Obras Escolhidas: Tomo I combinação de reflexos condicionados no sistema comportamental,
nem as interações altamente complexas e reflexos de alguns
Os métodos de pesquisa reflexológica e psicológica
Os métodos de pesquisa reflexológica do homem chegaram agora
a um ponto de inflexão em seu desenvolvimento. A necessidade (e
inevitabilidade) dessa mudança se deve, por um lado, à desproporção
que existe entre a imensa tarefa de estudar a totalidade do
comportamento humano que a reflexologia impôs e, por outro, aos
modestos e escassos meios que para sua resolução proporcionou o
experimento clássico da formação do reflexo condicionado (secretor ou
motor).
Essa desproporção torna-se cada vez mais clara à medida que a
reflexologia1 passa do estudo das relações mais elementares do homem
com o meio ambiente (a atividade que responde às formas e fenômenos
mais primitivos) para a investigação de interações extremamente
complexas e muito variadas, sem as quais o comportamento humano
não pode ser decifrado em suas leis mais importantes.
Nesse sentido, para além do elementar e do primitivo, a
reflexologia ficou apenas com a afirmação geral concisa, aplicável
igualmente a todas as formas de comportamento, de que estas são
constituídas por um sistema de reflexos condicionados. Mas esta
afirmação excessivamente geral não levou em consideração as
características específicas de cada sistema, nem as leis que governam a
1
sistemas em outros, e nem ele até traçou um caminho para a
solução científica dessas questões. Daí a natureza declarativa e
esquemática das obras reflexológicas onde se propõem a resolver os
problemas do comportamento do homem em aspectos mais ou
menos complexos.
A reflexologia clássica permanece em suas investigações
dentro de um princípio científico universal darwiniano, reduzindo tudo
ao mesmo denominador. E precisamente porque esse princípio é
excessivamente geral e universal, ele não fornece à ciência um meio
direto de julgar suas formas particulares e individuais. Afinal, a
ciência concreta do comportamento humano também acha
impossível limitar-se a ele, assim como uma física concreta não pode
se limitar apenas ao princípio da verdade universal. Escalas,
aparelhos e métodos especiais são necessários para conhecer o
concreto, material e limitado mundo terreno, com base em um
princípio geral. O mesmo acontece com a reflexologia. Tudo induz a
ciência do comportamento do homem a ultrapassar os limites do
experimento clássico e buscar outros meios de conhecimento.
Não apenas se evidenciou uma tendência à extensão da
metodologia reflexológica, mas traçaram-se as linhas que essa
extensão deveria seguir: uma maior aproximação e, em última
instância, a fusão definitiva com os procedimentos de pesquisa
estabelecidos faz muito na psicologia experimental. Embora isso pareça
paradoxal em relação a essas disciplinas concorrentes, e embora não
haja unanimidade entre os próprios reflexologistas e eles valorizem a
psicologia experimental de maneiras muito diferentes, apesar de tudo
isso, essa fusão, ou seja, a criação de uma metodologia. comportamento
e, portanto, de uma mesma disciplina científica, pode ser considerado
como um fato que está ocorrendo diante de nossos próprios olhos.
A breve história dessa abordagem é a seguinte. Inicialmente, a
excitação elétrica cutânea era realizada na planta do pé, causando um
reflexo de defesa na planta do pé ou em toda ela. Posteriormente, VP
Protopopov 2 introduziu uma modificação importante no procedimento:
substituiu o pé pela mão, supondo que seria muito mais vantajoso
escolher a mão como critério justamente por se tratar de um aparelho de
resposta mais elaborado, mais adaptado que o pé à orientação das
reações à influência do meio ambiente. E ele apóia com argumentos
extraordinariamente convincentes a grande importância para a reação da
escolha adequada do aparato de resposta. É evidente que se
escolhemos no gago ou no surdo seus órgãos articulatórios como
aparelho de resposta, ou aquela extremidade de um cão que
corresponde a um centro motor cortical que foi retirado ou, em geral, um
aparelho pouco e mal adaptados ao tipo de reação correspondente
(como o pé de uma pessoa para movimentos de pressão), faremos muito
pouco progresso no estudo da velocidade, precisão e perfeição da
orientação,
2
apesar do fato de que a função analítica e combinatória do sistema
nervoso permanece intacta. "De fato, nossos experimentos
mostraram", diz Protopopov, "que a formação de reflexos
condicionados é alcançada mais rapidamente nas mãos, assim como
a diferenciação é obtida mais cedo e mantida de forma mais
consistente" (1923, p. 22). Nesse sentido, a metodologia da
experimentação reflexológica começa a se assemelhar notavelmente
à psicológica. O sujeito pode facilmente colocar a mão sobre a mesa
e os dedos entram em contato com a placa por onde passa a
corrente elétrica.
Consequentemente, se no estudo dos reflexos humanos
ultrapassamos o princípio geral e nos propomos a estudar os
diferentes tipos de reação que determinam o comportamento, a
escolha do órgão a reagir será um fator de importância decisiva. 04
Como diz Protopopov, “o homem e o animal têm inúmeros
dispositivos de resposta, mas sem dúvida respondem às excitações
heterogêneas do ambiente com aqueles que são mais desenvolvidos
e melhor adaptados ao caso em questão” (Ibid., P. 18). «O homem
foge do perigo com os pés, defende-se com as mãos, etc.
Naturalmente, um reflexo de defesa combinado pode se desenvolver
no pé, mas se o que temos que investigar não é apenas a função
combinatória que os grandes hemisférios desempenham por si
próprios (= princípio geral. —LV), mas também para estabelecer o
grau de velocidade, precisão e perfeição de orientação, o aparato de
resposta a ser escolhido para observação não será indiferente ”(Ibid.).
Mas quando dizemos a, também devemos dizer b. Protopopov é
forçado a admitir que a reforma também não pode ser interrompida aqui.
«O homem tem um aparelho eferente muito mais desenvolvido do que a
mão na mesma zona motora e com a sua ajuda estabelece sem dúvida
uma comunicação muito mais ampla com o mundo que o rodeia: refiro-
me aqui aos órgãos articulatórios. Considero perfeitamente possível e
conveniente para a pesquisa reflexológica começar a usar a fala como
objeto a partir de agora, considerando-a como um fato particular das
condições de comunicação que determinam a inter-relação do homem
com o meio ambiente por meio de sua esfera motora ”(Ibídem, p. . 22).
Que a fala deva ser considerada como um sistema de reflexos
condicionados é algo que não precisa ser repetido, pois para a
reflexologia isso constitui uma verdade quase óbvia. Também são
evidentes as vantagens que o uso da fala proporcionará à reflexologia
para ampliar e aprofundar o círculo dos fenômenos a serem estudados.
Portanto, no que diz respeito ao aparelho de resposta, não há
mais desacordos e divergências com a psicologia. I. P. Pavlov apontou
as vantagens de escolher justamente o reflexo da secreção salivar em
cães, sabendo que é o menos arbitrário. Isso foi extraordinariamente
importante ao tentar descobrir o próprio princípio dos reflexos
condicionados, da "salivação psíquica" que ocorre quando você vê a
comida. Mas as novas tarefas também exigem novos meios, os
avanços forçam uma mudança de roteiro.
O segundo e mais importante fato é que a própria metodologia
da reflexologia tropeçou em certos fatos que qualquer criança
conhece perfeitamente bem. O processo de diferenciação do reflexo
no indivíduo não é alcançado rapidamente. Demora muito até que o
reflexo formado passe de generalizado a diferenciado, isto é, para
que o homem aprenda a reagir apenas ao excitante principal e para
que a reação seja inibida perante os outros. "Acontece, portanto
(grifo meu. —L.V.), que agir sobre o assunto com as palavras certas
pode promover tanto a inibição quanto o despertar de reações
condicionadas" (ibid., P. 16). Se for explicado a um sujeito que
apenas um determinado som aparecerá combinado com a corrente
elétrica e o resto não, a discriminação ocorrerá imediatamente. Com
a ajuda da palavra 05 podemos provocar a inibição e o reflexo
condicionado à excitatriz principal e até mesmo o reflexo
incondicionado à corrente pode ser provocado: basta dizer ao sujeito
para não retirar a mão. ljlkhj