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Interpretação do direito civil

O direito civil, especificamente, segundo a concepção mais atual deve ser


interpretado á luz da constituição. Pois e na constituição que iremos encontrar
as bases do ordenamento jurídico. Consequentemente será com fundamento
aos valores por ela adotados que todas as normas infraconstitucionais deverão
ser interpretadas

A interpretação será, como regra fenômeno empírico, o que vale dizer que a
lei, habitualmente, é interpretada não de modo abstrato, mas diante de um ou
mais casos concretos. Pela interpretação o hermeneuta devera subsumir a lei
ao caso concreto, conjugando os distintos métodos de exegese. E assim é
possível interpreta uma mesma norma de vários casos concretos que se tenha
em vista. A interpretação é concreta quando se estiver resolvendo um caso
particular real. O tratamento com duvida dado a interpretação não necessita
abandonar a ideia de sistema, o que deve abandonar, definitivamente, é a ideia
de sistema fechado. Para o casuísta, o sistema jurídico é aberto, o que
equivale a dizer que o interprete deve parti do sistema para a solução do caso
concreto. Ao entrar em contato com as peculiares do problema prático, o
interprete buscara adéqua a norma, amoldando-a ás necessidades do caso. Se
observamos o comportamento dos tribunais através dos tempos, podemos ver
que á conclusão de que o sistema sempre foi aberto, o tratamento sempre foi
casuístico, e a interpretação sempre foi argumentativa. O medo da
arbitrariedade de um judiciário sem freios e sem preparo técnico é que levou os
juristas, em vão, á tarefa de tentar fecha o sistema. Mesmo na época da escola
de exegese, os tribunais franceses não se fecharam, as inovações
hermenêuticas, baseadas em pura argumentação jurídica. A interpretação
sempre é necessária, mesmo quando as palavras da lei/norma jurídica sejam
claras ou obscuras

A constitucionalização do Direito Civil ocorreu justamente porque assuntos


anteriormente interpretados somente pelo Código Civil ganharam previsão
constitucional, por isso a interpretação deste Código deve levar em
consideração a Constituição considerando que nenhuma norma desta
Constituição esteja sendo contrariada. Desse modo, a constitucionalização e
seu direito positivo submetem-se aos fundamentos de validade
constitucionalmente estabelecido.

Tema estreitamente vinculado á interpretação é o da funcionalização dos


institutos jurídicos. A parti dessa funcionalização, a hermenêutica se
enriqueceu em métodos e abordagens

Como dito as normas do direito civil tem que ser lidas como a luz dos
princípios e valores consagrados na constituição. A bem da verdade todas as
normas de ordenamento jurídico deveram receber leitura constitucionalizada ,
sejam ela de direito privado, ou de direito publico. Este e um ditame chamado
estado democrático de direito que tem na constituição sua base hermenêutica
o que equivale a dizer que a interpretação de qualquer norma devera busca
adéqua-la aos princípios e valores constitucionais, uma vez que esses mesmos
princípios e valores forem eleitos por todos nos, por meio de nossos
representantes como pilares da sociedade e, consequentemente do direito

A Constitucionalização do Direito Civil é baseada nos princípios, fundamentos e


normas presentes na Constituição Federal, como a observação do princípio da
dignidade da pessoa humana, presente na Constituição Federal, interpretado
nas leis que se referem à concessão de alimentos ou no princípio da boa-fé,
presentes no Código Civil

A Constituição Federal de 1988 consolidou os princípios no ordenamento


jurídico vigente, dessa forma, eles representam as bases, os pilares, os
verdadeiros preceitos norteadores, que orientam o intérprete qual o melhor
caminho a seguir.
Alguns princípios que norteiam o Novo Código Civil, de fato os mais
importantes:

A boa-fé no direito brasileiro encontra-se vinculada ao conceito de fides


(confiança, fé, crença) e é igualmente um indicativo que se impõe ao
magistrado, quando da interpretação e aplicação da lei ao caso concreto.
O fato é que a boa-fé subjetiva é critério para nortear a intenção das partes,
atuando no plano da interpretação dos contratos, quando presente
ambiguidades ou incoerências, a fim de extrair as consequências que, de
acordo com sua natureza, sejam mais adequadas à boa-fé.
A boa-fé objetiva, no entanto, é critério de conduta, a ordenar na prática dos
negócios o respeito à palavra dada, conforme a consciência social, facultado
ao aplicador da lei, atribuir ao contrato efeitos que não foram previstos, mas
conforme a boa-fé e, novamente, a natureza do contrato, dele deveriam
derivar. Neste caso, não se está no terreno da interpretação, mas naquele da
integração dos contratos, para preencher as lacunas daquilo que foi pactuado.

O principio da dignidade humana, é um valor a ser realizado pelo ordenamento


jurídico, foi consagrada no art 1, lll da constituição como fundamento da
república brasileira e com base na hermenêutica a dignidade humana foi
consagrada que todas as normas jurídicas constitucionais e
infraconstitucionais, devem ser interpretadas através dela pois ela é a base
bem como todas as relações deveram ser interpretas inclusive os contratos.

Principio da autonomia da vontade ele e um dos princípio mais importantes. É


ele que faculta ás partes total liberdade para concluir seus contratos. Funda-se
na vontade livre, na liberdade de contratar. O contrato é visto como fenômeno
da vontade e não fenômeno econômico social. Exerce-se a autonomia da
vontade em quatro planos, contratar ou não contratar, estabelecer as cláusulas
contratuais, com quem e o que contratar e mobilizar ou não o poder judiciário.
O principio da autonomia da vontade se desdobra em dois outros princípios da
obrigatoriedade contratual e do consensualismo

A interpretação do contrato é conceituada, na hermenêutica tradicional, como


processo de esclarecimento da vontade subjetiva dos contraentes e, na
doutrina mais recente, como investigação da vontade objetividade no conteúdo
do vínculo contratual. Na interpretação da lei, o intérprete deve determinar o
sentido e alcance, enquanto na interpretação do contrato, deve-se descobrir a
vontade concreta das partes. Tende-se para construir uma teoria unitária da
interpretação. Os seus mais consequentes defensores incluem o contrato entre
as fontes normativas. Segundo a teoria preceptiva do contrato, a interpretação
jurídica visa sempre e somente a fixar o teor e a importância dos comandos
jurídicos legais ou negociais, devendo-se abandonar o princípio de que a
interpretação é averiguação de uma vontade interna ou psicológica. Desse
modo, a determinação do sentido da manifestação ou declaração numa
cláusula contratual ou num artigo de lei deve obedecer aos mesmos princípios
e critérios. Para os tradicionalistas, a relação jurídica nascida de um contrato
deve ser interpretada em obediência a regras e métodos distintos dos que se
observam na interpretação da lei, desigualmente os que presidem a chamada
interpretação subjetiva.

O principio da obrigatoriedade contratual também é denominado de princípio


da intangibilidade ou da força vinculante dos contratos. Retrata o referido
princípio a força vinculante das convenções, o que foi ajustado entre as partes
No direito moderno, no entanto, a intangibilidade ou imutabilidade do contrato
relacionada a impossibilidade de alteração ou revogação do pactuado, passa
agora a ser vista Revista do Direito Privado de forma mais atenuada, já que
entende-se existir a possibilidade de intervenção judicial modificando o
conteúdo de certos contratos para corrigir o seu equilíbrio, ante a
desproporcional prestação de uma das partes que a impede de adimplir o
contrato. Nota-se, os efeitos da incorporação de forma expressa no novo
Código Civil

O principio do consensualismo dita considerarem-se os contratos celebrados,


obrigando pois as partes no momento em que estas cheguem a consenso, na
conformidade com a lei, sendo dispensada qualquer conformidade adicional.
Este princípio é considerado como regra geral sendo entretanto, limitado por
varias exceções quando a lei exige formalidades extras para alguns contratos

O direito percebeu sua escassez diante das novas necessidades e


preocupações, principalmente sociais, necessidades estas que influenciaram e
modificaram sobremaneira a figura clássica e individualista dos contratos e o
papel do Estado na economia. A positivação de princípios sociais no Código
Civil de 2002 não fez com que os critérios clássicos do direito civil perdessem
sua importância, mas apenas que sua análise se faça à luz de valores
metajurídicos e princípios jurídicos gerais e, não somente de regras rígidas
definidoras de tudo e de todos os casos.

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