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@Resumos_Tabelados

@RESUMOS_TABELADOS –
DIREITO PENAL- PARTE GERAL I
Sumário
DIREITO PENAL- parte geral I .................................................................................................................................................. 1
Fontes do Direito Penal ...................................................................................................................................................... 2
Classificação das normas penais..................................................................................................................................... 2
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ......................................................................................................................................... 3
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES ....................................................................................................................7
Vedações Constitucionais aplicáveis a crimes graves ................................................................................................7
Tribunal do Júri ....................................................................................................................................................................7
Outras Disposições ..............................................................................................................................................................7
APLICAÇÃO DA LEI PENAL ........................................................................................................................................................ 8
Princípio da Legalidade = Anterioridade + Reserva Legal .................................................................................... 8
Contagem de prazo e frações não computáveis da pena ...................................................................................... 8
Aplicação da Lei Penal no Tempo ..................................................................................................................................... 9
Eficácia da Sentença Estrangeira .................................................................................................................................... 11
Pena Cumprida no Estrangeiro (art. 8º): ................................................................................................................. 11
Aplicação da Lei Penal no Espaço ................................................................................................................................... 12
Aplicação da Lei Penal em Relação às Pessoas ........................................................................................................... 14

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FONTES DO DIREITO PENAL
FONTES MATERIAIS (produção) FONTES FORMAIS (de conhecimento)

IMEDIATA: Estado, CF, art 22, I IMEDIATA (OU DIRETA): Lei em sentido estrito.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar MEDIATA (OU ORIGINÁRIA):


sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, Costumes,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho; Atos Administrativos

MEDIATA (ou originária): Sociedade, que forma o Princípios Gerais do Direito


Estado Atos Administrativos

Doutrina e

Jurisprudência.

CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS

Segundo Ney Moura Telles

 Incriminadoras: Possui característica PROIBITIVA (crimes comissivos) ou MANDAMENTAL (crimes


omissivos).
 Não Incriminadoras: estabelecem regras gerais de interpretação e de aplicação das normas penais. A
função é delimitar o alcance da norma
a) Permissivas justificantes (art 23 cp): autorizam uma conduta proibida. EXCLUDENTES DE
ILICITUDE. Ex.: Legítima Defesa.
b) Permissivas Exculpantes (arts 20, 22, 26, 27, 28 cp): autorizam uma conduta proibida.
EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
c) Permissivas Explicativas/Complementares (art 24 e 25 cp): esclarecem, limitam ou complementam
as normas penais incriminadoras dispostas na Parte Especial. Ex.: norma que explica o conceito de
Funcionário Público.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem .

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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Princípios Constitucionais Expressos

Da reserva legal ou legalidade Da Presunção (ou do Estado) de inocência Art 5º LVII - ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
Art 5º, inciso 39: XXXIX - não há crime sem lei
condenatória;
anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal; Do Respeito ao preso

1 Proibir a retroatividade da lei penal prejudicial Art 5º XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
moral;
2 Proibir a criação de crimes e penas pelo
costume Art 5ºL - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
3 Proibir o emprego da ANALOGIA para criar
crimes, fundamentos ou agravar penas, ou Da Proteção da Infância e da juventude
suprir supostas lacunas na lei penal. MAS, é
permitido a ANALOGIA IN BONNAN PARTEM, Art 288 – São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, seujeito
às normas da legislação especial’’ (Ficam submetidos ao ECA) Presunção
logo, a proibição de analogia NÃO É
absoluta de inimputabilidade
ABSOLUTA.**

A interpretação extensiva difere da analogia,. Da Personalidade da pena ou da INTRANSCENDÊNCIA/Responsabilidade


Pessoal
Interpretação extensiva: previsão legal existe, mas está
implícita. Art 5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
Analogia: a previsão legal não existe, mas o Juiz entende
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser,
que por ser semelhante a uma hipótese existente, deva nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
ser assim enquadrada. até o limite do valor do patrimônio transferido;

Interpretação Analógica (SUPRIR lacunas): É vedada a Das Limitações à Prisão: Art 5ºLXI - ninguém será preso senão em
aplicação analógica em normas penais incriminadoras.
flagrante delito OU por ordem escrita e fundamentada de autoridade
Nas normas penais não-incriminadoras gerais, admite-se
o emprego da analogia in bonam partem.
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
Interpretação EXTENSIVA: Regra geral: em relação às
normas INCRIMINADORAS: não é possível. Exceção: Leis a) FLAGRANTE: não precisa de ordem escrita
permissivas (ex.: legítima defesa) se interpreta b) Situação de não flagrante: Precisa de mandato.
extensivamente.
Humanidade(ou da limitação das penas) CESPE: O princípio da humanidade
STF: possível a interpretação extensiva, mesmo assegura o respeito à integridade física e moral do preso na medida em que
que prejudicial ao réu. A interpretação motiva a vedação constitucional de pena de morte e de prisão perpétua.
extensiva no direito penal é
vedada apenas naquelas situações em que se Art 5ºXLVII - não haverá penas:
identifica um desvirtuamento na mens legis.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
Da Irretroatividade e da Retroatividade da lei XIX;
penal mais favorável Art 5º, inciso 40: XL - a lei
b) de caráter perpétuo;
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;

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Da Individualização da pena (NÃO CONFUNDIR COM O DA PERSONALIDADE/INTRANSCENDÊNCIA)

Art 5º, inciso 46: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou
restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
(políticos, de dirigir, poder familiar)

Estabelecer a lei adequada em um caso concreto Processo de individualização da pena, segundo Nei Moura Telles.

3 etapas:

1Cominação: Cabe ao poder legislativo. –seleção dos bens jurídicos penais -criação dos tipos penais -
estabelicimento/previsão/ cominação das penas para cada tipo penal

2Aplicação: cabe ao poder judiciário. Surge para o Estado, o jus puniendi, ou seja, o direito de aplicar ao infrator a respectiva
sanção. Daí, caberá ao magistrado, dentre as penas criadas pelo legislador e observados os limites nela contidos, adequada sanção
ao caso concreto, orientado pelas características do fato em si e pela conduta do agente

3Execução: cabe ao poder judiciário. Visa tanto ao cumprimento efetivo da pena aplicada pelo magistrado, como possibilita a
reinserção do criminoso na vida social

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Princípios Constitucionais Tácitos

Fragmentariedade: O DP não deve ocupar-se da defesa da Proporcionalidade:


totalidade dos bens jurídicos, mas sim da proteção dos bens
Proibição do Não excesso: Medida de atuação do estado. 3
mais importantes
subprincípios:
Culpabilidade- 3 acepções:
-Adequação: a medida deve ser adequada para alcançar os fins
Proibição da responsabilidade objetiva: proibição da protegidos.
responsabilidade sem dolo nem culpa*. Logo, para uma pessoa
seja punida penalmente, esta deve agir com dolo ou culpa. -Necessidade: o DP só deve atuar de forma subsidiária.

-Proporcionalidade em sentido estrito: é um sistema de


A culpa é a medida da pena: a pena deve ser fixada segundo
proteção negativa. Os meios utilizados para consecução dos fins
a reprovabilidade do crime e do criminoso; a pena deve ser
proporcional à reprovabilidade da conduta do agente, não não devem extrapolar o limite do tolerável.
podendo ser mais grave p/ ‘’servir de exemplo para terceiros’’.Proibição da Proteção Deficiente: proteção positiva. Busca
A culpabilidade é o terceiro elemento do conceito de crime: impedir um direito fundamental de ser deficientemente protegido,
(conceito de crime analítico) Crime é o fato típico, ilícito e seja mediante a eliminação de figuras típicas, seja pela cominação
de penas inferiores à importância exigida pelo bem que se quer
culpável.
proteger.
Intervenção mínima ou última ratio: A criminalização de
determinada conduta só tem sentido quando são insuficientes Ofensividade (lesividade) : Exige que o fato praticado ocorra
os demais mecanismos de controle destinados à proteção lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Só vai haver
do bem jurídico. Ou seja, O DP deve atuar apenas quando crime se houver EFETIVA lesão ao bem jurídico tutelado. Logo,
fracassarem as demais formas de proteção. uma atitude Interna não pode ser criminalizada.

O legislador não deve ver o DP como instrumento único ou por Alteridade: Só podem ser criminalizadas condutas que ofendam
excelência para intervenção na vida dos cidadãos. bens jurídicos de terceiros, e é proibida a incriminação de
atitudes que não excedam o âmbito do próprio autor.
Adequação social: Só se pode criminalizar uma conduta que
for socialmente relevante. Para que um fato seja criminal é Ex.: não se criminaliza a tentativa de suicídio.
necessário que ofenda certos valores.
É um dos argumentos dos que apoiam a descriminalização de
Ex: furar orelha de bebês(é uma conduta que fere a integridade drogas para consumo pessoal.
física da pessoa, mas não é criminosa pois é socialmente
CESPE: O princípio da alteridade é violado em caso de
adequada.
proibição de mulher transexual utilizar banheiro público
Non bis in idem É vedada a dupla valoração negativa pela feminino.
ofensa ao mesmo bem jurídico.
In dubio pro reo (favor rei): na dúvida interpreta-se em favor
Ex: art 69 CP, inciso II: ‘’circunstancias agravantes genéricas’’: do acusado. Isso porque a garantia da liberdade deve
crime contra descendente a pena deve ser agravada. prevalecer sobre a pretensão punitiva do Estado.

Art 123 CP: infaticício (mãe e filho) P. da Confiança: Todos possuem o direito de atuar
acreditando que as demais pessoas irão agir de acordo com
No caso do infanticídio, essa mãe não poderá ter a pena
as normas que disciplinam a vida em sociedade,
agravada, pois seria uma dupla valoração negativa.

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Princípio da Insignificância

Afasta a Tipicidade MATERIAL. Não há crime.

Tipicidade formal: adequação do fato ao tipo penal

Tipicidade material: ofensa ao bem jurídico protegido.

Entendimento do STF para incidir o princípio>

-Requisitos Objetivos: (M.A.R.I)

(a) a MÍNIMA OFENSIVIDADE da conduta do agente,

(b) a AUSÊNCIA de PERICULOSIDADE SOCIAL da ação,

(c) o REDUZIDÍSSIMO grau de reprovabilidade do comportamento e

(d) a INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA PROVOCADA

Requisito Subjetivo: Importância do objeto material do crime para a vítima, de forma a verificar se, no caso concreto, houve ou não
lesão.

INCABÍVEL BAGATELA:

Crimes contra a Administração Pública.(Súmula 599 STJ: O P. da Insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração
Pública0. EXCEÇÃO: Descaminho até 20.000 reais.

Contrabando

Furto Qualificado

Moeda Falsa

Tráfico de Drogas Posse de drogas para consumo pessoal

Roubo (ou qualquer crime cometido com grave ameaça).

Lesão corporal leve no âmbito da Maria da Penha.

Violação de Direito Autoral

INCIDE: Crime ambiental, ato infracional.

STF (2017): a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos
elementos do caso concreto

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DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES


VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS A CRIMES GRAVES
Vedações Constitucionais Aplicáveis a Crimes Graves

Imprescritibilidade (RAÇÃO) Inafiançabilidade (Todos) (Ração + 3TH) Vedação de Graça ou Anistia (3TH)

 Racismo  Racismo  Tortura


 Ação de grupos armados (...)  Tráfico de Drogas
 Ação de grupos Armados, civis ou  Terrorismo
militares, contra ordem constitucional e o  Tortura
Estado Democrático.  Tráfico de Drogas  Crimes Hediondos
 Tortura

 Crimes Hediondos

TRIBUNAL DO JÚRI
Art. 5º (...)
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Comentários:

Sem maiores considerações a respeito deste tema, apenas ressaltando que a competência do Tribunal do Júri abarca os crimes dolosos
contra a vida bem como os crimes que forem a eles conexos (ex.: José estupra Maria e depois mata Joana, única testemunha do
caso. Nesta situação, o Tribunal do Júri é competente para julgar o homicídio doloso de Joana e o crime estupro contra Maria, que é
conexo com o homicídio).

Importante destacar, ainda, que dois crimes muito comuns não são considerados crimes dolosos contra a vida:
 Latrocínio (roubo com resultado morte): Trata-se de crime patrimonial.
 Lesão corporal com resultado morte: A morte, aqui, decorre de culpa, portanto não se trata de crime doloso contra a vida.

OUTRAS DISPOSIÇÕES
Constituição prevê, ainda, que os menores de 18 anos são inimputáveis. Vejamos:

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Isso quer dizer
que eles não respondem penalmente, estando sujeitos às normas do ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

Art. 5º (…) LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
Brasileiro NATO NÃO pode ser extraditado.
NATURALIZADO, pode ser extraditado:
a) CRIME COMUM: praticado ANTES da naturalização
b) TRÁFICO DE DROGAS: praticado EM QUALQUER MOMENTO.

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Princípio da Legalidade = Anterioridade + Reserva Legal
Princípio Constitucional Expresso. Finalidade: trazer segurança jurídica. Nullum crimen, nulla poena sine lege. Art. 5º XXX “Não há
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

Vertentes Princípio da Legalidade

A lei penal Prévia Escrita Estrita Certa


deve ser

Princípio da Anterioridade da Lei Penal: Princípio da Reserva Legal:

Regra: Irretroatividade da Lei penal. “Não há crime (abrange Proibição de Anallogia A lei penal deve ser clara,
contravenções) sem LEI anterior que o in mallan partem. certa, precisa, proibindo-
Exceção: Retroatividade da Lei penal defina”. se os conceitos vagos e
benéfica. A interpretação do imprecisos
Vertentes Lei em sentido ESTRITO: não abrange tipo penal, a
XL: A lei penal não retroagirá, salvo para decretos, medidas provisórias, etc. adequação entre
beneficiar o réu conduta e tipo é
CESPE:O princípio da reserva legal ESTRITA.
aplica-se, de forma absoluta, às
normas penais incriminadoras,
excluindo-se de sua incidência as
normas penais não incriminadoras.

Súmula 471 STJ: Os condenados por Medida provisória pode tratar de Súmula 442 STJ: Princípios da
crimes hediondos ou assemelhados matéria de direito penal? Art. 62, §1º I, (Hibridismo penal): é Determinação e da
Questões/ cometidos antes da vigência da lei b da CF: É vedada a edição de medida inadmissível aplicar, Taxatividade (decorrem
Jurisprudê 11464/2007 sujeitam-se ao disposto do provisória sobre matéria relativa a no furto qualificado, do princípio da
ncia art. 112 da lei n 7210/1984 (LEP) para direito penal. *A proibição só alcança pelo concurso de legalidade)
progressão de regime prisional normas penais incriminadoras, logo, é agente, a majorante
possível para beneficiar o réu (CESPE) do roubo.

Medidas de Segurança se Sujeitam ao


princípio da Legalidade? SIM

Abrange contravenção.

Contagem de prazo e frações não computáveis da pena


O dia do COMEÇO inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum (gregoriano).

MACETE: sujeito é condenado a pena de morte, e começa a cumpri-la no dia 05. Sua pena estará extinta no dia 04 do mês seguinte, independentemente
de o mês ter quantos dias for. (na prática pode gerar algumas injustiças).

A contagem do prazo prescricional não se interrompe nem se suspende por férias, domingos ou feriados.

DESPREZAM-SE, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as
frações em centavos.

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO

Tempo do Crime: Teoria da ATIVIDADE. “Art. 4º CP “Considera praticado o crime no momento da ação ou omissão
(conduta), ainda que outro seja o momento do resultado”.

Regra: Teoria da Atividade: atividade é o período pelo qual a lei possui vigência e eficácia.

Se aplica aos Crimes Permanentes e Crimes Continuados:

a) Crimes Permanentes: é um crime só, a execução se prolonga no tempo e o agente controla a permanência. Ex.: Sequestro.
b) Crime continuado: são vários crimes, mas por ficção jurídica, são considerados um crime só, pois foram executados no
mesmo contexto de tempo, lugar, etc.

Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou da permanência. Aqui é Tempus Regit Actum.

Exceção: Extra-atividade da Lei Penal: quando a lei penal se aplica fora de seu período de vigência. É gênero que possui duas espécies:

OBS: CESPE faz essa diferenciação. Exemplo de questão: Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger
a lei Y, que além de mais gravosa, revogou a lei X. Nessa situação, o magistrado terá de fundamentar o instituto da retroatividade em
benefício do réu para aplicar a lei x, por ser esta menos rigorosa que a lei Y. ERRADO. É caso de ultra-atividade.

 Ultratividade (construção doutrinária): Lei revogada que será utilizada pelo juiz na sentença por ser mais benéfica ao réu.
 Retroatividade (tem previsão constitucional): Art. 2º do CP: a lei posterior que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Exceção da Exceção:

Leis Intermitentes: Leis Temporárias e Excepcionais: possuem ULTRA-ATIVIDADE.

Art. 3º do CP: A lei Excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias
que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.

A) Lei Temporária: é aquela que é editada para vigorar durante determinado período, certo, cuja revogação se dará automaticamente
quando se atingir o termo final de vigência, independentemente de se tartar de uma situação normal ou excepcional. Ex.: Lei da Copa.
B) Leis Excepcionais: São produzidas para vigorar durante determinada situação (Ex.: Estado de Sítio), não tem tempo determinado,
vigorará durante o período de Exceção.

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Hipóteses de Extra atividade da Lei Penal ( são 4)

Lei posterior é Abolitio Criminis


Lei Posterior é mais
mais SEVERA (suspensão da conduta
BENÉFICA do que a lei Lei Posterior contém preceitos mais
do que a lei anterior (Lex Mitior) criminosa nos
benéficos e mais severos
Hipóteses anterior (Lex aspectos FORMAL e
Gravior) MATERIAL)

Sempre RETROAGIRÁ. Cessação da Jurisprudência majoritária adota a Teoria


execução e os da Ponderação Unitária ou Global: deve-se
IRRETROATIVID Exceção: Não é
possível aplicação da EFEITOS PENAIS da aplicar a lei que GLOBALMENTE é mais
ADE absoluta
Consequência lei penal mais sentença benéfica ao agente, sendo vedado, de acordo
benéfica que está em condenatória com entendimento jurisprudencial a
período de Vaccatio combinação de leis (Lex Tertia).
Legis-tem vigência, Permanência dos
mas não tem efeitos civis: ex.: OBS.: os autores que defendem a combinação
eficácia. (doutrina obrigação de reparar de leis adotam a Teoria da Ponderação
majoritária) o dano Diferenciada.

Obs.: Abolitio Criminis é diferente de continuidade Normativo-típica: nesse caso há apenas uma supressão formal, mas a conduta ainda
é considerada criminosa, mas em outro tipo penal.

Questão: Norma penal em branco (lei penal) e seu complemento x (em norma de espécie diversa, ex.: regulamento, portaria,
etc). O complemento x fica mais benéfico. Nesse caso temos duas posições:

1. Complemento x retroagirá: foi alterado em uma situação de normalidade (A ANVISA entendia que uma substância “x”
era droga, mas depois de determinadas pesquisas, mudou o entendimento, e retirou a substância do rol de drogas)
2. Complemento x NÃO retroagira: ex.: complemento foi alterado em uma situação excepcional, NÃO RETROAGE.

O caso clássico é do crime contra economia popular de expor à venda mercadorias por preço superior ao TABELADO.
Vamos supor que por uma excepcionalidade econômica, o governo resolva tabelar (por uma norma x) o preço de
determinada mercadoria. Passada tal excepcionalidade, o governo acaba com o tabelamento (por meio de uma norma y).
Nesse caso, a “norma complementar y” não retroagirá para beneficiar que violou a tabela em tempos de excepcionalidade.

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EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA
Eficácia da Sentença Estrangeira

Precisa ser Homologada no Brasil, mas para isso precisa produzir as mesmas consequências das
previstas para sentenças da mesma espécie previstas na lei brasileira. Competência para Homologar
Pressuposto
sentença estrangeira: STJ

Súmula 420 STF: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.

OBS.: o reconhecimento da reincidência NÃO depende de homologação

Hipóteses 1. Obrigar o condenado à reparação do Dano, 2. Sujeitar o condenado à medida de


restituições e outros efeitos civis segurança

Depende de Existência de tratado de extradição com o país de


cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou,
Pedido da parte interessada
na falta de tratado, de requisição do Ministro da
Justiça.

Pena Cumprida no Estrangeiro (art. 8º):


ATENUA a pena imposta no Brasil pelo mesmo crimeSE DIVERSAS

É COMPUTADA na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime SE IDÊNTICAS.

Mas, observação: SÓ SE APLICA NOS casos de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA. Nos casos de Extraterritorialidade
condicionada, se o agente cumpriu a pena no estrangeiro, mesmo que teoricamente ele tenha que cumprir mais pena pelo mesmo
fato aqui no brasil, ele não vai cumprir a diferença, pois ele já fui “punido” no estrangeiro.

Ex.: de questão: Jurandir, cidadão brasileiro, foi processado e condenado no exterior por ter praticado tráfico internacional de
drogas, e ali cumpriu seis anos de pena privativa de liberdade. Pelo mesmo crime, também foi condenado, no Brasil, a pena
privativa de liberdade igual a dez anos e dois meses. Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Penal, a pena privativa
de liberdade a ser cumprida por Jurandir, no Brasil, não poderá ser maior que quatro anos e dois meses. Certo Errado
Comentário: Tráfico de drogas está previsto nos casos de extraterritorialidade condicionada. No entanto, como foi cumprida pena
fora do país, Jurandir não poderá cumprir pena no Brasil.

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO
MACETE: LUTA.
LU Lugar do crime, teoria da Ubiquidade
TA Tempo de crime, teoria da Atividade

Lugar do Crime: Teoria da Ubiquidade. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Exceções: (Cleber Masson) Não se aplica a Teoria da Ubiquidade:


a) Nos crimes Conexos: NÃO constituem unidade jurídica, deve cada um deles ser processado e julgado no país em que foi cometido.
b) Crimes Plurilocais: conduta e resultado ocorrem em comarcas diversas, mas no mesmo país. Nesse caso, competência será
determinada pelo lugar em que se CONSUMAR a infração ou, no caso de tentativa, pelo local em que for praticado o último ato d e
execução.
c) Infrações Penais de Menor Potencial Ofensivo: Teoria da atividade: onde foi PRATICADA a infração penal.
d) Crimes Falimentares: será competente o foro do local em que foi decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou
homologado o plano de recuperação judicial.
e) Atos Infracionais: ECA: será competente a autoridade do lugar da ação ou da omissão.
f) Crimes dolosos contra a vida: Teoria da Atividade, por conveniência da instrução criminal. A competência para julgar esses
crimes e os que lhe são conexos é, em princípio do Conselho de Sentença da Comarca em que os fatos criminosos ocorreram, salvo
excepcional motivação.

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Territorialidade e Extraterritorialidade

Princípio da Territorialidade Temperada/Mitigada : aplica-se a lei penal nas infrações penais cometidas no território
nacional. É mitigada pois deve respeitar os tratados, convenções e regras de direito internacional ao crime cometido em
território nacional. Território NACIONAL:

o Superfície terrestre (solo e subsolo)


o Águas Territoriais (fluviais, lacustres e marítimas)
REGRA o Espaço aéreo correspondente
o Mar Territorial: até 12 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro.
Extensão do Território nacional, aplicando-se também o Princípio da Territorialidade:
o Aeronaves e embarcações BRASILEIRAS:
De natureza pública ou a serviço do Governo Brasileiro: onde quer que se encontrem
Privadas: que se achem em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente.
Obs.: destroços de embarcações em alto mar: extensão do território onde a embarcação foi matriculada
o Aeronaves e embarcações ESTRANGEIRAS
Privadas: que se achem em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, ou em porto ou
mar territorial do Brasil.

Extraterritorialidade: quando a lei penal brasileira é aplicada a crimes FORA do território nacional. Se divide em 3
modalidades

Extraterritorialidade Extraterritorialidade Condicionada Extraterritorialidade


Incondicionada Princípio da Defesa Hipercondicionada
1. Os crimes:
real/Proteção.
o Que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou Ao crime cometido POR
1. Crimes contra: a reprimir. Princípio da Justiça Universal ou estrangeiro CONTRA
Exceção o A Vida ou liberdade do Presidente da Cosmopolita BRASILEIROPrincípio
República o Praticados POR BRASILEIRO Princípio da da Personalidade Passiva
o Patrimônio ou Fé Pública da União, Personalidade ATIVA
do DF, de Estado, de Território, de o Praticados em aeronaves ou embarcações CONDIÇÕES
Município, de Empresa Pública, brasileiras PRIVADAS quando praticadas no (cumulativas)
Sociedade de Economia Mista, estrangeiro e aí não sejam julgados. Princípio
As mesmas da
Autarquia ou Fundação instituída da Representação, Bandeira ou Pavilhão.
Extraterritorialidade
pelo Poder Público.
CONDIÇÕES (cumulativas) Condicionada
o A Administração Pública, por quem
está a seu serviço 1. Entrar o agente em território nacional +
2. Ser o fato punido também no país em que foi
2. Crime de Genocídio: 1. Se não foi
praticado
Pedida ou NEGADA a
3. Ser crime que a lei brasileira autoriza a
Quando o agente for brasileiro OU extradição
extradição
domiciliado no Brasil (pode ser um 2. Houver
4. NÃO ter sido no estrangeiro:
estrangeiro domiciliado no BR). requisição do Ministro
Absolvido
da JUSTIÇA
3. Crime de Tortura: Perdoado ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais
Quando a vítima for brasileira ou favorável.
estando o agente em local sob jurisdição 5. Não ter cumprido pena
brasileira.

OBS.: Embaixada NÃO é considerada Território por extensão.

OBS.2: CESPE: “Falsificar papel-moeda de curso legal no estrangeiro” representa a ocorrência do “CRIME CONTRA A FÉ PÚBLICA” de “Moeda Falsa”, logo,
mesmo sendo “praticada no estrangeiro” é aplicável a lei brasileira. Logo, Aquele que, no exterior, falsificar papel-moeda de curso legal no estrangeiro, estará
sujeito a responder pelo mesmo crime perante a jurisdição brasileira, independentemente do cumprimento de pena no país onde o crime for praticado.

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
Imunidades dos Parlamentares do Congresso Nacional (Possuem 4)

A quem se aplica Deputados Federais e Estaduais e Senadores

Disposição Geral As imunidades dos Deputados e Senadores subsistirão durante o Estado de Sítio,
sobre Estado de
Só podendo ser SUSPENSAS mediante voto de 2/3 dos membros da Casa Respectiva,
Sítio
Nos casos de atos praticados FORA do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

Imunidade São invioláveis, civil e penalmente por qualquer de suas opiniões palavras e votos.
Material É preciso ter o nexo funcional (em razão da função). Não há limite territorial. É uma causa de exclusão da tipicidade formal.

Para os pronunciamentos feitos no interior das casas legislativas não cabe indagar sobre o conteúdo das ofensas ou a
conexão com o mandato, dado que acobertadas com o manto da inviolabilidade.  Incide de forma ABSOLUTA dentro do
Congresso Nacional.

Recebida a denúncia contra Deputado ou Senador por crime ocorrido APÓS A DIPLOMAÇÃO:

Imunidade O STF dará ciência à Casa Respectiva, que, por inciativa de Partido Político nela representado e

Processual Pelo voto da MAIORIA de seus membros, poderá até a decisão final, SUSTAR o andamento da ação.

PRAZO para apreciar a sustação: 45 dias (improrrogáveis), contados do seu recebimento pela Mesa Diretora.

A sustação do Processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

Desde a EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos.

Imunidade Salvo: Flagrante de Crime Inafiançável.

Prisional Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva para que, pelo voto da MAIORIA de seus
membros, resolva sobre a prisão.

OBS.: expedição do diploma ocorre antes da posse.

Imunidade de Os Deputados e Senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
Testemunho exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou deles receberam informações.

Desde a EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA, serão submetidos a julgamento perante o STF, nos casos dos crimes COMUNS.

Imunidade de (No caso de crimes de responsabilidade, serão julgados pelo SENADO).


Foro (foro  Aquisição/Perda Superveniente do foro:
especial por 1. Aquisição Superveniente do Foro Funcional: O fato foi praticado ANTES do mandato e Julgamento durante o mandato:
prerrogativa de INCIDE O FORO. Se o processo já se iniciou em instância inferior, vai ser remetido ao STF.
função) 2. Perda Superveniente do Foro Funcional: Fato praticado durante o exercício do mandato e julgamento APÓS o
exercício do mandato. PERDE O FORO.

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@Resumos_Tabelados
Imunidade dos Vereadores (possuem 1)

Imunidade Material Possuem inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na CIRCUNSCRIÇÃO DO
MUNICÍPIO.

Imunidades Diplomáticas (possuem imunidade de jurisdição)

A quem se Ao DIPLOMATA (CHEFE DE MISSÃO),

aplica sua família

pessoal de apoio técnico e administrativo

Os locais onde a Missão Diplomática é exercida

Imunidade de Convenção de Viena: O agente Diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal no Estado Acreditado (onde está cumprindo
a missão)
Jurisdição
NÃO podem ser renunciadas, mas pode ser CANCELADA pelo Estado Acreditante.

É uma causa pessoal de exclusão de pena.

Imunidade do Presidente da República

Imunidade de Crimes comuns (cometidos no exercício da função)Responderá perante o STF

Foro Crimes de ResponsabilidadeResponderá perante o Senado Federal.

Necessidade de PRÉVIA AUTORIZAÇÃO da Câmara dos Deputados, por decisão de 2/3 de seus membros, para que seja
INSTAURADO processo contra ele.
Prerrogativas
Afastamento das PRISÕES CAUTELARES, até mesmo flagrante delito: Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
infrações penais comuns, o Presidente da República não estará sujeito à prisão.

Irresponsabilidade TEMPORÁRIA em relação a atos estranhos ao exercício de suas funções. Crimes comuns que não
possuem conexão com o mandato. Nesses casos, ele será julgado só ao final do mandato e já perante a Justiça Comum.

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