, ou simplesmente um espaço urbano”. É nela onde a população se
concentra, há predominância de atividades comerciais, industriais, de serviços e de gestão,
além de concentrar circulação de pessoas, de mercadorias, informações e de investimentos de
capitais, tornando-se o centro das decisões políticas, sociais e econômicas. Essas
características se estabelecem com a evolução do processo de urbanização.
Nesse sentido, o espaço urbano é o reflexo de ações sociais, tanto daquelas que se
realizam no presente, quanto nas do passado. Para Corrêa (2003, p. 9), “o espaço da cidade
também é um condicionante para a sociedade, é assim um produto social”.
A discussão sobre a metropolização é vasta e densa. Diversos autores como Melo
(1978), “explicam que a metropolização inicia-se a partir das regiões metropolitanas, cujas
cidades estão em vias de se tornar uma metrópole (prestes a abrigar mais de 1 milhão de
pessoas na região ou até mesmo numa cidade)”. Outros autores como França (1997) e Santos
(1994), “já consideram que a metropolização inicia-se não somente a partir das metrópoles,
mas também de um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a
uma cidade central, com serviços públicos e infra-estrutura comuns”.
Muitas vezes, algumas cidades se desenvolvem uma ao lado da outra, de tal forma que
acabam se unindo formando uma só cidade, sem que haja um vazio “rural” entre elas, esse
processo é chamado de cornubação, é a unificação da malha urbana de duas ou mais cidades,
geralmente é a partir dela que caracteriza de forma mais áspera à área metropolitana, apesar
da autonomia política e administrativa. Outro processo que merece destaque é a nucleação -
ocorre como um processo parecido da cornubação - a grande diferença é que entre as cidades
há um certo vazio ou uma zona rural para separá-las. De certa maneira, esses dois processos
podem ser negativos caso não ocorra um eficiente planejamento urbano, pois os problemas de
uma cidade podem ser transferidos para outra.
A caracterização de uma área metropolitana é mais complexa do que se imagina dentro
das cidades que a integram, pois com o crescimento acelerado nas cidades e principalmente
nas áreas urbanizadas e periféricas, há uma necessidade de maiores investimentos, até porque
há uma concentração de capital, principalmente por conta das ofertas de serviços, nos centros
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Nas regiões metropolitanas que se integram, as cidades se confundem, uma sobre a outra.
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Apesar de fazer parte da área metropolitana, entre as cidades há um vazio.
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Os art. 182 e 183 da Constituição estabelecem diretrizes gerais da política urbana, e ainda a lei 10.257
(Estatuto da Cidade) estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade
urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
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Segundo SANTOS (1986, p.20) “Um ritmo acelerado da urbanização, principalmente a partir da década de
1950, é uma das características dos países subdesenvolvidos”.
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Este crescimento urbano na região metropolitana se deu de forma irregular, e sem qualquer tipo de consulta à
população.
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Legislativo do Estado, muitas vezes divergentes, exercem um efeito negativo. Além disso, há
que se ressaltar o fato da classe urbana da região metropolitana de Aracaju ser desigual e as
distorções socioeconômicas evidentes. Ademais, o sistema político-partidário e a falta de
mecanismos de controle social no âmbito da região metropolitana acabam por comprometer
seriamente qualquer tipo de ação integrada.
A seguir, será apresentada a experiência da integração do sistema de transporte
coletivo urbano da RMA.
Por volta de 1955, houve um declínio dos serviços oferecidos pela empresa
concessionária contratada, devido às inúmeras qualidades técnicas superiores dos sistemas de
transporte coletivo por ônibus a diesel, com mais flexibilidade e acessibilidade, estava
decretada a extinção dos bondes, além disso, soube-se do potencial do petróleo em Sergipe e
implantou-se a Petrobrás.
Hoje, os ônibus são os principais meios de transporte coletivos urbanos da região
metropolitana de Aracaju, apesar de parte da população utilizar meios alternativos de
transporte urbanos, dentre os quais se destacam o táxi lotação, a moto taxi, os taxis
convencionais. O primeiro se expandiu significativamente na última década na RMA,
principalmente pela facilidade e velocidade do deslocamento. Além dele, ganha importância a
moto-táxi, ainda hoje funcionando de forma irregular 6. Os táxis convencionais são usados,
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Embora os passageiros venham utilizando de forma mais recorrente esse meio, por propiciar rápida
locomoção, há ainda um grande receio em função da insegurança.
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principalmente, pela população mais abastada. Além desses meios da transporte motorizados,
a população recorre ainda a meios com tração animal (carroças) e as bicicletas, beneficiadas
pela ampliação das vias exclusivas em toda a capital).
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Como em Curitiba-PR, que já transportava mais de 150 mil pessoas por dia e possuía 14 empresas de transporte
coletivo urbano e quase 60 linhas de ônibus.
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idéia seria dos usuários passarem a contar com um serviço de qualidade, em tempo hábil,
tanto nos bairros de grande demanda quanto nos de pequena. O terminal de integração seria a
principal característica do sistema, com linhas integradas e tarifa com valor único,
interligando bairros com itinerários que passam pela área central e bairros adjacentes e
periféricos.
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Para as empresas de ônibus este valor deveria ser ainda mais alto. Segundo elas, as tarifas atuais não cobrem o
custo do setor. O valor de R$ 2,25 está relacionado à depreciação da frota, aos tributos (CONFINS, ICMS, ISS e
outros encargos sociais), gratuidades e meia passagem (21% dos usuários não pagam ou são estudantes) e o óleo
diesel, que seria o principal vilão para o alto valor da tarifa, principalmente os impostos embutidos no óleo.
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qualquer órgão que disciplina medidas para o planejamento urbano não se integra com a
política participativa da população, àquelas que interessam, sejam usuários ou não dos
serviços, qualquer decisão sobre o espaço urbano, os beneficiados serão todos que fazem parte
deste espaço. No sistema de transporte coletivo urbano da grande Aracaju não é diferente, a
maioria das decisões é tomada sem qualquer concordância da população, não se tem uma
política realmente participativa, principalmente para àqueles que se utilizam deste tipo de
transporte. Observa-se que os interesses vão além dos usuários, sem falar, que essas
discussões na Grande Aracaju são ainda mais negativas quando está no anexo dos municípios
circunvizinhos da capital, apesar de fazer parte da integração do sistema de transporte urbano
coletivo, a participação destes não é expressiva quanto a da capital nas decisões que são
tomadas, além disso, as empresas de ônibus que detém os consórcios, decidem sem uma
participação da sociedade.
Falta de um plano diretor metropolitano, é outro ponto crucial para um bom
funcionamento do sistema de transporte, como o estado sergipano ainda não formulou um
plano diretor para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas e
serviços de interesse comum entre os municípios que fazem parte da RMA, torna-se
dificultoso a relação entre estes, proporcionando uma falta de interesse político de
determinadas decisões e opiniões. Fazendo com que seja um fator negativo, mesmo quando se
trata de um sistema integrado, os transporte coletivos urbanos, principalmente quanto da
concessão, da programação da rede viária, do tráfego e dos terminais de passageiros, estas
situações deveriam ser mais eficientes se existisse um plano integrado entre os municípios.
Para que o sistema de transporte coletivo integrado urbano da RMA seja um ponto
forte e positivo dentre as políticas urbanas, está em estudo a formalização de um consórcio
para um transporte intermunicipal visando a licitação conjunta para concessão de transporte
público urbano. Está próximo de ser licitada a concessão para as empresas de ônibus
utilizarem o sistema de transporte na RMA. Segundo o atual presidente do SETRANSP,
Adierson Monteiro, foram estabelecidas propostas para que se tenham regras mais claras para
o funcionamento do transporte coletivo, dentre estas estão a reversa de um espaço viário para
o transporte público, investimentos em vias exclusivas e diminuição de tributos.
Podem ser observadas em outras cidades brasileiras e regiões metropolitanas, vias
urbanas que possuem espaços exclusivos para os transportes coletivos, como no mundo as
cidades cada vez mais se tornam urbanas, os espaços disponíveis ficam mais caros e
disputados, com investimentos dos gestores públicos em vias exclusivas para os ônibus, sem
dúvida não apenas o tempo de viagem diminuiria, mas também o custo operacional seria bem
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menor, pois os transportes coletivos não teriam que enfrentar as mesmas condições ou até
mesmo os congestionamentos que motocicletas e automóveis enfrentam, traria mais
mobilidade para a população e menos poluição, seja visual ou ambiental.
A SMTT optou em um controle maior sobre o tráfego, com um sistema que permitirá
diminuir os atrasos e facilitará a detecção do ônibus defeituosos e solucionar outros problemas
do sistema de transporte público. Os usuários poderão ser os próprios fiscais dos ônibus, pois
a possibilidade de saber dos horários corretos é maior, permitindo que o usuário façam
reclamações e que os ficais apurem de fato o que ocorreu, facilitando o processo de
localização e com isso, o cumprimento de horários.
Segundo o SETRANSP, mesmo com as dificuldades que o setor vem enfrentando,
parte dos empresários dos transportes coletivos urbanos da RMA estão investindo muito,
principalmente na segurança e no conforto dos ônibus, foram investidos mais de R$ 18
milhões nesse ano para a primeira parte da renovação, significa uma modernização de 8,47%
na frota total de Aracaju e região metropolitana. Até dezembro de 2011 estarão circulando
mais ônibus novos de diversas empresas, mas para que esses investimentos continuem nessa
perspectiva, é importante o poder público incentivar, melhorando a infra-estrutura das vias,
dos terminais de integração e principalmente diminuindo os impostos, principalmente por a
tarifa não ter nenhum tipo de subsídio governamental, implicando numa defasagem tarifária.
Na era das redes é irrefutável a velocidade com que não somente a informação circula,
mas também as mercadorias e as pessoas. A mobilidade, por sua vez, é condicionada pelas
vias e meios de circulação e transporte. São esses meios que conduzem pessoas de um lugar
para outro, constituindo um fator fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos e da
coletividade, com destaque para os meios de transportes coletivos urbanos.
Para que a cidade possua sua mobilidade de forma eficiente e satisfatória, é necessário
que a gestão do sistema de transporte público destacar a necessidade de políticas específicas e
efetivas, nos níveis federal, estadual e municipal, que realmente favoreçam a implantação,
operação e uso de sistemas de transporte coletivo urbano - principalmente por ônibus, cujo
custo de implantação e operação é relativamente baixo e cuja capacidade é bastante alta.
Políticas que estabeleçam a correta contratação e gestão adequada dos serviços indispensáveis
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para a sociedade, além de políticas tarifárias criativas e que beneficiem os usuários e os não-
usuários.
Partindo dos pressupostos históricos e atuais da cidade de Aracaju e seus municípios
circunvizinhos, foi necessária uma pesquisa prática sobre a atuação do sistema de transporte
coletivo aracajuano e de sua região metropolitana, que se encontra em verdadeira
transformação. Os fluxos de pessoas ou passageiros nos ônibus, cada vez mais têm
aumentado, pois a cidade cresce se estendendo para áreas onde não havia urbanização, com
isso o sistema de transporte coletivo deve se adaptar e proporcionar maiores condições de
locomoção à população.
É importante também que a população envolva-se na busca por transporte coletivo de
qualidade, no rateio dos custos de implantação e operação de sistemas coletivos e até mesmo
àqueles não motorizados, que privilegiem o pedestre e o ciclista, na partilha da fiscalização
dos serviços e investimentos. Afinal, com o aumento do uso do transporte público coletivo
geram-se menos congestionamentos, menos poluição, menos estresse, menos problemas de
saúde. Enfim, melhora-se a qualidade de vida de toda a cidade.
Para que isso se tornar realidade no Brasil, é preciso tomar como modelo as regras das
políticas urbanas consorciadas e das leis que normatizam os estados e municípios brasileiros
principalmente os integram regiões metropolitanas.
Ficou evidente que, uma melhor estrutura e um maior compromisso, possibilitando
uma ampliação e reordenação dos serviços, até mesmo uma reavaliação destes, iniciada pelas
empresas de ônibus coletivo junto às autoridades gestoras municipais, irá proporcionar um
verdadeiro transporte coletivo para a população da RMA, onde ela possa se locomover com
segurança e tranqüilidade, e que fique satisfeita para desfrutar deste serviço, ou seja, do
sistema de transporte coletivo urbano da RMA.
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