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ESTÁGIO SUPERVISIONADO III – ESCOLA NORMAL

Saviani (2009, p.143), afirma que: “a


necessidade de formação docente já era
recomendada desde o século XVII por
Comenius”. São João Batista de La Salle foi
o primeiro fundador de um estabelecimento
de ensino no ano de 1684, o Seminário dos
Mestres. Porém, somente no século XIX é
que Escolas Normais deram início ao
preparo de professores.

Desde a criação da primeira Escola Normal no Brasil, muitas foram as mudanças e


adaptações curriculares e legislativas na formação do profissional docente. Nas
primeiras escolas normais o estágio supervisionado não era obrigatório e tampouco
estava inserido nas disciplinas pedagógicas. Andrade e Resende (2010, p. 236)
relatam que “o estágio somente tornou-se obrigatório com o Parecer de 1962, do
Conselho Federal de Educação, fazendo parte do currículo mínimo obrigatório”,
permitindo habilitação específica profissionalizante no Curso Normal.
Também com a implementação da LDB de 1996, a formação profissional de
educadores passa a ter a garantia da prática de ensino com carga horária mínima de
300 horas na formação docente. Em 2006, novas regras para estágio surgem e
passam a fazer parte do projeto pedagógico dos cursos, permitindo que o estágio
possa ser obrigatório ou não, sendo supervisionado por um professor orientador, com
assinatura de termo de compromisso entre educando e parte concernente, além da
exigência de relatório de atividades realizadas com acompanhamento e avaliação
destas feitas por um professor orientador, num período de 6 meses. Assim, o estágio
deixa de ser complementação do ensino, tornando-se parte educativa do curso.

Ao longo dos anos, o estágio ganhou notoriedade no processo formativo, fazendo


parte do currículo, capacitando o profissional para a realidade que o espera, apto pelos
conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante sua formação docente.

Com os desdobramentos da pandemia, provocados pelo Covid 19, o sistema


educacional público e os cursos de formação de professores não pararam, sendo
ofertado um ensino com diversificados recursos, permitindo a possibilidade de acesso,
ressignificando e renovando o processo escolar, propiciando atualização e reflexões
acerca das práticas pedagógicas utilizadas.

Não há desculpas para as escolas ou universidades públicas estarem


ausentes neste momento. Temos que dar largas à nossa imaginação, uma
coisa para mim é certa: não podemos abandonar os nossos alunos, não
podemos fazer-nos ausentes neste momento central da vida das nossas
sociedades e neste momento tão dramático, porque são sobretudo os alunos
mais pobres, mais frágeis, mais vulneráveis que precisam de nós (NÓVOA,
2020).

FERNANDA DOS SANTOS ALBUQUERQUE

REFERÊNCIAS:

ACCÁCIO, Liéte Oliveira. Formando o professor primário: a Escola Normal e o Instituto


de Educação do Rio de Janeiro. UENF, p. 1-25
ANDRADE, C. R.; RESENDE, M. R. ASPECTOS LEGAIS DO ESTÁGIO NA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES: uma retrospectiva histórica. Educação em
perspectiva, Viçosa, MG, v.1, n. 2, p. 230-252, jul./dez.2010

SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do


problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, v. 14, n. 40, p. 143-
155, jan./abr. 2009

Sindicato dos Professores Municipais Novo Hamburgo. Conversa com António


Nóvoa – A Educação em tempos de pandemia (Covid-19 / Coronavírus). 2020.
(31m44s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FNF7i_DpfIo&t=9s>.
Acesso em 11 de setembro de 2021

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