Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dissertação de Mestrado
Resultados Metalúrgicos
Dezembro de 2008
REDEMAT
REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS
CDU: 534-16
Catalogação: sisbin@sisbin.ufop.br
i
i
AGRADECIMENTOS
v Aos engenheiros Francisco Coutinho Dornelas e Dimas Bahiense Moreira por terem
possibilitado a realização desta conquista;
v Aos bolsistas Arlindo Lopes Faria, Marcello Melo e Fernando Gustavo, que
colaboraram na realização das simulações e caracterização metalográfica;
ii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................................................V
LISTA DE TABELAS.........................................................................................................................................VIII
LISTA DE SÍMBOLOS.........................................................................................................................................IX
RESUMO.................................................................................................................................................................X
ABSTRACT............................................................................................................................................................XI
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................................1
2 OBJETIVOS...........................................................................................................................................................3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................................................................4
.................................................................................................................................................................................11
4 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS..........................................................................................................38
iii
4.2.3.1 Preparação da amostra ...............................................................................................................................56
6 CONCLUSÕES.................................................................................................................................................. 68
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................... 71
9 ANEXOS ............................................................................................................................................................75
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.5 - (a) Marcas de oscilação na superfície da face estreita da placa com velocidade de 1,0 m/min e TN=
0,131 segundos, aço médio carbono micro ligado; a =0,40; (b) ocorrência de trinca transversal de quina após
escarfagem (ArcelorMittal Tubarão) .....................................................................................................................12
Figura 3.6 - Formação das marcas da oscilação durante o lingotamento contínuo sem o uso de pó fluxante
(Lopes, apud Sato)..................................................................................................................................................13
Figura 3.7 - Formação das marcas de oscilação no lingotamento contínuo com o uso de pó fluxante (Lopes,
apud Sato) ..............................................................................................................................................................14
Figura 3.8 - Formação das marcas de oscilação se iniciando com solidificação do menisco (Lopes, apud
Saucedo) .................................................................................................................................................................15
Figura 3.9 - Flutuação do menisco com a oscilação do molde (Lopes, apud Takeuchi et al.)..............................16
Figura 3.10 - Representação gráfica do movimento do menisco durante a sua formação em condições de
equilíbrio (Lopes, apud Suzuki et al.) ....................................................................................................................16
Figura 3.13 - Interior de um molde de lingotamento contínuo (direita); fenômenos complexos ocorrem na região
de menisco (meio) e, marcas periódicas de oscilação (esquerda) em uma superfície de uma placa (Lopes, apud
Sengupta et al.)........................................................................................................................................................19
.
Figura 3.14 - Influência da marca de oscilação nas ocorrências de trincas transversais........................................21
Figura 3.15 - Trincas se propagam ao longo do filme da ferrita formada sobre a interface do grau austenítico
primário (superfície do topo e próximo a quina) ....................................................................................................21
Figura 3.16 - Mecanismo de formação do gancho e marca de oscilação em uma placa de aço ultra baixo carbono
(Lopes, apud Sengupta et al.) .................................................................................................................................23
Figura 3.17 - Características do gancho em amostras de aço de ultra baixo carbono: micrografia óptica
mostrando: (a) ponto fragilizante formado por uma bolha de argônio para um tipo de gancho, e (b) fratura da
extremidade de um gancho (Lopes, apud Sengupta et al.) ....................................................................................25
Figura 3.20 - Trinca transversal e potencial de sticker vs tempo de estripamento negativo (Kawasaki Steel) .....28
Figura 3.21 - Temperatura do aço no distribuidor vs espessura e profundidade do gancho no menisco ..............29
Figura 3.22 - Influência do inserto de cromo (faces estreitas do molde) na extração de calor no molde com
velocidade de lingotamento = 1,3 m/min ...............................................................................................................31
v
Figura 3.23 – Efeito do teor de carbono na profundidade da marca de oscilação.................................................31
Figura 3.25 - Taxa de consumo de pó fluxante (por ciclo) vs tempo de estripamento positivo e negativo ..........35
Figura 3.27 - Efeito da onda não senoidal no valor de fricção líquida (fl) ...........................................................37
Figura 3.28 - Relação entre velocidade de lingotamento e força máxima de fricção (Ff max) em um ciclo de
oscilação .................................................................................................................................................................37
Figura 4.29 - Módulo de oscilação do molde - lingotamento contínuo 3 (ArcelorMittal Tubarão) .....................40
Figura 4.30 - Movimento hidráulico da haste do atuador do molde - lingotamento contínuo 3 (ArcelorMittal
Tubarão) .................................................................................................................................................................41
Figura 4.31 - (a) Corte transversal da placa; (b) Cortes laterais da placa e (c) fotografia de uma das laterais
cortadas da placa (Fonte: LESTA) .........................................................................................................................45
Figura 4.32 - Interface do software Quantikov, apresentando a função aritmética de soma entre duas imagens.
Neste caso, está sendo adicionada à imagem grelha a fotografia da superfície da placa de lingotamento contínuo
(Fonte: LESTA) ......................................................................................................................................................46
Figura 4.33 - Distribuição das distancias entre as marcas de oscilação no lingotamento contínuo de placas nº 2
da Arcelor Mittal Tubarão para um aço com freqüência de oscilação de 186 cpm e velocidade de lingotamento=
1,6 m/min – amostras I e II (Fonte: LESTA)..........................................................................................................48
Figura 4.34 – Vista geral do protótipo de rugosímetro óptico. Estrutura de sustentação, detector de luz refletida
(1), laser (2), placa de madeira com estrias para calibração (3) e controlador da velocidade de deslocamento da
mesa (4) ..................................................................................................................................................................50
Figura 4.36 - (a) Conversor analógico/digital do sinal luminoso oriundo do detector de luz refletida
(fotomultiplicador); (b) Protótipo com amostra de placa de aço na posição de medição da profundidade da marca
de oscilação ............................................................................................................................................................51
Figura 4.37 - Representação esquemática do método proposto para varredura óptica da superfície de amostras de
placas de lingotamento contínuo ............................................................................................................................52
Figura 4.38 - Diagrama típico: modulação serrilhada da reflectância segundo uma pista perpendicular às marcas
de oscilação em uma placa real. Os picos laterais extremos correspondem à reflexão fora da placa
.................................................................................................................................................................................54
Figura 4.39 - Diagrama registrando modulação da reflectância na placa de referência (placa de madeira
ranhurada). Notar a variação de largura dos picos em função da distância entre marcas ......................................54
Figura 4.40 - Representação da amostra obtida da face estreita da placa para análise microscópica da região
próxima a marca de oscilação (OM) ......................................................................................................................57
Figura 4.41 - Microestrutura do ferro atacado com reativo Klemm, revelando inclusões de fósforo ...................58
Figura 4.42 - Microestrutura do ferro atacado com reativo Klemm, revelando regiões contendo baixo fósforo em
tons azulados ..........................................................................................................................................................58
Figura 4.44 - Perfil de microestrutura do aço cementado utilizando reativo Klemm ............................................60
vi
Figura 5.45 - Estripamento negativo versus valor de (a) ......................................................................................61
Figura 5.46 - Comparativo de tn para valores de (a) 40 e 0% faixa de carbono= 0,071~ 0,50% .........................62
Figura 5.47 – Ocorrência de trinca de quina versus largura de placa. Aço médio carbono micro ligado (c= 0,13 ~
0,18%; mn= 0,9 ~1,5%; nb= 0,015 ~ 0,030%; v= 0,030 ~ 0,048%) ......................................................................63
Figura 5.48 - Disposição dos bicos de spray: segmento zero - ponto de dobramento (lingotamento contínuo 3)
.................................................................................................................................................................................64
Figura 5.49 - Espaçamento entre marcas de oscilação: calculado versus medido. Aço médio carbono micro
ligado ......................................................................................................................................................................65
Figura 5.50 - Regiões de um aço médio carbono (0,165% c) micro ligado ao nióbio atacadas com reativo
Klemm, revelando áreas ricas em inclusões e micro segregação, em uma direção preferencial na região adjacente
a marca de oscilação ...............................................................................................................................................66
Figura 5.51 - Regiões de um aço médio carbono (0, 165% c) micro ligado ao nióbio atacadas com reativo
Klemm (a) risco intencional para facilitar a identificação da região nos próximos registros
.................................................................................................................................................................................67
Figura 5.52 - Regiões de um aço médio carbono (o,165% c) micro ligado ao nióbio atacadas com reativo Klemm
e sobre-atacadas com nital, correlacionando a distribuição das inclusões com a micro-estrutura (Fonte: LESTA)
.................................................................................................................................................................................67
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela IV.2 - Valores de ak para taxa de não senoidal (a) de 40% ......................................42
viii
LISTA DE SÍMBOLOS
ix
RESUMO
A função do oscilador do molde no processo de lingotamento contínuo é possibilitar que a escória líquida de
fluxante penetre nas interfaces das placas do molde e “pele”, em solidificação, evitando a ocorrência de sangrias
e breakout.
Em contrapartida, o processo de oscilação gera ranhuras na superfície da placa, que se formam a cada ciclo de
oscilação do molde, e dependendo da intensidade desta marca pode gerar recusas do produto final após
conformação mecânica, oriundos de trincas transversais de quina, micro porosidades, precipitados e inclusões,
sendo estes defeitos os mais comuns.
Na fase de desenvolvimento foi utilizado o oscilador do molde tipo eletro hidráulico do lingotamento contínuo 3
da ArcelorMittal Tubarão.
Variáveis físicas do oscilador do molde, transplantadas da literatura, tais como: freqüência, amplitude e tempo de
estripamento negativo foram avaliadas através de experimentos em blocos, nos aços médio carbono micro
ligado, visando conhecer a correlação com os resultados metalúrgicos. Observou-se que para baixos valores de
estripamento negativo (0,09 a 0,131 segundos) e aplicação de a= 40% não houve nenhuma ocorrência de falta
de lubrificação na interface molde e placa, ou seja, sem alarme de colamento da pele. As ocorrências de trincas
transversais de quina foram dentro dos padrões ArcelorMittal Tubarão.
Buscou-se, ao longo deste trabalho, medir variáveis associadas às marcas de oscilação tais como o espaçamento
entre elas, a natureza dos defeitos (inclusões, porosidades, etc.) distribuídos ao longo das marcas e a
profundidade destas. Estas informações, quando reunidas, permitem compreender os fenômenos relacionados à
solidificação no lingotamento contínuo e avaliar a qualidade do processamento e os reflexos sobre a qualidade
metalúrgica do produto.
Para avaliação dos resultados metalúrgicos, os recursos utilizados para tal finalidade incluíram um software
(Quantikov) para análise de imagens, a microscopia óptica e um equipamento de varredura óptica, denominado
Rugosímetro Óptico, este último desenvolvido pela ArcelorMittal Tubarão e UFOP.
Os resultados obtidos estão coerentes com aqueles divulgados na literatura especializada e com os padrões
operacionais adotados na Empresa.
De posse dos resultados metalúrgicos e conhecimento de trabalhos técnicos realizados espera-se otimizar o uso
do oscilador do molde em função da composição química do aço.
x
ABSTRACT
The function of the mould oscillator in the continuous casting process is to make possible that the flux powder
liquid slag enters the interfaces between the mould plates and the solidifying skin preventing bleeding and
breakout.
However, the oscillation process generates grooves on the slab surface at each mould oscillation cycle and
depending on the intensity of the mark the final product can be rejected after mechanical conformation due to
defects such as transversal edge cracks, micro porosities, precipitates, and inclusions.
The electro hydraulic mould oscillator of ArcelorMittal Tubarao continuous casting machine 3 was used in the
development phase.
Physical variables of the mould oscillator, transferred from literature, such as: frequency, amplitude and negative
stripping time were evaluated through the experiments in blocks, in micro -alloyed medium carbon steel aiming
to know the correlation with the metallurgical results. It was observed that for low negative stripping values
(0.09 to 0.131 seconds) and application of a= 40% there was no lack of lubrication in the mould-slab interface,
i.e., there was no sticking of the skin. The occurrence of transversal edge cracks were within ArcelorMittal
Tubarao’s standards.
Throughout this work we searched to measure the variables associated to the oscillation marks such as the
distance between them, the nature of the defects (inclusions, porosity, …) distributed along these marks and their
depth. This information, when put together, makes it possible to understand the phenomena related to
solidification in continuous casting, to evaluate the processing quality and the reflex on the quality of the
metallurgical process.
The resources used to evaluate the metallurgical results included a software (Quantikov) to analyze the images,
the optical microscopy and an optical sweeping equipment called Optical Rugosimeter, the latter developed by
ArcelorMittal Tubarao and UFOP.
The results obtained are consis tent with those divulged in the specialized literature and the operational standards
adopted by the Company.
Based on the metallurgical results and the knowledge from technical works carried out it is expected the
optimization of the use of the mould oscillator according to the chemical composition of the steel.
xi
1 INTRODUÇÃO
O mercado atual de aço tem exigido dos centros de pesquisas e unidades de fabricação o
desenvolvimento de processos de fabricação de aço, visando atender as exigências cada vez
mais rígidas das aplicações.
Neste contexto, a Aciaria assume grande valor potencial de estudo, uma vez que, além de
agregar cerca de 30% ao custo do produto acabado, ainda pode ser responsável pela maioria
dos defeitos observados pelo cliente final.
A demanda de aços microligados, como exemplo, para fins petrolíferos, tem aumentado muito
nos últimos anos, sendo que os índices de recusas do produto estão relacionados em parte com
a ocorrência de trinca transversal no processo de lingotamento.
Um dos mecanismos de formação deste tipo de trinca está relacionado ao aspecto da marca de
oscilação na superfície da placa, conjugado com outras variáveis de processo.
Estudos recentes demonstram que aços ultra baixo carbono apresentam uma maior
probabilidade de ocorrência do hook, que tem relação direta com a concentração de inclusões
não metálicas e micro porosidades na região adjacente à marca de oscilação.
O projeto de oscilação do molde é um dos outros parâmetros que deve ser considerado quando
da definição do modelo de oscilação.
Neste caso, certos projetos de molde permitem operar com curva de oscilação assimétrica ou
não senoidal.
1
No presente estudo, buscou-se um entendimento mais abrangente da marca de oscilação tanto
em nível de pesquisa bibliográfica quanto na realização de experimentos, visando o
desenvolvimento de uma metodologia adequada à caracterização dos defeitos. Os
procedimentos experimentais, uma vez validados, servirão de base para a implantação de
rotinas operacionais condizentes com as exigências de qualidade dos produtos.
2
2 OBJETIVOS
3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
economia tanto em equipamentos e espaço físico, como também em relação ao custo.
No entanto, para garantir a qualidade do produto, faz-se necessário o uso de técnicas apuradas
de processo e metalurgia de panela.
5
de solidificação;
• Dimensionamento da capacidade do distribuidor e direcionadores de fluxo para
reduzir as regiões de estagnação e aumentar o tempo de residência do aço entre
distribuidor e molde;
• Especificação de pós fluxantes compatíveis com a composição química do aço,
visando manter filme homogêneo de lubrificação na interface molde e aço de tal forma
a evitar a formação de trincas longitudinais na superfície e rompimento da pele
solidificada no molde.
A figura 3.1 mostra um lay-out básico de uma máquina de Lingotamento Contínuo, cujos
principais componentes são caracterizados a seguir:
• Torre de panela;
• Carro de barra falsa (em projetos específicos, a inserção é realizada sentido inverso ao
lingotamento);
• Molde;
• Oscilador;
• Segmentos;
• Máquina de corte;
• Balança de placa;
• Marcador;
• Rebarbador;
• Pontes rolantes
6
Torre giratória
Distribuidor
Molde/Oscilador
Segmentos
Máquina Corte
Barra Falsa
Antes de iniciar o lingotamento da corrida, uma barra falsa é inserida no veio, pelo topo,
através do equipamento “carro de barra falsa” ou pela parte inferior da máquina, através dos
rolos extratores até a região superior do molde.
Após esta fase é realizada a selagem da cabeça de barra falsa, utilizando materiais cerâmicos e
refrigerantes.
Após o giro da torre, a válvula inferior da panela é acoplada a válvula longa, e o aço líquido é
vazado ao distribuidor, que tem por finalidade principal regular o fluxo de aço líquido para
um ou mais moldes.
O aço rapidamente solidifica ao contato com a cabeça de barra falsa que é então extraída,
utilizando uma curva de aceleração de máquina, até atingir a velocidade recomendada,
definida em função da produtividade e qualidade requeridas do produto.
Impõe-se um fluxo térmico pelas paredes do molde (figura 3.2), que são placas de ligas de
cobre refrigeradas à água, onde se processa o resfriamento primário, com o objetivo de formar
7
uma camada solidificada com uma espessura tal que a torne resistente para suportar a pressão
ferrostática do líquido e as solicitações mecânicas externas.
Durante todo o processo o molde está sujeito a um movimento de oscilação vertical que
permite facilitar a lubrificação na interface molde e pele.
Logo que deixa o molde, o veio é guiado por rolos, e o resfriamento se efetua por contato
direto com a água de uma bateria de bicos de spray e por radiação térmica.
Estas regiões são denominadas resfriamentos secundários (figura 3.3).
O resfriamento por sprays deve ser realizado de tal modo que a superfície seja resfriada de
forma contínua, e tenha uma temperatura mais constante possível em toda a superfície de uma
secção transversal do veio.
∂H ∂H ∂ ∂T
+v = k
∂t ∂z ∂x ∂x
H: Entalpia (J/m3 )
t : tempo (s)
k : condutividade térmica (W/m . o C)
v : velocidade de lingotamento (m/s)
T: temperatura (o C)
x : direção da espessura (m)
8
Condições de contorno:
∂T
k =0
∂x x =0
k
∂T
∂x
= h ⋅ (Ts − T∞ ) + ε ⋅ σ ⋅ (Ts + 273) − (Ta + 273) + Qm ( 4 4
)
x =sup erfície
Válvula Submersa
Face Estreita Cordão
Escória SEN
Jaqueta Placa
de Cobre
Placa
Cobre
Fluxante
Aço Líquido Esc. L íquida
( sob fluxante)
ga
lar Escória Penetração
ce
Fa Fluxante
Bolhas Ângulo
Marca Argônio Vá l
Oscilação
Jato
Resistên-
cias
Aço l íquido
Gap de
Ar
Inclusões
Pele Sólida
Rolos (Segmentos)
Veio (Placa)
Resistências
Água Molde “ pele ” Líquido
Resfri. Sólida Térmicas
•Condução através do
Líquido
Temperatura (o C)
•Condução através do
Molde
Distância (mm)
•Convecção Água
Resfriamento
9
Radiação
Spray
Logo abaixo do molde, desde que a espessura do sólido seja pequena, existe a tendência de
abaulamento devido à pressão ferrostática, em função da espessura de pele solidificada na
ordem de 25 mm, como mostrado esquematicamente na figura 3.4, sendo necessário utilizar
rolos de pequeno diâmetro, bastante próximos e maior vazão de água (Zo na I).
Esta zona é de vital importância para o sucesso da operação. Para o caso do lingotamento
contínuo de placas, o controle do resfriamento é normalmente realizado dividindo-se a
primeira zona em sub- zonas independentes [37] .
Normalmente, a refrige ração das faces estreitas é feita somente na Zona I através de rolos
suportes e bicos de spray com alta densidade. Nas demais zonas, são projetadas grades de
spray com objetivo de propiciar resfriamento uniforme da superfície da placa.
Existem máquinas de lingotamento que são projetadas para ajustar a largura de spray, no
segmento, em função da largura da placa, visando reduzir o efeito de super-resfriamento na
borda da placa, de forma a minimizar as ocorrências de trincas de quina, principalmente em
aços micro ligados.
10
Abaulamento
Figura 3.4 Efeito do abaulamento do veio provocado pela pressão ferrostática [38]
Para que seja mais efetiva a remoção de calor, aplicam-se bicos de sprays onde a água sofre
atomização com ar comprimido.
11
elevadas taxas de resfriamento, como é o caso do lingotamento contínuo [37].
Quando um metal líquido é vazado contra a parede de um molde, espera-se que a superfície
solidificada assuma a regularidade da superfície de resfriamento do molde. Entretanto, no
caso de solidificação em condições de resfriamento rápido, a superfície se apresenta irregular
com marcas ao longo do perímetro da placa.
(a)
(b)
Figura 3.5. (a) Marcas de oscilação na superfície da face estreita da placa com velocidade de 1,0 m/min e tn=
0,131segundos, aço médio carbono micro ligado; a =0,40; (b) Ocorrência de trinca transversal de quina após
escarfagem (Fonte: ArcelorMittal Tubarão)
12
O desenvolvimento do sistema de oscilação de molde foi um dos maiores impulsores do
processo de lingotamento contínuo. Historicamente, a oscilação de molde foi aplicada para
aços inicialmente em 1949 em 2 (duas) plantas-piloto construídas independentemente por
Junghans e I. Rossi [37].
[5]
Segundo Sato a formação de um menisco "secundário" é causada pelas variações de
pressão provocadas pela oscilação do molde. É sugerido por ele que as marcas sejam
formadas em duas etapas, primeiramente a casca sólida do menisco é erguida devido ao
movimento ascendente do molde causando a formação de duas superfícies convexas, ab e bc
(figura 3.6).
Então, quando o molde entra em movimento descendente, as duas superfícies convexas são
comprimidas dando forma à marca. A figura 3.6 ilustra a formação de uma marca durante o
processo de lingotamento contínuo sem o uso de pó fluxante e a figura 3.7 demonstra a
formação de uma marca durante o processo de lingotamento contínuo, mas dessa vez com uso
de pó fluxante [5]. Vejamos:
Figura 3.6 Formação das marcas da oscilação durante o lingotamento contínuo sem o uso de pó fluxante
(Lopes [46], apud Sato [5])
13
Figura 3.7 Formação das marcas de oscilação no lingotamento contínuo com o uso de pó fluxante (Lopes
[46]
, apud Sato [5])
[6]
Em 1980, Saucedo et al. apresentaram um trabalho no qual foi deduzido que as marcas da
oscilação - ou ondulações, se formam devido à solidificação do menisco. Os autores sugerem
que nenhuma marca se formará se a taxa de extração de calor for pequena.
[7]
Em 1991, Saucedo apresentou uma teoria mais detalhada: as marcas de oscilação são
formadas quando a oscilação força o metal líquido a recuperar o contato com a parede do
molde. Isto pode acontecer de dois modos: por transbordamento de metal líquido, ou por
dobramento da casca sólida para o molde devido à pressão ferrostática.
[7]
Também é possível que os dois processos se combinem . A figura 3.8 apresenta diferentes
modos em que o metal líquido pode entrar em contato com a parede do molde acima do
menisco formado. A marca da esquerda é geralmente denominada de marca de dobramento, e
a marca do centro é chamada de marca de excesso.
14
Figura 3.8 Formação das marcas de oscilação se iniciando com solidificação do menisco (Lopes [46], apud
Saucedo) [7]
Em 1980, Tomono et al. [8] realizaram experiências com substâncias orgânicas. Foi observado
que a formação dos dois tipos de marca, isto é, marcas de dobramento e marcas de excesso,
ocorrem por razões diferentes.
[9]
Em 1984, Takeuchi e Brimacombe descreveram como a pressão no cordão de escória
líquida varia e traciona o menisco para a parede do molde durante o estripamento negativo. A
diferença de resistência da pele do menisco ocasiona a formação de marcas com ou sem
ganchos. Assim, se a pele é forte, acontecerá um transbordamento e haverá a formação de um
gancho como conseqüência; se a pele é mais fraca, a casca é simplesmente comprimida contra
a parede, dessa forma não haverá nenhum transbordo de metal líquido e nenhum gancho se
forma.
A figura 3.9 descreve como o menisco obedece à oscilação do molde [9][10][11]. De acordo com
essa figura, o menisco passa uma por uma variação de raio de curvatura provocada pela
15
oscilação do molde.
Figura 3.9 Flutuação do menisco com a oscilação do molde (Lopes [46], apud Takeuchi et al.[9])
Em 1986, Suzuki et al. [12] apresentaram uma teoria para a formação da marca de oscilação.
Seu modelo assume um controle do mecanismo da sobreposição ao da formação. O menisco
com tensão superficial em equilíbrio com a casca move-se para cima à medida que a casca
sólida cresce para dentro, conforme demonstrado na figura 3.10.
16
Delhalle et al. descreveu, em um trabalho de 1989, baseado na teoria da solidificação da
primeira pele no molde, três mecanismos diferentes para a formação das marcas de oscilação
(figura 3.11).
Estes mecanismos foram baseados na solidificação referente à parte curva do menisco (hook).
O primeiro mecanismo (A) assume que devido aos efeitos da oscilação do molde e extração
da placa, e, portanto, o movimento da pele solidificada, ocorre o transbordo de aço líquido na
região curva do menisco, consequentemente a formação de novo hook de solidificação.
O segundo mecanismo (B) é uma variação do primeiro. Assume a ocorrência de uma total ou
parcial refusão do hook.
17
parede do molde sobre o efeito da pressão ferrostática. O resultado deste fenômeno gera uma
depressão transversal na superfície do produto [13].
[23]
Emi et al. e Mizukami et al.[22] propuseram que durante o período de estripamento
negativo ocorre uma pressão hidrodinâmica em interação com a escória líquida do pó
fluxante, que empurra a borda do meniscus na direção da fase líquida do aço no molde.
A escória líquida do pó fluxante é bombeada dentro do canal entre o aço e o molde, através do
slag rim que está anexado a parede do molde. No final do período de estripamento negativo,
quando o molde e o veio movem na direção de lingotamento com a mesma velocidade, a
pressão do fluxante é aliviada, e a pressão ferrostática atua gerando o transbordo de aço na
região parcialmente solidificada do meniscus, criando o hook.
Em certos tipos de aço o meniscus é empurrado na direção da parede do molde, neste caso, o
fenômeno hook não é criado. O hook se manifesta adjacente à marca de oscilação.
18
Figura 3.12 Figura esquemática da profundidade, ângulo e comprimento do hook de solidificação [44]
Também são mostrados os ganc hos, que são uma característica micro estrutural sub-
superficial que acompanha, em profundidade, as marcas de oscilação em aços com baixo teor
[17][18].
de carbono (< 0.10 %) Esta diferente sub-superfície micro estrutural ocorre
aproximadamente de 2 a 4 mm abaixo da superfície da placa.
19
A formação das marcas reduz a qualidade superficial devido ao aparecimento de micro
segregação de partículas - como, por exemplo, o fósforo, o enxofre, bolhas de argônio,
alumina - ocasionando a formação de inclusões não metálicas e trincas transversais na região
onde se formam os ganchos [18][19] .
Em casos extremos, a superfície da placa inteira deve ser escarfada para a remoção destes
defeitos, resultando em perdas de produtividade e rendimento de processo. Birat et al.
demonstram a influência da marca de oscilação na ocorrência de trincas transversais (figura
3.14).
20
Profundidade OM & Depressões
Causas
-Alta Temperatura Local
-Grãos largos
-Concentração de Tensão
Molde
Gap
Trincas Transversais
“Pele”
Sólida
Figura 3.14 Influência da marca de oscilação nas ocorrências de trincas transversais [42]
Segundo Tsai H.T et al.[45] as ocorrências de trincas de quina (transversais) estão alinhadas
com as marcas de oscilação. Estas trincas se propagam ao longo do filme da ferrita formada
na interface do grau austenítico primário (figura 3.15).
1 mm
Direção Lingotam.
Figura 3.15 Trincas se propagam ao longo do filme da ferrita formada na interface do grão austenítico
primário (superfície do topo e próximo a quina) [45]
[7][9][10][13][16][17][18][19][22][23][25][26][31][32][33][34]
Vários estudos com aços baixo, médio e alto
carbono foram conduzidos no passado, na tentativa de explicar a formação dos ganchos e das
marcas de oscilação, pois são pontos importantes para aperfeiçoamento das condições de
lingotamento.
A maioria dos mecanismos propostos teve como base os eventos ocorridos próximo ao
menisco, o qual envolve uma grande complexidade; os fenômenos inter-relacionados estão
21
ilustrados na figura 3.13, vista anteriormente.
Dentro de uma curta distância, elas mudam a orientação para o sentido da condução de calor
em direção ao molde e crescem aproximadamente perpendiculares às paredes do molde.
22
da direção de lingotamento.
ii.A espessura do gancho debaixo de sua linha de origem é formada pelo crescimento de
dendritas, originando locais de nucleação ao longo de sua extensão.
Escória Escória
Escória Escória Sólida S ólida
Líquida Líquida
Menisco
Transbor Linha de
Origem
dado Do
Gancho
Molde
Molde
Molde
Molde
Menisco “Pele”
Solidificando Gancho Crescendo
Crescendo Fratura
“Pele” Novo
Gancho
Aço Aço Aço Aço
Líquido Líquido Líquido Líquido
Gancho
(a) (b) (c) (d)
Figura 3. 16 Mecanismo de formação do gancho e marca de oscilação em uma placa de aço ultra baixo
carbono (Lopes [46] , apud Sengupta et al.) [33]
23
iii. O contato direto entre o banho e a linha do menisco (linha de formação do gancho)
faz com que o metal líquido penetre entre as dendritas do gancho e se solidifique junto
com o gancho, onde é retido e é revelado durante a caracterização metalográfica;
iv. O menisco transborda sobre a linha de origem do gancho como mostrado na figura
3.16 (b). As dendritas nucleiam rapidamente no metal líquido transbordado sobre a
linha de origem do gancho em direção à parede do molde. O crescimento das dendritas
vai se desacelerando eventualmente à medida que a temperatura na região do menisco
vai aumentando. A extremidade do gancho é estabelecida a partir do momento em que
as dendritas vão assumindo tamanho grosseiro devido ao longo tempo de solidificação
no local [31];
vii. A configuração final do gancho se completa quando ele é fraturado, como mostrado
na figura 3.16 (c);
24
estão ilustrados na figura 3.16 (a) a (d).
Assim, a forma e tamanho de ganchos e marcas de oscilação são determinados através de dois
eventos cruciais: (i) a curvatura da linha de origem de gancho como ditada pela formação
instantânea do menisco durante a sua solidificação; (ii) o formato do lado superior da marca
de oscilação, governada pela extensão de transbordamento do aço líquido[34].
Figura 3.17 Características do gancho em amostras de aço de ultra baixo carbono: micrografia óptica
mostrando: (a) Ponto fragilizante formado por uma bolha de argônio para um tipo de gancho, e (b)
Fratura da extremidade de um gancho (Lopes [46] , apud Sengupta et al.) [34].
25
3.4 CONTROLES DAS VARIÁVEIS DE FORMAÇÃO DAS
MARCAS DE OSCILAÇÃO
Muitas investigações têm sido realizadas para estudar a formação inicial da marca de
oscilação. Um dos parâmetros de controle é o tempo de estripamento negativo.
Período= 1/freqüência
Distância (mm)
Posição do Molde
Posição da “Pele”
Velocidade do Molde
Velocidade (m/min)
Tempo (s)
Considerando oscilação senoidal, o estripamento negativo (tN) pode ser estimado através da
equação (1).
1 V
tN = arccos .......................................................................................................(1)
πf πfS
26
f = Freqüência de oscilação do molde (ciclos/s)
V = Velocidade de lingotamento (mm/s)
S = Amplitude total de oscilação do molde (mm)
A figura 3.19 demonstra a relação entre freqüência (cpm) e tempo de estripamento negativo
(tN).
Para uma dada velocidade de extração existe um compromisso entre a obtenção de tN mínimo
para reduzir a profundidade das marcas de oscilação, compatível com uma fricção placa e
molde que não provoque problemas operacionais.
0,400
0,200
0,150
0,100
0,050
0,000
40
60
80
0
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
Frequência (cpm)
Estudos realizados pela Kawasaki Steel demonstraram que a severidade da trinca transversal,
na base da marca de oscilação, decresce com a redução do tempo de estripamento negativo.
27
Por outro lado, baixos valores de tempo estripamento negativo (tN) afetam na lubrificação da
interface molde e pele com maiores riscos de sticker, e, consequentemente sangria de aço na
saída do molde (figura 3.20).
4 1,0
0,8
3
0,6
0,4
1
0,2
0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Tempo estripamento negativo (s)
Figura 3.20 Trinca transversal e potencial de sticker vs tempo de estripamento negativo (Kawasaki Steel)
Outra correlação bastante estudada é a relação entre a distância da marca de oscilação (pitch)
e a profundidade da marca de oscilação. Quanto maior o pitch, maior é a profundidade da
marca de oscilação, onde o pitch (l) é a relação entre a velocidade de lingotamento (V) e
freqüência de oscilação (f), equação (2).
V
l= .....................................................................................................................................(2)
f
28
3.4.2 Influência da velocidade de extração
[49]
Segundo Shin et al. , aços com menor temperatura do aço no distribuidor apresentam um
maior espessura e profundidade do gancho na região do menisco (figura 3.21)
29
3.4.4 Influência do fluxo de calor para o molde
Na superfície do aço líquido, é adicionado pó fluxante. Este se funde criando uma camada
líquida contínua no contorno da superfície do aço fornecendo isolamento térmico para o
metal.
No lingotame nto contínuo, o fluxo de calor da placa para o molde ocorre com maior
intensidade na região próxima ao menisco e tem sido demonstrado que a profundidade das
marcas de oscilação diminui com a redução do fluxo de calor. Menisco mais quente reduz a
formação do gancho.
Este fato pode se explicado pela influência da retirada de calor sobre a formação do menisco,
isto é, quanto menor a retirada de calor, menor resistência terá o menisco sólido [33] .
[13]
Delhalle et al. realizaram experimentos com três tipos de materiais, inseridos nas faces
estreitas do molde, objetivando quantificar a redução da extração de calor no menisco e
visando reduzir a profundidade da marca de oscilação nas placas.
Os insertos utilizados nos testes foram com os materiais: níquel, cromo e aço inoxidável. A
figura 3.22 demonstra a influência do inserto de cromo na redução de transferência de calor
no molde.
30
Figura 3.22 Influência do inserto de cromo (faces estreitas do molde) na extração de calor no molde com
velocidade de lingotamento = 1,3 m/min [13]
Conforme mostra a figura 3.23, existe uma variação da profundidade das marcas de oscilação
com o teor de carbono do aço. Devido à reação peritética, a contração é mais pronunciada na
faixa 0,10 a 0,15% C. Nestas condições, a contração provoca um maior afastamento do aço
sólido da parede do molde e conseqüentemente marca mais profunda quando do dobramento
do menisco [41].
Profundidade Marca Oscilação (mm)
Fluxante
Óleo
Carbono (%)
31
[40]
Badri et al. concluíram que o aço ultra baixo carbono apresenta maior profundidade de
marca de oscilação (figura 3.24) e maior probabilidade de formação de hook.
Os seguintes comparativos podem ser citados entre os aços ultra baixo e alto carbono:
• Alta temperatura de solidus (1535 o C vs 1500 o C para o alto carbono)
• Menor zona pastosa (15 o C vs 50 o C para o alto carbono)
Resultados práticos têm mostrado que corridas do mesmo tipo de aço, com comportamento
similar do fluxante e variáveis de oscilação, podem apresentar marcas de oscilação muito
diferentes.
Esta diferença pode ser resultado de variações na resistência a quente do menisco sólido.
Existem fortes evidências que inclusões não metálicas e bolhas sub-superficiais reduzem a
resistência a quente do sólido e exercem uma influência adicional nas marcas de oscilação.
32
Também tem sido notado que o enxofre tem um efeito similar às inclusões. O enxofre não
somente reduz a tensão superficial, mas também a resistência a quente dos aços.
Uma grande concentração de impurezas com S e inclusões não metálicas reduz também a
dutilidade a quente, favorecendo a formação de trincas superficiais na placa [34].
No caso da descida brusca do nível, o aço sólido pode entrar em contato com o fluxante em
processo de fusão e provocar incrustação não metálica, não-superficial, na placa [34].
Por outro lado, a ocorrência de regiões estagnadas favorece o aumento excessivo da extensão
do menisco e, em alguns casos, a solidificação do aço na superfície superior do molde. Este
problema é particularmente importante no lingotamento contínuo de aços inoxidáveis ao Ti,
devido ao acúmulo de inclusões de TiN na região superior do molde, reduzindo a fluidez do
33
aço e provocando a solidificação na superfície superior do aço no molde [34] .
[44]
Nilsson M. et al. demonstrou que as propriedades do pó fluxante, por exemplo,
viscosidade, basicidade (CaO/SiO 2 ) e temperatura de solidificação, podem influenciar no
fluxo de calor na região do menisco.
[44] [44]
Wolf contradiz a conclusão de Nilsson M. et al. O mesmo cita que o aumento da
viscosidade possibilita a formação de marca de oscilação, com menor profundidade, devido
ao menor consumo de escória liquida de fluxante.
[44]
Nilsson M. et al. realizou experimentos com fluxantes com diferentes basicidades
aplicados em aços peritéticos com 0,13% de carbono. O pó fluxante que resultou em baixo
fluxo de calor (alta basicidade) apresentou um maior ângulo entre o hook e a superfície,
consequentemente maiores concentrações de micro segregação de fósforo e trincas
transversais na base da marca de oscilação.
Altas velocidades de lingotamento têm sido utilizadas para aumentar a produtividade das
máquinas e reduzir os custos. Todavia, altas velocidades têm maior probabilidade de reduzir a
lubrificação do pó fluxante entre o molde e a pele solidificada, aumentando a freqüência de
agarramento de aço e rompimento da pele na saída do molde.
[22]
Mizukami et al. propôs uma equação para cálculo de liquid friction na parte superior do
34
molde expressada pela equação (3).
η × (Vm − Vc)
fl = ...........................................................................................................(3)
dl
Onde:
fl = Fricção líquida
η = viscosidade de pó fluxante
Vm = velocidade do molde
Vc = velocidade de lingotamento
dl = espessura de fluxante líquido na interface da parede do molde e pele (shell)
Baseado na equação (3), pode-se concluir que a tensão da pele pode ser reduzida através da
escolha do pó fluxante com baixa temperatura de amolecimento e baixa viscosidade.
Sobre o ponto de vista do padrão de oscilação do molde, é desejável que, para minimizar a
tensão da pele (shell), se reduza a velocidade relativa entre o molde e a pele em solidificação
(Vm-Vc) e ajustar o modelo de oscilação para aumentar o consumo de pó fluxante.
[3]
Figura 3.25 Taxa de consumo de pó fluxante (por ciclo) vs tempos de estripamento negativo e positivo
35
S: Amplitude (mm)
F: Freqüência (ciclos / minuto)
a: Taxa de modificação para não senoidal (%) = (A2/A1) x 100
VC: Velocidade Lingotamento (m/minuto)
Tt: Período Total do Ciclo de Oscilação (segundos/ciclo)= 60/F
Tn: Tempo de Estripamento Negativo (seg)= 60/p Fxarc cos(1000xV C/ p SF), Equação para a=0
TP: Tempo de Estripamento Positivo (seg)= Tt – Tn
Distância entre marca de oscilação (mm)= 1000x V C/ F)
Velocidade Ling. ( VC: 1.45 m/min)
Senoidal ( a = 0%)
Deslocamento do molde (mm)
Velocidade (mm/seg)
Tn
Distância OM
(teórica)
Senoidal (a= 0%)
Não Senoidal (a= 24%)
O valor crítico de estripamento negativo para oscilação senoidal pode ser expresso pela
equação (4):
t1
A figura 3.27 compara os resultados calculados do efeito da oscilação não senoidal sobre a
fricção líquida da pele.
36
± 4 mm ; 192 cpm
100 Vc = 2 m/min
60
40
20
0 10 20 30 40
α (%)
[22]
Figura 3.27 Efeito da onda não senoidal no valor de fricção líquida (fl)
[50]
Suzuki M. et al. concluíram que a força de fricção no molde é proporcional à velocidade
relativa do molde para velocidade de lingotamento, e que a curva de oscilação não senoidal
pode reduzir drasticamente a força de fricção (figura 3.28).
Figura 3.28 Relação entre velocidade de lingotaento e força máxima de fricção (Ff max) em um ciclo de
oscilação [50]
37
4 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS
Item Especificação
Tipo Vertical curva
Comprimento metalúrgico (m) 32.972
Nº de veios por máquina 2
Espessura (mm) 200, 225, 250
Largura a frio (mm) 1050 ~ 2325
Raio da máquina (m) 10
Comprimento reto entre menisco e o 1º raio de 2665
dobramento (mm)
Velocidade de Lingotamento (m/min) 2.00 m/min (espessura 200 mm)
1.80 m/min (espessura 225 mm)
1.45 m/min (espessura 250 mm)
Comprimento do molde (mm) 900
Oscilador do molde Eletro – Hidráulico
Curso de oscilação: 2~8 mm
Freqüência: 25 ~ 400 cpm
Profundidade de válvula submersa (do topo da 150 ~ 200
saída de aço até o menisco ) (mm)
Espessura da placa do molde (mm) Face larga: 41
Face estreita: 39
Espessura do revestimento do molde (mm) 0.3 (topo) ? 2 (base), CoNi
Material base: Cu-Cr-Zr
Água de molde máxima por veio (l/min) Face larga: 10.000 (2 faces)
Face estreita: 1300 (2 faces)
o
Temperatura da placa de cobre do molde ( C) < 300
38
molde ( o C)
Resfriamento secundário Somente água: foot roll até
segmento zero superior
Air mist: segmento zero
intermediário até segmento 14
Controle do nível de aço no molde Corrente parasita (NKK)
Adição de fluxante no molde Automático
O oscilador do molde, onde foi realizado o experimento, é do tipo eletro-hidráulico. Por ser
hidráulico permite o ajuste automático da amplitude de oscilação, como também assimetria de
curva, visando redução do tempo de estripamento ne gativo e a efetiva lubrificação do sistema
molde-placa.
2) Uma bobina, que é uma peça da unidade hidráulica, está instalada no interior do atuador
eletro- hidráulico;
3) O servo- motor atua a bobina, a qual está conectada ao parafuso esférico para as direções
superior e inferior;
39
A haste do atuador é movida por uma retro-alimentação hidráulica, de acordo com a posição
da bobina.
Quando a bobina pára, a haste é paralisada na posição que fecha a porta-P e porta-T, figura
4.30(a). Quando a bobina se move para a posição superior, a rota de desvio da porta-P até o
lado de início é aberta. Então a haste é empurrada para cima, figura 4.30(b).
Quando a bobina se move para abaixar, a rota de desvio do lado do início cabeça para a porta-
T é aberta. Então a haste é puxada para baixo, figura 4.30(c).
Molde
Posição Molde
Sensor de
Aceleração
Posição Haste
do Cilindro
Atuador Eletro-
Hidráulico
Servo Motor SM
PLG
fornecimento de
pressão hidráulica
Tanque
40
Haste
Bobina
Porta P
Porta T
Figura 4.30 Movimento hidráulico da haste do atuador do molde - lingotamento contínuo 3 (Arcelor
Mittal Tubarão)
[5][14][22][23][39][47]
De acordo com vários autores , quanto menor o tempo de estripamento
negativo do oscilador, menor é a profundidade da marca de oscilação, conseqüentemente
menor é a ocorrência de micro segregação e trincas transversais na base da marca de
oscilação.
Todavia, maior freqüência e menor amplitude do oscilador que resulta em baixo TN,
acarretam maior ocorrência de rompimento de pele, devido à irregularidade do filme líquido
de fluxante na interface placa e molde.
O modelo proposto de oscilação é gerado de acordo com a seguinte “série de Fourier” fref(t),
conforme equação (5).
n
fref(t) = S ak · sin (k· ? · t) ........................................................................................(5)
k=1
41
Onde:
Para cálculo do deslocamento da onda foi considerado taxa de modificação, para não senoidal
(a), de 40%.
Coeficiente a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7
0,888 -0,284 0,088 -0,021 0,003 0 0
De maneira a avaliar a influência das variáveis físicas do oscilador do molde, nas marcas de
oscilação, e consequentemente na qualidade do produto, foram realizados experimentos em
bloco nos aços médio carbono micro ligado, variando o tempo de estripamento negativo.
A composição química dos aços e os valores das variáveis físicas do oscilador são
apresentados na tabela IV.3.
42
Tabela IV.3: Critérios para realização de experimento no aço M/C ligado
Experimento
Número da corrida: 301487-5 (22-8-2007)
Aço: Médio carbono – micro ligado)
Dimensões da placa (mm) 1225 x 225 mm
Número da Placa 51 53 55 57 02
Amostra 30487-51 30487-53 30487-55 30487-57 30487-02
Freqüência: (cpm) 120 132,0 146,7 110 100,8
Curso de oscilação do molde (mm) 5,5 5,0 4,5 6,0 5,5
Taxa de estripamento negativo (%) 10 10 10 10 10
Tempo de estripamento negativo (s) 0,107 0,100 0,090 0,120 0,131
Tempo de estripamento positivo (s) 0,393 0,355 0,323 0,425 0,464
Não senoidal (%) (a)= A2/A1 x 100 40 40 40 40 40
Velocidade de lingotamento
1,2 1,2 1,2 1,2 1,0
(m/min))
Temperatura de “liquidus” (o C) 1515
Composição Química Visada (%)
Elemento Percentual Elemento Percentual
C 0,1651 V 0,0020
Si 0,2790 Nb 0,0290
Mn 1,3500 Sn 0.0020
P 0,0180 Ca 0,0031
S 0,0043 Ti 0,0020
Al 0,0330 B 0,0005
Cu 0,0080 N 0,0035
Ni 0,0040 Pb -
Cr 0,0180 Sb 0,0010
43
4.1 VARIÁVEIS DE ENTRADA
Para evitar ruídos nos testes foram realizados os experimentos em uma corrida, mantendo os
padrões de pó fluxante, super aquecimento do aço e revestimento superficial da placa de
cobre.
As medidas de espaçamento entre marcas de oscilação foram realizadas com base nos
[35]
recursos do software Quantikov . Para validação deste método de medição foi retirada, na
máquina de lingo tamento número 2 da CST ArcelorMittal, uma amostra de uma placa
referente ao meio da corrida.
44
30 mm
Sentido lingotamento
Figura 4.31 (a) Corte transversal da placa; (b) Cortes laterais da placa e (c) Fotografia de uma das laterais
cortadas da placa (Fonte: Lesta)
Dados da Placa
Número da corrida: 1488014
Aço: Baixo carbono não ligado
Número da placa: 4
Freqüência: 186 cpm
Velocidade de lingotamento: 1,6 m/min
Curso de oscilação do molde: 6 mm
Tempo de estri pamento negativo: 0,112 s (onda senoidal)
Composição Química obtida (%)
Elemento Percentual Elemento Percentual
C 0,0553 V -
Si 0,0080 Nb 0,0001
Mn 0,3590 Sn 0,0010
P 0,0140 As 0,0012
S 0,0066 Ti 0,0010
Al 0,0250 B -
Cu 0,0160 Ae 0,0220
Ni 0,0050 Co 0,0020
Cr 0,0130 Pb -
Mo 0,0010 Sb 0,0010
45
No Laboratório de Engenharia de Superfícies e Técnicas Afins – LESTA– EM/UFOP, as
amostras foram devidamente submetidas ao descarepamento e em seguida foram fotografadas
por uma máquina digital Sony, com resolução de 4.1 mega pixels.
Antes das análises, porém, é necessário que as fotografias das amostras passem por um
tratamento de imagem. Tal tratamento pode ser realizado pelo próprio Quantikov e/ou em
conjunto com qualquer outro software de edição de imagens.
Figura 4.32 Interface do software Quantikov, apresentando a função aritmética de soma entre duas
imagens. Neste caso, está sendo adicionada à imagem grelha a fotografia da superfície da placa de
lingotamento contínuo (Fonte: Lesta)
46
A análise feita pelo software Quantikov mostrou ser muito eficiente, uma vez que em cada
amostragem foram retiradas aproximadamente quinhentas medidas em placas com dimensões
de 222 x 300 mm. As medições são apresentadas em tabelas nos anexos A e B. A análise
estatística das distâncias medidas entre as marcas de oscilação está resumida na tabela IV.5, a
partir da qual foram construídos os gráficos de distribuição das distâncias entre as marcas de
oscilação (figura 4.33).
47
Amostra I
Amostra II
Figura 4.33 Distribuição das distâncias entre as marcas de oscilação no lingotamento contínuo de placas nº
2 da ArcelorMittal Tubarão para um aço com freqüência de oscilação de 186 cpm e velocidade de
lingotamento= 1,6 m/min – amostras i e ii (Fonte: Lesta)
Realizando a análise estatística dos dados referentes aos gráficos da figura 4.33, obtemos os
seguintes resultados da média e desvio padrão dos espaçamentos das marcas de oscilação:
48
Amostra 1 Amostra 2
V V
l( téórico) = ≈ 10mm l( téórico) = ≈ 10mm
f f
Analisando os dados acima, podemos observar que as médias e os desvios padrões estão bem
próximos para as duas amostras analisadas referente à mesma placa lingotada.
Quanto ao elevado desvio padrão pode ser explicado pelo fato que o cálculo teórico não leva
em consideração a flutuação do menisco do aço do molde, que no processo ocorre.
49
A escala do problema é infinitamente maior e o ambiente de trabalho não se assemelha, em
nada, aos recintos protegidos dos laboratórios de controle de qualidade dos produtos
mencionados.
2 1
Figura 4.34 Vista geral do protótipo de rugosímetro óptico. Estrutura de sustentação, detector de luz
refletida (1), Laser (2) Placa de madeira com estrias para calibração (3) e controlador da velocidade de
deslocamento da mesa (4)
50
Figura 4.35 Detalhe do detector de luz refletida (1)
(a) (b)
Figura 4.36 (a) Conversor analógico/digital do sinal luminoso oriundo do detector de luz refletida
(fotomultiplicador); (b) Protótipo com amostra de placa de aço na posição de medição da profundidade da
marca de oscilação
A projeção de um feixe laser, na superfície da placa, deslizando sobre a mesa de roletes gera
um feixe refletido cuja intensidade luminosa será afetada pela rugosidade da superfície (figura
4.37).
51
PC
Laser
Fotomultiplicador
Rugosidade Espalhamento
Translação
Figura 4.37 Representação esquemática do método proposto para varredura óptica da superfície de
amostras de placas de lingotamento contínuo
As marcas de oscilação serão responsáveis pela “extinção” total ou parcial da luz incidente
dependendo da profundidade e largura das mesmas.
Esta “extinção” resultará das múltiplas reflexões do feixe coerente de luz laser no interior dos
“vales”. O feixe refletido será captado e enviado a uma célula fotossensível ao comprimento
da onda do laser escolhido.
O sinal elétrico resultante da interação da luz com a fotocélula será amplificado e enviado
para processamento e visualização em uma tela de microcomputador após conversão
analógico/digital.
52
pirômetro óptico de modo a registrarmos, simultaneamente, a emissividade daquela região
para correções de “ruído” na reflectância.
De acordo com o projeto do protótipo, a variação dos dados que foram coletados nestas
condições experimentais traduz a mudança de relevo da superfície analisada, podendo ser
diretamente associada à presença das marcas de oscilação resultantes do processo de
solidificação em máquina de lingotamento contínuo.
Outro aspecto a ser assinalado, para a interpretação dos gráficos gerados pelo software
FieldChart, é o fato de estar registrada a reflexão da luz durante um percurso de ida e volta
sobre a mesma “pista” iluminada.
53
Sentido de deslocamento da placa
I
N
T
E
N
S
I
D
A
D
E
Figura 4.38 Diagrama típico: modulação serrilhada da reflectância segundo uma pista perpendicular às
marcas de oscilação em uma placa real. Os picos laterais extremos correspondem à reflexão fora da placa
I
N
T
E
N
S
I
D
A
D
E
Figura 4.39 Diagrama registrando modulação da reflectância na placa de referência (placa de madeira
ranhurada). Notar a variação de largura dos picos em função da distância entre marcas
54
Engenharia de Superfícies e Técnicas Afins, da Escola de Minas da UFOP - a avaliação da
profundidade das marcas está associada à diminuição da intensidade de luz refletida.
Assim, a cada diminuição do va lor de luz refletida deverá estar associada a uma marca e a
maior ou menor diminuição denota profundidade maior ou menor, respectivamente. Esta
informação qualitativa, se calibrada, poderá nos informar o valor da profundidade da marca de
oscilação.
• Substituição da fonte laser atual por outra (ou outras) mais potentes. Eventualmente
optar por várias fontes de diferentes cores. O laser atual é vermelho, seria interessante
testar as cores verde e amarela.
• Substituição do atual fotomultiplicador (fotocélula) por outro com “tempo de
resposta” mais rápido.
Esta tecnologia demanda mais tempo para chegar aos valores reais das profundidades das
marcas de oscilação, e até mesmo medição da distância entre marcas.
55
4.2.3 Análise micro estrutural da marca de oscilação
Foram preparadas amostras especiais, referente ao aço correspondente a tabela IV.4, e através
da aplicação de reagentes específicos, microscopia óptica foram ana lisados os seguintes
fatores:
Fez-se em primeira análise uma caracterização visual, seguida de preparação desses corpos de
prova envolvendo limpeza, corte desbaste, polimento, ataque químico, análise com auxílio de
microscopia óptica e registros fotográficos.
56
mm
Sentido Lingotamento 40
Face Estreita
Face Larga
Figura 4.40 Representação da amostra obtida da face estreita da placa para análise microscópica da
região próxima a marca de oscilação (OM)
[51] [56]
Conforme Melo , apud Balasubramaniam et al. desenvolveram uma metodologia para
detectar a distribuição de fósforo em ferro, onde tal detecção era realizada utilizando reativos
cujo princípio era separar as regiões contendo fósforo pelo método das cores.
Em primeira análise, foram realizados por esses autores vários experimentos utilizando os
mais variados tipos de reativos e em um deles, utilizaram o reativo Klemm e, através de
microscopia eletrônica, obtiveram resultados satisfatórios como ilustrado na figura 4.41.
Nesta figura, a composição básica de cada região está representada através de números. A
localização 1 representa a seguinte composição da escória: 0,2 % Mg e 0,5% P. As regiões
marcadas pelos números 2,3,4 apresentam baixíssimo fósforo se comparado com a região 1,
algo em torno de 0,1% P.
57
Figura 4. 41 Microestrutura do ferro atacado com reativo Klemm, revelando inclusões de fósforo [56]
De acordo com Melo [51] estes autores [56] analisaram as mesmas regiões estudadas na figura
4.41 com o propósito de identificar as mesmas inclusões, porém utilizando a Metalografia
baseada nas cores, como mostrado na figura 4.42. Este método consiste basicamente em
colorir as regiões ricas em fósforo de tons amarronzados e regiões pobres em fósforo
coloridas de tons azuis.
Figura 4.42 Microestrutura do ferro atacado com reativo Klemm, revelando regiões contendo baixo teor
de fósforo em tons azulados [56]
58
A partir desta referência foram realizados experimentos em um aço cementado, produzido em
1940, pertencente ao acervo histórico do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de
Materiais da Escola de Minas de Ouro Preto, como mostrado na figura 4.44. O motivo pelo
qual se escolheu esta amostra “antiga” baseia-se no fato de que certamente a mesma teria um
teor relativamente alto de inclusões, justificado pela falta de tecnologia adequada de refino na
época em que foi produzida. As amostras foram atacadas com reativo Klemm e a análise
micrográfica foi realizada através da utilização de um microscópio óptico, marca LEICA, com
analisador de imagens QWIN 0 [51].
Acredita-se que as regiões coloridas de marrom sejam regiões ricas em fósforo, o que é
condizente com os estudos de Balasubramaniam et al. [56]
59
Figura 4.44 Perfil de microestrutura do aço cementado utilizando reativo Klemm (Fonte: Lesta)
Foi realizado check scarfing na bordas das placas, com experimento, e quantificado a
freqüência de trinca de quina ao longo do comprimento da placa.
60
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esta faixa foi definida em função de discussões técnica com especialistas de Fukuyama Works
(Japan). Para estes valores de TN são observados menores índices de trinca transversal de
quina. O motivo é a relação direta observada entre profundidade da marca de oscilação e TN.
Conforme mostrado na revisão bibliográfica, quanto maior o TN, maiores serão os grãos de
austenita próximo ao vale da marca de oscilação, devido retardo da solidificação.
Nos contornos destes grãos ocorre precipitação de nitretos e carbonitretos, responsáveis pela
formação e/ou propagação de trincas transversais [37] . Para viabilizar o lingotamento nesta
faixa de TN foi utilizado o modelo de oscilação utilizando a série de Fourier com valor de a =
40%. Observa-se na figura 5.45 que, para um valor de a = 40% ocorre redução considerável
do valor de TN quando comparado com valor de a = 0%. Para cálculo das coordenadas (x,y)
foram considerados os mesmos valores de freqüência de oscilação e amplitude do molde.
0,19
Estripamento negativo (s) - a= 0%
0,17
0,15
0,13
y = 0,1537Ln(x) + 0,4935
0,11 R2 = 0,995
0,09
0,09 0,11 0,13 0,15 0,17 0,19
Estripamento negativo (s) - a= 40%
61
Em todos os experimentos realizados em agosto de 2007, não houve nenhuma ocorrência de
falta de lubrificação na interface molde e placa, ou seja, sem alarme de colamento da pele.
Esta é uma variável importante para o processo, pois é conhecido que valores baixos de TN
têm incidência de interrupção do filme de fluxante durante o lingotamento.
Em função destes resultados, foi considerado a partir de setembro 2007, em escala industrial,
o seguinte padrão de oscilação para os aços na faixa de 0,071 a 0,50% de carbono (figura
5.46):
• Amplitude= 5 mm
• a = 40%
• Taxa de estripamento negativo = 10%
3
Deslocamento do molde (mm)
2 a %= (A2/A1) *100
A2 Amplitude= 5 mm
1
0 A1
0 100 200 300 400
-1
-2
-3
60
40
Velocidade (mm/seg)
20 Tn
0 mseg
0 100 200 300 400
-20 Velocidade
Lingotam.
-40 Estripamento Negativo
-60
Subida Descida Subida
-80
Não Senoidal (a= 40%)
C= 0,071 ~ 0,50% Senoidal ( a= 0%) Veloc. Lingotam.= 1,2 m/min
ArcelorMittal Tubarão
Figura 5.46 Comparativo de tn para valores de (a) 40 e 0% . Faixa de carbono= 0,071~ 0,50% .
62
Processo de check scarfing foi realizado nas quinas das placas e < 10% das placas produzidas
apresentaram ocorrências de trinca de quina para a mesma taxa de resfriamento secundário.
Estes valores obtidos estão dentro da tolerância aceite pelos clientes.
Para os aços médio carbono micro ligado, com largura da placa de 1578 mm, a ocorrência de
trinca de quina foi maior em relação à largura de placa de 1888 mm (figura 5.47). O motivo
desta maior ocorrência de trinca pode estar relacionado ao super resfriamento da borda da
placa, no ponto de dobramento, em função da disposição dos bicos de spray (figura 5.48).
Ressalta-se que para a temperatura superficial da placa, na faixa de 750 a 900 graus, a
dutilidade do aço é reduzida devido à ocorrência de precipitados tais como Nb(C, N) e V(C,
N) ao longo da interface do grão austenítico. Placas com baixa profundidade de marca de
oscilação, e lingotamento nesta faixa de temperatura, nos pontos de dobramento e
desdobramento da placa, poderão ocorrer elevadas incidências de trincas transversais de
quina.
N= 86 placas
a= 40%,
7 Amplitude= 5 mm
Densidade spray= 0,74 ~ 0,94 lkg
6 Espessura= 250 mm
5
Placas com 4 6,9
trinca de
N= 274 placas
quina (%) 3
2
1,8
1
0
1578 1888
Largura placa (mm)
Figura 5.47 Ocorrência de trinca de quina versus largura de placa. Aço médio carbono micro ligado
(C= 0,13 ~ 0,18%; Mn= 0,9 ~1,5%; Nb= 0,015 ~ 0,030%; V= 0,030 ~ 0,048%)
63
Figura 5.48 Disposição dos bicos de spray: segmento zero - ponto de dobramento
(lingotamento contínuo 3)
O espaçamento entre marcas de oscilação, de forma geral, é a distância que o veio movimenta
durante um ciclo de oscilação. Foram realizadas as medições do espaçamento entre marcas de
oscilação referentes às amostras dos experimentos da tabela IV.3.
[35]
Para estas medições foram utilizados os recursos do software Quantikov . A figura 5.49
mostra os resultados obtidos e calculados. Observam-se pequenos desvios entre os valores
medidos e calculados. Estes desvios podem ser atribuídos ao fato do valor calculado não
considerar ruídos no processo, tais como turbulência na região do menisco e variação do nível
do aço no molde. Ressalta-se que o conhecimento da distância entre marcas de oscilação,
durante o lingotamento, pode prever certas ocorrências de defeitos nas placas, tais como,
trincas de quina e esfoliação por fluxantes.
Esta variável será mais bem estudada em conjunto com a profundidade da marca de oscilação,
através da instalação de equipamento com medição contínua destas variáveis durante o
lingotamento. Este estudo fará parte de tese de Doutorado.
64
11,5
oscilação (mm)
10,5
10
V
l=
f
9,5 l= Espaçamento entre marcas de oscilação (mm)
f = Freqüência de oscilação do molde (ciclos/s)
V = Velocidade de lingotamento (mm/s
9
9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5
Espaçamento calculado entre marcas oscilação (mm)
Figura 5.49 Espaçamento entre marcas de oscilação: calculado versus medido. Aço médio carbono micro
ligado (ArcelorMittal Tubarão)
Para caracterização do aço lingotado pela ArcelorMittal Tubarão (tabela IV.3), utilizou-se a
mesma metodologia considerada na caracterização do aço cementado, porém além de atacar
as amostras com reativo Klemm, as mesmas foram sobre-atacadas com Nital, com o propósito
de correlacionar a observação das inclusões com a micro estrutura.
Ao atacá- las com o reativo Klemm, observou-se que existem áreas onde há uma concentração
notável de inclusões e micro segregação em uma direção preferencial na região adjacente a
marca de oscilação, destacadas pelas “setas” (figura 5.50).
Conforme literatura nesta área, a estrutura é mais grosseira com maior espaçamento
secundário das dendritas em função da menor transferência de calor desta região. As inclusões
não metálicas, nitretos e carbonitretos tendem a migrar para esta região tornado-a frágil.
65
efeito da solidificação do menisco (gancho), que acompanha a marca de oscilação, pode
arrastar elementos indesejáveis para o aço, proveniente do fluxante, durante o ciclo de
oscilação do molde.
PLANO Z-Y
MARCAS DE
OSCILAÇÃO
FAIXA DE CONCENTRAÇÃO
DOS DEFEITOS (INCLUSÕES,
POROSIDADES) DETECTADOS
400X POR MICROSCOPIA ÓPTICA
Figura 5.50 Regiões de um aço médio carbono (0,165% C) micro ligado ao nióbio atacadas com reativo
Klemm, revelando áreas ricas em inclusões e micro segregação, em uma direção preferencial na região
adjacente a marca de oscilação (fonte: Lesta). Velocidade de lingotamento= 1,2 m/min e Tn= 0,12 segundos
Seguindo a metodologia adotada, a mesma região da figura 5.50 foi devidamente analisada,
porém esta foi sobre-atacada utilizando reativo Nital sobre o reativo Klemm. Foi feito um
risco intencional, nesta amostra, para identificar e região de análise (figura 5.51).
Este método mostrou-se bastante eficiente no que diz respeito à interpretação dos dados.
Note-se que as inclusões localizam-se de maneira mais intensa nas proximidades dos
contornos de grãos e mais precisamente presentes na fase ferrítica (figura 5.52).
Como explanado anteriormente, estas inclusões tornam esta região mais frágil e que no
processo de lingotamento sobre certas condições da temperatura superficial da placa e esforço
de tração, ocorre à propagação de trincas ao longo do filme ferrita formado sobre a interface
do grão austenítico primário.
66
[45]
Esta conclusão é confirmada por Tsai H.T et al. . Para estes níveis de inclusões e micro
segregação não foram observadas ocorrências de trinca de quina, nas placas dos
experimentos, após o processo de escarfagem.
(a)
250X
Figura 5.51 Regiões de um aço médio carbono (0,165% c) Micro ligado ao nióbio atacadas com reativo
Klemm (a) Risco intencional para facilitar a identificação da região nos próximos registros (fonte: lesta).
Velocidade de lingotamento= 1,2 m/min e Tn = 0,12 segundos
250X 400X
Figura 5.52 Regiões de um aço médio carbono (0,165% c) Micro ligado ao nióbio atacadas com reativo
Klemm e sobre-atacadas com nital, correlacionando a distribuição das inclusões com a micro-estrutura
(fonte: Lesta). Velocidade de lingotamento= 1,2 m/min e Tn= 0,12 segundos
67
6 CONCLUSÕES
A utilização da serie de Fourier, com valor a= 40%, mostrou-se efetiva para redução do
tempo de estripamento negativo. Para outros valores (a) esta redução também é observada.
Tempo de estripamento negativo igual a 0.107 segundos com a= 40% (curva de oscilação
assimétrica) corresponde a tempo de estripamento negativo igual a 0.152 segundos para a=
0% (curva de oscilação simétrica)
Para valores de tempo de estripamento negativo na faixa 0.09 a 0.131 segundos, utilizando
valor de a= 40%, não houve ocorrência de alarme de colamento da pele no molde.
Os índices de trinca de quina foram considerados aceitáveis para os aços médio carbono
micro ligados ao nióbio e vanádio.
O método aplicado para medições das distâncias entre marcas de oscilação, utilizando os
recursos do software Quantikov, se revelou como sendo um método prático, de fácil execução
e interpretação. Este método poderá ser aplicado para medição contínua destas distâncias no
processo de lingotamento.
Os resultados medidos das distâncias entre marcas apresentaram pequenos desvios em relação
aos valores calculados. A explicação está no fato de que o valor calculado não considera as
variáveis: turbulência na região do menisco e variação do nível do aço no molde.
68
De acordo com a técnica idealizada e em desenvolvimento no LESTA – Laboratório de
Engenharia de Superfícies e Técnicas Afins, da Escola de Minas da UFOP - a avaliação da
profundidade das marcas está associada à diminuição da intensidade de luz refle tida. Assim, a
cada diminuição deste valor deverá estar associada uma marca e a maior ou menor diminuição
da luz refletida denota profundidade maior ou menor da marca de oscilação, respectivamente.
Esta informação qualitativa, se calibrada, poderá nos informar o valor da profundidade.
A tecnologia Rugosímetro Óptico demanda mais tempo para chegar às repostas adequadas às
profundidades das marcas de oscilação e até mesmo medições da distância entre marcas. O
desenvolvimento desta tecnologia se dará posteriormente como parte de uma tese de
Doutorado, visando implementá- la na máquina de lingotamento contínuo de tal forma a
ajustar os parâmetros do oscilador em função das medições reais de profundidade e distância
das marcas de oscilação.
69
7 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
70
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BRIMACOMBE, J.K et al. In: Brimacombe Continuous Casting Course, 2003, Vancouver,
Canadá, v. 1- J5 .
[4] ARAÚJO, Luiz Antonio de. Manual de Siderurgia. Vol. 1. Editora Arte & Ciência, 1997.
pág 398 a 411.
[5] SATO R., Steelmaking proceedings, Vol. 62, Detroit, Michigan, 25-28 Março, 1979, pag.
48-67.
[6] SAUCEDO I.G., Beech J., Davies G. J., Conference on Solidification Technology in the
foundry and cast house, Warwick, Coventry, 15-17 Setembro 1980.
[7] SAUCEDO I. G., Steelmaking Conference Proceedings, Vol. 74, Washington D.C., USA,
14-17 Abril 1991, pag. 79-89.
[8] TOMONO H., Ackermann P., Kurz W., Heinemann W., Conference. Continuous Casting of
Small Cross Sections, Pittsburgh, Pa., 8 Outubro 1980, pag. 524-531.
[9] TAKEUCHI E., Brimacombe J.K., Metallurgical Transactions B, Vol. 15 B, Setembro 1984,
pag. 493-509.
[10] TAKEUCHI E., Brimacombe J.K., Metallurgical Transactions B, Vol. 16 B, Setembro 1985,
pag. 605-625.
[11] SAMARASEKARA I.V., Brimacombe J.K., Bommarju R., ISS Transactions, Vol. 5, 1984,
pag.79-94.
[12] SUZUKI T., Miyata Y., Kunieda T., J. Japan Inst. Metals, Vol. 50, No.2 (1986), pag.208-
214.
[13] DELHALLE A., Larrecq M., Petegnief J., Radot J.P., La Revue de Métallurgie – CIT,
Junho 1989, pag.483-489.
[14] LAINEZ E., Busturia J. C., 1st European Conference on Continuous Casting, Florence,
Italy 1991, pag. 1.621-1.631
[18] YAMAMURA H, Mizukami Y, Misawa K. ISIJ Int (Suppl) 1996; 36: S223–6.
[19] SCHMIDT KD, Friedel F, Imlau K, Jager W, Muller KT. Steel Res Int2003; 74: 659–66.
[20] BIRAT J-P, Larrecq M, Lamant J-Y, Petegnief J. Steelmaking Conf Proc 1991;74:39–40.
[23] EMI T, Nakato H, Iida Y, Emoto K, Tachibana R, Imai T, et al. ProcNational Open Hearth
Basic Oxygen Steel Conf 1978; 61:350–61.
[25] BO K, Cheng G, Wu J, Zhao P, Wang J. J Univ Sci Technol Beijing 2000; 7: 189–92.
[27] SZEKERES ES. Iron Steel Eng 1996; 73: pag. 29–37.
[28] OKAZAKI T, Tomono H, Ozaki K, Akabane Y: Tetsu-to-Hagané, 1982, vol. 68, p. S929
[30] BRENDZY JL, Bakshi IA, Samarasekera IV, Brimacombe JK. Ironmak Steelmak 1993; 20:
pag. 63–74.
[31] THOMAS B.G, Zhu H. In: Proceedings of JIM/TMS solidification science and processing
conference, Honolulu, Hawaii. Warrendale (PA): TMS; 1995. pag. 197–208.
[32] YAMAUCHI A, Itoyama S, Kishimoto Y, Tozawa H, Sorimachi K. ISIJ Int 2002; 42: 1094–
102.
[33] SENGUPTA J, Thomas BG, Shin HJ, Kim SH. Metall Mater Trans A 2005 [submitted].
[35] PINTO, Lúcio Carlos Martins. Quantikov – Um analisador microestrutural para o ambiente
Windows. Dissertação de Doutorado. São Paulo, USP/IPEN, julho de 1996.
[36] TAKEUCHI H, Matsumura S, Hidaka R, Negano Y, Suziki: Tetsu-to-Hagané, 1983, vol. 69,
p. 248-53
[37] CARVALHO, José Luiz Ramos de. Lingotamento Contínuo de Placa de Aço. Editora Édile
Serviços Gráficos Ltda, 2006. pág 19 a 25 e 149 e168.
72
[38] Danieli Technology Center. Soft Reduction Course at Continuous Casting, October, 2006,
Udine, Italy.
[42] BIRAT J.P. et al. In Mold Operation for Quality and Productivity, ISS, 1991, p.8.
[44] NILSSON M; Sohlgren T; Bruce H. The Influence of Mould Powder Properties and Casting
Speed on the Formation of Oscillation marks. In: STEELMAKING CONFERENCE
PROCEEDINGS, 1998, p. 173 -181.
[45] Tsai H.T et al. Analysis of transverse Corner Cracks on Slabs and Countermeasures. Internal
Report at Mittal Steel Lazaro Cardenas, Michoacan, Mexico, 2007.
[47] BRIMACOMBE, J.K. et al. In: Brimacombe Continuous Casting Course, 2003, Vancouver,
Canadá, v. 2- J2
[49] SHIN H.J., Lee G .G. , Choi W.Y, Kang S.M, Park J.H, Kim and Thomas B.G. Effect of
Mold Oscillation on Powder Consumption and Hook Formation in Ultra Low Carbon Steel
Slabs. In: IRON & STEEL TECHNOLOGY, Sept. 2005, p.56-69, Vol. 2
[50] SUZUKI M. et al. Effect of Mold Oscillation Curves on Heat Transfer and Lurification
Behavior in Mold at High Speed Continuous Casting of Steel Slabs. In: ISIJ, 1992, p. 113-
116.
[52] HOWE, A. and Stewart. I. Reduction of Reciprocation Marks by High Frequency Vibration
of the Continuous Casting Mold. In: ISS-AIME, 1987, p. 417-428, Vol. 70.
[53] YASUNAKA, H. et al. Improvement of Surface Quality of Continuously Cast Steel by High
Cycle Mold Oscillation. In: ISS-AIME, 1986, p. 497- 502, Vol. 69.
[54] WOLF, M. M. On the Interaction Between Mold Oscillation and Mold Lubrification. In:
Electric Furnace Conference Proceedings. 1982, p. 335- 346, Vol. 40.
73
[55] NAKATO, H. et al. Improvement of Surface Quality of Continuously Cast Steel by High
Cycle Mold Oscillation. In: ISS-AIME, 1985, p. 361- 365, Vol. 68.
74
9 ANEXOS
75
25 7.62 80 3.556 165 19.3307 220 20.32 275 21.336
76
54 3.556 109 2.54 194 17.272 249 10.6801 304 16.7717
306 12.192 343 14.732 380 14.732 417 10.1727 454 9.7053
307 10.6801 344 10.6801 381 15.24 418 9.6654 455 10.16
308 9.1581 345 11.684 382 13.7254 419 11.1875 456 11.176
309 12.7 346 13.716 383 13.716 420 10.1727 457 12.192
310 16.764 347 13.7254 384 12.7102 421 16.256 458 10.16
311 16.2639 348 12.192 385 8.636 422 8.6509 459 8.636
312 14.224 349 11.684 386 8.636 423 7.112 460 8.636
313 9.652 350 12.7 387 9.652 424 3.09 461 11.695
314 12.7 351 13.716 388 9.1581 425 6.096 462 11.176
315 11.695 352 16.256 389 10.16 426 6.604 463 14.224
316 27.94 353 16.256 390 6.096 427 3.556 464 14.732
317 17.272 354 10.16 391 3.048 428 2.5903 465 9.144
318 18.288 355 11.684 392 11.176 429 5.1053 466 9.652
319 18.796 356 12.192 393 7.62 430 4.6001 467 10.668
320 17.78 357 13.716 394 6.604 431 4.572 468 13.716
321 9.144 358 8.636 395 6.6817 432 7.1301 469 10.16
322 6.6817 359 6.1171 396 13.208 433 10.1727 470 12.7102
323 8.636 360 7.112 397 14.732 434 12.192 471 12.192
324 8.128 361 10.1727 398 19.812 435 11.684 472 10.1727
325 8.128 362 6.6235 399 16.2639 436 9.144 473 15.748
326 5.588 363 5.08 400 14.2331 437 7.6369 474 14.2331
327 4.572 364 4.064 401 8.636 438 8.128 475 13.2178
328 7.62 365 6.604 402 6.604 439 8.1439 476 11.695
329 8.6509 366 4.572 403 5.611 440 4.0956 477 11.176
330 8.1439 367 8.128 404 8.636 441 4.572 478 8.6509
331 3.09 368 7.1301 405 8.636 442 2.5903 479 12.7
332 5.588 369 8.636 406 9.652 443 5.08 480 14.224
77
333 9.652 370 7.62 407 11.1875 444 6.096 481 6.1171
334 9.144 371 10.16 408 12.7 445 9.1581 482 6.604
335 7.62 372 8.636 409 14.224 446 10.16 483 4.064
336 3.556 373 9.144 410 11.695 447 12.192 484 9.6654
337 15.2485 374 9.652 411 15.2485 448 11.2221 485 6.604
338 9.144 375 7.112 412 0.508 449 9.144 486 8.1439
339 8.6509 376 13.208 413 13.247 450 10.16 487 7.6369
78
ANEXO B - Medições do espaçamento entre as marcas de oscilação da amostra 2
276 9.5429 310 9.5561 344 10.0577 378 8.0361 412 8.5384
277 10.0452 311 10.0577 345 9.0406 379 4.0181 413 11.0952
278 10.5951 312 10.0577 346 12.5665 380 5.0226 414 12.0542
279 10.5474 313 10.0452 347 10.5594 381 5.5248 415 16.5745
280 6.5294 314 7.5339 348 12.5665 382 6.0271 416 5.0226
281 8.0361 315 7.0316 349 13.0684 383 2.5113 417 14.0991
282 8.0361 316 13.0684 350 14.5655 384 5.0226 418 5.0226
283 8.5384 317 13.5610 351 14.5655 385 10.0452 419 13.5703
284 8.5531 318 9.0406 352 16.0723 386 7.5339 420 11.5629
285 9.0406 319 9.0546 353 8.5384 387 4.5203 421 10.0452
286 4.5203 320 14.0632 354 11.0497 388 9.5429 422 9.5429
287 4.5203 321 8.5384 355 8.0361 389 7.5506 423 5.5476
288 9.0546 322 12.5665 356 8.5531 390 9.5956 424 15.0761
289 5.0226 323 7.1912 357 9.5561 391 9.5956 425 18.1440
290 17.5790 324 8.5531 358 6.5294 392 8.5973 426 6.5486
291 17.5790 325 8.0361 359 11.5519 393 3.5158 427 4.5203
292 8.0361 326 7.5506 360 15.0677 394 12.0647 428 9.5561
93 9.0406 327 16.0723 361 18.5836 395 12.0647 429 6.5486
294 9.0406 328 14.5655 362 16.0801 396 9.0406 430 6.5294
80
295 9.5429 329 11.5519 363 12.0542 397 10.0452 431 6.5294
296 9.0406 330 12.5565 364 8.5384 398 13.5610 432 8.0361
297 11.0497 331 14.0632 365 7.0495 399 10.0452 433 3.5158
298 11.5519 332 10.0452 366 5.5476 400 9.0546 434 7.0495
299 17.0768 333 9.0406 367 7.5339 401 8.5384 435 8.5531
300 16.0801 334 7.5339 368 11.0611 402 7.0495 436 9.7521
301 11.0611 335 6.0271 369 11.0497 403 14.5655 437 8.5384
302 8.5531 336 5.5248 370 15.5700 404 12.5565 438 12.0647
303 12.5565 337 11.0497 371 13.0587 405 12.5665 439 9.0546
304 15.5700 338 6.0271 372 10.0452 406 10.5474 440 7.6005
305 16.0723 339 7.5506 373 10.5594 407 9.0406 441 8.5973
306 12.5565 340 7.0316 374 9.5429 408 12.5565 442 9.0546
307 16.0723 341 8.5531 375 11.0611 409 15.5700 443 7.0495
308 17.5790 342 8.5384 376 11.5629 410 10.5474 444 4.5203
309 18.5903 343 8.0361 377 9.5561 411 10.0577 445 5.5248
81