Nº 1, Ano I.
Caro leitor:
Este é o primeiro
número do jornal Folheando
Genética que é parte inte-
grante do projeto de extensão
“Ensino da Genética: arte e
diversão em prol do conhe-
cimento” apoiado pela PRO-
EXT-UFPE. A ideia é que a
partir deste veículo de infor-
mação possamos divulgar e
discutir temas referentes à
Genética no nosso cotidiano.
Leiam, reflitam, divirtam-se
e explorem todas as informa-
ções aqui contidas.
Equipe editorial.
Agora você estu-
dante tem um espaço na web
para comentários, perguntas
e respostas sobre genética
com posts, jogos e muita in-
teratividade.
E-mail:
folheandogenetica@gmail.
com
Blog:
folheandogenetica.blogspot.
com
Mande já suas per-
guntas, sugestões, críticas e
matérias. Isso mesmo, suas
matérias poderam ser publi-
cadas em nosso jornal.
Jornal 1 Genética.indd 1
Prima com Primo pode?
Em minha época de ado-
lescente, meu primo e eu tivemos
um namorico que atordoou toda
família. Minha mãe até me levou
ao médico para que ele me expli-
casse que poderíamos ter filhos
“tortos e retardados”. Foi tão hor-
rível que nunca mais ficamos. Hoje
somos adultos e rimos da situação,
mas a dúvida persiste: por que
primo não pode ter filho com pri-
mo?” Kátia Louzada – Brasília/DF
Gente, quem não ficaria
preocupado com uma notícia no
mínimo “espantosa” como esta re-
latada por Kátia?! Terrível, não?!
Afinal de contas, aquelas férias na
casa de praia do tio são alguns dos
motivos que podem estimular a
aproximação entre os parentes, na
maioria das vezes, primos. Muitos
destes casos acontecem durante a
fase das descobertas sexuais, na
infância ou puberdade. Alguns pas-
sageiros, mas outros vão parar no
altar. Mas será que pode rolar pega-
ção entre primos? Se a pergunta
for feita para nossos pais ou tios é
bem provável que a resposta seja
não. Pelo menos nas famílias mais
tradicionais isso é quase um incesto.
Curiosamente o autor da teoria
evolucionista, Charles Darwin, foi
casado com uma prima de primei-
ro grau, teve dez filhos - todos
saudáveis - e três deles morreram
precocemente, aparentemente por
uma doença infecciosa. Já Albert
Einstein, se casou com uma prima
de primeiro grau por parte paterna
e prima de segundo grau por parte
materna e não teve filhos. Entretan-
to, antes de tentar “explicar” é ne-
cessário termos em mente o conceito
de indivíduos CONSAGUÍNEOS.
INDIVÍDUOS CON-
SAGUÍNEOS – São aqueles que
apresentam pelo menos um an-
cestral comum. Porém, além do
ancestral comum estes indivíduos
podem ter herdado um gene re-
cessivo deste mesmo ancestral.
Mas, na prática, como
isso ocorre? Relembrando: Genes
recessivos são aqueles que precisam
estar em dose dupla (aa) no organis-
mo para manifestar e expressar de-
terminada característica, sendo uma
de origem materna (♀) e uma de ori-
gem paterna (♂). Já os Indivíduos
que possuem uma única dose (Aa)
são sadios e chamados de portadores.
ATENÇÃO! - Supondo
que sua mãe e sua tia herdaram
o gene recessivo dos pais, con-
seqüentemente você e seu primo
também podem te-los também,
certo? Se você se casar com um
primo(a) legítimo, suas chances de
manifestarem os genes recessivos
para determinada doença é muito
maior, o que não ocorre caso você
se case com um indivíduo não apa-
rentado. Essa consaguiniedade gera
o que os geneticistas chamam de
“homozigose por origem comum”,
ou seja, os genes aconteceram
em dose dupla (aa) e tiveram uma
única origem (do mesmo ances-
tral: bisavô, avó, tataravô…).
Como nossos irmãos e primos com-
partilham de certa forma genes
parecidos com os nossos, na união
de duas pessoas com tais níveis de
parentesco, as chances desses dois
Maio, 2011.
genes recessivos acontecerem é
maior no que diz respeito às doen-
ças genéticas recessivas raras. Em
casais normais não consanguíneos,
de 2% a 3% dos recém-nascidos
apresentam uma anomalia con-
gênita importante. No caso de
casais primos em primeiro grau,
esse risco foi determinado empiri-
camente como sendo aproxima-
damente o dobro, ou seja, 4 a 6%.
Mesmo com a ausência
de história familiar de alguma doen-
ça recessiva o risco que a consagu-
inidade traz para a reprodução é in-
descritível, qualquer uma das mais
de 2 mil doenças conhecidas pode
aparecer. O aconselhamento gené-
tico é uma boa indicação nos casos
de casamentos entre primos, na con-
sulta o geneticista informa e explica
os riscos ao casal, que então faz uma
decisão informada, podendo optar
por terem filhos biológicos ou por
métodos alternativos como insemi-
nação artificial e até mesmo adoção.
Adaptação: Danilo Martins
Matéria: ‘Passione’ e a
genética de primos no altar
– Ciência Hoje
26/04/2011 18:42:40
 Nº 1, Ano I.
As Cicatrizes Genéticas do Estresse
De olho nos últimos acontecimen-
tos que envolveram tsunami e terremotos no
Japão, paremos e pensemos: poderiam os fil-
hos ou netos de japoneses sofrer de transtor-
nos psicológicos mesmo sem ter vivido o ter-
ror que seus pais ou avós viveram em 2011?
Muitos pesquisadores estão estudando
como situações traumáticas podem repercutir em
descendentes de pessoas que vivenciaram os hor-
rores dos campos de concentração, por exemplo.
No momento já se sabe que filhos ou filhas dess-
es sobreviventes podem manifestar alterações
no comportamento também presentes nos pais.
Um estudo recente da neurobióloga
suíça Isabelle Mansuy, do Instituto de Pesquisa
do Cérebro da Universidade de Zurique diz o
seguinte: “O estresse severo e crônico causa
modificações genéticas que podem ser trans-
mitidas às próximas gerações”. A pesquisa se
baseou na observação de camundongos que
Riscos Biológicos da Radiação
Recentemente ocorreu no Japão um
desastre nuclear, que foi o rompimento de um dos
reatores de uma usina nuclear em Fukushima, lo-
calizada a 250 km de Tóquio, onde a população
foi exposta a níveis alarmantes de radiações ioni-
zantes. Mas afinal, o que é Radiação?
Radiações são ondas eletromagnéticas
ou partículas que se propagam com uma determi-
nada velocidade. Contém energia, carga elétrica e
magnética. Podem ser geradas por fontes naturais
ou por dispositivos construídos pelo homem. Pos-
suem energia variável desde valores pequenos até
muito elevados. Elas são classificadas em: Ioni-
zantes, são originadas do núcleo de átomos, po-
dem alterar o estado físico de um átomo e causar
a perda de elétrons, tornando-os eletricamente
carregados. E não-ionizantes, que possuem rela-
tivamente baixa energia. Mas que danos essas
radiações podem causar a nossos organismos?
Os raios afetam os átomos que estão
presentes nas células, provocando alterações em
Jogo dos 7 Erros:
Jornal 1 Genética.indd 2
Folheando Genética
foram submetidos a uma separação da sua mãe
logo após o nascimento e expostos a estresse
intenso. Assim como as suas mães eles também
apresentaram depressão, impulsividade, apa-
tia e desespero. Além disso, o comportamento
alterado foi mantido ao longo de suas vidas.
Numa segunda etapa do estudo,
foram avaliados tecidos cerebrais e esperma-
tozóides dos ratos e verificou-se que havia uma
alteração na expressão de cinco genes associa-
dos à regulação do estresse e ansiedade. Alguns
desses genes passaram a trabalhar demais, en-
quanto outros ficaram menos ativos. Durante a
pesquisa, a transmissão das alterações compor-
tamentais foi observada até a terceira geração
dos ratos submetidos às situações de estresse.
Mesmo depois dos resultados apre-
sentados pela pesquisadora esse assunto ainda é
muito controverso no meio científico. Segundo
Isabelle, é possível que esse mecanismo possa
se repetir em humanos. Para o psicólogo Edu-
sua estrutura. O resultado? Dependendo do tipo
de radiação e do tempo em que uma pessoa está
exposta a ela, pode acarretar alterações genéticas,
estas alterações vão influenciar na produção de
proteínas e causar efeitos como: queda de cabe-
los, necrose de tecido, esterilidade temporária
ou permanente, alterações no sistema sanguíneo,
disfunção no sistema gastrointestinal e sistema
vascular, catarata, câncer. A exposição de fetos à
radiação pode resultar em morte dos mesmos ou
más formações.
Você já entrou em contato com algum tipo de ra-
diação?
Quem nunca brincou com lazer, entrou
em contato com microondas, ou se submeteu a
um exame de raio X? Pois é, todos estes, são ex-
emplos de radiações eletromagnéticas.
A radioatividade pode apresentar bene-
fícios ao homem e por isso é utilizada em dife-
Página 2.
ardo Ferreira-Santo, especialista em estresse
póstraumático, de São Paulo, muitos estudos
ainda deverão ser feitos para se chegar a um re-
sultado conclusivo, além disso, ele afirma que
cada pessoa reage a uma situação de estresse
de acordo com sua capacidade de adaptação.
Ainda que essas experiências traumáticas pos-
sam deixar cicatrizes genéticas, isto não se
torna uma sentença, o indivíduo pode desen-
volver uma predisposição a ser ansioso ou
deprimido sem jamais apresentar a alteração.
Pesquisas como essas só reforçam o quanto é
importante o amparo psicológico de pessoas
que passaram por catástrofes, como as do Japão.
Adaptação: Marcos Regueira
Matéria: As Cicatrizes do Estress -
Revista Isto É
rentes áreas. Na medicina, ela é empregada no
tratamento de tumores cancerígenos; na indústria
é utilizada para obter energia nuclear e na ciência
tem a finalidade de promover o estudo da orga-
nização atômica e molecular de outros elementos,
sem ela, não poderíamos apreciar um programa
de TV em nossos lares.
As radiações são utilizadas pela hu-
manidade como bombas, combustíveis e outros
usos pacíficos, mas todos os usos possuem riscos,
pois nenhum sistema de estocagem é totalmente
seguro, tanto que em pleno século XXI ocorre
mais uma tragédia nuclear com proporções quase
tão grandes quanto o desastre em Chernobyl. Será
que realmente vale a pena utilizar esse tipo de en-
ergia?
Redação: Bruno Trajano e Marcos
Galvão.
Organização:
Profª. Drª. Vilma Loreto.
Discentes - Bruno Trajano, Danilo Martins,
Leandro Alexandre, Marcos Galvão, Marcos
Regueira.
Colaboradores:
(criador da Logo)
(criador do jogo dos 7 erros)
A sua matéria também pode ser capa de nosso
jornal.
Contato: folheandogenetica@gmail.com
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