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Prezado Defensor.

Eu como pai, tive muito clara a importância da paternidade diante das minhas filhas, um
privilégio que a vida me proporcionou, minhas filhas foram prioridade em todos âmbitos da
minha vida, a ponto de receber feedback tanto positivo como negativo das empresas por onde
trabalhei, pontuando a prioridade que dava para as minhas filhas diante de qualquer
circunstância. Amigos e familiares reconhecem o grau de importância que foram neste período
na minha vida.

A relação que tive com a genitora delas, foi o que não funcionava bem, falta de
compatibilidade, cultura e criação, norteamentos diferentes, desejos e direções opostas. Uma
relação fadada ao fracasso, como de fato ocorreu. Uma relação baseada em motivações que
não sustentam um relacionamento, fuga de encarar de frente os desafios e problemas que a
vida vai impondo a cada um para o crescimento pessoal. Tudo isso não interferia em nada
minha relação com minhas filhas, que sempre foram diretas, nunca precisei da intermediação
de ninguém nem interferência para os cuidados paternos com minhas filhas. Ao termino do
casamento no ano de 2018, ainda estivemos “juntos” oficialmente até o final do ano de 2019.
Neste período de transição e conturbação me empenhei em garantir o mínimo possível de
impacto as minhas filhas. A genitora no ano de 2018 se encontrava em profunda confusão
mental, com relação a suas próprias questões pessoas do seu passado na infância conturbada,
busquei respeitar e ser suporte para que ela pudesse se desenvolver e progredir no seu
próprio caminho, mesmo numa relação fracassada não pude “abandonar” a mãe das minhas
filhas, ao mesmo tempo precisava percorrer meu próprio caminho. Buscando um maior
equilíbrio emocional para a ruptura da estrutura familiar que existia, nós decidimos em fazer
uma mudança radical para proporcionar uma ruptura menos agressiva para as minhas filhas,
saímos do Rio de Janeiro e fomos viver em Fortaleza no Ceará, aonde era mais viável manter o
trabalho e dar conta dos cuidados das minhas filhas, não foram períodos fáceis, porem ao final
desse processo alcançamos nosso objetivo, a Lays conseguiu se desenvolver retornou para o
Rio de Janeiro sozinha numa oportunidade profissional em sua área, indo morar na cidade de
Macaé. Maria Flor, Catarina e eu, nos mantivemos por mais alguns meses em Fortaleza, até o
ponto que se tornou insustentável o trabalho e os cuidados exclusivos das minhas filhas. E
retornamos também, ao Rio ao final do ano de 2019. Aí sim definitivamente separados, porém
as crianças seguiram comigo, tendo o suporte familiar dos meus pais e irmão que necessitava.
Do outro lado da família das minhas filhas, a avó materna (que é mãe adotiva e madrasta da
genitora das minhas filhas) já tem idade avançada e uma vida muito intensa de cuidados com o
filho mais novo cadeirante, não tinha condições de dar o suporte necessário de disponibilidade
com questões práticas, como por exemplo buscar e trazer do colégio enquanto íamos para o
trabalho. Diante desse cenário, foi de comum acordo entre eu e a mãe das minhas filhas, que
definiríamos a residência da Catarina e da Maria Flor na Região Oceânica de Niterói, aonde
meus pais se disponibilizaram para tornar possível a conciliação do trabalho e dos cuidados das
crianças, além do comprometimento também do meu irmão que trabalhava de forma flexível
com transporte escolar e aplicativo de motorista, se disponibilizando para dar o suporte
necessário. De comum acordo optamos pela guarda alternada, conforme o processo de
divórcio. Desta forma, inscrevi minhas filhas no colégio UMEI DR. PAULO CÉSAR PIMENTEL em
Itaipu, em comum acordo entre nós, após está decisão cada um buscou sua própria moradia,
eu aluguei uma casa próxima a região (bairro Engenho do Mato), e a genitora se decidiu por
alugar no Centro de Niterói. Deste ponto em diante, a separação estava consumada, cada um
na liberdade de suas escolhas próprias e responsabilidades com relação as nossas filhas. A
guarda foi definida como alternada semanalmente, conforme consta no processo do divórcio.
Inicialmente antes do início da pandemia mundial, a Lays trabalhava dias específicos da
semana em Macaé, exemplo três dias em Macaé e outros três dias em Niterói. Busquei
flexibilizar os dias, entendendo a importância do contato das minhas filhas com a mãe, mesmo
não querendo ter contato com a mesma, ficava três dias com as minhas filhas e leva as
crianças pra mãe quando estavam aqui e quando tinha que voltar pra Macaé buscava
novamente, tudo buscando o menor impacto possível para as minhas filhas. Com a chegada da
pandemia, e o trabalho remoto da genitora, a guarda retomou a ser semanalmente fixado. Eu
porém, segui trabalhando de forma hibrida, alguns dias presenciais e outros remotos, e pude
contar com meus familiares para garantir a minha guarda. E a guarda alternada semanal
aconteceu do início da pandemia até o mês de maio de 2021.

A genitora se queixou da distancia entre sua moradia e o colégio das minhas filhas, porém a
decisão da sua moradia foi tomada após o acordo do local do colégio das crianças. Vale
ressaltar que estive sempre presente em todas as atividades escolares enquanto estavam
funcionando normalmente (anterior a pandemia), sendo a inscrição feita por mim,
documentos levados, adaptação na creche foi feita por mim. Após a queixa da distância da
creche, houve ameaças de mudança de creche por parte da genitora, na qual nunca trouxe
uma proposta viável que pudesse garantir a minha semana com minhas filhas, pedi para que
trouxesse uma proposta viável para mudança a creche delas (conforme e-mails), a mudança da
creche comprometia todo o suporte familiar e a estruturação para garantir a guarda definida
em comum acordo. Ao término do ano letivo, quando fui fazer a rematrícula, apareceu a
mensagem que já tinha sido feita a rematrícula das minhas filhas, e elas foram transferidas
pela genitora sem o meu consentimento para o colégio EM DR. ALBERTO FRANCISCO TORRES
no Centro, desestruturando e impossibilitando a minha semana com as minhas filhas, ainda
com a pandemia e sem aulas presenciais mantive a guarda nas minhas semanas, até o mês de
maio de 2021, quando passei a ser impedido de estar com as minhas filhas sem nenhuma
decisão judicial. Fui impedido de ver minhas filhas, de estar com elas e continuo sendo privado
de estar com minhas filhas e elas estão sendo privadas de estarem comigo, causando sérios
problemas irreversíveis. Neste período passei meu aniversário e dias dos Pais sem minhas
filhas de forma totalmente injusta, caracterizando alienação parental, chegando ao ápice do
terror psicológico feito pela genitora, se utilizou das minhas próprias filhas para me causar
danos, sabendo que era o único meio de me o atingir.

O primeiro episódio aconteceu quando sob a guarda dela, a Maria Flor se acidentou e precisou
de cuidados médicos, eu preocupado com a situação de saúde da minha filha fui até o hospital
para saber como ela estava, e fui humilhado pela genitora com agressão verbal e ameaça de
chamar a polícia. Depois deste primeiro episódio o terror psicológico foi cada vez mais
progressivo, tornando um inferno minha semana com minhas filhas. Durante este período
buscando preservar minhas filhas, agindo exatamente ao contrário, respeitei as semanas que
elas passavam com a mãe, não fazia ligações para minhas filhas quando não estavam comigo,
não questionava o que acontecia no período que estava com a mãe. Entendo que o período
que estão com a genitora, ela tem total capacidade e autônoma para definir e decidir como se
cuidar delas e não passa por mim. Pedi que fosse respeitado também a minha mesma
autonomia, a minha relação com as minhas filhas não passa por nenhum intermediário é
direta, e isto não está sendo respeitado. Infelizmente as crianças quando voltavam para a casa
da mãe eram questionadas de tudo o que acontecia, e eu recebia e-mails longuíssimos de
cobrança e questionamentos que não cabiam a genitora. Desrespeitando a minha família,
minha esposa e madrasta das minhas filhas. Chegando ao ponto de fazer mais de 70 ligações
para causar desconforto na minha família, apareceu em frente a minha casa sem aviso e
permaneceu por mais de duas horas, repassava para as crianças a implicância com a minha
esposa. Induzia minhas filhas ao que falar e ao que não falar quando estavam comigo, e as
crianças que estavam num ambiente saudável, aonde podiam se expressar livremente e
assessoradas para se desenvolverem, passaram a voltar para minha casa cada vez mais
retraídas, como nunca tinha acontecido antes.

É de senso comum, os desafios que a madrasta enfrenta para dar carinho e amor as filhas de
outro relacionamento do seu esposo. E minhas filhas tiveram o privilégio de estarem cobertas
de amor e carinho e terem sido priorizadas neste período (ainda mais desafiador durante uma
pandemia mundial), minha esposa Amanda fez de tudo pelas minhas filhas, suas semanas
foram profundamente afetadas para dar esse amor e carinho para elas, se adequando a essa
alternância de semana sim, semana não, com e sem elas. Nos dias que eu precisava trabalhar
presencialmente, ela se dispunha a cuidava delas por mim. Com relação a alimentação, fez
todo um cardápio saudável voltado para elas, com café da manha balanceado (proteína e
frutas), almoço e janta (salada, proteína, purê de inhame, creme de abobora e demais..) pra
que elas se mantivessem bem e com saúde. Nas quintas, nossa última noite com as meninas,
fazíamos o dia da festa, junto com elas enrolávamos brigadeiro, comprávamos salgadinho,
pipoca, cachorro quente, tudo pensando no bem delas. No dia seguinte na hora de partir era o
mesmo sofrimento Catarina não conseguia parar de chorar porque não queria ir embora e
sempre me pedia para vir morar comigo. No aniversário delas minha esposa fez um bolo com
todo carinho especifico de acordo com o desejo delas, a Maria Flor o bolo foi de sapinho e a
Catarina escolheu um bolo de coelho. Isso para demonstrar que estavam sempre em ambiente
saudável, nunca foram negligenciadas, tenho total autonomia e capacidade de cuidar das
minhas filhas, sem a interferência e mediação da genitora, que está causando fortes impactos
e transtorno na minha relação com minhas filhas.

Venho propor que cesse o quanto antes o distanciamento meu com as minhas filhas que está
ocorrendo, e que eu tenha meu direito de estar com as minhas filhas restituído.

Com relação as acusações de utilização de cigarro, nunca foi uma relação de conflito, sempre
fiz uso recreativo, o uso sempre existiu antes, durante e após o relacionamento com a
genitora, que também faz uso (conforme mensagem de whatsapp). Nunca me impediu de
cuidar das minhas filhas. Atualmente tenho uma relação tranquila com o uso, esporádico em
momentos de descontração e raros. A mesma relação sem conflitos com o fumo e
naturalidade foi vivenciada pelas minhas filhas desde o nascimento, tanto por minha parte
como pela genitora. Me parece conivente trazer esse assunto no processo, numa tentativa de
desqualificar o pai.

No ano letivo de 2020, além de proporcionar a adaptação na creche e solicitações constantes


de flexibilidade no horário do meu trabalho para tal, as meninas estiveram presente em todas
as aulas presenciais, após a pandemia de fato as aulas remotas para crianças de idade tão
pequenas não tiveram prioridade e relevância, tão pouco aconteciam com regularidade,
recebíamos vídeos das professoras por whatsapp no ano de 2020, diante de proporcionar o
bem estar e saúde no período de pandemia, seguimos com outras atividades motoras que no
meu entendimento eram mais relevantes, como atividades no parquinho ou dentro da própria
vila em que moramos para amenizar os impactos, sempre em horários menos frequentados e
permitidos. Mantivemos todos os cuidados necessários durante a pandemia, nos
importávamos muito e evitamos o que foi possível com os cuidados e atenções apresentadas
para enfrentarmos a pandemia, não utilizamos mascaras apenas no nosso convívio familiar.
Todos os deslocamentos que necessitamos fazer com elas, foi em função de atividades de
trabalho, expondo apenas ao contato necessário. Elas nunca foram expostas ao risco, ou a
qualquer tipo de violência, minha casa e minha família sempre foram ambientes saudáveis
tanto física, moral e mental, nunca ficaram desprovidas quando estavam comigo, no dia que a
Maria Flor foi hospitalizada por descuido da genitora, a Catarina foi deixada na casa dos meus
pais, pois o acidente aconteceu fora da residência da genitora e fora da região em que ela vive,
as acusação de descuidados paternos são infundadas. Afirmo que as semanas que estiveram
sobre os meus cuidados, minhas filhas conviveram em ambiente familiar, sendo protegidas de
qualque situação que a exponha a qualquer tipo de risco e exploração. Sempre estiveram
seguras, amparadas, com suas dignidades respeitadas e protegidas, não foram negligenciadas,
ou discriminadas, exploradas, violentadas, não sofreram crueldade, nem mesmo opressão.
Foram feitos todos os esforços para garantir ambiente saudável e preservadas dos litígios com
a genitora, nunca foram expostas aos litígios e protegida deles. Tanto que expressavam o
desejo de morar comigo em definitivo.

Estou desde maio sem ter contato com minhas filhas, sem uma decisão judicial que me impeça
tal situação. Busquei de todos os meios para ter contato e meu acesso direto com minhas
filhas, motivo inicial foi acusação sem fundamento, se utilizando da pandemia mundial.
Dizendo que elas foram infectadas por minha causa, pedi comprovações da infecção e não
obtive resposta, e a partir deste momento fui impedido de ter qualquer acesso as minhas
filhas, tentei vê-las apenas pra matar a saudade e fui impedido. Mas adiante preocupado com
os impactos que poderiam estar sendo gerados nelas, sem acesso ao pai. Procurei de forma
amigável solicitar que estivem comigo, a família inteira pergunta por elas e organizei um final
de semana meu e com os avós (por duas vezes) para um ambiente saudável para minimizar os
impactos da ausência e elas irem se sentindo num ambiente livre, novamente fui impedido de
estar com elas. Na última ocasião solicitei a intermediação dos avós para estar com elas, da
sexta-feira 17 de setembro as 18hrs até sábado 18 de setembro as 14hrs. Período curto apenas
pela necessidade de estar com minhas filhas, e fui impedido novamente de estar com elas.
Estou contendo todo impacto negativo que me tem gerado tentando aguardar resolução na
justiça de forma menos dolorosa para elas, evitando ter que recorrer a ação policial evitando a
exposição a minhas filhas. Não se pode “pagar na mesma moeda” os malefícios causados pela
interferência da genitora na minha relação com as minhas filhas, porque no final das “contas”
o impacto é dobrado sobre as crianças. A genitora também nega as dívidas contraídas no
período da relação, vinha tentando a manutenção até a venda do apartamento para fazer
frente as próprias dívidas contraídas para aquisição do mesmo, além das ações da genitora em
deteriorar a relação paternal das minhas filhas, vem deteriorando também o patrimônio delas.
Solicito que o processo da pensão corra na mesma vara do processo da visitação, para que seja
aberto um outro processo para fazer frente às dívidas.

Peço que seja restituído o meu direito de estar com as minhas filhas presencialmente,
videochamada e ligações não igualam a necessidade de elas estarem com o pai e eu com elas.
Entendo a importância materna nos primeiros anos de vida, e não quero causar impacto neste
aspecto para minhas filhas, do modo que vem sido conduzido pela genitora a guarda alternada
se tornou impraticável e a logística impossível. Aceito a alteração de guarda para visitação,
porém com a garantia da não interferência na minha relação com as minhas filhas que sejam
resguardadas dos ataques feitos pela genitora. Devido as situações financeiras, não tenho
capacidade de assumir os custos de judiciais, propus no outro processo da pensão que pudesse
assumir 50% dos estudos no ensino particular para que elas possam ter acesso a maior
qualidade e atenção nos estudos, buscando proporcionar maior qualidade de vida para elas.

A diversos e-mails que possam comprovar as declarações feitas. Além de mensagem por
whatsapp que comprovam o uso da maconha por parte da genitora.

Reitero que diante da seguinte acusação na página 10 “Portanto, a Autora resolveu propor
esta demanda a fim de regular a situação da guarda de suas filhas menores, uma vez que,
como alegado alhures. O Réu vem tomando atitudes que podem colocar as menores em
situação de risco e negligência.” É infundada, inverídica e totalmente oposta a realidade.
Reitero mais uma vez que minhas filhas nunca foram negligenciadas e muito menos postas em
risco. Peço que meu direito de estar com minhas próprias filhas sejam restituídos e garantidos
por lei, diante do impacto enorme que tem causado de forma intencional e precisa cessar o
mais pronto possível.

Averbação de Divórcio em 15/06/2021: - Consta uma Averbação declarando o DIVÓRCIO do


casal, por sentença decretada aos 05/10/2020 pelo MM Juiz da 1ª Vara de Família Regional –
Região Oceânica de Niterói – RJ. Registro feito no Livro BAUX-00348, Folha 146, termo 69579.

Escritura declaratória de União Estável, no ano de dois mil e vinte e um (2021), aos 09 dias do
mês de julho perante mim, Edna Maria Pereira Brasil, Escrevente, cadastro nº 94/9747, deste
Cartório do 12º Ofício de Notas, Tabelião dr. Pedro Castilho, sito à Rua do Rosário nº 134,
Centro, Rio de Janeiro, RJ, conforme Lei Federal nº 8.935 de 18.11.1994 e publicada no Diário
Oficial de 21.11.1994... ... I) Que, os Declarantes mantêm vida comum desde 26.09.2020, em
condições familiares e que mantém uma convivência pública, de caráter estável. Declarantes:
Inácio Saraiva Moreno e Amanda Moreira do Amaral.

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