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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Resenha do capítulo 6 do livro: A Função Manutenção de François Monchy

Júlia de Carvalho Arrais

16 de março de 2021

O capítulo 6 aborda a Preparação do Trabalho para o serviço de manutenção, sendo


esta responsabilidade do departamento de “métodos” em preparar e definir as necessidades
e as melhores condições para a execução do trabalho. A preparação também tem como
objetivo, além de definir as necessidades de pessoal para as tarefas, a edição dos
documentos de atividades que contêm as informações sobre a manutenção do equipamento.
De maneira geral, a preparação facilita o trabalho dos técnicos em intervenção.

Para a preparação dos equipamentos, o livro cita a utilização da tabela de


criticidade, em que é estabelecido um índice de criticidade a cada equipamento para
priorizar a ordem e a forma de preparação dos itens. Apesar do índice assumir valores entre
0 >= i >= 20, toma-se como prioridade os equipamentos de índice entre 15 e 20. Alguns
exemplos de critérios de avaliação são: critério intrínseco do material, critério de
exploração, critério de manutenção e critério econômico.

Outra técnica apresentada no livro para determinar as prioridades é o método ABC.


A seleção é feita a partir dos “tempos passados” anotados na OT e segue a proporção de
uma hora de preparação para 25 horas de intervenção. Assim, dos trabalhos importantes
detectados, serão preparados aqueles que 20% a 30% das intervenções representam 60% a
80% da atividade em horas de intervenção.

Como maneira de melhorar as técnicas de priorização dos equipamentos, cita-se um


método proposto que se baseia em dois critérios para priorizar ações corretivas: a
frequência das panes e a gravidade dessas panes. O método permite localizar os
subconjuntos que penalizam um processo e, a partir de uma correção nesses subconjuntos,
ocorreria o aumento da disponibilidade.

A segunda parte do capítulo apresenta as tarefas que um preparador deve ter,


especializando-se por setores ou por competências. O profissional preparador deverá ter um
trabalho ativo e colaborativo com outros chefes de equipe visando sempre uma boa
preparação com bons índices de rendimento. Após identificar o tipo de manutenção
escolhido, o trabalho de preparação poderá ser realizado antes ou após a falha ou antes e
após o alerta preventivo.

No capítulo, mencionou-se a tarefa de preparação da manutenção corretiva a partir


da metodologia do diagnóstico, onde se identifica a causa da falha utilizando de um
raciocínio lógico. Os esquemas funcionais e desenhos, os quadros “efeitos-causas-
remédios”, os quadros de “entrada e saída”, os diagramas lógicos, os testes de
diagnósticos e os sistemas inteligentes de diagnósticos foram os exemplos citados de
dispositivos que auxiliam no processo de diagnóstico.

No caso da preparação para a eliminação de pane pela manutenção paliativa, usam-


se algumas ações de preparação, apesar de serem intervenções pouco necessárias para as
preparações. O quadro de diagnóstico, em que se evidencia a causa e efeito a partir dos
dados históricos, é a primeira ação. Além dessa, existem o “Check List”, listas ordenadas
feitas para encontrar a causa de uma falha de um equipamento complexo que tem a mesma
função do quadro de diagnóstico, a escala típica de eliminação de pane, preparação no
próprio local da pane e tarefas do agente dos métodos após eliminação da pane.

O próximo tópico apresentado foi a preparação dos trabalhos de reparo em uma


manutenção curativa. A preparação deve ser feita em alguns trabalhos, como os trabalhos
importantes (critério ‘horas”), os trabalhos repetitivos (critério “número”), os trabalhos
com parada da produção: revisões, os trabalhos de alta qualidade e os trabalhos ligados à
segurança.

Na parte final do capítulo, o autor comenta sobre a preparação das ações


preventivas, iniciando pela manutenção preventiva. Esta tem a função de prevenir falhas e
conhecer o comportamento da máquina para que posteriormente possa aplicar a
manutenção sistemática ou de condição. Sua preparação começa com a escolha das
máquinas em função da sua criticidade. Após, decompõe-se cada máquina em módulos e
procura-se os pontos chaves desse módulo. Em seguida, deve-se fixar para cada ponto
chave uma frequência de visita. Depois, acontecem as etapas de determinar as escalas de
visitas, o estabelecimento das fichas de visita e a exploração dessas fichas para garantir a
evolução da manutenção preventiva.

A segunda ação preventiva citada foi a manutenção de ronda. A preparação desse


tipo de manutenção compreende duas partes: as normas de conduta, em que se referem ao
funcionamento dos equipamentos periféricos nas mãos da conservação e as fichas de
ronda, onde visam mostrar os pontos sensíveis dos equipamentos de produção, já que essas
ficham tratam dos levantamentos das pequenas operações e as respostas aparecem na folha.
São fichas parecidas com as fichas preventivas, mas com uma periodicidade menor.

Na manutenção sistemática, terceiro exemplo de ação preventiva, o intuito é o de


efetuar substituições de peças para reduzir falhas e, como consequência, o número de
reparos. Para sua preparação, utiliza-se a ficha de inspeção periódica para prever a
intervenção com precisão, antes da parada programada. São fichas mais simplificadas que
as fichas de visitas preventivas e servirão como lista dos postos a serem inspecionados,
prestação de contas de inspeção e exploração dos resultados.

Por último, retratou-se a preparação da manutenção de condição, em que é realizada


uma análise tecnológica. Para isso, é necessário um bom conhecimento do equipamento que
será acompanhado e dos possíveis meios para execução. O procedimento para a execução
inicia-se na seleção das partes sensíveis a executar, onde é feita uma análise técnico-
econômica para reduzir os custos de falha. Depois, passa para a fase de escolha dos
parâmetros “de estado interno”, para determinar parâmetros sobre o estado interno do
item. Em seguida, acontece a escolha dos sensores, escolha dos patamares e escolha do
nível de análise das informações captadas.

A preparação pode acontecer tanto por reflexões pessoais do executante quanto por
ordem formal, estabelecida pelo preparador. De qualquer maneira, ela só é explicada
quando os gastos almejados forem superiores aos gastos existentes com a máquina
(despesas). O capítulo buscou evidenciar a importância desta para o serviço de manutenção
quando necessária. Para isso, exemplos da aplicação da preparação nos diferentes tipos de
ações corretivas e preventivas foram mencionados buscando aprofundar, ao longo do texto,
o assunto da preparação do trabalho para o leitor.

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