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Sintomas refratários são todos aqueles que são incontroláveis e intratáveis, que não
podem ser tratados após esgotamento de todos os recursos. A sedação paliativa é para dar
conforto ao paciente, reduzindo pelo menos um dos sintomas refratários.
Medicamentos: Deve-se utilizar a medicação que a equipe tenha mais habilidade. Ex:
midazolan, clorpromazina, fenobarbital e propofol (consultar dose em bulário. Verificar se os
pacientes são idosos, renais ou desnutridos. Usuários de álcool ou benzodiazepínicos podem
exigir doses mais altas.
Opioides não são sedativos, então devem ser reservados para controle da dor e nos
casos de dispneia refratárias.
Cuidados após o início: Reavaliar os sintomas a cada 1-2hs. Se falha de sedação, avaliar
acesso, medicamento, dose e forma de aplicação. Suspender tratamentos e medicamentos
considerados desproporcionais. Atentar para a possibilidade de hiper-hidratação. Manter
jejum oral nos casos de sedação profunda e dieta de conforto VO, se sedação superficial.
Manter opioides para controle álgico. Cateterismo vesical de alívio se necessário. Suporte
psicológico e espiritual a família.
Sintomas Respiratórios
1. Aumento do esforço para vencer causas mecânicas (DPOC, derrame pleural e obstr. de VA);
2. Aumento do uso da musculatura para manter o funcionamento normal (fraqueza
neuromus);
3. Aumento da demanda ventilatória (hipoxia, hipercapnia, anemia e acidose metabólica).
É um sintoma prevalente, com cerca de 21-90% de pacientes com câncer, com ou sem
envolvimento pulmonar. Tem uma prevalência semelhante à de dor.
Quadro Clínico:
A intensidade é difícil de avaliar devido a subjetividade dos sintomas. Pode ser inferida
em escala numérica (normalmente é assim) e visual analógica. Deve-se avaliar as
características associadas:
1. Fatores desencadeantes
2. Ritmo de evolução
3. Fatores de melhora ou piora
4. Componente emocional?
5. Respostas e intervenções já feitas
6. Impacto na qualidade de vida do paciente
7. Comorbidades ou tabagismo?
Deve-se lembrar que a saturação e a FR podem não ser correspondente aos sintomas,
mas ainda assim são extremamente incômodas para o paciente.
O diagnóstico da dispneia é clínico. Qualquer exame deve ser muito bem avaliado
quanto a sua necessidade, levando-se em consideração o atual estado do paciente. Deve-se
realizar apenas exames que tenham impacto na terapêutica paliativa.
A dispneia no início ocorre após esforço físico. Além disso, é importante lembrar que a
ansiedade está diretamente relacionada a dispneia. Tanto a dispneia pode provocar ansiedade
quanto a ansiedade pode provocar dispneia.
Tratamento Sintomático:
Opioides (classe mais efetiva para controle dos sintomas, pode ser feita VO ou
parenteral, opioides inalatórios não aparentam ter ação nos sintomas). Em resumo, os
opioides causam a redução da percepção central da dispneia, redução da sensibilidade a
hipercapnia, redução no consumo de O2 e aumento da função cardiovascular.
Ansiolíticos: não devem ser utilizados como 1ª opção por não ter efeito direto sobre a
dispneia. Apesar disso, tem efeito na ansiedade, que frequentemente está relacionado a
dispneia. Frequentemente são prescritos junto a opioides. A classe mais utilizada é a dos
benzodiazepín.
Oxigenoterapia: nos pacientes com neo, está indicada apenas nos casos de hipoxemia.
Além disso, tem efeito positivo devido a estimulação sensória e também funciona como
placebo. Também pode ser utilizado VNI e fisioterapia com o objetivo de aliviar os sintomas.
Outras opções são acumputura, pressoacumputura, terapias psicológicas e comportamentais.
Tosse
Está presente em 29-83% dos pacientes em cuidados paliativos. Pode ser transitória ou
persistente. Ocorre por estimulação dos centros reguladores da tosse por estímulos
mecânicos, químicos, inflamatórios ou imunológicos.
Tratamento: é feito com drogas que atuam nos receptores de tosse, na VAS, árvore
brônquica, no diafragma, na membrana timpânica, seis paranasais, vasos pulmonares e nas
pleuras. Os opioides é a droga de escolha, sendo o mais utilizado a codeína, na dose VO de 10-
20mg de 4/4hs. Anestésicos locais inalatórios também podem ser utilizados, porém com risco
de broncoespasmo e broncoaspiração (bupivacaína e xilocaína)
Sintomas Digestivos
Sintomas da cavidade oral: São extremamente frequentes, presente em cerca de 2/3
dos pacientes em cuidados paliativos. Normalmente são pouco reportados pelos pacientes e
pouco reportados pelos médicos. Deve-se realizar uma abordagem multidisciplinar, incluindo
médicos, dentistas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos.
Náuseas e vômitos: acometem cerca de 30% dos pacientes com ca avançado. Muitas
causas podem estar envolvidas em sua etiologia: gastroparesia, constipação e obstrução
intestinal, medicamentos quimioterápicos, radioterapia e hipercalcemia, entre outros. O
diagnóstico é clínico, por isso é importante questionar ao paciente o desejo de se alimentar,
sensação de fraqueza, eventual dificuldade mecânica de deglutir, presença de sede/fome,
reação a determinados alimentos e odores e fatores desencadeantes dos sintomas.
Obstrução intestinal: obstrução intestinal maligna é uma situação na qual o trânsito pelo
TGI é retardado ou obstruído levando a quadro de náuseas, vômitos, dor abdominal ou
incapacidade de ingerir alimentos e líquidos. A TC é o exame padrão ouro. RX simples é
recomendado para avaliar distensão de alças. O diagnóstico se baseia no quadro clínico e
exame de imagem. O tratamento visa reverter a obstrução quando possível e aliviar os
sintomas. Cirurgia deve ser muito bem avaliada de acordo com a possibilidade de tratamento
de cada paciente.