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Apontes de Aula de Cálculo l

Tema: Funções

Pablo Nestor Gonzáles Córdova

Chapecó – 2015
FUNÇÕES

Definição: Sejam A e B dois subconjuntos dos números reais ℝ (𝐴, 𝐵 ⊆ ℝ). Uma
função 𝑓 de A em B é uma lei ou regra que associa os conjuntos A e B da seguinte
maneira: Para cada elemento do conjunto A existe um único elemento no conjunto B.
Usaremos a seguinte notação

𝑓
𝐴→𝐵 ou
𝑓: 𝐴 → 𝐵
𝑥 → 𝑦 = 𝑓(𝑥)
O conjunto A é chamado de domino e é denotado por 𝐷(𝑓). Já o conjunto B é
chamado de contra- domínio e é denotado por 𝐶𝐷(𝑓).

Obs.

1. Seja 𝑓: 𝐴 → 𝐵 uma função, então


i) Dado x  A, o elemento 𝑦 = 𝑓(𝑥) é chamado de imagem 𝑥 por 𝑓.
ii) O conjunto de todos os valores assumidos pela função é chamado de
conjunto imagem de 𝑓 a qual é denotada por 𝐼𝑚(𝑓) e é o conjunto
𝐼𝑚(𝑓) = {𝑦 ∈ ℝ / 𝑦 = 𝑓(𝑥), 𝑥 ∈ 𝐴}.
2. Não confundir 𝑓 com 𝑓(𝑥) pois 𝑓 representa a relação entre os conjuntos 𝐴
e 𝐵 enquanto 𝑓(𝑥) é apenas um valor da função 𝑓.

Exemplos:

1) Sejam A  1,2,3,4 e B  2,3,4,5 a função f : A  B dada pelo diagrama


abaixo é uma função.

2) Sejam 𝐴 = {1,2,3,4,5}, 𝐵 = ℤ e 𝑓: 𝐴 → 𝐵 definida pela regra que a cada


elemento de A faz corresponder o seu dobro ao quadrado.
3) Os seguintes conjuntos não representam funções:

No plano cartesiano:
4) Seja 𝑓(𝑥) = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 1. Determine os valores de 𝑥 para que se tenha
𝑓(𝑥) = 4.

5) Determine o domínio e a imagem das seguintes funções:


a) 𝑓(𝑥) = 𝑥
b) 𝑓(𝑥) = 𝑥 3
c) 𝑓(𝑥) = |𝑥|
2
d) 𝑓(𝑥) = √𝑥
1
e) 𝑓(𝑥) = 𝑥
4
f) 𝑓(𝑥) = √𝑥 2 − 1
g) 𝑓(𝑥) = ln(𝑥 3 + 𝑥 2 + 𝑥 + 1)

6) Na função 𝑓: ℝ → ℝ definida como 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 + 3𝑥 − 10. Determine


𝑓(−3−1 ) e (𝑓(−2))−1.

OPERAÇÕES COM FUNÇÕES

Definição: Dadas as funções f e g , definimos as seguintes operações:

i) Soma: (𝑓 + 𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)

ii) Diferença: (𝑓 − 𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)

iii) Produto: (𝑓. 𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥)

𝑓 𝑓(𝑥)
iv) Quociente: (𝑔) (𝑥) = 𝑔(𝑥)
Obs.: O domínio de 𝑓 + 𝑔, 𝑓 − 𝑔 e 𝑓. 𝑔 é a intersecção dos domínios de 𝑓 e de 𝑔. Mas
no caso 𝑓/𝑔 além de fazer a intersecção dos domínio de 𝑓 e 𝑔 precisamos excluir os
pontos 𝑥 pertencentes ao domínio de 𝑔 tais que 𝑔(𝑥) = 0. Assim, em símbolos

𝐷(𝑓 + 𝑔) = 𝐷(𝑓) ∩ 𝐷(𝑔)

𝐷(𝑓 − 𝑔) = 𝐷(𝑓) ∩ 𝐷(𝑔)

𝐷(𝑓. 𝑔) = 𝐷(𝑓) ∩ 𝐷(𝑔)

𝑓
𝐷 ( ) = [𝐷(𝑓) ∩ 𝐷(𝑔)] \ {𝑥 ∈ 𝐷(𝑔); 𝑔(𝑥) = 0}
𝑔

Estudo do Domínio de uma Função

Exemplos: Determine o domínio das seguintes funções


2 𝑥+1
1) 𝑓(𝑥) = √𝑥 2 − 𝑥 − 12 5) 𝑓(𝑥) = 𝑥+𝑎

2) 𝑓(𝑥) = √3 − 𝑥 − 𝑥 6) 𝑓(𝑥) = 3√1/𝑥

𝑥2 1−2𝑥
3) 𝑓(𝑥) = √𝑥 2 7) 𝑓(𝑥) = √2𝑥 2 −3𝑥+11
−2

1
4) 𝑓(𝑥) = + √𝑥 + 𝑎 8) 𝑓(𝑥) = √𝑥 2 − 9√1 − 𝑥 2
√𝑎−𝑥
Gráfico de Funções

Definição. O gráfico de uma função 𝑓 é denotado como 𝐺𝑟(𝑓) e é o conjunto de


todos os pontos (𝑥, 𝑓(𝑥)) de um plano, onde 𝑥 ∈ 𝐷(𝑓). Assim

𝐺𝑟(𝑓) = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ × ℝ / 𝑦 = 𝑓(𝑥) , 𝑥 ∈ 𝐷(𝑓)}

Exemplos: Esboçar o gráfico das seguintes funções:


𝑥
1) 𝑦 = 𝑥 2 3) 𝑦 = 𝑥−1

2) 𝑦 = 2𝑥 4) 𝑦 = 𝑥 3 + 𝑥 2 + 𝑥 + 1

Funções Especiais

1. Função Composta. Sejam 𝑓 e 𝑔 duas funções quaisquer, definimos uma nova


função 𝑓𝑜𝑔, a composta de f e g, como sendo
(𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑔(𝑥)).

Graficamente:

Exemplos:
3
1) Dadas as funções 𝑓(𝑥) = √𝑥 e 𝑔(𝑥) = 𝑥 3 + 𝑎𝑥 2 . Determine

a) (𝑓𝑜𝑓)(𝑥) =

b) (𝑔𝑜𝑔)(𝑥) =

c) (𝑓𝑜𝑔)(𝑥) =

d) (𝑔𝑜𝑓)(𝑥) =

2) Sendo 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 , para quais valores de 𝑎 𝑒 𝑏, tem-se (𝑓𝑜𝑓)(𝑥) = 4𝑥 + 9.

2
3) Sabendo que 𝑓 = 𝑔𝑜ℎ encontre a função g , dada 𝑓(𝑥) = √𝑥 + 2 e
ℎ(𝑥) = 𝑥 + 2.
4) Sabendo que 𝑓(𝑥) = 3𝑥 + 6 e (𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = 𝑥 2 + 3. Determine 𝑔.

2. Função Constante. É toda função definida pela forma 𝑓(𝑥) = 𝑘, sendo 𝑘 ∈ ℝ


um número fixo.
Exemplos: Esboçar o gráfico das funções:
3
1)𝑓(𝑥) = − √3 2) 𝑓(𝑥) = 2

3. Função Identidade. É toda função definida pela forma 𝑓(𝑥) = 𝑥.


Exemplos: Esboçar o gráfico das funções:
1)𝑓(𝑥) = 3𝑥 2) f ( x )  2 x

4. Função Afim ou do 1º Grau. É toda função definida pela forma 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏,


com 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ e 𝑎 ≠ 0.

Obs.: O gráfico de 𝑓 é uma reta com os seguintes casos

 Se 𝑎 > 0 a função 𝑓 é crescente;


 Se 𝑎 < 0 a função 𝑓 é decrescente.

Exemplos: Construir o gráfico das seguintes funções


1)𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 1 2) )𝑓(𝑥) = −𝑥 − 1
3) Encontre a função do primeiro grau de forma que 𝑓(2) = 8 e 𝑓(−2) =
4.

5. Função Quadrática. É toda função definida pela forma 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐,


com 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ e 𝑎 ≠ 0.

Obs.: O gráfico da 𝑓 é uma parábola com os seguintes casos

 Se 𝑎 > 0 a parábola tem concavidade voltada para cima;


 Se 𝑎 < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo.

Zeros ou raízes de uma função do 2ª grau


Denomina-se raízes ou zeros de uma função do 2ª grau os valores de 𝑥 que
anulam a função, ou seja, que tornam 𝑓(𝑥) = 0. Para determinar as raízes de
uma função do 2º grau devemos resolver a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0,
que é resolvida pela fórmula de Bháskara:

−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥=
2𝑎
2
Dependendo do sinal de ∆= 𝑏 − 4𝑎𝑐, temos 3 casos:
 Se ∆> 0 , a função tem duas raízes reais e diferentes;
 Se ∆= 0 , a função tem duas raízes reais iguais;
 Se ∆< 0 , a função não tem raízes reais.
Estudo do Vértice. A parábola, que representa o gráfico da função do 2ª grau,
passa por um ponto chamado vértice o qual vamos denotar por 𝑉(𝑥, 𝑦). O
vértice é dado por duas coordenadas e é obtido pela seguinte fórmula:
𝑏 ∆
𝑉(𝑥, 𝑦) = (− ,− )
2𝑎 4𝑎

Exemplos: Construir o gráfico das funções:


1) 𝑦 = 2𝑥 2 − 9𝑥 + 1 2) 𝑦 = −𝑥 2 + 2𝑥 − 13

3) 𝑦 = 𝑥 2 + 𝑥 − 10

6. Função Modular: É toda função definida pela forma 𝑓(𝑥) = |𝑥|.


Exemplos:
1) 𝑓(𝑥) = |𝑥| 4) 𝑓(𝑥) = |𝑥 − 2|

2) 𝑓(𝑥) = |𝑥| + 3 5) 𝑓(𝑥) = |𝑥 2 − 1|


3) 𝑓(𝑥) = |1 − 3𝑥|

7. Função Polinomial: É a função definida por


𝑓(𝑥) = 𝑎0 𝑥 𝑛 + 𝑎1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎2 𝑥 𝑛−2 + ⋯ + 𝑎𝑛−1 𝑥 + 𝑎𝑛
Onde 𝑎0 , 𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 são números reais chamados coeficientes e 𝑛 é um
número inteiro não negativo o qual determina o grau da função. O gráfico de
uma função polinomial é uma curva que pode apresentar pontos de máximos
e mínimos.

Exemplos: Construir o gráfico das seguintes funções:


1) 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 3) 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 𝑥 2 + 𝑥 − 1

2) 𝑓(𝑥) = (𝑥 − 1)3 4) 𝑓(𝑥) = 3𝑥 3 − 20𝑥 2 + 23𝑥 + 10


8. Função Inversa. Seja 𝑓: 𝐴 → 𝐵 uma função. Se para cada 𝑦 ∈ 𝐵 existir um
valor 𝑥 ∈ 𝐴 tal que 𝑦 = 𝑓(𝑥) então podemos definir uma função 𝑔: 𝐵 → 𝐴 tal
que 𝑥 = 𝑔(𝑦). A função 𝑔 definida desta maneira é chamada função inversa
de 𝑓 e denotada por 𝑓 −1 , isto é, 𝑓 −1 = g.

Graficamente:

Exemplos: Determine a inversa das seguintes funções:

𝑥−2
1) 𝑦 = 3𝑥 − 1 2) 𝑦 =
3−𝑥

3)𝑦 = 𝑥 2 + 2𝑥 + 2 4) 𝑦 = √𝑥 − 𝑎

Obs.: Graficamente podemos determinar se uma função admite inversa.


Passando uma reta paralela ao eixo dos x, esta deve cortar o gráfico em
apenas um ponto.
Exemplo: Dada a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 , ela não possui inversa. Fazendo uma
restrição no seu domínio, esta função pode admitir inversa.

9. Função Racional. É uma função definida como o quociente de duas funções


polinomiais, isto é,
𝑝(𝑥)
𝑓(𝑥) = 𝑞(𝑥)

sendo 𝑝(𝑥) e 𝑞(𝑥) polinômios e 𝑞(𝑥) ≠ 0.

O domínio da função racional é o conjunto do reais excluindo aqueles 𝑥 tais


que q ( x)  0.

Exemplos: As seguintes funções são funções racionais. Esboce o gráfico de


cada uma.

𝑥−1
1) 𝑦 = 𝑥+1

𝑥+2
2) 𝑦 = 2𝑥−1
2𝑎−𝑥
3) 𝑦 = 𝑎+𝑥

10. Funções Pares e Ímpares


a. Se diz que uma função 𝑓 é par se, para todo 𝑥 no domínio de 𝑓 tem –
se 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥).
b. Se diz que uma função 𝑓 é impar se, para todo 𝑥 no domínio de 𝑓 tem
– se 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥).

Exemplos: Determine se as seguintes funções são pares, ímpares ou sem


paridade.
1) 𝑦 = 𝑥 5 + 𝑥 3 + 𝑥

2) 𝑦 = 1 + 𝑥 3

𝑥 2 +1
3) 𝑦 = 𝑥 3 −1
3𝑥 −3−𝑥
4) 𝑦 = 2

11. Função Exponencial. Chamamos de função exponencial de base 𝑎 à função 𝑓


definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 , com 𝑎 > 0 e 𝑎 ≠ 1.
Gráfico:

Observamos que:
 O 𝐷𝑜𝑚(𝑓) = ℝ e 𝐼𝑚(𝑓) = (𝟎, +∞);
 Está todo acima do eixo dos 𝑥 e intercepta o eixo dos 𝑦 no ponto
(0,1);
 É crescente se 𝑎 > 1 e decrescente se 0 < 𝑎 < 1.

Exemplos: As seguintes funções são funções exponenciais. Esboçar o gráfico
de cada uma

1) 𝑦 = 2𝑥 4) 𝑦 = 3𝑥 + 1
2) 𝑦 = 2−𝑥 5) 𝑦 = 𝑒 𝑥

3) 𝑦 = 0.5𝑥 6) 𝑦 = −3𝑥−1 − 1

12. Função logarítmica: Chamamos de função logarítmica de base 𝑎 à função 𝑓


definida por 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑥, com 𝑎 > 0 𝑒 𝑎 ≠ 1.
Observamos que.:
 O 𝐷𝑜𝑚(𝑓) = (𝟎, +∞) e 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ ;
 Está todo à direita do eixo dos 𝑦;
 Intercepta o eixo dos 𝑥 no ponto (1,0);
 É crescente se 𝑎 > 1 e decrescente se 0 < 𝑎 < 1.

Função logarítmica Natural Neperiana: 𝑦 = ln 𝑥 = log 𝑒 𝑥

Exemplos: Esboçar o gráfico das seguintes funções logarítmicas:


1) 𝑦 = log 2 𝑥 5) 𝑦 = ln 𝑥

2) 𝑦 = −log 2 𝑥 6) 𝑦 = log 3 (−𝑥 − 1) + 1

3) 𝑦 = log 0.5 𝑥 7) 𝑦 = log10 |𝑥|


4) 𝑦 = log 3 𝑥 − 1 8) 𝑦 = −| log 2𝑥 |

Obs. Se 𝑔 é a inversa da função 𝑓 (𝑔 = 𝑓 −1 ). Então:

 𝐷𝑜𝑚(𝑓) = 𝐼𝑚(𝑔) e 𝐼𝑚(𝑓) = 𝐷𝑜𝑚(𝑔);


 O gráfico da função 𝑓 e da função 𝑔 são simétricos em relação a 𝑦 = 𝑥.

Exemplos:

13. Funções de várias sentenças


Exemplos: As seguintes funções são funções de várias sentenças. Esboce o gráfico de cada
uma delas, determine o domínio e a imagem.

1, 𝑠𝑒 𝑥≥0
1) 𝑦 = {
−1, 𝑠𝑒 𝑥 < 0.
𝑥2, 𝑠𝑒 𝑥 < −1
2) 𝑦 = { −𝑥, 𝑠𝑒 −1 ≤ 𝑥 ≤ 1
3
(𝑥 − 2) , 𝑠𝑒 𝑥 > 1.

3, 𝑠𝑒 𝑥 < −2
3) 𝑦 = { |𝑥|, 𝑠𝑒 −2 ≤ 𝑥 < 3
𝑥 2 − 8𝑥 + 16, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 3.

3
− 1, 𝑠𝑒 𝑥≤0
𝑥−1
4) 𝑦 = { 𝑥 , 3
𝑠𝑒 1<𝑥<2
2
|𝑥 − 16|, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 2.

5) 𝑓(𝑥) = min{𝑥 2 , 𝑥 4 }, 𝑥 ∈ ℝ .
1, 𝑠𝑒 𝑥=0
6) 𝑓(𝑥) = {sin 𝑥
, 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 0.
𝑥

14. Função Periódica: Se diz que uma função é periódica se existe 𝑇 ∈ ℝ − {0}
tal que, ao suma-lo (ou subtraí-lo) à variável independente 𝑥 o valor da
função não muda, isto é
𝑓(𝑥 + 𝑇) = 𝑓(𝑥)
O mínimo valor deste numero 𝑇 é chamado de período da função 𝑓.
Exemplo:
a. Seja 𝑓(𝑥) = |𝑥| com 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥 + 2) para todo

b. Seja 𝑓(𝑥) = −(𝑥 + 1)2 + 1 com 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥 + 2)

15. Funções Trigonométricas

Função Seno e Cosseno: São as funções 𝑓: ℝ → ℝ e 𝑔: ℝ → ℝ que associam


cada número real 𝑥 seu seno e seu cosseno respectivamente. Assim, 𝑓(𝑥) =
𝑠𝑒𝑛 𝑥 e 𝑔(𝑥) = cos 𝑥. O domínio da função seno e cosseno é o conjunto dos
números reais ℝ, suas imagens variam entre -1 e 1 e são funções periódicas
de período 𝑇 = 2𝜋.
Estudo das Funções da Forma:
𝑦 = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 (𝐵𝑥 + 𝐶) + 𝐷 ; 𝑦 = 𝐴 𝑐𝑜𝑠 (𝐵𝑥 + 𝐶) + 𝐷
As gráficas das funções 𝑓 tais que tem a forma 𝑦 = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 (𝐵𝑥 + 𝐶) + 𝐷 ou
𝑦 = 𝐴 𝑐𝑜𝑠 (𝐵𝑥 + 𝐶) + 𝐷 são chamadas de ondas.

Período: 𝑇 = 2𝜋/𝐵.

Amplitude: |𝐴|.

Deslocamento no eixo dos 𝑥: |𝐶/𝐵| unidades para esquerda se 𝐶/𝐵> 0 ou


|𝐶/𝐵| unidades para direita se 𝐶/𝐵< 0.

Deslocamento no eixo dos 𝑦: |D | unidades para cima se D > 0 ou |D| unidades


para baixo se D < 0.

Exemplos: Esboçar o gráfico das funções:


1) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 2) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 2𝑥 +1
3) 𝑦 = 2 − 2𝑠𝑒𝑛 𝑥/2 4) 𝑦 = −3 − 5𝑠𝑒𝑛 4𝑥

5)𝑦 = cos 2𝑥 6) 𝑦 = |cos 2𝑥 |

7) 𝑦 = |2cos 𝑥/3 | + 1 8) 𝑦 = 2 − 0.5cos(2𝑥 /3)


As quatro funções trigonométricas restantes são definidas em termos do
𝑠𝑒𝑛𝑜 e 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑛𝑜.
Função Tangente e Secante.
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑡𝑔 (𝑥) =
𝑐𝑜𝑠(𝑥)
1
sec 𝑥 =
cos 𝑥
Obs.
𝜋
 O 𝐷𝑜𝑚(𝑡𝑔) = 𝐷𝑜𝑚(𝑠𝑒𝑐) = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 ≠ 2 + 𝑛𝜋, 𝑛 ∈ ℤ}.

 A 𝐼𝑚(𝑡𝑔) = ℝ e é uma função periódica de período 𝑇 = 𝜋.


 A 𝐼𝑚(𝑠𝑒𝑐) = (−∞, 1] ∪ [1, +∞) e é uma função periódica de período
𝑇 = 2𝜋.

Função Cotangente e Cossecante


𝑐𝑜𝑠(𝑥)
𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) =
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
1
𝑐𝑠𝑐(𝑥) =
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
Obs.
 O 𝐷𝑜𝑚(𝑐𝑡𝑔) = 𝐷𝑜𝑚(𝑐𝑠𝑐) = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 ≠ 𝑛𝜋, 𝑛 ∈ ℤ }.
 A 𝐼𝑚(𝑐𝑡𝑔) = ℝ e é uma função periódica de período 𝑇 = 𝜋.
 𝐼𝑚(𝑓) = (−∞, 1] ∪ [1, +∞) e é uma função periódica de período 𝑇 =
2𝜋.
15. Funções Trigonométricas Inversas

As funções trigonométricas 𝑠𝑒𝑛, 𝑐𝑜𝑠, 𝑡𝑔, 𝑐𝑡𝑔 e 𝑠𝑒𝑐 estudadas anteriormente


são periódicas portanto nenhuma delas possui inversa. Para que cada uma
de elas admita inversa precisamos restringir seus domínios correspondentes
de maneira conveniente.

Função Arco Seno: Consideremos 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥), para 𝑥 ∈ [−𝜋/2, 𝜋/2],


(𝐼𝑚(𝑓) = [−1,1]) . Chama-se 𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑠𝑒𝑛𝑜 à função inversa da 𝑓 definida por
𝑓 −1 (𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(𝑥), para 𝑥 ∈ [−1,1]. Assim obtemos a equivalência:
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥, para 𝑥 ∈ [−1,1] ⇔ 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑦, para 𝑦 ∈ [−𝜋/2, 𝜋/2]
Função Arco Cosseno: Consideremos 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥), para 𝑥 ∈ [0, 𝜋],
(𝐼𝑚(𝑓) = [−1,1]) . Chama-se 𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑛𝑜 à função inversa da 𝑓 definida
por 𝑓 −1 (𝑥) = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠(𝑥), para 𝑥 ∈ [−1,1]. Assim obtemos a equivalência:
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠(𝑥), para 𝑥 ∈ [−1,1] ⇔ 𝑥 = cos(y), para 𝑦 ∈ [0, 𝜋]

𝜋 𝜋
Função Arco Tangente: Consideremos 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔(𝑥), para 𝑥 ∈ (− 2 , 2 ),
(𝐼𝑚(𝑓) = ℝ) . Chama-se 𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 à função inversa da 𝑓 definida por
𝑓 −1 (𝑥) = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔(𝑥), para 𝑥 ∈ ℝ. Assim obtemos a equivalência:
𝜋 𝜋
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔(𝑥), para 𝑥 ∈ ℝ ⇔ 𝑥 = tg(𝑦), para 𝑦 ∈ (− 2 , 2 )

De maneira análoga podemos definir a função inversa da Cotangente (Arco


Cotangente), Secante (Arco Secante) e Cossecante (Arco Cossecante)
respectivamente.
Função Arco Cotangente:

𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑡𝑔(𝑥), para 𝑥 ∈ ℝ ⇔ 𝑥 = tg(𝑦), para 𝑦 ∈ (0, 𝜋)

Função Arco Secante:

𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑐(𝑥), para |𝑥| ≥ 1 ⇔ 𝑥 = sec(𝑦), para 𝑦 ∈ [0, 𝜋] − {𝜋/2} .


Função Arco Cossecante:
𝜋 𝜋
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐(𝑥), para |𝑥| ≥ 1 ⇔ 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐(𝑦), para 𝑦 ∈ [− 2 , 2 ] − {0}.

Algumas identidades importantes:


𝜋
 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑡𝑔(𝑥) = 2 − 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔(𝑥);

 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠(1/𝑥 );
 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(1/𝑥).
16. Funções Hiperbólicas
Esta classe de funções são importantes pois existem muitas aplicações e
também pelo aspecto teórico, elas são combinações das funções 𝑒 𝑥 e 𝑒 −𝑥 .
Duas destas funções são: seno hiperbólico (𝑠𝑒𝑛ℎ ) e cosseno hiperbólico
(𝑐𝑜𝑠ℎ). Definimos
𝑒 𝑥 − 𝑒 −𝑥 𝑒 𝑥 + 𝑒 −𝑥
𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑥) = , 𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑥) =
2 2

Logo o 𝐷(𝑠𝑒𝑛ℎ) = 𝐷(𝑐𝑜𝑠ℎ) = ℝ, 𝐼𝑚(𝑠𝑒𝑛ℎ) = ℝ e 𝐼𝑚(𝑐𝑜𝑠ℎ) = [1, +∞).


As quatro funções hiperbólicas restantes são definidas em termos de 𝑠𝑒𝑛ℎ e
𝑐𝑜𝑠ℎ.
𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑥)
 Função Tangente Hiperbólica: 𝑡𝑔ℎ(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑥)
𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑥)
 Função Cotangente Hiperbólica: 𝑐𝑜𝑡𝑔ℎ(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑥)
1
 Função Secante Hiperbólica: 𝑠𝑒𝑐ℎ(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑥)
1
 Função Cossecante Hiperbólica: 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐ℎ(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑥)

Gráficos:

Algumas identidades importantes das funções hiperbólicas:

 1 − 𝑡𝑔ℎ2 𝑢 = 𝑠𝑒𝑐ℎ2 𝑢
 𝑐𝑜𝑠ℎ2 𝑢 − 𝑠𝑒𝑛ℎ2 𝑢 = 1
 𝑐𝑜𝑡𝑔ℎ2 𝑢 = 1 + 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐ℎ2 𝑢
 𝑐𝑜𝑡𝑔ℎ 𝑢 = (𝑡𝑔ℎ 𝑢)−1
 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝑥 = 𝑒 𝑥
 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝑥 = 𝑒 −𝑥
 𝑠𝑒𝑛ℎ(2𝑥) = 2𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑥)𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑥)
 𝑐𝑜𝑠 ℎ(2𝑥) = 𝑐𝑜𝑠ℎ2 (𝑥) + 𝑠𝑒𝑛ℎ2 (𝑥)
Bibliografia

 SPIVAK, MICHAEL. Calculus. Editorial Reverté, Barcelona, 3ª edición (2012).


 PISKUNOV, NIKOLAI. Cálculo Diferencial e Integral. Editorial LIMUSA, México, D.F.
(2012).
 TÁBOAS, PLÁCIDO ZOEGA. Cálculo em uma Variável Real. Editora da Universidade
de São Paulo, São Paulo (2008).
 MUÑOZ R., JAIME E. Cálculo Diferencial & Integral I. Laboratório Nacional de
Computação Científica, Petrópolis, Rio de Janeiro (2004).
 ARCE C., ABEL. Cálculo Diferencial e Integral e Matemática Básica: Sus Aplicaciones.
 PINZÓN, ÁLVARO. Cálculo 1 (Diferencial). Colección Harper & Row
Latinoamericana, México D.F. (1977) .

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