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Liberação miofascial: abordagem correta não

utiliza força

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Movimentos repetitivos e executados de maneira equivocada podem causar lesões. Como se não bastasse,
a busca pela reeducação pode ser insatisfatória se o educador físico utilizar práticas antigas ou
inadequadas. Por incrível que pareça, esse tipo de conduta ainda é recorrente na liberação miofascial.

Como um tecido que conecta os músculos em trilhos anatômicos responsáveis pelas ações cinesiológicas,

a fáscia permite a transmissão de forças de um ponto a outro do corpo. Cabe a ela, ainda, ser a responsável

pela plasticidade dos movimentos.

Apesar da complexidade do assunto, a abordagem da anatomia nos cursos de graduação nem sempre

contempla a função do tecido miofascial, já que o modelo de ensino da função muscular baseia-se apenas

em flexão e extensão.

“A fáscia não aparece nos detalhes da anatomia funcional sob o argumento de que é apenas um tecido

inerte e que a melhor visualização dos músculos se dá sem ela. No entanto, sem a fáscia, os músculos são

apenas carne”, explica Ivan Jardim, professor de educação física e treinador pessoal. Como resultado,

alguns profissionais aplicam a liberação miofascial com força excessiva, gerando o rompimento de tecidos

musculares.

Abordagens da liberação miofascial

Jardim explica que a abordagem da anatomia funcional se difere da tradicional em dois aspectos. O primeiro

diz respeito ao fato de que a transmissão de força entre músculos conectados em um trilho anatômico é

distribuída entre seus componentes. O segundo considera que a função de um músculo depende da

orientação de suas fibras em relação à demanda imposta a ela.

Por exemplo: segundo a anatomia clássica, a função do glúteo médio é realizar abdução do quadril. No

entanto, as fibras anteriores do glúteo médio são sinergistas na flexão do quadril, assim como na rotação
interna do fêmur. Ou seja, a função do glúteo médio pode variar entre abdução e sinergista na flexão do

quadril, assim como na rotação interna do fêmur.

Para Jardim, o estudo da fáscia proporciona uma visão integrada do movimento humano. “A anatomia

funcional proporcionada pela inclusão da fáscia na transmissão de forças e sinais nervosos nos mostra que

o sistema nervoso central não controla apenas músculos se contraindo isoladamente, mas conecta cada

célula de nosso corpo.”

Liberação miofascial a técnica que pode ajudar você a ter menos dores e lesões

Causas das dores

Como percorre o corpo todo e está relacionada aos movimentos, a fáscia pode sofrer alterações devido a
uma série de fatores: treinos muito intensos, prática esportiva não supervisionada, maus hábitos posturais,
padrão de movimento incorreto. Outras causas como estresse e desgastes emocionais também podem
afetar a fáscia e causar dor.

O corpo reage a estas alterações formando nódulos, que são chamados de pontos gatilhos ( trigger points).

Eles acumulam toxinas e prejudicam o bom funcionamento do sistema musculoesquelético. Também

alteram a coordenação, a flexibilidade e a força muscular.

A partir daí o ciclo “desgaste – formação de nódulos – dificuldade de movimento- desgaste”, vai culminar no
aparecimento de lesões, prejudicando o rendimento físico e a qualidade de vida.

A liberação miofascial (mio =músculo+ fáscia = tecido conectivo) trabalha para liberar essas restrições.

Liberação miofascial antes ou depois do treino?

Não há um horário ideal para realizar as massagens de liberação miofascial. Ela pode ser realizada no pré-
treino, pós treino, ou em outros horários do dia.

Quando realizada no pré-treino:

•Aumenta a mobilidade articular


•Favorece execução dos movimentos
•Diminui a sobrecarga e tensão músculo articular.
•Libera e ativa os músculos
•Prepara a musculatura que vai ser trabalhada
Quando realizada no pós treino:
•Relaxa a musculatura
•Ajuda na liberação do ácido lático
•Ajuda a diminuir as tensões musculares
•Ajuda na recuperação muscular e evitar dores tardias
•Previne lesões
•Proporciona bem-estar

Auto-liberação

Nem sempre e possível contar com uma massagem feita por um profissional, especialmente nos períodos
de treino. Nesse caso, existe a possibilidade da massagem de auto-liberação miofascial.

Para realizar a massagem miofascial em si mesmo, você pode usar alguns acessórios específicos. Os mais
comuns são:

Rolo (foam roller): acessório capaz de trabalhar quase todos os grupamentos.

Bola de tênis: usada para massagem da planta do pé e das partes anterior e posterior da perna.

Bastão (stick): usado para quadríceps e isqueostibias, menos eficiente que os outros, porém muito bom
para ser levado em viagens.
Contra-indicações da liberação miofascial

Em geral é um procedimento que pode ser realizado sem grandes restrições. Porém quem estiver nos
grupos abaixo deve evitá-lo:

•Problemas circulatórios ou inchaço


•Hipersensibilidade à dor ou condições de dor crônica (por exemplo, fibromialgia).
•Lesões musculares ou ósseas diagnosticadas
•Pessoas que fazem uso de medicamentos anticoagulantes.
•Regiões do corpo recentemente feridas ou com hematoma
•Mulheres no primeiro trimestre da gravidez

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