necessidade de formação docente já era recomendada desde o século XVII por Comenius”. São João Batista de La Salle foi o primeiro fundador de um estabelecimento de ensino no ano de 1684, o Seminário dos Mestres. Porém, somente no século XIX é que Escolas Normais deram início ao preparo de professores.
Desde a criação da primeira Escola Normal no Brasil, muitas foram as mudanças e
adaptações curriculares e legislativas na formação do profissional docente. Nas primeiras escolas normais o estágio supervisionado não era obrigatório e tampouco estava inserido nas disciplinas pedagógicas. Andrade e Resende (2010, p. 236) relatam que “o estágio somente tornou-se obrigatório com o Parecer de 1962, do Conselho Federal de Educação, fazendo parte do currículo mínimo obrigatório”, permitindo habilitação específica profissionalizante no Curso Normal. Também com a implementação da LDB de 1996, a formação profissional de educadores passa a ter a garantia da prática de ensino com carga horária mínima de 300 horas na formação docente. Em 2006, novas regras para estágio surgem e passam a fazer parte do projeto pedagógico dos cursos, permitindo que o estágio possa ser obrigatório ou não, sendo supervisionado por um professor orientador, com assinatura de termo de compromisso entre educando e parte concernente, além da exigência de relatório de atividades realizadas com acompanhamento e avaliação destas feitas por um professor orientador, num período de 6 meses. Assim, o estágio deixa de ser complementação do ensino, tornando-se parte educativa do curso.
Ao longo dos anos, o estágio ganhou notoriedade no processo formativo, fazendo
parte do currículo, capacitando o profissional para a realidade que o espera, apto pelos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante sua formação docente.
Com os desdobramentos da pandemia, provocados pelo Covid 19, o sistema
educacional público e os cursos de formação de professores não pararam, sendo ofertado um ensino com diversificados recursos, permitindo a possibilidade de acesso, ressignificando e renovando o processo escolar, propiciando atualização e reflexões acerca das práticas pedagógicas utilizadas.
Não há desculpas para as escolas ou universidades públicas estarem
ausentes neste momento. Temos que dar largas à nossa imaginação, uma coisa para mim é certa: não podemos abandonar os nossos alunos, não podemos fazer-nos ausentes neste momento central da vida das nossas sociedades e neste momento tão dramático, porque são sobretudo os alunos mais pobres, mais frágeis, mais vulneráveis que precisam de nós (NÓVOA, 2020).
FERNANDA DOS SANTOS ALBUQUERQUE
REFERÊNCIAS:
ACCÁCIO, Liéte Oliveira. Formando o professor primário: a Escola Normal e o Instituto
de Educação do Rio de Janeiro. UENF, p. 1-25 ANDRADE, C. R.; RESENDE, M. R. ASPECTOS LEGAIS DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: uma retrospectiva histórica. Educação em perspectiva, Viçosa, MG, v.1, n. 2, p. 230-252, jul./dez.2010
SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do
problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, v. 14, n. 40, p. 143- 155, jan./abr. 2009
Sindicato dos Professores Municipais Novo Hamburgo. Conversa com António
Nóvoa – A Educação em tempos de pandemia (Covid-19 / Coronavírus). 2020. (31m44s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FNF7i_DpfIo&t=9s>. Acesso em 11 de setembro de 2021