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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

EDICARLOS ARRUDA DE LARA

HOSTILIO JOSE TEIXEIRA JUNIOR

ESTUDO DAS VARIAÇÕES DE DUREZA E MICROESTRUTURA DA


LIGA DE ALUMÍNIO AA6351-T6 QUANDO SUBMETIDA A CICLOS
TÉRMICOS DE RECOZIMENTO, SOLUBILIZAÇÃO E PRECIPITAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PONTA GROSSA

2018
EDICARLOS ARRUDA DE LARA

HOSTÍLIO JOSÉ TEIXEIRA JUNIOR

ESTUDO DAS VARIAÇÕES DE DUREZA E MICROESTRUTURA DA


LIGA DE ALUMÍNIO AA6351-T6 QUANDO SUBMETIDA A CICLOS
TÉRMICOS DE RECOZIMENTO, SOLUBILIZAÇÃO E PRECIPITAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado no curso de Bacharelado em
Engenharia Mecânica da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná como
requisito parcial para obtenção do título de
“Engenheiro Mecânico” – Área de
concentração: Engenharia Mecânica.

Orientadora: Profa. Ma. Sandra Mara


Kaminski Tramontin

PONTA GROSSA

2018
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Ponta Grossa
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Departamento Acadêmico de Mecânica
Bacharelado em Engenharia Mecânica

TERMO DE APROVAÇÃO

ESTUDO DAS VARIAÇÕES DE DUREZA E MICROESTRUTURA DA LIGA DE


ALUMÍNIO AA6351-T6 QUANDO SUBMETIDA A CICLOS TÉRMICOS DE
RECOZIMNETO, SOLUBILIZAÇÃO E PRECIPITAÇÃO

por

EDICARLOS ARRUDA DE LARA E HOSTÍLIO JOSÉ TEIXEIRA JUNIOR

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado em 21 de junho de 2018 como


requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica. O
candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

Profa. Ma. Sandra Mara Kaminski Tramontin


Orientadora

Profa. Ma. Heliety Rodrigues Borges Barreto


Membro Titular

Prof. Dr. Luciano Augusto Lourençato


Membro Titular

Prof. Dr. Marcos Eduardo Soares Prof. Dr. Marcelo Vasconcelos de


Carvalho
Responsável pelos TCC Coordenador do Curso

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso.


Dedico este trabalho à minha filha
Letícia, fonte de motivação para todos os
momentos de dificuldade.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecemos a UTFPR de Ponta Grossa pelo ensino de


qualidade e a todos os professores que nos acompanharam durante todas as etapas
da graduação em Engenharia Mecânica.

Em especial, expressamos nossa gratidão a Professora Sandra Mara


Kaminski Tramontin, responsável pela realização deste trabalho, orientando da melhor
forma possível, sempre atenciosa com nossas dificuldades.

Gostaríamos de agradecer também ao Professor Dr. Luciano


Augusto Lourençato pelo auxílio em diversas atividades práticas de laboratório
relacionadas aos processos de polimento, ataques químicos e obtenção de
micrografias.

Por fim, agradecemos a todos os amigos da universidade e a todas as


pessoas que de alguma forma participaram desta etapa de nossas vidas.
LARA, Edicarlos Arruda de; TEIXEIRA JUNIOR, Hostílio José. ESTUDO DAS
VARIAÇÕES DE DUREZA E MICROESTRUTURA DA LIGA DE ALUMÍNIO AA6351-
T6 QUANDO SUBMETIDA A CICLOS TÉRMICOS DE RECOZIMENTO,
SOLUBILIZAÇÃO E PRECIPITAÇÃO. 2018. 73 f. TCC (Graduação) - Curso de
Bacharelado em Engenharia Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Ponta Grossa, 2018.

RESUMO

Neste trabalho foram analisadas as variações microestruturais e as variações de


dureza da liga de alumínio AA6351 após a mesma ser submetida a diferentes
tratamentos térmicos. Foram utilizadas combinações diversas de temperatura e tempo
para os tratamentos de recozimento, solubilização e precipitação artificial de amostras
distintas da referida liga metálica. Primeiramente foi determinada a composição
química da liga de alumínio através do ensaio de espectroscopia óptica. As amostras
passaram por ensaios de dureza Rockwell e microdureza Vickers como recebido e
depois de serem submetidas aos tratamentos térmico. Após a realização de técnicas
de preparação metalográfica as microestruturas das amostras puderam ser
observadas em microscópio óptico. Como resultado foi determinado dureza Rockwell
e microdureza Vickers em função da temperatura e do tempo dos tratamentos
térmicos. Assim verificou-se que a amostra 5 apresentou a melhor combinação de
parâmetros de tratamento térmico para potencializar a dureza e microdureza da liga
de alumínio AA6351. Os resultados levaram a conclusão de que algumas amostras
podem ter sofrido o fenômeno conhecido como superenvelhecimento, por
consequência das altas oscilações de temperatura do forno de tratamento durante a
etapa de precipitação artificial. Os fenômenos microestruturais associados ao
endurecimento por precipitação não puderam ser observado por microscopia óptica,
muito provavelmente por se tratar de uma liga trabalhada mecanicamente.

Palavras chave: Ligas de Alumínio AA6351. Solubilização. Precipitação.


Superenvelhecimento.
LARA, Edicarlos Arruda de; TEIXEIRA JUNIOR, Hostílio José. STUDY OF THE
VARIATIONS OF HARDNESS AND MICROSTRUCTURE OF THE AA6351-T6
ALUMINUM ALLOY WHEN SUBMITTED TO THERMAL CYCLE OF ANNEALING,
SOLUBILIZATION AND PRECIPITATION. 2018. 73 f. TCC (Undergraduate) -
Bachelor's Degree in Mechanical Engineering, Federal Technological University of
Paraná, Ponta Grossa, 2018.

ABSTRACT

In this work the microstructural variations and the hardness variations of the AA6351
aluminum alloy were analyzed after being subjected to different heat treatments.
Several combinations of temperature and time were used for the recrystallization,
solubilization and artificial precipitation of samples other than said metal alloy. First,
the chemical composition of the aluminum alloy was determined by the spectroscopy
test. The samples were subjected to tests of Rockwell hardness and Vickers
microhardness as received and after being subjected to the heat treatments. After the
preparation of metallographic techniques the microstructures of the samples could be
observed under an optical microscope. As a result it was determined the Rockwell
hardness and Vickers microhardness as a function of the temperature and the time of
the heat treatments. Thus, it was verified that sample 5 presented the best combination
of heat treatment parameters to potentiate the hardness and microhardness of the
AA6351 aluminum alloy. The results lead to the conclusion that some samples may
have undergone the phenomenon known as super-aging, as a consequence of the
high temperature oscillations of the treatment furnace during the artificial precipitation
stage. The microstructural phenomena associated with precipitation hardening could
not be observed by optical microscopy, most probably because it is a mechanically
worked alloy.

Keywords: Aluminum alloys AA6351. Solubilization. Precipitation. Super-aging.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1:Consumo aparente de alumínio no Brasil ................................................... 13

Figura 2:a) Diagrama de fases hipotético para uma liga de composição C0 que pode
ser endurecida por precipitação, b) Gráfico esquemático mostrando os
tratamentos térmicos de solubilização e de precipitação para o processo de
endurecimento por precipitação. .............................................................. 18

Figura 3: Diagrama esquemático mostrando a resistência e dureza como uma função


do logaritmo do tempo de envelhecimento a uma temperatura constante,
durante o tratamento térmico de precipitação. ........................................... 20

Figura 4: Vários estágios de recristalização da liga Al4Cu até chegar ao crescimento


de grão. ...................................................................................................... 21

Figura 5: Secagem da amostra. ................................................................................ 24

Figura 6: Características de textura devido a diferença na orientação cristalográfica na


seção de grãos atacados quimicamente. ................................................... 25

Figura 7: Microscópio óptico e seus componentes. ................................................... 27

Figura 8: Representação esquemática do funcionamento do espectrômetro de


emissão óptica.......................................................................................... 31

Figura 9: Modelo de penetrador Vickers. .................................................................. 33

Figura 10: Fluxograma das etapas do procedimento experimental. .......................... 36

Figura 11: Serra de fita Diplomat 3001. ..................................................................... 38

Figura 12: Cortadora de precisão Buehler Isomet 4000. ........................................... 38

Figura 13: Algumas regiões de corte da amostra de 6” de diâmetro. ........................ 39

Figura 14: Espectômetro de emissão óptica. ............................................................ 40

Figura 15: Interior do espectrômetro com a amostra inserida. .................................. 40

Figura 16: Locais de marcação das amostras de 2" e 6" de diâmetro.......................41

Figura 17: Forno Jung tipo Mufla de temperatura máxima 1200ºC. .......................... 42

Figura 18: Fluxograma dos processos de preparação metalográfica. ....................... 44

Figura 19: Embutidora Buehler XPS 1. ..................................................................... 45

Figura 20: Amostras embutidas em baquelite ........................................................... 45


Figura 21: Lixadeira semiautomática Arotec APL-4D. ............................................... 46

Figura 22: Politriz metalográfica Arotec APL-4. ......................................................... 47

Figura 23: Polidora Vibratória VibroMet 2 ................................................................. 47

Figura 24: Microscópio ZEISS, modelo MRc5. .......................................................... 49

Figura 25: Microdurômetro Shimadzu ....................................................................... 50

Figura 26: Durômetro de bancada PANTEC RBS. .................................................... 52

Figura 27: Porcentagem dos elementos químicos coletados para cada tiro na amostra
de 2” de diâmetro (amostra 1). ................................................................. 54

Figura 28: Porcentagem dos elementos químicos coletados para cada tiro na amostra
de 6” de diâmetro (amostra 2). ................................................................. 56

Figura 29: Micrografia da amostra 1, aumento de 200x. ........................................... 65

Figura 30: Micrografia da amostra 1, aumento de 1000x. ......................................... 65

Figura 31: Micrografia da amostra 2, aumento de 200x. ........................................... 66

Figura 32: Micrografia da amostra 2, aumento de 1000x. ......................................... 66

Figura 33: Micrografia da amostra 3 com aumento de 200x. .................................... 67

Figura 34: Micrografia da amostra 3 com aumento de 1000x. .................................. 67

Figura 35: Micrografia da amostra 4, sem ataque químico e aumento de 200x. ....... 68

Figura 36: Micrografia da amostra 4, sem ataque químico e aumento de 1000x ...... 68

Figura 37: Micrografia da amostra 4, submetida a ataque químico com aumento de


200x.......................................................................................................... 69

Figura 38: Micrografia da amostra 4, submetida a ataque químico com aumento de


1000x........................................................................................................ 69

Gráfico 1: Média da microdureza Vickers das amostras. ...................................... 5959

Gráfico 2: Média da dureza Rockwell das amostras. ................................................ 64


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Maiores mercados do alumínio e suas ligas. ............................................. 13

Tabela 2: Comparativo entre propriedades físicas do alumínio, aço e cobre. ........... 15

Tabela 3: Sistema de Classificação do Alumínio e suas Ligas Trabalháveis. ........... 17

Tabela 4: Composição química nominal da liga AA6351. ......................................... 18

Tabela 5: Propriedades físicas da liga AA6351. ........................................................ 18

Tabela 6: Propriedades mecânicas da liga AA6351. ................................................. 19

Tabela 7: Propriedades elétricas da liga AA6351...................................................... 19

Tabela 8: Propriedades térmicas da liga AA6351. .................................................... 19

Tabela 9: Elementos componentes da liga AA6351. ................................................. 20

Tabela 10: Propriedades de processo da liga AA6351. ............................................ 26

Tabela 11: Reagentes para ligas de alumínio. .......................................................... 28

Tabela 12: Métodos de ataque químico. ................................................................... 29

Tabela 13: Características das escalas de dureza Rockwell. ................................... 35

Tabela 14: Valores de Microdureza Vickers para amostra 2” e 6” (amostras 1 e 2). . 56

Tabela 15: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 3. ................................. 57

Tabela 16: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 4. ................................. 57

Tabela 17: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 5. ................................. 58

Tabela 18: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 6. ................................. 58

Tabela 19: Valores de dureza Rockwell das amostras de 2” e 6” (amostras 1 e 2). . 60

Tabela 20: Resultados de dureza Rockwell para a amostra 3. ................................. 61

Tabela 21: Resultados de dureza Rockwell para a amostra 4. ................................. 61

Tabela 22: Resultados de dureza Rockwell para a amostra 5. ................................. 62

Tabela 23: Resultado de dureza Rockwell para a amostra 6. ................................... 63


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12
2. OBJETIVOS ................................................................................................. 14
2.1 OBJETIVOS GERAIS ................................................................................... 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 15
3.1 CARACTERÍSTICAS DO ALUMÍNIO ........................................................... 15
3.2 LIGAS DE ALIMÍNIO .................................................................................... 15
3.2.1 Ligas da série 6000 ...................................................................................... 17
3.2.2 Liga AA6351 ................................................................................................. 17
3.3 TRATAMENTOS TÉRMICOS APLICADOS AS LIGAS DE ALUMÍNIO ........ 20
3.3.1 Tratamento térmico de Solubilização............................................................ 20
3.3.2 Endurecimento por Precipitação ................................................................... 22
3.3.3 Recozimento, Recuperação, recristalização e crescimento de grão ............ 23
3.3.4 Tratamentos Térmicos da liga AA6351 ......................................................... 25
3.4 CARACTERIZAÇÃO DAS LIGAS DE ALUMÍNIO......................................... 26
3.4.1 Ataque Químico ............................................................................................ 27
3.4.2 Microscopia Óptica ....................................................................................... 29
3.4.3 Ensaio de Composição Química .................................................................. 31
3.4.4 Ensaio de Microdureza Vickers (HV) ............................................................ 32
3.4.5 Ensaio de Dureza Rockwell (HR) ................................................................. 34
4. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 36
4.1 CORTE DAS AMOSTRAS ............................................................................ 37
4.1.1 Corte primário ............................................................................................... 37
4.1.2 Corte secundário .......................................................................................... 38
4.2 ENSAIO DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA ........................................................ 39
4.3 TRATAMENTOS TÉRMICOS ....................................................................... 41
4.3.1 Tratamento Térmico da amostra 3................................................................ 42
4.3.2 Tratamento Térmico da amostra 4................................................................ 43
4.3.3 Tratamento térmico da amostra 5 ................................................................. 43
4.3.4 Tratamento Térmico da amostra 6................................................................ 44
4.4 PREPARAÇÃO METALOGRÁFICA ............................................................. 44
4.4.1 Embutimento das amostras .......................................................................... 45
4.4.2 Lixamento ..................................................................................................... 46
4.4.3 Polimento com Suspensão de Diamante ...................................................... 46
4.4.4 Polimento Vibratório ..................................................................................... 47
4.4.5 Ataque Químico ............................................................................................ 48
4.5 MICROGRAFIAS .......................................................................................... 48
4.5.1 Micrografias das amostras como recebido e depois dos T. Térmicos .......... 49
4.6 ENSAIO DE MICRODUREZA VICKERS ...................................................... 50
4.6.1 Ensaio de Microdureza Vickers das amostras do material como recebido ... 51
4.6.2 Ensaio de Microdureza Vickers das amostras após T. Térmicos ................. 51
4.7 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL ............................................................. 51
4.7.1 Ensaio de Dureza Rockwell das amostras do material como recebido ........ 52
4.7.2 Ensaio de Dureza Rockwell das amostras após os T. Térmicos .................. 53
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 54
5.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS AMOSTRAS 1 E 2 ...................................... 54
5.2 MICRODUREZA VICKERS .......................................................................... 56
5.2.1 Microdureza Vickers das amostras como recebido (amostras 1 e 2) ........... 56
5.2.2 Microdureza Vickers após Tratamentos Térmicos ........................................ 57
5.3 DUREZA ROCKWELL .................................................................................. 60
5.3.1 Dureza Rockwell das amostras como recebido (amostras 1 e 2) ................. 60
5.3.2 Dureza Rockwell após os Tratamentos Térmicos ........................................ 60
5.4 MICROGRAFIAS DAS AMOSTRAS............................................................. 65
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71
12

1. INTRODUÇÃO

Atualmente o homem vem buscando materiais de construção que melhor


atendam às suas necessidades na hora de produzir bens materiais de uso cotidiano.
Muitas pesquisas têm contribuído na busca de uma melhor adequação dos materiais
aos projetos.

Um material que vem ganhando amplo destaque nos processos de fabricação,


devido a uma excelente combinação de propriedades é o alumínio. Ele possui uma
grande abundância de jazidas e sua versatilidade faz com que seja o metal mais usado
depois do aço e o principal entre os metais não ferrosos.

A crescente utilização do alumínio também é fundamentada na necessidade


de se desenvolver produtos mais sustentáveis e que consequentemente causem um
menor impacto ambiental. As aplicações do alumínio e suas ligas vêm diretamente ao
encontro do conceito de sustentabilidade, pois se utilizam de um menor dispêndio de
energia no seu beneficiamento quando comparados a outros tipos de ligas metálicas.

O alumínio destaca-se por sua baixa densidade, resistência à corrosão e


ductilidade dentre outras propriedades, as quais fazem dele um material requerido
para muitas aplicações, porém, o alumínio puro tem uma resistência mecânica muito
baixa. Para melhorar essa e outras propriedades, uma grande quantidade de técnicas
tem sido utilizadas. Dentre elas está a adição de elementos de liga ao alumínio
formando assim as ligas de alumínio.

Em princípio o alumínio e suas ligas foram utilizados para a confecção de


objetos de decoração como molduras de espelhos, travessas e utensílios domésticos,
mas com o passar do tempo sua aplicação se expandiu na fabricação dos mais
diversos produtos (VIANA, 2009).

A tabela 1 mostra os maiores mercados consumidores para o alumínio e suas


ligas.
13

Tabela 1: Maiores mercados do alumínio e suas ligas.

Produto %
Embalagens para alimentos e medicamentos 34
Indústria automobilística e de transportes 21
Construção civil 17
Cabos e componentes elétricos 9
Bens duráveis 8
Indústria de equipamentos e maquinaria 7
Outros 4

Fonte: VIANA (2009)

No Brasil o aumento da demanda de produtos em alumínio nos últimos anos


se deve principalmente devido a maior disponibilidade financeira e a maior
conscientização sobre temas de sustentabilidade. O aumento do consumo aparente
do alumínio no Brasil pode ser observado na figura 1.

Figura 1: Consumo aparente de alumínio no Brasil.

Fonte: PARREIRAS (2014)

O alumínio tem um papel fundamental no que se refere a elaboração de peças


mais leves, resistentes à corrosão e com alta durabilidade, principalmente quando se
trata da indústria automobilística e aeroespacial. Visando a produção de veículos mais
eficientes, modernos e com menor emissão de carbono (PARREIRAS, 2014, P 21).
14

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Avaliar as variações microestrutural e de dureza da liga de alumínio AA6351


disponível comercialmente já com tratamento térmico de T6, endurecida por
solubilização e precipitação, quando esta é submetida a ciclos térmicos de
recozimento, solubilização e precipitação.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Caracterizar a liga comercial como recebida;

- Tratar termicamente as amostras para recozimento e avaliar a redução de


dureza e recuperação da plasticidade;

- Estabelecer protocolo de tratamento térmico para endurecimento da liga de


alumínio AA6351 de uso naval/automotivo quando depois de solubilizada/recozida.

- Realizar ensaios de dureza, microdureza e análise metalográfica por


microscopia ótica para avaliação das modificações de propriedades mecânicas
(dureza e microdureza) e morfológicas após a liga ser submetida aos ciclos de
tratamentos térmicos propostos.
15

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 CARACTERÍSTICAS DO ALUMÍNIO

O alumínio acompanha o ferro e o aço entre os metais mais consumidos


anualmente, sendo o mais importante dos metais não ferrosos. Esse consumo se
justifica pela grande versatilidade do metal devido a algumas propriedades
características, como: baixa densidade e excelente condutividade térmica e elétrica,
sendo muito utilizado em trocadores de calor, evaporadores, aquecedores, cilindros e
radiadores automotivos (SILVA JUNIOR, 2008, p. 5-6).

A tabela 2 faz um comparativo entre as propriedades físicas do alumínio, aço


e cobre.

Tabela 2: Comparativo entre propriedades físicas do alumínio, aço e cobre.

Propriedades Físicas Alumínio Aço Cobre


Densidade (g/cm³) 2,71 7,86 8,90
Temperatura de Fusão (ºC) 657 1500 1082
Módulo de Elasticidade (Kg/mm²) 7000 20000 12000
Coeficiente de Expansão Térmica 24.10-6 11,7. 10-6 17.10-6
(20 – 100 ºC)
Condutibilidade Térmica a 25 ºC 0,53 0,12 0,94
Condutibilidade Elétrica a 20 ºC 59 14,5 100

Fonte: ALFA (2016)

3.2 LIGAS DE ALIMÍNIO

O alumínio puro tem seu campo de aplicação reduzido e muitas vezes o


produto final requer características tecnológicas que o estado puro não é capaz de
satisfazer, porém, esse metal possui mais uma característica especial, devido ao fato
de poder combinar-se com a maioria dos metais de engenharia, chamados elementos
de liga, e a partir dessas combinações atender aos requisitos de acordo com a
aplicação do produto final e seus processos de fabricação. Como exemplo de
16

propriedades das ligas de alumínio temos: resistência mecânica, usinabilidade,


ductilidade, formabilidade e fluidez no preenchimento de moldes (ABAL, 2003).

A maior parte dos materiais quando em situação de serviço, estão sob ação
de forças ou cargas. Exemplos dessa situação incluem a liga de alumínio usada na
fabricação de asas de aviões e o aço do eixo de uma roda de automóvel. Nessas
situações é preciso conhecer as características dos materiais e projetar o elemento
estrutural do qual ele é feito de maneira que qualquer possível deformação não seja
excessiva e consequentemente não ocorra a fratura do material (BRITO; QUEIROGA;
MACEDO, 2014).

As ligas de alumínio têm suas propriedades em função dos elementos de liga


adicionados, onde as combinações de elementos adicionados e quantidades de cada
elemento alteram as propriedades da liga. Não existe uma liga de alumínio que possua
todas as propriedades ótimas requeridas para cada aplicação, são necessárias várias
ligas onde cada uma tem suas características principais onde é necessário conhecer
suas vantagens e limitações para fazer a melhor seleção (ABAL, 2003).

A elaboração das ligas de alumínio tem como objetivo principal aumentar a


resistência mecânica, sem comprometer as outras propriedades, com isso novas ligas
têm sido desenvolvidas, com as mais diversas combinações, adequadas a aplicações
específicas (ABAL, 2007).

As ligas de alumínio tratáveis termicamente podem atingir uma resistência a


tração de 700MPa, o que torna esse composto extremamente eficiente em aplicações
que requerem elevada resistência associada ao baixo peso. Perdem resistência a
altas temperaturas, em geral acima de 260ºC, porém, quando expostas a
temperaturas abaixo de 0ºC, normalmente mantém os valores de tenacidade e
ductilidade.

O ponto de fusão das ligas de alumínio é discretamente mais baixo do que o


alumínio puro que é de 660ºC, que por sua vez é relativamente baixo quando
comparado ao aço que é da ordem de 1570ºC (ABAL,2007).
17

3.2.1 Ligas da série 6000

As ligas são nomeadas conforme os elementos nelas contidos. Atualmente


existem várias ligas disponíveis comercialmente as quais são chamadas de ligas
comerciais, caracterizadas pelo seu nome numérico proveniente das quantidades de
seus elementos adicionados. Muitas vezes os próprios fornecedores dessas ligas
fornecem as informações de suas propriedades na forma de como é vendida e as
possíveis propriedades obtidas por tratamentos térmicos e as faixas de temperatura
para sua aplicação.

As ligas de alumínio da série 6000, também chamadas de ligas Alumínio-


Magnésio-Silício, nas quais o Magnésio e o Silício são os principais elementos de liga.
Tem como característica boas propriedades mecânicas, fácil usinabilidade e
soldabilidade (ELFER, 2017).

A tabela 3 mostra a classificação do alumínio e suas ligas e seus principais


elementos de liga de cada grupo.

Tabela 3: Sistema de Classificação do Alumínio e suas Ligas Trabalháveis.

Grupo Principal elemento de liga


1XXX Alumínio não ligado com, no mínimo, 99,00% de pureza
2XXX Cobre
3XXX Manganês
4XXX Silício
5XXX Magnésio
6XXX Magnésio e Silício
7XXX Zinco
8XXX Outros elementos
9XXX Série não utilizada

Fonte: ABAL (2003)

3.2.2 Liga AA6351

A liga AA6351 faz parte de uma alta fração de ligas extrudadas, produzidas
para fins comerciais. Estas ligas oferecem vantagens adicionais como boa
soldabilidade, resistência à corrosão, alta resistência mecânica e boa
conformabilidade, além das outras propriedades comuns das ligas de alumínio.
18

A liga AA6351-T6 é uma liga solubilizada e envelhecida artificialmente.


Comumente indicada para aplicações industriais onde a alta resistência mecânica é
exigida. Apresenta boa resistência à atmosfera, água e diversos solos, além de ter
resistência à água marinha (ALCOA,2017).

As aplicações mais comuns da liga AA6351-T6 estão direcionadas a


Engenharia Estrutural, construção de navios, veículos e equipamentos, peças
usinadas em tornos automáticos e forjamento a frio (ALUMICOPPER, 2018).

A tabela 4 apresenta a composição química nominal da liga AA6351-T6


segundo a ASM HANDBOOK (1998). Os valores indicados representam as
porcentagens máximas em massa, salvo quando expresso o intervalo.

Tabela 4: Composição química nominal da liga AA6351.

Liga Mg Mn Si Fe Zn Cu Ti
AA6351 0,4-0,8 0,4-0,8 0,7-1,3 0,5 0,2 0,1 0,2

Fonte: Adaptado de ASM HANDBOOK (1998)

Como se sabe, umas das grandes vantagens das ligas de alumínio em relação
a outras ligas metálicas, é apresentar uma baixa densidade. A tabela 5 a seguir
apresenta os valores de densidade para a liga AA6351, propriedade física essa
considerada a sua mais importante.

Tabela 5: Propriedades físicas da liga AA6351.

Propriedades Físicas Métrico Inglês


Densidade 2,71g/cm³ 0,0979lb/in³

Fonte: MATWEB (2017)

A tabela 6 a seguir, apresenta valores de diversas propriedades mecânicas


da liga AA6351.
19

Tabela 6: Propriedades mecânicas da liga AA6351.

Propriedades Mecânicas Métrico Inglês


Dureza Brinell 95 95
Dureza Knoop 130 130
Dureza Rockwell A 40 40
Dureza Rockwell B 60 60
Dureza Vickers 107 107
Limite de Resist. a tração 310 Mpa 45000 psi
Tração de Ruptura 283 Mpa 41000 psi
Alongamento 14% 14%
Módulo de elasticidade 68,9 Gpa 10000 Ksi
Coeficiente de Poisson 0,33 0,33
Resist. a Fadiga 89,6 Mpa 13000 psi
Módulo de Cisalhamento 26,0 Gpa 3770 Ksi
Tensão de cisalhamento 200 Mpa 29000 psi

Fonte: MATWEB (2017)

A tabela 7 a seguir, apresenta os valores das propriedades elétricas da liga


AA6351.

Tabela 7: Propriedades elétricas da liga AA6351.

Propriedades Elétricas Métrico Inglês


Resistividade Elétrica 0.00000382 ohm-cm 0.00000382 ohm-cm
Temperatura 20ºC Temperatura 68.0 ºF

Fonte: MATWEB (2017)

A tabela 8 a seguir, apresenta diversas propriedades térmicas para a liga


AA6351.

Tabela 8: Propriedades térmicas da liga AA6351.

Propriedades Térmicas Métrico Inglês


CTE, linear 23,4 μm/mºC 13,0 μin/in-ºF
Temp. 20 - 100ºC Temp. 68,0 – 212 ºF
Calor específico 25,0 J/gºC 0,213 BTU/lb-ºF
Condutividade Térmica 176 W/Mk 1220 BTU in/hr-ft²-ºF
Ponto de Fusão 554 - 649ºC 1030 – 1200 ºF
Solidus 554 ºC 1030 ºF
Liquidus 649 ºC 1200 ºF

Fonte: MATWEB (2017)


20

A tabela 9 a seguir, mostra os elementos componentes da liga AA6351, assim


como suas respectivas porcentagens.

Tabela 9: Elementos componentes da liga AA6351.

Elementos Componentes Métrico Inglês


Alumínio, Al 95,9 – 98,5 % 95,9 – 98,5 %
Cobre, Cu ˂= 0,10 % ˂= 0,10 %
Ferro, Fe ˂= 0,50 % ˂= 0,50 %
Magnésio, Mg 0,40 – 0,80 % 0,40 – 0,80 %
Manganês, Mn 0,40 – 0,80 % 0,40 – 0,80 %
Outros, cada ˂=0,05 % ˂=0,05 %
Outros, total ˂=0,15 % ˂=0,15 %
Silício, Si 0,70 – 1,3 % 0,70 – 1,3 %
Titânio, Ti ˂=0,20 % ˂=0,20 %
Zinco, Zn ˂=0,20 % ˂=0,20 %

Fonte: MATWEB (2017)

3.3 TRATAMENTOS TÉRMICOS APLICADOS AS LIGAS DE ALUMÍNIO

O tratamento térmico das ligas basicamente consiste nos processos de


aquecimento ou resfriamento, que tem como principais objetivos: modificar as
propriedades mecânicas, alterar estrutura metalúrgica ou ainda balancear o estado de
tensões internas. Nas ligas de Alumínio as operações de tratamento térmico estão
restritas a operações específicas, objetivando o aumento da resistência e dureza por
precipitação (ASM, 1998).

3.3.1 Tratamento térmico de Solubilização

A solubilização é um tratamento térmico onde todos os átomos de soluto são


dissolvidos para formar uma solução sólida monofásica, este tratamento é pré-
requisito para o endurecimento por precipitação. Na prática muitas ligas que podem
ser endurecidas por precipitação têm mais de dois elementos, porém a discussão é
simplificada quando o sistema é binário.
21

A figura 2a mostra um diagrama de fases de um sistema hipotético A-B, com


composição C0, a temperatura é aumentada até T0 deixando a liga em apenas uma
fase chamada de fase α, depois disso é feito um resfriamento rápido, ou têmpera, até
uma temperatura T1 que para muitas ligas é a temperatura ambiente, dessa forma se
previne qualquer processo de difusão e formação a ele associada de qualquer fração
de fase β. Na temperatura T1 encontra-se apenas a solução sólida de fase α
supersaturada com átomos de B, nesse estado a liga é relativamente dúctil e pouco
resistente. A situação descrita encontra-se fora de equilíbrio e a tendência é que os
átomos de soluto sejam expulsos para fora do reticulado cristalino em forma de
precipitado, porém na temperatura T1 as taxas de difusão são extremamente baixas
e a fase α é mantida por períodos relativamente longos de tempo (CALLISTER, 2011).

Figura 2:a) Diagrama de fases hipotético para uma liga de composição C0 que pode ser
endurecida por precipitação, b) Gráfico esquemático mostrando os tratamentos térmicos de
solubilização e de precipitação para o processo de endurecimento por precipitação.

(a) (b)

Fonte: CALLISTER (2011)


22

3.3.2 Endurecimento por Precipitação

O processo de precipitação é responsável pelo endurecimento e aumento da


resistência mecânica das ligas tratáveis termicamente. O aumento da resistência e da
dureza é proveniente da formação de partículas extremamente pequenas e dispersas
de uma segunda fase dentro da matriz da fase original.

O endurecimento por precipitação é obtido através de transformação de fases


que são induzidas por tratamento térmicos apropriados: tratamento térmico de
solubilização seguido por tratamento térmico de precipitação (CALLISTER, 2011).

As partículas formadas dentro da nova fase são denominadas de precipitados,


portanto esse processo é chamado de precipitação. O termo envelhecimento também
é usado para designar esse processo devido à resistência desenvolver ao longo do
tempo (CALLISTER, 2011).

O processo de precipitação consiste em aquecer a solução sólida


supersaturada até uma temperatura T2 como pode ser visto na figura 2b, com a
temperatura nessa região as taxas de difusão aumentam e partículas finas e dispersas
de precipitados β começam a se formar com composições Cβ.

Após o tempo de envelhecimento apropriado à temperatura T2, a liga é


resfriada a temperatura ambiente. A figura 2b mostra um gráfico da temperatura em
função do tempo tanto para o tratamento térmico de solubilização quanto para o de
precipitação. A natureza das partículas de precipitados depende da temperatura de
precipitação T2 e do tempo de envelhecimento nessa temperatura. Para algumas ligas
o envelhecimento ocorre à temperatura ambiente ao longo de períodos prolongados
(CALLISTER, 2011). A taxa de resfriamento no processo de envelhecimento não é
considerada importante (HASKEL, 2009).

O comportamento para uma típica liga endurecível por precipitação está


representado na figura 3.
23

Figura 3: Diagrama esquemático mostrando a resistência e dureza como uma função do


logaritmo do tempo de envelhecimento a uma temperatura constante, durante o tratamento
térmico de precipitação.

Fonte: CALLISTER (2011)

Com o aumento do tempo, a resistência ou a dureza aumentam até atingir um


limite máximo e depois diminuem. Essa redução que ocorre após longos períodos de
tempo é conhecida por superenvelhecimento. Com base na figura 3, quanto maior a
temperatura, menor o tempo de tratamento (envelhecimento) necessário para se
atingir o pico máximo de resistência (CALLISTER, 2011).

3.3.3 Recozimento, Recuperação, recristalização e crescimento de grão

Recozimento é um tratamento térmico que restaura as propriedades do


material que foi submetido ao trabalho a frio e anula efeitos de tratamentos térmicos
anteriores (OLIVEIRA,2001). O recozimento leva o material a dois processos:
recuperação e recristalização que podem ser seguidos por crescimento de grão
(CALLISTER, 2011).

Durante a recuperação uma parte da energia interna que se encontra


armazenada é liberada devido ao movimento das discordâncias. O número de
discordâncias é reduzido e surgem novas discordâncias com baixas energias de
deformação (CALLISTER, 2011).
24

Recristalização é a formação de um novo conjunto de grãos equiaxiais. Os


novos grãos se formam pequenos e crescem até tomarem por completo o material de
origem. Esses novos grãos são livres de deformação e possuem baixa densidade de
discordâncias (CALLISTER, 2011).

A figura 4 a seguir, mostra os vários estágios da recristalização de uma liga


de alumínio Al4Cu até chegar ao crescimento de grão. As estruturas tendem a mudar
em função da temperatura e do tempo em que as ligas são expostas.

Figura 4: Vários estágios de recristalização da liga Al4Cu até chegar ao crescimento de


grão

Fonte: ALVES; VIEIRA; OLIVEIRA (2012)

A recristalização depende tanto do tempo quanto da temperatura, ela é


comumente aplicada após processo de trabalho a frio onde controlada pode ser usado
para refinar a estrutura do grão (CALLISTER, 2011). Para a maioria dos casos pode
ser aplicada as Leis da Recristalização (ESPÓSITO 2006 apud PADILHA 1995).

A seguir serão apresentadas algumas considerações referentes aos


tratamentos térmicos citados anteriormente:
25

-Para que a recristalização ocorra é necessária uma deformação mínima;

-Quanto menor o grau de deformação, mais alta é a temperatura para o início


da recristalização;

-Quanto mais longo o tempo de recozimento, menor a temperatura para o


início da recristalização;

-O tamanho de grão final depende fortemente do grau de deformação e pouco


da temperatura de recozimento. Quanto maior o grau de deformação e/ou menor a
temperatura de recozimento, menor será o tamanho do grão final;

-Quanto maior o tamanho de grão inicial, maior será a deformação necessária


para que a recristalização se complete no mesmo intervalo de tempo e temperatura
de recozimento;

-O grau de redução necessário para se obter um mesmo endurecimento por


deformação (encruamento) aumenta com o aumento da temperatura de deformação.
Para um dado grau de redução, quanto maior for a temperatura de deformação, maior
será a temperatura de recristalização e maior será o tamanho de grão final;

-O aquecimento continuado após o término da recristalização causa


crescimento de grão.

3.3.4 Tratamentos Térmicos da liga AA6351

A liga AA6351 é uma liga classificada como termicamente tratável. A tabela


10 a seguir, mostra valores de temperatura e tempo de permanência em forno, para
alguns tratamentos térmicos que a liga AA6351 pode ser submetida.
26

Tabela 10: Propriedades de processo da liga AA6351.

Propriedades de Métrico Inglês Comentários


Processo
Temperatura de 349 ºC 660 ºF Manter a
Recozimento temperatura
durante 4 horas
Temperatura da 504 ºC 940 ºF
Solução
Temperatura de 170 ºC 338 ºF Manter a
Envelhecimento temperatura
durante 6 horas

Fonte: MATWEB (2017)

A temperatura de recristalização é a temperatura na qual a recristalização


atinge o seu término em 1 hora e para as ligas metálicas essa temperatura se encontra
entre um terço e metade da temperatura de fusão (CALLISTER, 2011).

Para o recozimento do alumínio as temperaturas variam entre 300° e 450°C


onde a peça fica submetida a essas temperaturas por um tempo e depois é resfriada
no forno com velocidade de 30ºC por hora até temperatura de 250ºC. Em seguida é
resfriada ao ar ambiente. Após esses processos a liga fica com alta ductibiladade
(OLIVEIRA,2001).

3.4 CARACTERIZAÇÃO DAS LIGAS DE ALUMÍNIO

Na elaboração de um projeto de engenharia, considerar as propriedades dos


materiais torna-se de vital importância devido à grande quantidade de esforços
envolvidos. Como por exemplo, em um projeto de eixo automotivo todas as
propriedades do aço envolvido na construção são consideradas. Com isso, no
processo de produção é fundamental que os materiais utilizados respeitem as
especificações determinadas no projeto. Para isso, procedimentos de ensaios
mecânicos, físicos e químicos normatizados são realizados para o controle de
qualidade ou verificação dos materiais (GARCIA, 2008).
27

3.4.1 Ataque Químico

Para poder visualizar e identificar os contornos de grão e as diferentes fases


da microestrutura de uma peça ou amostra no microscópio é necessário submeter a
superfície da peça ao ataque químico. O ataque químico consiste em colocar a
superfície da peça em contato com um reagente por um período de tempo (ROHDE,
2010).

O ataque químico é um processo de corrosão controlado, alguns grãos e fases


são mais atacados pelo reagente do que outras partes da superfície. Devido a esse
contraste é possível uma melhor visualização no microscópio, pois as partes mais
atacadas refletem de maneira diferente a luz em relação as suas vizinhanças. Isso
realça os contornos de grão e dá diferentes tonalidades às fases permitindo a
identificação das mesmas no microscópio (ROHDE, 2010).

Antes de efetuar o ataque químico e para que haja sucesso na revelação da


microestrutura do material é necessária uma preparação cuidadosa da superfície.
Essa preparação é conseguida pelo uso de lixa e pós abrasivos sucessivamente mais
finos (CALLISTER, 2011).

Depois de lixada e polida a amostra deve estar limpa e seca, para isso usa-
se líquidos de baixa ebulição como o álcool. Para a secagem da amostra utiliza-se
jato de ar quente (ROHDE, 2010). A figura 5 mostra a maneira correta de secar uma
amostra antes de submeter ao ataque.

Figura 5: Secagem da amostra.

Fonte: ROHDE (2010)


28

Em materiais policristalinos as características do ataque químico variam de


grão para grão fazendo com que cada região se comporte de forma diferente a luz
incidente como pode ser visto na figura 6 (CALLISTER, 2011).

Figura 6: Características de textura devido a diferença na orientação cristalográfica


na seção de grãos atacados quimicamente.

Fonte: CALLISTER (2011) p. 73

Os reagentes usados no ataque químico são compostos de soluções aquosas


ou alcoólicas de ácidos, bases e sais, bem como sais fundidos e vapores. O reagente
é escolhido em função do material e dos constituintes que se deseja contrastar para
visualização no microscópio (ROHDE, 2010). Para as ligas de alumínio a tabela 11
mostra os reagentes mais utilizados.

Tabela 11: Reagentes para ligas de alumínio.

Designação Composição Aplicação


metalográfica
Lixívia de solda 10 g hidróxido de sódio 90 ml água
Reativo universal para
destilada
micrografia de ligas de
Ácido fluorídrico 0,5 ml ácido fluorídrico
alumínio.
99,5 ml água destilada
Reativo macrográfico 10 ml ácido clorídrico concentrado Cordões de solda e
para alumínio e suas 10 ml ácido nítrico concentrado macroestruturas.
ligas 10 ml ácido fluorídrico Determinação
2,5 ml água microscópica do
tamanho do grão no
processo rápido.

Fonte: ROHDE (2010)


29

O ataque químico pode ser classificado conforme o método utilizado para


colocar o reagente em contato com a peça (ROHDE, 2010). A tabela 12 mostra os
métodos de ataque.

Tabela 12: Métodos de ataque químico.

Método Descrição e notas


Ataque por imersão A superfície da amostra é imersa na solução de
ataque; o método mais usado
Ataque por gotejamento A solução de ataque é gotejada sobre a superfície
da amostra. Método usado com soluções reativas
dispendiosas.
Ataque por lavagem A superfície da amostra é enxaguada com a solução
de ataque. Usado em casos de amostras muito
grandes ou quando existe grande desprendimento
de gases durante o ataque.

Ataque alternativo por imersão A amostra é imersa alternadamente em duas


soluções. As camadas oriundas do ataque com a
primeira solução são removidas pela ação do
segundo reagente.
Ataque por esfregação A solução de ataque, embebida em um chumaço de
algodão ou pano, é esfregada sobre a superfície da
amostra, o que serve para remover as camadas
oriundas da reação.

Fonte: ROHDE (2010)

3.4.2 Microscopia Óptica

A microscopia óptica é a técnica mais antiga e uma das técnicas mais


utilizadas na metalografia. Através da utilização de um microscópio é possível
observar estruturas da matéria não discerníveis a olho nu.

O limite máximo de resolução dos microscópios ópticos é estabelecido pelos


efeitos de difração devido ao comprimento de onda da radiação incidente. Os
microscópios ópticos convencionais ficam, então, limitados a um aumento de 2000
vezes, porque acima deste valor, detalhes menores são imperceptíveis.

A utilização desta técnica possibilita o aumento de imagens através da luz


que, após incidir sob determinada amostra, passa por um conjunto de lentes. Além de
ampliar a imagem de um objeto, o microscópio serve para aumentar o poder de
30

resolução do olho humano. Em geral, os microscópios ópticos tem um limite de


resolução da ordem de 0,2μm (ESPÓSITO, 2006).

A figura 7 ilustra o exemplo de um microscópio óptico detalhando seus


componentes.

Figura 7: Microscópio óptico e seus componentes.

Fonte: ESPÓSITO (2006)

Para observação utilizando-se esta técnica, torna-se necessária a preparação


metalográfica da amostra e posterior ataque químico em solução ácida. Uma
sequência padrão de preparação de amostras é dada a seguir:

-Lixamento da superfície da amostra até que fique totalmente plana, seguindo


uma sequência de lixas de modo a tornar cada vez mais finos os riscos feitos por
estas;

-Polimento, que pode ser manual ou mecanizado usando-se substâncias


abrasivas muito finamente dispersas numa solução lubrificante, ou polimento
eletroquímico onde a amostra sofre um ataque eletroquímico numa solução eletrolítica
contendo um cátodo e a amostra como sendo o anodo. Em ambos os casos os
objetivos são: nivelar a superfície, isto é, atenuar as irregularidades microscópicas, e
em segundo lugar, espelhar a amostra, principalmente do ponto de vista microscópico.
31

-Ataque químico da superfície polida de forma a realçar certos constituintes


da microestrutura e assim torná-los observável ao microscópio.

3.4.3 Ensaio de Composição Química

Uma das maneiras de se garantir a conformidade de um produto é através do


ensaio de composição química. O referido ensaio consiste em determinar quais e em
que quantidades os elementos químicos estão presentes em determinada liga. Com
isso, a classe de determinado material pode ser corretamente identificada (ASTM
A751-11).

Um dos métodos utilizados para determinação da composição química das


ligas é a espectroscopia de emissão óptica. Este método/equipamento tem como
princípio de funcionamento a medição de três grandezas físicas básicas da luz ou da
onda eletromagnética: frequência, intensidade (ou amplitude) e polarização (ângulo
de vibração) (ASTM A751-11). Essas grandezas físicas podem ser visualizadas no
espectrômetro de emissão óptica através da excitação do corpo de prova por meio de
uma tensão elétrica. A figura 8 exemplifica este procedimento.

Figura 8: Representação esquemática do funcionamento do


espectrômetro de emissão óptica.

Fonte: SILVA; BOING (2013)


32

Como mostrado na figura 8, uma tensão elétrica é fornecida ao corpo-de-


prova através do eletrodo, tornando possível assim a visualização das três grandezas
físicas da luz emitida por cada elemento químico constituinte na liga, as quais são
medidas pela óptica ultravioleta do equipamento. Ou seja, o espectrômetro de
emissão óptica é composto basicamente em uma rede de difração e um captador. A
rede faz com que a luz incidente sobre a abertura do espectrômetro se divida em
feixes de onda, os quais incidem sobre os captadores que são sensores fotovoltaicos.
Dessa maneira, é possível identificar a intensidade luminosa de cada comprimento de
onda que existe na composição do feixe incidente, permitindo assim, a caracterização
e a quantificação em massa dos elementos químicos presentes na liga (SILVA;
BOING, 2013).

3.4.4 Ensaio de Microdureza Vickers (HV)

Esta técnica foi utilizada pela primeira vez em 1925 por Smith e Sandland, e
recebeu seu nome em homenagem a empresa que fabricou as máquinas mais
conhecidas para operar essa técnica. Estas contêm um perfurador de diamante de
base quadrada com um ângulo de 136º entre as faces opostas, como mostrado na
figura 9a.

Figura 9: Modelo de penetrador Vickers.

Fonte: Autoria própria


33

Sendo de diamante, o penetrador é considerado como indeformável e como


tendo todas as penetrações semelhantes entre si. A carga usada para este tipo de
dureza varia entre 1 e 120 Kgf, a qual aplicada lentamente e mantida na superfície por
aproximadamente 18 segundos (SOUZA, 1982).

A forma da impressão é a de um losango regular como mostrado na figura 9b,


e pela medida de suas diagonais (d), e conforme a equação (1), obtém-se a
microdureza Vickers (HV):

136
𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 2𝑄𝑠𝑒𝑛( ) 1,8544𝑄
2
HV= á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑝𝑖𝑟𝑎𝑚𝑖𝑑𝑎𝑙 = = equação (1)
𝑑² 𝑑²

Onde:

Q= carga aplicada (N/mm² ou Kgf/mm²)

d= diagonal do losango (mm)

A medida da área deve ser precisa e para tanto, um microscópio com precisão
de 1 μm é acoplado a máquina a fim de determinar com exatidão as medidas das
diagonais (d), (SOUZA, 1982).

Principais vantagens do método Vickers são:

- Escala contínua;

- Impressões extremamente pequenas, não inutilizando as amostras;

- Grande precisão de medida;

- Deformação nula do penetrador;

- Existência de apenas uma escala de dureza;

- Aplicação para toda a gama de durezas encontradas nos diversos tipos de


materiais;
34

- Aplicação a qualquer espessura de material, podendo, portanto, medir


também durezas materiais in loco.

3.4.5 Ensaio de Dureza Rockwell (HR)

O ensaio de Dureza Rockwell consiste na impressão de uma pequena marca


feita na superfície da peça pela aplicação de pressão com uma ponta de penetração.
A medida da dureza do material ou da dureza superficial é dada como função das
características da marca da impressão e da carga aplicada em cada tipo de ensaio de
dureza realizado (GARCIA, 2008, p. 64-78).

Rockwell foi o desenvolvedor do método de ensaio de dureza que utiliza uma


pré-carga. Através desse método, podemos determinar a dureza de metais, desde os
metais mais moles até mais duros. É uma metodologia satisfatória, se comparado ao
ensaio de dureza Brinell, por exemplo, porém essa técnica também tem suas
limitações.

O penetrador tanto pode ser um diamante esferocônico com ângulo de 120º


e ponta ligeiramente arredondada (r=0,2mm), como uma esfera de aço endurecido,
geralmente com diamante de 1,59mm, existindo também nos diâmetros de 3,17mm,
6,35mm e 12,70mm (GARCIA,2008, p. 76).

A dureza do material (metal) é diretamente relacionada a marca deixada


nesta superfície, com a característica da marca e da carga aplicada. Simbolicamente,
mencionando, em um ensaio de dureza simples, quanto menor for a marca, maior será
a dureza do material para uma mesma carga e vice-versa (COSTA, 2009).

O número de dureza Rockwell é sempre citado com o símbolo HR, seguido


da escala utilizada e ocasionalmente da carga de ensaio. A tabela 13 mostra as várias
escalas existentes para a dureza Rockwell, que dependem do penetrador e da carga
aplicada, abrangendo toda a gama de materiais.
35

Tabela 13: Características das escalas de dureza Rockwell.

Símbolo Penetrador Carga maior Cor da escala Aplicações das escalas


da escala (Kgf)
B Esfera de 1,59 100 Vermelha Ligas de cobre, aços moles,
mm Ligas de alumínio, Ferro
maleável, etc.
C Diamante 150 Preta Aço, fofo duro, fof maleável
perlítico, titânio, aço
endurecido e outros metais
mais duros
A Diamante 60 Preta Carbonetos cementados, aço
fino e aços endurecidos de
baixa camada de
endurecimento
D Diamante 100 Preta Aplicações de aços com
camada de endurecimento
entre os dois casos acima
mencionados, fofo maleável
perlítico

Fonte: Adaptado de GARCIA (2008)

O ensaio de dureza Rockwell é bastante versátil e confiável, no entanto,


algumas precauções devem ser tomadas antes da realização do ensaio para obtenção
de resultados precisos, entre elas estão:

- O penetrador e o suporte devem estar limpos e bem assentados;

- A superfície a ser testada deve estar limpa e seca, plana e perpendicular ao


penetrador;

- Não deve ocorrer impacto na aplicação das cargas;

- Deve-se realizar o ensaio em materiais desconhecidos partindo de escalas


mais altas para evitar danos ao penetrador, seguido posteriormente de escalas mais
baixas;

- O tempo de aplicação de pré-carga deverá ser menor que 3 segundos, sendo


recomendados períodos de 1 a 8 segundos para aplicação de carga total, dependendo
do material.

- O espaçamento entre as impressões deve ser no mínimo 3 vezes o diâmetro


da penetração e 2,5 vezes o diâmetro para a distância da borda do corpo de prova.

- Na realização do ensaio, recomenda-se que a espessura do corpo de prova


seja no mínimo 10 vezes maior que a profundidade da impressão.
36

4. MATERIAIS E MÉTODOS

O procedimento experimental foi todo realizado no Campus de Ponta Grossa


da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Os experimentos foram realizados nas etapas que podem ser visualizadas no


fluxograma apresentado na figura 10.

Figura 10: Fluxograma das etapas do procedimento experimental.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


37

Para a realização da parte experimental deste trabalho, foram utilizados os


seguintes laboratórios:

- Laboratório de Preparação Metalográfica;

- Laboratório de Ensaios Destrutivos e Não-Destrutivos;

- Laboratório de Caracterização de Materiais;

- Laboratório de Usinagem;

- Laboratório de Fundição.

O experimento teve como ponto de partida dois segmentos de barras


circulares de alumínio a serem caracterizadas, pois foram doadas ao Laboratório de
Usinagem sem especificação precisa da composição ou tratamento térmico a que as
barras foram submetidas. A primeira barra de alumínio com aproximadamente duas
polegadas (2”) de diâmetro foi doada como sendo uma liga de alumínio de
nomenclatura AA6351 já submetida ao tratamento térmico de T6 (solubilização e
precipitação artificial), mas sem nenhuma comprovação desta especificação. A
segunda barra de alumínio de aproximadamente seis polegadas (6”) de diâmetro não
havia especificação nenhuma, ficando a cargo a determinação de sua caracterização.

4.1 CORTE DAS AMOSTRAS

4.1.1 Corte primário

Foram cortadas inicialmente duas amostras, uma de cada barra, para que se
tornasse possível uma análise no espectrômetro a fim de inicialmente determinar a
composição química de ambas e suas respectivas porcentagens de elementos.

Foram cortados discos de 15 mm de espessura de cada material com auxílio


de uma serra de fita da marca Diplomat 3001, modelo DPT 180/300A, que pode ser
visualizada na figura 11.
38

Figura 11: Serra de fita Diplomat 3001.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Após o corte, as amostras foram faceadas até ter uma espessura de 12 mm


cada para terem condições de serem analisadas no espectrômetro de emissão óptica.

4.1.2 Corte secundário

Para os tratamentos térmicos, preparação metalográfica, ensaio de dureza


Rockwell e ensaio de microdureza vickers o formato de disco das amostras precisou
ser modificado. Das amostras, com formato de disco inicialmente, foram retiradas
amostras em formato cúbico de aproximadamente 12 mm de lado com o auxílio de
uma serra de precisão da marca Buehler, modelo Isomet 4000, a qual pode ser vista
na figura 12.

Figura 12: Cortadora de precisão Buehler Isomet 4000.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


39

Os discos de 2” e 6” de diâmetro foram cortados para retirar amostras


necessárias para análise primária, essas amostras foram chamadas de amostras 1 e
2 respectivamente.

Para posterior realização dos tratamentos térmicos, embutimento em


baquelite, preparação metalográfica, análise em microscópio óptico, ensaio de
microdureza Vickers e ensaio de dureza Rockwell foram escolhidas 4 amostras
oriundas do disco da barra de 6” de diâmetro. Os cortes foram distribuídos ao longo
de sua seção, essas amostras foram chamadas de amostras 3, 4, 5 e 6. Alguns cortes
das amostras podem ser visualizados na figura 13.

Figura 13: Algumas regiões de corte da amostra de 6” de diâmetro.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

4.2 ENSAIO DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA

A composição química foi determinada através da técnica de emissão óptica,


fornecendo de maneira rápida e efetiva a composição química das amostras 1 e 2,
gerando uma tabela com os elementos encontrados e suas respectivas porcentagens.

Para analisar a composição química das amostras foi utilizado um


espectrômetro de emissão óptica da marca Shimadizu, de moledo PDA-7000, como
40

pode ser observado na figura 14. O mesmo possui alta performance analítica através
do PDA (Pulse Height Distribution Analysis).

Figura 14: Espectrômetro de emissão óptica.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Para realizar as marcações, o material foi colocado dentro do espectrômetro,


e após cada marcação mudou-se a posição da amostra para que não ocorresse na
mesma posição marcas subsequentes. O interior do espectrômetro, com a amostra
inserida pode ser observado na figura 15.

Figura 15: Interior do espectrômetro com a amostra inserida.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


41

É uma metodologia muito utilizada no controle de qualidade de materiais,


como por exemplo, a composição química de uma determinada peça, que não pode
ser diferente da pré-determinada, é submetida ao ensaio de composição química,
controlando assim a quantidade de impurezas na amostra.

Neste caso, como não havia certeza da composição química das amostras,
utilizou-se um espectrômetro de emissão óptica, com o objetivo de determinar as
mesmas.

Foi definido o parâmetro de 3 marcações em cada amostra em regiões


distintas e aleatórias, para que os resultados obtidos fossem comparados, a fim de
definir os elementos mais representativos encontrados na composição química
dessas ligas de alumínio. Pode-se observar na figura 16 os locais de marcação
escolhidos para as amostras da barra de 2” e 6” de diâmetro respectivamente.

Figura 16: Locais de marcação das amostras de 2” e 6” de diâmetro.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

4.3 TRATAMENTOS TÉRMICOS

Os tratamentos térmicos foram realizados no laboratório de caracterização de


materiais da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) no Campus de
Ponta Grossa.
Para os tratamentos térmicos foi utilizado um forno tipo mufla da marca Jung
que atinge uma temperatura máxima de 1200º C. O forno pode ser observado na
figura 17.
42

Figura 17: Forno Jung tipo Mufla de temperatura máxima 1200ºC.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Nos tratamentos térmicos foram utilizadas as amostras da barra de 6” de


diâmetro, devido a maior disponibilidade de material dessa barra na instituição em
relação a barra de 2”.
Após a realização dos tratamentos térmicos, as amostras seriam submetidas
aos ensaios de dureza Rockwell, microdureza Vickers e análise das referidas
micrografias, para que, futuramente esses dados pudessem ser comparados com os
dados das amostras iniciais (amostras 1 e 2).
Nos processos de solubilização foram tomadas precauções de segurança
para abrir a porta do forno, devido ao fato de a temperatura de solubilização
ultrapassar 500°C. Após atingido o tempo estipulado para a solubilização o forno foi
desligado e aguardado 15 min antes de abrir a porta do mesmo.
A retirada da peça foi realizada após a abertura do forno com auxílio de luvas
de couro e uma pinça de haste longa.

4.3.1 Tratamento Térmico da amostra 3

A amostra 3 foi submetida ao processo de recozimento (solubilização) por um


período de 6 horas a uma temperatura de 520 ºC (MACEDO NETO et al., 2015). Após
43

esse período o forno foi desligado e esperado o tempo necessário para abertura do
mesmo (cerca de 15 minutos). A mesma foi mantida no forno até atingir o equilíbrio
térmico com o ambiente. Esse processo durou aproximadamente 12 horas.

4.3.2 Tratamento Térmico da amostra 4

A amostra 4 também foi submetida ao processo de solubilização por um


período de 6 horas a uma temperatura de 520 ºC. Após esse período o forno foi
desligado e esperado o tempo necessário para abertura do mesmo (cerca de 15
minutos). Em seguida, após a abertura do forno, a peça foi retirada e imediatamente
resfriada em água a 60º C por um período de 30 minutos. Após esse processo a
mesma foi submetida ao processo de precipitação artificial por um período de 8 horas
a 160º C (MACEDO NETO et al., 2015).
Durante o processo de precipitação artificial da amostra 4, o forno apresentou
oscilações de temperatura de 10% por aproximadamente 25 minutos até estabilizar
na temperatura de 160ºC.

4.3.3 Tratamento térmico da amostra 5

Os parâmetros utilizados para o tratamento da amostra 5 tiveram como


referência base a ASM HANDBOOK (1998).
No tratamento da amostra 5 os parâmetros foram alterados. Para a
solubilização foi utilizada uma temperatura de 504ºC por um período de 8 horas. No
início do tratamento de solubilização o forno apresentou uma oscilação de
temperatura de 5%.
Em seguida a amostra foi resfriada em água a temperatura ambiente (± 25ºC),
por um período de 30 minutos.
O tratamento de precipitação artificial foi realizado a 170ºC por um período de
6 horas. Durante esse processo o forno apresentou uma oscilação de
aproximadamente 45% na sua temperatura.
44

4.3.4 Tratamento Térmico da amostra 6

Para a solubilização da amostra 6 foi utilizada a temperatura de 504°C por um


período de 8 horas (ASM HANDBOOK,1998). Durante o processo o forno apresentou
uma oscilação de temperatura de 5%. Em seguida a amostra foi resfriada em água a
temperatura ambiente (± 25ºC), por um período de 30 minutos.

Na precipitação artificial a amostra foi submetida a uma temperatura abaixo


da usada anteriormente, porém o tempo de precipitação foi mantido. A amostra foi
submetida a uma temperatura de 120°C por um período de 6 horas. Durante o início
do processo o forno apresentou uma oscilação 55% da temperatura estipulada e
depois de alguns minutos estabilizou.

4.4 PREPARAÇÃO METALOGRÁFICA

Os processos de preparação metalográfica podem ser melhor visualizados no


fluxograma mostrado na figura 18.

Figura 18: Fluxograma dos processos de preparação metalográfica.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


45

4.4.1 Embutimento das amostras

As amostras cortadas foram embutidas em baquelite utilizando uma


embutidora da marca Buehler SimpliMet modelo XPS 1, como mostrado na figura 19.

Figura 19: Embutidora Buehler XPS 1.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

A figura 20 mostra algumas amostras já embutidas na baquelite.

Figura 20: Amostras embutidas em baquelite

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


46

4.4.2 Lixamento

Posteriormente foi iniciado o processo de lixamento, utilizando lixas d’água


400 e 600 respectivamente, até que a superfície de cada amostra embutida ficasse
plana e lisa como um espelho. Para o processo de lixamento foi utilizado uma lixadeira
metalográfica semiautomática da marca Arotec modelo APL-4D, conforme mostrado
na figura 21.

Figura 21: Lixadeira semiautomática Arotec APL-4D.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

As amostras foram lixadas por aproximadamente 3 horas em cada


granulometria de lixa, utilizando uma velocidade constante pré-fixada na lixadeira.

4.4.3 Polimento com Suspensão de Diamante

Mesmo após o lixamento as amostras ainda apresentavam deformidades e


ranhuras, o que impediam uma visualização precisa no microscópio óptico. Iniciou-se
então um processo de polimento com solução de diamante 0,25%.
Para o processo de polimento foi utilizada uma politriz metalográfica
semiautomática da marca Arotec modelo APL-4, como mostrado na figura 22.
47

Figura 22: Politriz metalográfica Arotec APL-4.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

No processo de polimento além da solução de diamante 0,25%, também foi


utilizado um disco polidor de feltro. Este processo durou em aproximadamente 3 horas
para cada amostra. Durante esse período a solução de diamante era reposta de
maneira intermitente, conforme a necessidade do procedimento.

4.4.4 Polimento Vibratório

Para finalizar o processo de preparação da amostra, as peças embutidas em


baquelite foram submetidas ao polimento eletrolítico em uma polidora da marca
Buehler, modelo VibroMet 2, conforme mostra a figura 23.

Figura 23: Polidora vibratória VibroMet 2.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


48

O processo de polimento eletrolítico durou cerca de 6 horas, até as amostras


apresentarem uma planicidade e superfícies ideais para a visualização em
microscopia óptica.
O polimento eletrolítico foi realizado no laboratório de preparação
metalográfica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus de
Ponta Grossa.

4.4.5 Ataque Químico

Terminada a etapa de polimento, as amostras foram submetidas a um ataque


químico com solução composta de Ácido Nítrico (25 ml), Ácido Fluorídrico (2,5 ml) e
Ácido Clorídrico (25 ml), por um período de 10 segundos, para que posteriormente
pudessem ser visualizadas em microscópio óptico.

4.5 MICROGRAFIAS

Após os processos de lixamento e polimento tornou-se possível uma melhor


visualização e análise da superfície das amostras no microscópio óptico. As
micrografias serviram de base para avaliação das microestruturas antes e após os
tratamentos térmicos.
As micrografias foram obtidas no microscópio óptico do laboratório de
preparação metalográfica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Campus de Ponta Grossa.
Para obtenção das micrografias foi utilizado um microscópio óptico da marca
ZEISS, modelo MRc5, como mostrado na figura 24.
49

Figura 24: Microscópio ZEISS, modelo MRc5.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

As micrografias foram obtidas com auxílio do software AxioVision SE64 que


se encontrava instalado no computador junto com o microscópio óptico.

4.5.1 Micrografias das amostras como recebido e após Tratamentos Térmicos

As amostras 1, 2, 3 e 4, já embutidas em baquelite, após serem lixadas e


polidas foram então observadas em microscópio óptico. Inicialmente foram obtidas
micrografias das amostras sem ataque químico, posteriormente com auxílio do
mesmo.
50

4.6 ENSAIO DE MICRODUREZA VICKERS

O ensaio de Microdureza Vickers foi realizado no laboratório de preparação


metalográfica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

O equipamento utilizado para realizar o ensaio de microdureza Vickers, foi um


microdurômetro da marca Shimadzu, modelo G20, como pode ser visto na figura 25.

Figura 25: Microdurômetro Shimadzu.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Para realização do ensaio de Microdureza Vickers, o microdurômetro foi


calibrado com uma carga de 0,3 Kgf e um tempo de permanência de 15 segundos. A
visualização da amostra foi aumentada em 40 vezes.

Os valores de Microdureza Vickers foram fornecidos de forma direta,


calculados pelo software do equipamento, dependendo apenas da informação manual
das diagonais da impressão deixadas na peça.
51

Nenhuma das amostras ensaiadas no microdurômetro forneceram valores


correspondentes para dureza Rockwell B. O equipamento utilizado realiza esta
conversão (Microdureza Vickers para Dureza Rockwell B), de maneira automática,
porém, os valores obtidos se mostraram baixos para tal conversão.

4.6.1 Ensaio de Microdureza Vickers das amostras do material como recebido

As duas amostras iniciais (1 e 2), previamente submetidas a preparação


metalográfica e após a aquisição das respectivas micrografias, foram submetidas ao
ensaio de Microdureza Vickers para obtenção de valores que posterirormente seriam
comparados com os valores de microdureza das amostras termicamente tratadas.

4.6.2 Ensaio de Microdureza Vickers das amostras após Tratamentos Térmicos

Após realizado os diferentes tratamentos, preparação metalográfica e


visualização microscópica, as amostras tratadas termicamente (amostras 3, 4, 5 e 6)
foram submetidas ao ensaio de microdureza Vickers utilizando os mesmos
parâmetros iniciais.

4.7 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL

Realizado de maneira rápida e de fácil execução, através do ensaio de dureza


Rockwell foi possível encontrar diferenças de dureza na mesma amostra. O
equipamento utilizado foi um durômetro de bancada da PANTEC, modelo RBS, como
observado na figura 26 abaixo.
52

Figura 26: Durômetro de bancada PANTEC RBS.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

No equipamento utilizado, definiu-se a utilização de uma ponteira esférica de


aço, considerando a escala B, normalmente utilizada para ensaios de ligas de
alumínio, como pode ser observado na tabela 13.

A equipamento utilizado mede a dureza Rockwell das amostras devidamente


preparadas para o referido ensaio. Quanto a escala de dureza utilizada, ela leva em
consideração o tipo de penetrador e o valor de carga maior. A pré-carga utilizada foi
de 10 kgf com uma carga maior de 100 kgf. Um material que foi ensaiado numa
determinada escala, somente pode ser comparado com outro material ensaiado na
mesma escala, como mostrada na figura anteriormente. O valor obtido no ensaio de
dureza Rockwell é adimensional e fornecido diretamente no painel analógico do
equipamento.
Às vantagens do ensaio de dureza Rockwell, é que podemos evidenciar a
leitura da medida com rapidez e confiabilidade. Não é um ensaio destrutivo, então a
peça pode ser utilizada depois do procedimento. Uma desvantagem observada foi que
se a peça não estiver com bom acabamento superficial e principalmente com sua
planicidade comprometida, pode ocorrer erro no ensaio e até mesmo comprometer a
análise dos resultados coletados.

4.7.1 Ensaio de Dureza Rockwell das amostras do material como recebido


53

As amostras 1 e 2 referentes as barras circulares de 2” e 6” de diâmetro,


respectivamente, foram inicialmente submetidas ao ensaio de dureza Rockwell,
utilizando penetrador esférico e uma pré-carga de 10Kgf. Nesse ensaio foi utilizado a
escala B, apropriada para este tipo de material, e os valores encontrados serviram de
referência para futuras comparações.
Essas amostras foram tratadas termicamente apenas pelo fabricante,
tratamento esse identificado previamente como T6 (Solubilização + Envelhecimento
artificial).
Foi determinado como padrão a coleta de 10 medidas de dureza da amostra
1 e 10 medidas de dureza da amostra 2, já que as peças, nesse momento
apresentavam uma maior área para realização do ensaio.
No processo de corte das amostras foi dedicado uma especial atenção com a
planicidade das amostras para que o ensaio de dureza Rockwell não fosse
comprometido.
Foi tomado o cuidado para que o penetrador e o suporte do durômetro
estivessem limpos e bem assentados antes do início do ensaio. O penetrador foi fixado
com ferramenta apropriada, para evitar danos ao equipamento.
Antes do início do ensaio foi verificado se as amostras estavam limpas e secas
para diminuir a possibilidade de alterações dos resultados.
Também foi dada especial atenção para o espaçamento entre as impressões
deixadas pelo ensaio. Espaços pequenos entre as impressões e em relação a borda
da peça podem ser determinantes para obtenção de resultados alterados.

4.7.2 Ensaio de Dureza Rockwell das amostras após os Tratamentos Térmicos

Após a realização dos tratamentos térmicos as amostras 3, 4, 5 e 6 foram


submetidas ao ensaio de dureza Rockwell utilizando a mesma escala utilizada para
as amostras 1 e 2 (escala B), com ponteira esférica e pré-carga de 10 Kgf. Para esta
fase do processo foram coletadas apenas 5 medidas de dureza de cada peça devido
ao fato de que as amostras (3, 4, 5 e 6) submetidas aos tratamentos térmicos
apresentarem uma área útil menor quando comparadas as amostras 1 e 2.
54

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS AMOSTRAS 1 E 2

A figura 27 mostra o resultado do ensaio de composição química da amostra


1.

Figura 27: Porcentagem dos elementos químicos coletados para cada marcação na
amostra de 2” de diâmetro (amostra 1).

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Ao analisar os resultados obtidos no ensaio de composição química da


amostra de 2” (amostra 1), fornecidos na figura 27, e comparados com a composição
nominal da liga AA6351 fornecidos na tabela 4. Conclui-se então que se tratam da
mesma classe de ligas, ou seja, a liga da amostra 1 possui os mesmos elementos
principais da liga AA6351.

Os elementos mais representativos obtidos no ensaio de composição química,


que podem ser visualizados na figura 27, são o Si e o Mg. O reforça a conclusão de
que se trata de uma liga da série 6000.
55

Os elementos Ni, Cr, Sn e Ca fornecidos no ensaio de composição química


que podem ser visualizados na figura 27 são considerados impurezas, já que os
mesmos não constam na composição nominal da liga AA6351.

A figura 28 mostra o resultado do ensaio de composição química da amostra


2.

Figura 28: Porcentagem dos elementos químicos coletados para cada marcação na
amostra de 6” de diâmetro (amostra 2).

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Os resultados obtidos no ensaio de composição química da amostra de 6”


(amostra 2), fornecidos na figura 28, estão dentro da faixa dos valores da liga de
Alumínio AA6351 fornecidos na tabela 4. Os elementos mais representativos são o Si
e o Mg, reforçando a afirmação de que se trata de uma liga da série 6000.

Os elementos Ni, Cr, Sn e Ca, obtidos no ensaio de composição química, que


podem ser visualizados na figura 28, são considerados impurezas, já que os mesmos
não constam na composição nominal da liga AA6351 fornecidos na tabela 4.
56

5.2 MICRODUREZA VICKERS

5.2.1 Microdureza Vickers das amostras como recebido (amostras 1 e 2)

Os valores de microdureza Vickers das amostras 1 e 2 podem ser visualizadas


na tabela 14.

Tabela 14: Valores de Microdureza Vickers para amostra 2” e 6” (amostras 1 e 2).

2” 6” Unidade
118 114 HV
115 114 HV
113 119 HV
114 111 HV
120 117 HV
113 108 HV
114 110 HV
112 107 HV
115 110 HV
115 109 HV
Média Média
115 112 HV

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Os valores obtidos no ensaio de Microdureza Vickers visualizados na tabela


14, para amostra 1 (média de 115HV) e amostra 2 (média 112HV), estão muito
próximos do valor de referência fornecido na tabela 6 (107 HV). Esses valores de
Microdureza Vickers aliado aos valores de dureza Rockwell, somando-se com o
ensaio de composição química, reforçam a afirmação de que se tratam de duas ligas
de alumínio AA6351.
A variação considerável de valores fornecidos na tabela 14 pode ser explicada
pela realização da impressão do ensaio de Microdureza Vickers em regiões distintas.
Acredita-se que regiões com maior número de precipitados endurecedores,
principalmente partículas de Silício e Magnésio nesse caso em particular, a
microdureza tende a ser maior.
57

5.2.2 Microdureza Vickers das amostras após Tratamentos Térmicos de


Recozimento, Solubilização e Precipitação Artificial (amostras 3, 4, 5 e 6)

Os valores de microdureza Vickers da amostra 3 podem ser visualizados na


tabela 15.

Tabela 15: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 3.

Valor Unidade
35,4 HV
37,2 HV
38,3 HV
36,6 HV
36,6 HV
42,3 HV
38,8 HV
39,2 HV
40,3 HV
35,7 HV
Média
38,1 HV

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Como era esperado os valores de Microdureza Vickers apresentados na


tabela 15, para a amostra 3, se mostraram baixos. Essa conclusão se deve pelo fato
de se tratar de uma amostra extremamente dúctil, situação também observado pelo
ensaio de dureza Rockwell.
Os valores de microdureza Vickers da amostra 4 podem ser visualizados na
tabela 16.

Tabela 16: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 4.

Valor Unidade
74,6 HV
77,5 HV
70,9 HV
70,1 HV
76,0 HV
76,0 HV
76,9 HV
79,5 HV
74,1 HV
78,6 HV
Média
74,4 HV

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


58

Os valores de microdureza Vickers da amostra 5 podem ser visualizados na


tabela 17.

Tabela 17: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 5.

Valor Unidade
94,7 HV
96,3 HV
96,6 HV
103 HV
102 HV
100 HV
102 HV
101 HV
96,7 HV
98,2 HV
Média
99,1 HV

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Os valores de microdureza Vickers da amostra 6 podem ser visualizados na


tabela 18.

Tabela 18: Valores de Microdureza Vickers para a amostra 6.

Valor Unidade
90,9 HV
78,0 HV
81,0 HV
79,4 HV
83,2 HV
85,2 HV
88,8 HV
90,0 HV
88,2 HV
82,8 HV
Média
84,8 HV

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Os resultados fornecidos pelas tabelas 16, 17, e 18 referentes as amostras 4,


5 e 6, evidenciam que a melhor combinação dos parâmetros de temperatura e tempo,
fornecidos pela Matweb (2017), foram aplicados na amostra 5. Os valores de
Microdureza Vickers da amostra 5 (média de 99,1 HV), fornecido pela tabela 17, estão
bem próximos ao valor de referência fornecido pela tabela 6 (107 HV).
59

A disparidade dos valores fornecidos em cada uma da tabela anterior (tabelas


16, 17, e 18), pode ser explicado pelas impressões do ensaio de Microdureza Vickers
ser realizado em regiões distintas. Regiões com maior concentração de precipitados
endurecedores tendem a fornecer maiores valores de microdureza, em contrapartida,
regiões com riscos, planicidade comprometida e pouca concentração de precipitados,
tendem a fornecer valores menores de microdureza.

O gráfico 1 representa a média da microdureza Vickers das amostras,


facilitando a visualização e comparação dos resultados.

Gráfico 1: Média da microdureza Vickers das amostras.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


60

5.3 DUREZA ROCKWELL

5.3.1 Dureza Rockwell das amostras como recebido (amostras 1 e 2)

Os valores de dureza Rockwell das amostras 1 e 2 podem ser visualizados na


tabela 19.

Tabela 19: Valores de dureza Rockwell das amostras de 2” e 6” (amostras 1 e 2).

2" 6" Unidade


66 57 HRB
65 61 HRB
67 59 HRB
66 60 HRB
66 59 HRB
66 62 HRB
66 61 HRB
66 62 HRB
65 62 HRB
66 62 HRB
Média Média
66 61 HRB

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Como pode ser observado na tabela 19, material de 2” de diâmetro tem a


média de dureza Rockwell de 66 HRB, já o material de 6” de diâmetro tem uma média
de 61 HRB. Conclui-se que ambas durezas estão com valores próximos.

Os valores das médias de dureza Rockwell das amostras de 2” de diâmetro


(66HRB) e 6” de diâmetro (61HRB), estão muito próximos do valor de dureza Rockwell
da liga AA6351 (60HRB), valor este que pode ser visualizado na tabela 6.

5.3.2 Dureza Rockwell após os tratamentos térmicos de Recozimento,


Solubilização e Precipitação Artificial (amostras 3, 4, 5 e 6)
61

Os resultados do ensaio dureza Rockwell da amostra 3 pode ser visualizado


na tabela 20
Tabela 20: Resultados de dureza Rockwell para a amostra 3.

Valor Unidade
4,0 HRB
3,5 HRB
3,0 HRB
3,5 HRB
4,0 HRB
Média
3,6 HRB

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Os resultados visualizados na tabela 20 mostram que após a amostra 3 ser


recozida/solubilizada e resfriada lentamente (no forno), a mesma apresentou um baixo
valor de dureza Rockwell e consequentemente uma elevada ductilidade. Este fato
pode ser explicado pelo resfriamento lento, gerando um refinamento mais grosseiro e
com maior tamanho de grão das amostras.
Ao analisar os resultados fornecidos pela tabela 20, chega-se à conclusão de
que é possível recuperar consideravelmente a ductilidade de uma liga AA6351.
Os resultados do ensaio de dureza Rockwell da amostra 4 pode ser
visualizado na tabela 21.

Tabela 21: Resultados de dureza Rockwell para a amostra 4.

Valor Unidade
47,0 HRB
47,0 HRB
47,0 HRB
47,5 HRB
47,0 HRB
Média
47,1 HRB

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

A amostra 4 foi solubilizada e precipitada conforme o trabalho de Macedo Neto


et al. (2015). Os parâmetros de solubilização e precipitação eram voltados para uma
liga de Alumínio da série 7000, e se tratava de uma liga fundida. Isso foi determinante
para que os resultados de dureza Rockwell do referido trabalho se mostrassem
62

divergentes aos de Matweb (2017), já que para tratar uma liga da série 7000 utiliza-
se temperaturas maiores do que para uma liga da série 6000.
Os resultados de dureza Rockwell fornecidos pela tabela 21, para a amostra
4 (média de 47,1 HRB), se mostraram abaixo do esperado, quando tomados como
referência o valor da tabela 6 (60HRB). Esse fato pode ser explicado pela utilização
de temperatura e tempo de solubilização e precipitação, diferentes dos fornecidos na
tabela 9.
Durante os tratamentos térmicos da amostra 4 o forno apresentou oscilações
de temperatura. O tratamento de precipitação apresentou uma oscilação máxima de
10% por um período aproximado de 25 minutos.
Os valores elevados de temperatura de solubilização e precipitação, aliados
as oscilações de temperatura de precipitação artificial podem ter favorecido a um
superenvelhecimento da amostra 4.
Os resultados do ensaio de dureza Rockwell da amostra 5 pode ser
visualizado na tabela 22.

Tabela 22: Resultados de dureza Rockwell para a amostra 5.

Valor Unidade
54,0 HRB
53,5 HRB
54,0 HRB
53,5 HRB
54,0 HRB
Média
53,8 HRB

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

O tratamento da amostra 5 seguiu criteriosamente os parâmetros de Matweb


(2017), e seu valor de dureza média (53,8) que pode ser visualizado na tabela 22,
ficou bem próximo do valor de referência (60HRB).
Durante o tratamento da amostra 5 o forno apresentou oscilação de
temperatura de 5% para solubilização e 45% para precipitação, fato esse que pode
ter contribuído para uma discreta redução de dureza Rockwell da amostra 5.
O melhor resultado de dureza da amostra 5 em relação a amostra 4 também
pode estar aliado ao tempo de permanência no forno durante a precipitação artificial.
Enquanto a amostra 5 ficou por um período de 6 horas no forno, a amostra 4
63

permaneceu por 8 horas, reforçando assim a afirmação de superenvelhecimento da


amostra 4. A dureza de uma peça aumenta até determinado ponto, e se exposta a um
período prolongado no forno a uma determinada temperatura, a tendência é que a
mesma diminua. Essa situação pode ser evidenciada na figura 3.
Os resultados do ensaio de dureza Rockwell da amostra 6 pode ser
visualizado na tabela 23.

Tabela 23: Resultado de dureza Rockwell para a amostra 6.

Valor Unidade
53,5 HRB
53,5 HRB
53,5 HRB
53,5 HRB
53,5 HRB
Média
53,5 HRB

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Os valores de dureza Rockwell fornecidos na tabela 23 (média de 53,5 HRB),


estão próximos aos da tabela 6 (60HRB). O fato de não ter alcançado a dureza de
referência, pode ser explicado pela baixa temperatura utilizada (120ºC) ou pelo tempo
de permanência no forno (6 horas). Sob essas circunstâncias a amostra 6 pode não
ter atingido a combinação ideal de parâmetros para que chegasse a dureza esperada.
Essa situação também pode ser evidenciada na figura 3.
Outro fator que pode ter influenciado na dureza da amostra 6 foi a oscilação
de temperatura, que chegou a 55% na precipitação artificial.
O gráfico 2 representa a média da dureza Rockwell das amostras, facilitando
a visualização e comparação dos resultados.
64

Gráfico 2: Média da dureza Rockwell das amostras.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


65

5.4 MICROGRAFIAS DAS AMOSTRAS

Os fenômenos microestruturais associados ao endurecimento por


precipitação não puderam ser observado por microscopia óptica, muito provavelmente
por se tratar de uma liga trabalhada mecanicamente.

A figura 29 mostra a micrografia da amostra 1 (barra de 2 polegadas de


diâmetro) do material como recebido, com ampliação de 200x.

Figura 29: Micrografia da amostra 1, sem ataque químico com ampliação de


200x.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via software AxioVision SE64

A figura 30 mostra a micrografia da amostra 1 (barra de 2 polegadas de


diâmetro) do material como recebido, com ampliação de 1000x.

Figura 30: Micrografia da amostra 1, sem ataque químico com ampliação de


1000x.

Fonte: Autoria própria via software AxioVision SE64


66

A figura 31 mostra a micrografia da amostra 2 (barra de 6 polegadas de


diâmetro) do material como recebido, com ampliação de 200x.

Figura 31: Micrografia da amostra 2, sem ataque químico com ampliação de


200x.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via software AxioVision SE64

A figura 32 mostra a micrografia da amostra 2 (barra de 6 polegadas de diâmetro) do


material como recebido, com ampliação de 1000x.

Figura 32: Micrografia da amostra 2, sem ataque químico com ampliação de


1000x.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via software AxioVision SE64


67

A figuras 33 mostra uma micrografia da amostra 3, que foi submetida apenas


ao recozimento, seguida de um resfriamento lento (em forno), com ampliação de 200x.
Nessa amostra foi utilizado ataque químico para auxiliar a visualização.

Figura 33: Micrografia da amostra 3, submetida a ataque químico com ampliação


de 200x.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via software AxioVision SE64

A figura 34 mostra uma micrografia da amostra 3, visualizada com auxílio de


ataque químico e ampliação de 1000x.

Figura 34: Micrografia da amostra 3, submetida a ataque químico com


ampliação de 1000x.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via Software AxioVision SE64


68

A figura 35 mostra uma micrografia da amostra 4, sem auxílio de ataque


químico e com ampliação de 200x.

Figura 35: Micrografia da amostra 4, sem ataque químico e com ampliação de 200x.

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via Software AxioVision SE64

A figura 36 mostra uma micrografia da amostra 4, sem auxílio de ataque


químico e com ampliação de 1000x.

Figura 36: Micrografia da amostra 4, sem ataque químico e com ampliação de


1000x

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via Software AxioVision SE64


69

A figura 37 mostra uma micrografia da amostra 4, com a utilização de ataque


químico, com ampliação de 200x.

Figura 37: Micrografia da amostra 4, submetida a ataque químico com ampliação


de 200x

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via Software AxioVision SE64

A figura 38 mostra uma micrografia da amostra 4, visualizada com auxílio de


ataque químico, com ampliação de 1000x.

Figura 38: Micrografia da amostra 4, submetida a ataque químico com


ampliação de 1000x

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA via Software AxioVision SE64


70

CONCLUSÃO

Por meio do ensaio de composição química, realizado no espectrômetro de


emissão óptica, foi possível classificar as barras cilíndricas, objetos iniciais do referido
trabalho, como uma liga de Alumínio da série 6000, comercialmente classificada como
liga AA6351.

O tratamento de recristalização realizado na amostra 3, permitiu que a liga


AA6351 sofresse redução de dureza e recuperação de ductilidade, como pôde ser
comprovado nos ensaios de dureza Rockwell e Microdureza Vickers.

Outra constatação foi a de que as oscilações de temperatura do forno tiveram


um impacto relevante nos resultados de dureza Rockwell e microdureza Vickers.
Devido a esse fato, algumas amostras podem ter sofrido o fenômeno conhecido como
superenvelhecimento.

O ensaio de microdureza Vickers mostrou que uma amostra pode apresentar


diferentes valores em regiões distintas. Regiões com maior número de precipitados
endurecedores apresentam maiores valores de microdureza, em contrapartida,
regiões com riscos e com planicidade comprometida apresentam valores menores.

De acordo com os experimentos realizados, conseguiu-se determinar qual a


melhor combinação de parâmetros para aprimorar a dureza e a microdureza de uma
liga de alumínio AA6351. A amostra 5 foi a que obteve os melhores resultados em
comparação a todas as amostras tratadas termicamente.

Por fim os experimentos comprovaram que é possível alterar a dureza e


microdureza da liga AA6351, através de tratamentos térmicos com controle rigorosos
de tempo e temperatura, principalmente na etapa de precipitação artificial. Assim essa
liga pode ter bom desempenho, na fabricação de artefatos que exijam variações de
dureza e maior ductilidade durante suas etapas de fabricação e beneficiamento.
71

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